1a GUERRA MUNDIAL

Adventistas e o serviço militar na Alemanha

(Dois capítulos da dissertação de doutorado de Jacob M. Patt, 1958, da Universidade de Stanford, “A história do movimento do advento na Alemanha” )

Capítulo VIII

O problema do serviço militar na Alemanha 1871-1914

Política da Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre serviço militar 1862-1914

A atitude da dos Adventistas do Sétimo dia sobre a execução de serviço militar se tornou uma importante questão na história da igreja e permaneceu assim desde então. O posicionamento de não combate adotado pelos líderes da igreja nos Estados Unidos não era reconhecido pelo governo alemão, cujas regras de serviço militar universal causaram muitas dificuldades para os jovens da fé Adventista do Sétimo Dia. A atitude adventista provocou uma hostilidade popular contra o movimento, mas foi reduzida pela disposição dos adventistas em servir de alguma outra forma que não fosse portando armas. Durante a Primeira Guerra Mundial quando os adventistas alemães suportaram incondicionalmente seu governo em contravenção com a posição denominacional básica, o antagonismo prévio praticamente desapareceu.

As crenças adventistas sobre o serviço militar foram expressas primeiramente por Ellen G. White nos primeiros meses da Guerra Civil Americana, quando ela declarou que, em harmonia com os princípios de sua fé, os Adventistas do Sétimo Dia não poderiam se engajar na guerra; os princípios da igreja e as exigências dos oficiais militares eram opostos um ao outro e, portanto, ambos não poderiam ser obedecidos ao mesmo tempo.

Pela decisão do comitê executivo da Conferência Geral em 02 de agosto de 1846, os Adventistas do Sétimo Dia se declararam oficialmente como não combatentes. Sob instrução do Comitê Executivo da Conferência Geral, John N. Andrews foi para Washington D. C. e preencheu uma declaração com o General Fry da Polícia Militar, em 20 de agosto de 1864. A Polícia Militar reconheceu o recibo poucos dias depois e subsequentemente o governo reconheceu os Adventistas do Sétimo Dia como não combatentes. Na terceira reunião anual da Conferência Geral realizada em Battle Creek, Michigan, em 17 de maio de 1865, a denominação reiterou sua posição de não combatente, e novamente na quarta reunião anual em 1866¹.

A convenção de 1866 adotou uma resolução sobre o dever dos Adventistas do Sétimo dia para com o governo. Os líderes da igreja reconheceram que o governo civil foi ordenado por Deus para que a ordem, a justiça, e a paz pudessem ser mantidas no território, e para que as pessoas pudessem viver em paz e honestidade. Em acordo com essa resolução, eles reconheceram a justiça em executar seu dever para com o governo como intimados no Novo Testamento, mas somente enquanto as exigências do governo não violassem a Lei de Deus.

Se eles o fizessem, então os Adventistas não teriam escolha a não ser recusar obedecer ao governo, já que, de acordo com as Escrituras, a Lei de Deus está acima das leis feitas pelos homens².

Na quinta reunião anual da Conferência Geral em Battle Creek em 1867, uma resolução foi adotada a qual reiterava a convicção dos Adventistas do Sétimo Dia de que carregar armas ou engajar-se na guerra era uma violação direta aos ensinamentos de Cristo e do espírito e cartas da Lei de Deus³. Nenhum novo pronunciamento foi feito pela Conferência Geral até Novembro de 1915, quando o Comitê de Resoluções Gerais da Conferência Geral reafirmou a posição dos Adventistas do Sétimo Dia sobre a questão do serviço militar e da sua relação com o governo, e novamente, em abril de 1917, em Huntsville, Alabama, quando eles passaram uma resolução parecida4. Em 1920, o então presidente da Divisão Norte-Americana, Irwin H. Evans, fez uma nova correção do ponto de vista denominacional que os cristãos devem se submeter a todos os decretos civis quando não entrarem em conflito com o seu dever para com Deus. Então, desde 1864, quando os Adventistas do Sétimo Dia fizeram sua primeira declaração oficial de não combates, até 1920, dois anos depois do fim da guerra, a política de denominação não havia mudado dos Estados Unidos5.

