Robert W. Olson
Um pilar da fé Adventista
Foi em Fevereiro de 1845, em sua primeira viagem para o Leste, que a preciosa luz em relação ao santuário celestial foi manifestada a Ellen G. White (Carta 2, 1874). Em 15 de Fevereiro de 1846, ela escreveu para Enoch Jocobs:
Deus mostrou-me o seguinte, um ano atrás, neste mesmo mês: — Eu vi um trono e, sobre ele, assentado o Pai e Seu Filho Jesus Cristo… Vi o Pai erguer-se do trono e em uma carruagem de fogo entrar no Santíssimo dentro do véu, assentar-Se… E vi um carro de nuvens, com rodas como chamas de fogo. Anjos estavam ao redor de toda a carruagem ao ela vir onde Jesus estava. Ele entrou no carro e foi conduzido para o Santíssimo onde o Pai estava sentado. — The Day-Star, 14 de março de 1846, pág. 7. (Ver também Primeiros Escritos, pág. 55).
Em suas primeiras narrações do grande conflito entre Cristo e Satanás, publicado em 1858, ela explicou porque Cristo havia entrado no Santíssimo no santuário celestial:
Como os sacerdotes no santuário terrestre entravam no santíssimo uma vez por ano para purificar o santuário, Jesus entrou no santíssimo do céu, no final dos 2.300 dias de Daniel 8, em 1844, para fazer uma expiação final para todos que pudessem ser beneficiados por Sua mediação, e para purificar o santuário…
Vi que cada caso foi então decidido para vida ou morte. Jesus tinha apagado o os pecados de Seu povo… Enquanto Jesus estivera no santuário, o julgamento tinha estado em andamento para os justos mortos e depois para os justos vivos. — 1 Spriritual Gifts, pg. 162-8.
Ellen White mais tarde adotou a frase “juízo Investigativo” para este aspecto particular do ministério de Cristo (4 Spirit of Prophecy, 266, etc.), embora pareça que outros usaram o termo antes dela (por exemplo, ver Tiago White, RH 29-01-1857, pág. 100). Com o passar dos anos, ela deixou sobejamente claro que a doutrina do juízo Investigativo era uma das principais doutrinas da Escritura e era de importância vital para os Adventistas do Sétimo Dia. Ela cria que através do Espírito Santo., ela e outros Adventistas tinham sido divinamente guiados na compreensão correta do assunto. Quando A. F. Ballenger começou a ensinar que Cristo entrou em Seu ministério no Santíssimo por ocasião de Sua ascensão em vez de em 1844, Ellen White escreveu:
Em linguagem clara e franca que dizer àqueles que compareceram a esta conferência (Conferência Geral de 1905) que o Irmão Ballenger tem permitido que sua mente receba erros peculiares e creia neles. Deus não ditou a mensagem que ele sustenta. Esta mensagem, se aceita, minaria os pilares de nossa fé. — Manuscrito 62, 1905, pp. 1e 2.
Um ano mais tarde ela escreveu para W. W. Simpson, um ministro em San Diego, Califórnia:
As verdades dadas a nós após a passagem do tempo de 1844 são justamente tão certas e imutáveis como quando o Senhor as deu a nós em resposta às nossas urgentes orações…
Naquele tempo um erro após o outro tentava se impor sobre nós; ministros e doutores traziam novas doutrinas. Pesquisávamos as Escrituras com muita oração, e o Espírito Santo trazia verdades às nossas mentes. Algumas noites inteiras foram devotadas à pesquisa das Escrituras, e à solicitação fervorosa da guia de Deus. Grupos de homens e mulheres devotos reuniam-se para este propósito. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era a verdade e o que era o erro.
À medida que os pontos de nossa fé eram assim estabelecidos, nossos pés eram colocados sabre um sólido fundamento. Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era tomada em visão, e explicações eram dadas a mim. Ilustrações das coisas celestiais e do santuário eram-me dadas de forma que éramos colocados onde a luz brilhava sobre nós em raios claros e distintos…
Sei que a questão do santuário ainda permanece em justiça, justamente como a temos mantido por tantos anos. — Carta 50, 1906 (Porções em Obreiros Evangélicos 302, 303).