 

1-               Review and Herald (Battle Creek) 13 de Setembro de 1864, pág. 124; 7 de março de 1865, pág. 109; 23 de maio de 1865, pág. 197; Relatório da terceira reunião anual da Conferência Geral em Battle Creek, Michigan, 17 de maio de 1865;22 de maio de 1866, pág. 196.

2-     Review and Herald (Battle Creek), 22 de maio de 1866, pág. 196.

3-     Ibid. 15 de maio de 1868, pág. 283.

4-     Zions-watcher (Hamburg), 2 de dezembro de 1918, pág. 209;

Wächter der Wahrheit (Hamburg) 1° de abril de 1919, pág. 15.

5-     Review and Herald (Washington D. C.) 7 de junho de 1920, pág. 5; Lewis H. Christian, The aftermath of Fanatician or a Counterfeit Reformation (Washington D. C. 1948), pág. 30

Política adventista alemã quanto ao serviço militar e lei militar alemã

Logo após sua chegada à Alemanha em 1866, Louis R. Conradi foi confrontado com o problema do relacionamento dos jovens alemães adventistas do sétimo dia com o serviço militar. Os adventistas alemães se perguntavam se a política relativa ao serviço militar exercida nos Estados Unidos era igualmente aplicável à Alemanha, e se circunstâncias variáveis poderiam modificar corretamente a política. Quando a Sra. White estava em Basel, em 1886, os líderes adventistas europeus lhe pediram para que declarasse seu posicionamento quanto à questão. Ela respondeu que todo jovem que está no exército deve exercer seus deveres assim como o seu superior os ordena, mas com o entendimento distinto de não quebrar os mandamentos de Deus. Os líderes denominacionais europeus interpretaram essa afirmação como se a consciência do jovem assim o mandasse, o serviço militar poderia ser sancionado. Os adventistas que estavam de acordo na Alemanha exerceram seus deveres militares com disposição, contando que não incluísse o uso de armas de guerra e se o serviço não fosse feito no sábado, o seu Sabbath6.

Com o crescimento dos membros adventistas alemães, a questão do serviço militar se tornou um assunto crítico.

Na constituição de 1871 e nas leis militares do império alemão, cada jovem saudável era necessário para exercer os deveres militares no exército ou na marinha, e ele não poderia ser liberado desses deveres por um substituto ou reposição7. De acordo com a constituição, cada homem fisicamente capaz, entre as idades de 18 a 45 anos, era um membro da Landsturm (milícia)8. O serviço militar no exército permanente durante os tempos de paz era por um período de sete anos: três anos de dever ativo começando aos 20 anos, seguidos por quatro anos de dever de reserva. Isso era seguido por cinco anos na Landwehr ou na Guarda Nacional da primeira classe e serviço na segunda classe até os 39 anos9.

6-     Christian, op. cit. pág. 14.

7-     Deutsche Wehrordnung, sec. 2, par. 4, pág. 10; Handbuch der  Deutschen Verfassungen, “Constituição de 1871”, séc. XI, art. 57, pág. 21.

8-     Ibid., pag.20, pág. 22; “Reichs-Militargesetz,” 2 de maio de 1874, art. 2, sec. 4, par. 24, pág. 355.

9-     Handbuch der Deutschen Verfassungen, “Constituição de 1371,” séc. XI, art. 57, pág. 21; Deutsche Wehrordnung, “Gesetz, betreffend Aenderungen der Wehrpflicht,” vom 11 Februar 1888, pág. 358; sec. 2, par. 4, 5, pág. 11; par. 13, 14, 20, págs. 17-18; “Reichs-Militargesetz,” 2 de maio de 1874, art. 2, sec. 2, par. 8, pág. 350; art.2, sec.1, par. 2, 3, pág. 348.

 

Com exceção daqueles que se inscreveram para o corpus médico, todos os que participavam do serviço militar ou naval deveriam portar uma arma. A lei alemã não reconheceu escrúpulos pacifistas religiosos de qualquer tipo. A violação das ordens, quer por meio de não observância quer por violação arbitrária, era punida com prisão. Por lei, a detenção em tempos de paz poderia ser imposta, dependendo das circunstâncias, de 14 dias a 3 anos10.

Quando a ofensa consistia na recusa de obedecer a uma ordem de portar armas contra o inimigo por comando emitido em campo de batalha, a pena era a morte ou, em circunstâncias extenuantes, prisão por 10 anos de vida11.

Serviços militares praticados pelos Adventistas do Sétimo Dia na Alemanha de 1875 a 1914

A maior parte dos adventistas alemães antes de 1914 era contra o porte de armas; no entanto, eles não eram contra outros tipos de serviço militar contando que esse serviço não interferisse na sua observância do Sábado. Era compatível com os seus princípios religiosos trabalhar no corpo médico cuidando dos doentes no Sábado, ou executar tarefas sanitárias necessárias12.

 

10-  Aqueles isentos do serviço militar eram membros do Reichstan e Bundesrat, pessoas empregadas em indústrias militares vitais e os inaptos física e mentalmente. Embora nenhum outro fosse isento do serviço militar, os padres católicos não eram obrigados a carregar armas por causa de seus direitos canônicos, e algumas vezes ministros protestantes não eram chamados. Deutsches Wehrordnung, págs. 10-11; Jurgen Schreiber, Die Kriegsdlenstverweigerungeine historische und rechtscergleichende Untersuchung (Bonn, 1952), págs. 79-83.

11-  W. C. Solms, ed. Strafrecht und Strafprozess für Heer und Marine des Deutschen Reichs (Berlim, 1892), 3° ed., par. 93, págs. 109-110.

12-  Review and Herald (Battle Creek), 4 de fevereiro de 1896, pág. 72; Spicer, Our Story of Missions, págs. 112-113.

 

Os jovens Adventistas do Sétimo Dia convocados para as forças armadas antes de 1914 enfrentaram muitas dificuldades como resultado de adotarem suas crenças. Embora a própria organização ainda deixasse que os indivíduos escolhessem se eles deveriam portar armas e exercer seus deveres no sábado, a maioria se recusava a fazer. Em algumas instâncias, começando em 1878, os líderes da igreja foram chamados ante as autoridades militares, pois as cortes militares acreditavam que esses jovens recrutas eram influenciados por seus conselheiros espirituais, e não eram impulsionados por amor a sua religião. Os líderes da igreja, no entanto, afirmaram que cada soldado adventista deve agir de acordo com o que sua consciência diz. Em momento algum as cortes puderam determinar se um soldado estava agindo sobre influência de seu conselheiro espiritual. O Ministério Alemão de Guerra resolveu com a estrita aplicação da lei, esperando que a severidade das punições pudesse trazer esses jovens adventistas em termos. As autoridades militares ficaram perplexas ao descobrirem que esses soldados estavam dispostos a enfrentar duras punições ao invés de trabalharem no sábado. Sempre que algum soldado adventista fosse preso, os líderes da igreja consideraram que não seria sábio se os jornais denominacionais comentassem sobre o ato, temendo que sanções pudessem ser impostas13.

Os exemplos a seguir são ilustrações das dificuldades enfrentadas por soldados adventistas que sentiram que não deveriam se comprometer com aquilo que consideravam errado. Ocasionalmente os problemas eram resolvidos a favor do soldado, em outras vezes, não.

Robert Kümpel, em 1901, notificou seu comandante de que ele não poderia portar armas e trabalhar no sábado. Kümpel foi informado de que ele teria que estar disponível para abandonar suas crenças durante o tempo de serviço militar. Ele respondeu dizendo que era impossível para ele adotar essas condições e que se sua recusa resultasse em punição, ele preferiria sofrer. Os oficiais o aconselharam a ser sensato e reconsiderar sua posição. No primeiro sábado, no entanto, não lhe foi designada nenhuma tarefa. Durante a semana que se seguiu, o principal sargento informou Kümpel na frente de toda a companhia que ele não precisaria trabalhar no sábado, já que esse era seu dia de adoração. Ele poderia fazer o que quisesse naquele dia, mas nos domingos ele deveria trabalhar.14

 

13-  Review and Herald (Washington D.C.), 26 de setembro de 1907, págs. 12-13.