Poucos meses mais tarde Ellen White reagiu contra vários artigos no jornal do Dr. Kellogg, Médico Missionário, o qual ele sentia que turvava as águas no assunto do santuário. Em um editorial sobre “O Santuário Terrestre”, Pastor George C. Tenney tinha declarado:
O homem é um ser duplo, intelectualmente falando. Ele é criado com uma inteligência qual é formada de suas propensões e desejos corporais, ou como poderíamos dizer, animais… Este departamento da natureza humana relaciona-se com o primeiro compartimento do Santuário…
Mas o homem é também de sua natureza animal, e infinitamente superior a ela. Isto é chamado “o íntimo do homem” ou “O homem interior”… Quando Cristo vem a nós nos méritos de Seu próprio sangue e como Sumo Sacerdote entra no coração, o lugar santíssimo, Ele transmite vida e poder para as energias dormentes da glória divina, e então, da alma humana a glória brilha visivelmente. — Médico Missionário, Junho de 1904, pp. 169-70.
Em resposta a este e outros editoriais, Ellen White Escreveu para Temmey:
Fiquei surpresa e triste ao ler alguns de seus artigos no “Médico Missionário” e especialmente aqueles sobre o santuário. Estes artigos mostram que você tem-se afastado da fé. Você tem ajudado a confundir a compreensão de nosso povo. A correta compreensão do ministério no santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé — Carta 208, 1906 (Porções em Evangelismo, 221).
Claramente, o assunto do ministério de Cristo no santuário celestial era de grande importância para Ellen White. Ela instou seus companheiros Adventistas a não tratarem o assunto indiferentemente, mas a estudas a questão tão completamente que eles fossem capazes de explicá-las para outros. “Nós não devemos descansar”, ela escreveu, “até tornarmo-nos sábios em relação ao assunto do santuário” (LS 278). Além disso, ela declarou:
O assunto do santuário e do juízo investigativo deve ser claramente entendido pelo povo de Deus. Todos precisam de um conhecimento individual na posição e obra de Seu grande Sumo Sacerdote, caso contrário, será impossível para eles exercer a fé que é essencial para este tempo, ou ocupar a posição que Deus espera que eles ocupem…
É de máxima importância que todos que têm recebido a luz, tanto velhos quanto jovens, investiguem inteiramente estes assuntos, e sejam capazes de dar uma resposta a cada um que lhes pergunte a razão da esperança que há neles. — 4 SP 313.
Seguindo seu próprio conselho, ela repetidamente de explicações declaradas do ministério de Cristo no santuário celestial e Sua obra de juízo investigativo. Sua descrição do assunto em 1858 (1 Spiritual Gifts 157-62, 197-201) foi aumentada em 1884 (4 Spirit of Prophecy 307-15) e ainda expandida em 1888 (GC 470-91).
Em adição e estes tratamentos definitivos do assunto Ellen White refere-se frequentemente ao juízo celestial em todos os escritos. ela parece sempre ter o juízo em vista. Sem dúvida valerá a pena rever os pontos altos de seus ensinamentos sobre este pilar do alicerce da fé Adventista.
O Santuário Celestial
A base da doutrina do juízo investigativo é a existência — seja de que forma for — de um santuário no céu, onde Cristo está presentemente ocupado em Seu trabalho mediatório em favor da espécie humana. Ellen White insiste em que há de fato tal santuário e que a compreensão do celestial pode ser obtida por um estudo do terrestre. Ela declara:
Deus nos livre que o estardalhaço de palavras vindas de lábios humanos debilitem a crença de nosso povo na verdade de que existe um santuário no Céu, e que um modelo deste santuário foi uma vez construído no Terra. Deus deseja que Seu povo se familiarize com este modelo, tendo sempre em sua mente o santuário celestial, onde Deus é em todos. — Carta 233, 1904, citado em Cristo em Seu Santuário, pp. 15.
Ellen White além disso, lembra os seus leitores que, desde que os serviços terrestres eram um “exemplo e sombra” do celestial, consequentemente “o que se fazia tipicamente no ministério do santuário terrestre é feito na realidade no ministério do santuário celestial” (GB 419).
Começa o Juízo no Céu
Para Ellen White uma superabundância de referências escriturísticas apontam para o início da grade sessão de julgamento no céu — o juízo investigativo. Após citar Daniel 7: 9, 10, ela escreve:
Assim foi apresentado à visão do profeta o grande e solene dia em que o caráter e vida dos homens passariam em revista perante o Juiz de todo a Terra… Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece a presença de Deus a fim de se entregar aos últimos atos de Seu ministério em prol de homem, — para realizar a obra do juízo de investigação, e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma. — O Grande Conflito 479, 480.
Outras passagens nos livros de Daniel e Apocalipse especificamente aplicadas ao começo do julgamento são Daniel 8: 14; 7: 13, Apocalipse 14: 7, e 11: 19 (GC 425, 432). A vinda do Senhor para Seu templo como predita em Malaquias 3: 1 e, na parábola das dez virgens, a vinda do noivo para o casamento (Mateus 25: 10), foram também ambas entendidas como descrições do esmo evento.
Não somente o ano — 1844 — mas mesmo o próprio dia — 22 de Outubro — quando o julgamento no céu começou, foi predito nas profecias. Ellen White apoiou totalmente o cálculo Milerita, o qual estabeleceu 22 de Outubro como sendo a data do término do período dos 2.300 anos. Ela declara:
Vi que eles estavam certos na sua interpretação dos períodos proféticos. O tempo profético terminou em 1844, e Jesus entrou no lugar santíssimo para purificar o santuário no fim dos dias. — Primeiros Escritos, pág. 243.
No décimo dia do sétimo mês, o grande Dia da Expiação, o tempo da purificação do santuário, que no ano 1844 caía no dia vinte e dois de Outubro, foi considerado como o tempo da vinda do Senhor. Isto estava de acordo com as provas já apresentadas. de que os 2.300 dias terminariam no outono…
O cômputo dos períodos proféticos nos quais se baseava aquela mensagem, localizando o final dos 2.300 dias no outono de 1844, paira acima de qualquer contestação. — GC. 398, 457.
A Purificação do Santuário
“Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Daniel 8: 14). O santuário que devia ser purificado em 1844 somente podia ser o santuário celestial, uma vez que o templo terrestre não tinha mais função após a ruptura do véu na morte de Cristo. Mas há alguma coisa no céu que precisa ser purificada? Para aqueles que rejeitaram tal pensamento, Ellen White observou que a purificação do “santuário terrestre, bem como do celestial” foi “plenamente ensinada” em Hebreus 9: 22, 23 (GC 416). Explicando o celestial pelo terrestre, ela escreveu:
Como antigamente eram os pecados do povo colocados, ela fé, sobre a oferta pelo pecado, e, mediante o sangue desta, transferidos simbolicamente para o santuário terrestre, assim em o novo concerto, os pecados dos que se arrependeram são, pela fé, colocados sobre cristo e transferidos de fato, para o santuário celeste. E como a purificação típica do santuário terrestre se efetuava mediante a remoção dos pecados pelos quais se poluíra, igualmente a purificação real do santuário celeste deve efetuar-se pela remoção, ou apagamento, dos pecados que ali estão registrados. Mas antes que isso se possa cumprir, deve haver um exame dos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem direito aos benefícios de Sua expiação. A purificação do santuário, portanto, envolve uma investigação — um julgamento. — GC 420.
Mas porque era necessária uma investigação? Não eram os pecados, quando confessados, imediatamente perdoados e para sempre esquecidos? Perdoados, sim, Ellen White explicou, mas não ainda esquecidos. Ela observou que, no tipo, “o sangue da oferta pelo pecado removia o pecado do penitente, mas permanecia no santuário até o Dia da Expiação”. Assim, no antítipo, “o sangue de Cristo, enquanto devia libertar o pecador arrependido da condenação da lei, não era para cancelar o pecado; permaneceria registrado no santuário até a expiação final”. “Após a morte são julgados sobre aquelas coisas que foram escritas nos livros”, “então pelo mérito do sangue expiatório de Cristo, os pecados de todos os que verdadeiramente se tenham arrependido serão apagados dos livros do céu. Deste modo o santuário estará livre, ou purificado do pecado”(PP 371). (Ver também GC 420).
Os Registros Celestiais
Ellen White encontra ampla evidência bíblica de livros de registros no céu. Ela cita Apocalipse 20: 12, Filipenses 4: 3, e outros textos, para o livro da vida; Malaquias 3: 16 para o livro memorial; e Eclesiastes 12: 14, Mateus 12: 36, 37, e outras referências para os livros que contêm o registro dos pecados dos homens (GC 480-1). Ela se refere aos nomes destes livros celestiais um tanto vagamente. O livro da vida contém “os nomes de todos os que já entraram para o serviço de Deus” (GC 480), bem como “as boas Obras dos santos” (Primeiros Escritos 52). O livro memorial também inclui “as boas obras” dos filhos de Deus, bem como um registro de más ações. A juventude foi advertida:
Os homens podem esquecer, podem negar seu errôneo modo de agir, mas um registro disto é mantido no livro memorial, e no grande dia do juízo, a menos que os homens se arrependam e andem humildemente diante de Deus, eles enfrentarão este terrível registro justamente como ele se encontra. — YI 4-4-1905.
As “obras más dos ímpios” são registrados no “livro da morte” (PE 52), enquanto no “livro de registros” todo nome é inscrito, e “os atos de todos, seus pecados, e sua obediência, são fielmente escritos” (7 BC 987).
Deus sabe e tem um registro de tudo. Ellen White afirmou, “Toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido, e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia” estão escritos nos livros do céu com “terrível exatidão” (GC 481). “Deus tem um exato catálogo de toda avaliação injusta e todo negócio desonesto”. Somos responsáveis não somente pelo que temos feito, mas “pelo que deixamos de fazer”, por “caracteres não desenvolvidos”, e “oportunidades não aproveitadas”(7 BC 987).
Como os traços da fisionomia são reproduzidos com maravilhosa exatidão na câmera do artista, assim é o caráter fielmente delineado nos livros do céu. — 4 SP 311.
Página após página a história da experiência de nossa vida é escrita, com os motivos que nos impeliram à ação. Tudo aparecerá como uma fotografia da vida real, mostrando quanto de nossa vida foi dada para agradar a nós mesmos, quanto para abençoar a outros, quanto para honrar a Deus, quanto para responder ao propósito de Deus ao nos criar. — RH 1-13-1891, pág. 17.
São especialmente confortantes as declarações de Ellen White de que o bem é registrado tão fielmente quanto o mal. Ela declara:
Toda tentação resistida, todo o mal vencido, toda palavra de terna compaixão que se proferir, acham-se fielmente historiados. E todo ato de sacrifício, todo sofrimento e tristeza, suportado por amor de Cristo, encontra-se registrado. — GC 481.
Deus vê muitas tentações resistidas das quais o mundo, e mesmo amigos próximos, nunca sabem; tentações no lar, no coração; Ele vê a humildade da alma em vista de sua própria franqueza, o sincero arrependimento, até mesmo por um pensamento que é mau; Ele vê a completa devoção do coração para o desenvolvimento da causa de Deus, sem coloração de egoísmo; Ele tem notado aquelas horas de dura batalha com o eu, batalhas que conseguiram a vitória — tudo isto Deus e os anjos sabem. — Carta 18, 1891.
Ellen White instou com a juventude em particular para que não se esquecessem de que suas vidas estavam sendo observadas bem de perto — mesmo meticulosamente — e que um dia os registros de nossa vida devem ser enfrentados. Para sua audiência de Youth’s Instructor ela escreveu:
Nunca estamos sós. Temos um Companheiro, quer O escolhamos ou não. Lembrem-se, moços e moças, que onde quer que vocês estejam, o que quer que estejam fazendo, Deus lá está. Para toda palavra e ação sua, vocês tem uma testemunha, — o Deus Santo, que odeia o pecado. Nada que é dito ou pensado pode escapar a Seus olhos infinitos. Suas palavras podem ser ouvidas por ouvidos humanos, mas elas são ouvidas pelo Soberano do Universo. Ele lê a cólera interior da lama quando a vontade é contrariada. Ele ouve a expressão de profanidade. Na mais profunda escuridão e solidão Ele lá está.
Dia após dia o registro de suas palavras, suas ações, e sua influência, está sendo feito nos livros do céu. Isto vocês devem enfrentar. — YI 5-26-1898. (Veja também 3 BC 1153).
Era inteiramente evidente o propósito de Ellen White, não tanto de delinear o conteúdo de cada livro celestial ou descrever a que eles se assemelhavam, mas de enfatizar o fato de que os registros de Deus são completos, e de apelar a seus leitores que estivessem preparados para o julgamento. No serviço simbólico “exigia-se de todos que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor” no Dia da Expiação. “*/De igual modo, assim hoje devemos nós afligir nossas almas em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro”. “O espírito leviano e frívolo, alimentado por tantos cristãos professos, deve ser deixado”, e há uma luta intensa diante de todos os que desejam subjugar as más tendências que em nossas almas porfiam pela supremacia. (GC 489-490).
O Julgamento Começa Pela Casa de Deus
Tomando como exemplo o santuário no deserto, Ellen White ensinou que o juízo investigativo trata somente com os nomes daqueles que, em algum tempo em suas vidas, confessaram seus pecados a Deus. Ela declarou:
No cerimonial típico, somente os que tinham cindo perante Deus em confissão, e cujos pecados, por meio do sangue da oferta para o pecado, eram transferidos para o santuário, é que tinham parte na cerimônia do dia da expiação. Assim, no grande dia da expiação final e do juízo de investigação, os únicos casos a serem considerados são os do povo professo de Deus. O julgamento dos ímpios constitui obra distinta e separada, e ocorre em ocasião posterior. — GC 480.
Em outra parte ela se referiu ao “povo professo de Deus” como sendo “todos os que já entraram para o serviço de Deus” (GC 480), “filhos de Deus” (7 BC 987), “todos os que creram em Jesus” (GC 482) e “os que em todos os séculos professaram ser seguidores de Cristo” (GC 427).
O juízo dos mortos começou em 1844 e “quando esta obra se completar, o juízo deve ser pronunciado sobre os vivos”(1 ME 125). Quão logo o juízo sobre os vivos começará? Ellen White responde; “Breve, — ninguém sabe quão breve — passará ela (a obra) aos casos dos vivos” (GC 490). Embora não saibamos quão breve, sabemos que “a grande obra do juízo dos vivos está para começar” (6 T 130). Esta declaração foi escrita no ano de 1900.
Quando o Senhor examina os nomes dos vivos, decide Ele seus destinos um por vez, sendo que o julgamento é completado para alguns dos vivos enquanto não foi ainda começado para outros? Há aqueles que assim pensam, pois Ellen White desse, “Não sabemos quão breve nosso nome pode ser tomado nos lábios de Cristo, e nosso caso ser finalmente decidido”. (1 ME 125).
Por outro lado, existem aqueles que creem que tempo não é um elemento para Deus, que Ele pode ter mesmo agora completado Seu julgamento dos vivos, e que os registros dos vivos são recapitulados, dia após dia, e mesmo hora após hora, pois Ellen White também disse, “Deus julga cada homem de acordo com sua obra. Não somente Ele julga, mas Ele adiciona, dia após dia, e hora após hora, nosso progresso em boas obras” (7 BC 987).
A Base da Decisão de Deus
Muito mais importante que quando Deus decidirá é como Ele decidirá nosso destino. Que padrões Ele usa e como Ele determinará se este padrão foi atingido ou não? Ellen White responde a estas perguntas para nós. A norma, ele diz, é “a lei de Deus… pela qual o caráter e vida dos homens serão aferidos no juízo” (GC 482). Em apoio a sua posição ela cita Eclesiastes 12: 13, 14, Tiago 2: 12, e Romanos 2: 12-16. Ela também apressa-se a indicar que a fé em Jesus Cristo é essencial a fim dos homens serem capazes de guardar a lei de Deus e que “sem fé é impossível agradar-Lhe” (GC 435).
Desde que todos os homens são diferentes, e não há duas pessoas que tenham características hereditárias e formação semelhantes, Deus não espera a mesma resposta de um como de outro. Ellen White declara:
Ele tem dado luz e vida a todos, e em harmonia com a medida luz concedida, será cada um julgado. — DTN, pág. 189.
Aqueles que têm oportunidade de ouvir a verdade e ainda não se esforçam para ouvir ou entendê-la, pensando que se eles não ouvirem não serão responsáveis, serão considerados culpados diante de Deus da mesma maneira como se eles tivessem ouvido e rejeitado… Jesus fez expiação por todos os pecados de ignorância, mas não há provisão feita para cegueira voluntária. — 5 BC 1145.
Ninguém será condenado por não observar a luz e o conhecimento que eles nunca tiveram, e que não puderam obter. — 5 BC 1145. (Ver também 2 T 691).
Quando Ellen White fala de luz que é trazida para um indivíduo, ela especifica que não é luz, a menos que ele a entenda. “Não seremos considerados como responsáveis”, ela declara, “por luz que não tem alcançado nossa percepção, mas por aquela à qual temos resistido a que temos recusado” (5 BC 1145). Novamente, ela declara que é “a verdade que alcançou seu entendimento, a luz que brilhou na alma” que condenará os pecadores no juízo (5 BC 1145).
Sobre tal base, há esperança mesmo para aqueles em terras pagãs que nunca tiveram a oportunidade de ouvir o evangelho. Ellen White declara claramente:
Entre os pagãos estão aqueles que adoram a Deus ignorantemente, Aqueles para quem a luz nunca é trazida por instrumentalidade humana, ainda assim eles não perecerão. Embora ignorantes da lei de Deus escrita, eles ouviram Sua voz falando a eles na natureza, e têm feito as coisas que a lei ordena. Suas obras são evidências que o Espírito Santo tem tocado seus corações, e eles são reconhecidos como filhos de Deus.
Quão surpreendidos e jubilosos ficarão os humildes dentre as nações, e dentre os pagãos, de ouvir dos lábios do Salvador: “Quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes”. Quão alegre ficará o coração do Infinito Amor quando Seus seguidores erguerem para Ele e olhar, em surpresa e gozo ante Suas palavras de aprovação. — DTN. p. 614.
Vez após vez, ela enfatiza a importância de nossa atitude em relação aos necessitados e sofredores. Ela declara:
No último dia a decisão final do Juiz de toda a terra dependerá de nosso interesse pelos necessitados, os oprimidos e tentados, e nosso trabalho prático em favor deles. Não podeis passar sempre de largo por eles e ainda achar entrada para vós na cidade de Deus como pecadores redimidos. RH, 30-11-1886. p. 738.
Ele declarou claramente que as decisões do último dia dependerão da questão da benevolência prática. — RH, 11-07-1899, p. 437.
Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores. — DTN. p. 613.
Ellen White nos promete que “O Juiz de toda a terra apresentará uma decisão justa. Ele não será subornado; Ele não pode ser enganado” (RH 360). Nós somos advertidos “de que tenhais ó óleo da graça em vossos corações”, pois “a possessão disto fará toda diferença a vosso respeito no julgamento”. (RH 27-03-1894, pp. 194). Somos lembrados, também, de que é “somente o trabalho acompanhado por muita oração, o qual é santificado pelo mérito de Cristo”, que “resistirá o teste do julgamento” (Serviço Cristão, p. 263).
O Apagamento do Pecado
Aqueles cujos registros da vida são examinados no juízo investigativo têm os seus nomes ou os seus pecados apagados. “Quando alguém tem pecados que permanecem nos livros de registros, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida”. Por outro lado,
Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela fé hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, tiveram o perdão aposto ao seu nome, nos livros do Céu ; tornando-se eles participantes da justiça de Cristo, e verificando estar o seu caráter em harmonia com a lei de Deus, seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida eterna. — GC 483.
Ellen White encoraja seus leitores a confessar seus pecados e crer que Deus os perdoará. Ela escreve:
Temos a preciosa promessa de que todo o pecado, do qual houve sincero arrependimento, será perdoado. Voltar para Deus com a alma em contrição, clamando os méritos do sangue de Cristo, nos trará luz, perdão e paz. mas precisamos nos voltar para o Senhor com inteireza de propósito no coração, com a decisão de sermos praticantes das palavras de Cristo. Algumas vezes nossos pecados virão à mente e lançarão uma sombra sobre nossa fé; de forma que não possamos ver nada além de uma merecida punição acumulada para nós. Mas em tais ocasiões, enquanto sentimos tristeza pelo pecado, devemos olhar para Jesus, e crer que Ele perdoou nossas transgressões. — RH 13-01-1891, pp. 17.
Podemos ter hoje no Céu um registro limpo, e saber que Deus nos aceita. — 7 BC 989.
O apagamento do pecado, que têm lugar “na obra final de julgamento” (4 SP 309) será seguido pelo encerramento do tempo de graça ( GC 434 ), a colocação de todos os pecados confessados sobre Satanás (PE. 280-1), o tempo de angustia (3 SG 134), as sete últimas pragas (PE. 36), e a segunda vinda de Cristo (GC 485).
O Juiz
E o “Ancião de Dias”, “o Juiz de toda a terra”, “Deus Pai”, quem preside o juízo investigativo (GC 479). Enquanto o Pai preside, o Filho, de acordo com I João 2:1 e Hebreus 9:24, aparece como Intercessor e Advogado, dos pecadores “a fim de pleitear em favor deles perante Deus” (GC 482). “Jesus permanece no santíssimo”, é-nos dito, “agora para estar na presença de Deus por nós. Lá Ele não cessa de apresentar o seu povo, momento a momento, perfeitos nEle mesmo” (7 BC 933).
Enquanto o Juízo investigativo não for completado Cristo não assumirá o cargo de Juiz supremo. Ellen White declara:
Aqueles que permanecido como nosso intercessor, que ouve todas as orações de penitência e confissões; que é representado como arco-íris, o símbolo de graça e amor, circundando Sua cabeça, está prestes a cessar Seu trabalho no santuário celestial. A Graça e a misericórdia então descerão do trono e a justiça lhes tomará o lugar. Aquele para quem Seu povo têm olhado assumirá o que é Seu por direito – o cargo de Supremo Juiz. — 7 BC 989.
Cristo é o juiz que pronunciará a sentença de recompensa ou punição, Aquele apontado para “exercer o juízo” (DTN 190). Ellen White explica ainda:
O Pai não julga o homem, mas confiou todo o julgamento para o Filho. Ele Lhe tem dado autoridade também para executar o julgamento, porque Ele é o Filho do homem…
Deus designou que o Príncipe dos sofredores da humanidade devesse ser juiz de todo o mundo. Ele, que veio das cortes celestiais para salvar o homem da morte eterna; Ele, a quem os homem desprezaram, rejeitaram, e sobre quem acumularam todo o desprezo no qual seres humanos inspirados por Satanás são capazes; Ele, que se submeteu ser acusado diante de um tribunal terreno, e que sofreu a ignominiosa morte de cruz, — Somente Ele deve pronunciar a sentença de recompensa ou de punição…
Naquele dia de punição e recompensa final ambos, santos e pecadores, reconhecerão nAquele que foi crucificado, o Juiz de todos os vivos. — RH, 22-11-1898, pp. 745.
Indubitavelmente, é à luz disto – que Cristo executa o julgamento — que as citações seguintes devem ser entendidas:
Há somente um Juiz, — Aquele que morreu por nós, que tomou sobre Si nossa natureza e todas as enfermidades da humanidade, para que pudéssemos ser colocados em uma posição vantajosa diante de Deus. — RH. 19-01-1905, pp. 9.
O Pai não é o Juiz. Os anjos também não. Aquele que tomou sobre si a humanidade, e neste mundo viveu uma vida perfeita, deve julgar-nos. Somente Ele pode ser nosso Juiz. Vocês se lembrarão disto irmãos? Vocês se lembrarão disto ministros? Vocês pais, e mães, se lembrarão disto? Cristo tomou a humanidade para que pudesse ser nosso Juiz. — 9 T 185.
O Fim do Milênio
Durante os mil anos que se seguem ao retorno de Cristo, os santos se unirão com o Senhor no julgamento dos ímpios (GC 657). No fim do Milênio o drama alcança seu apogeu quando “O mundo ímpio todo achava-se em julgamento perante o tribunal de Deus” (GC 665).
Que cena solene será esta! Que ajustamento de contas terá de ser feito por pregarem na cruz Aquele que veio ao nosso mundo como uma vivi mensagem da lei. Deus fará a cada um a pergunta: Que você fez com meu Filho Unigênito? Que responderão aqueles que recusaram aceitar a verdade? Eles serão obrigados a dizer, “Nós odiamos a Jesus, e O lançamos fora”. — 5 BC 1106-7.
Diante da assembleia dos habitantes do universo Cristo pronuncia sentença sobre os rebeldes contra Seu governo. Abrem-se os livros de registro e os ímpios se tornam concisos de todo pecado cometido (GC 663). “A vida toda virá em revista como cenas em um panorama” (RH 04-11-1884, pp. 690). Os pecados de todos os ímpios serão abertamente conhecidos, nada será encoberto. Ellen White declara:
Quanto o Juízo se assentar, e os livros foram abertos, haverá espantosas revelações… Pecados secretos serão então expostos à vista de todos. Motivos e intenções que foram encobertos nas câmaras escuras do coração serão revelados. Ambições astuciosas, propósitos egoístas serão vistos onde a aparência exterior contava apenas sobre um desejo de honrar a Deus e fazer o bem aos homens… Professores ambiciosos, hipócritas, podem agora ser admirados e exaltados pelos homens; mas Deus, que conhece os segredos do coração, descobrirá a cobertura enganosa, e os revelará como eles são. Todo hipócrita será desmascarado. — RH 01-01-1884, pp. 2.
Naquela hora solene e terrível a infidelidade do esposo será declarada para a esposa, e a infidelidade da esposa, para o esposo. Pais serão informados, pela primeira vez, qual foi o caráter real de seus filhos. — RH 27-03-1888, pp. 194.
O fruto de cada exação egoísta e arbitrária tornar-se-á claro, e os homens verão os resultados de seus feitos como Deus mesmo vê. — TM 224. (Ver também VE. 241-2).
Então os pecados serão confessados, e a confissão será pública (RH 16-12-1889, pp., 770). Muito tarde para beneficiar o malfeitor ou salvar outros da decepção, a confissão somente testificará que a condenação dos pecadores é justa. Mesmo “Satanás se curva e confessa a justiça de sua sentença”. (GC. 667). Isto, naturalmente, é o propósito primário de todo o processo de julgamento. Esta é a forma de Deus vindicar Seu próprio caráter e Seu governo. É o Seu método de convencer o universo de que Ele tem sido eminentemente honesto e justo em todos Seu procedimento para com os homens e anjos desde que o tempo começou.
A cena do julgamento terá lugar na presença de todos os mundos; pois neste julgamento o governo de deus será vindicado, e Sua lei será apresentada como “santa, justa, e boa”. Então cada caso será decidido, e a sentença será pronunciada sobre todos. O pecado então não parecerá atrativo, mas será visto em toda sua terrível magnitude. — 1 BC 986.
Este grandioso clímax de toda a história estava frequente na mente de Ellen White. Ela escreve:
Quando falando para congregações, está sempre diante de mim o julgamento final, o qual será realizado na presença do mundo, quanto à lei do governo de Deus será vindicada, Seu nome glorificado, Sua sabedoria reconhecida e confessada como justa por crentes e incrédulos. Este não é o julgamento de uma pessoa, nem de uma nação, mas de um mundo todo, composto de seres inteligentes, de todos os tipos, de todas as espécies. O julgamento será primeiro sobre os mortos, depois sobre os vivos, e então o universo inteiro será congregado para ouvir a sentença. Eu me sinto como se estivesse na presença de todo o universo do céu, levando minha mensagem para o tempo e para a eternidade. — Carta 109, 1898.
No dia do juízo final, toda alma perdida compreenderá a natureza de sua rejeição da verdade. A cruz será apresentada, e sua real significação será vista por todo espírito que foi cegado pela transgressão. Ante a visão de Calvário com Sua misteriosa Vítima, achar-se-ão condenados os pecados. Toda falsa desculpa será banida. A apostasia humana aparecerá em seu odioso caráter. Os homens verão o que foi sua escolha, Toda questão de verdade e de erro, na longa controvérsia, terá então sido esclarecida. No juízo do Universo, Deus ficará isento de culpa pela existência ou continuação do mal. Serão demostrados que os decretos divinos não são cúmplices do pecado. Não havia defeitos no governo de Deus, nenhum motivo de desafeto. Quando os pensamentos de todos os corações forem revelados, tanto os leais como os rebeldes se unirão em declarar: “Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos. Quem Te não temerá, Senhor, e não magnificará o Teu nome? Porque os Teus juízos são manifestos”. (Apocalipse 15: 3 e 4). — DTN. 48.
ELLEN G. WHITE ESTATE, WASHINGTON, D. C.
25 de fevereiro de 1980
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