14-Zions-Wächter (Hamburg), 02 de dezembro de 1901, pág. 149.

 

               Johann Strasser recebeu isenção do serviço militar no exército prússico em 1903, por causa do exemplo dado por seu pai, Martin Strasser, 25 anos antes. Em resposta a pergunta de quanto tempo ele guardou o Sábado, Johann Strasser respondeu que ele o fazia desde sua infância, assim como os seus pais. Ao perguntarem se seu pai serviu no exército, ele respondeu afirmativamente, mas acrescentou que ele não trabalhara no sábado. Até aquela época (1878), o pai de Johann havia sido o único adventista que se recusou a trabalhar no sábado enquanto estava no exército, e sua desobediência resultou em um mandato de prisão de três anos. Os oficiais que interrogaram o filho daquele pai consciente se convenceram de que ele também se manteria fiel aos seus princípios religiosos e, portanto, ele ganhou liberdade nos sábados.15

Dois jovens adventistas receberam duras punições. Hermann Gross foi sentenciado a oito anos de prisão em 1904 e serviu quatro anos na prisão militar, frequentemente em confinamento solitário e por certas vezes em uma cela escura. Hans Kämer recebeu uma sentença parecida. Ambos esses homens foram soltos depois que oficiais médicos certificaram que um confinamento maior resultaria em morte.16

Os adventistas alemães recrutados no exército normalmente apresentavam a questão da observância do Sábado ao seu sargento, que por sua vez apresentava aos seus superiores. Certo adventista, Hebert Hauser, que entrou no serviço em 1905, foi enviado a um capelão que lhe falou que nenhuma explicação era exigida de escrúpulos religiosos de alguém, mas que ele, como um ministro, não poderia lhe aconselhar a trabalhar se isso fosse contrário às suas convicções. O comandante o informou que ele o honrava por seus princípios, mas nenhuma exceção poderia ser feita por causa das crenças religiosas de alguém. Depois de um exame físico, Hauser foi considerado física e mentalmente inapto, e foi condenado pelo comandante a 14 dias de prisão. No entanto, a sentença foi suspensa, já que o caso deveria ser tratado pela corte militar. Ele foi novamente enviado para o comandante, que o aconselhou a exercer seus deveres no sábado. Hauser ainda recusava a agir contrário aos seus princípios e foi colocado na prisão.

15-Review and Herald (Washington D. C.), 26 de setembro de 1907, pág.12; General Conference Bulletin V (9 de abril de 1903), 135; Hostorical Sketches, págs. 19-20; Spicer, Our Story of Missions, págs. 132-133.

16-Zions-Wächter (Hamburg), 27 de outubro de 1904, pág. 18; Historical Sketches, págs. 19-20.

 

Mais tarde, forçado a aparecer na corte marcial, ele teve a oportunidade de apresentar suas crenças adventistas. As autoridades militares ficaram surpresas em aprender que havia jovens que ainda aderiam tão estritamente a sua religião. Eles acreditavam que as punições impostas aos outros adventistas havia mudado a atitude dos soldados Adventistas do Sétimo Dia em relação à observância do Sábado. Durante a corte marcial de Hauser, Conradi e Schuberth se apresentaram e explicaram o posicionamento de sua igreja em relação a essa doutrina. Como resultado, depois de o assunto ter sido apresentado ao general e aos capelães militares, Hauser recebeu por várias semanas liberação do serviço no sábado.

Mais tarde, o sargento-mor leu para Hauser uma decisão do Ministério da Guerra declarando que a liberdade concedida nos Sábados seria interrompida. Então o sargento o entregou uma ordem para que ele se apresentasse para o serviço naquele dia, mas Hauser se recusou e foi sentenciado pela corte militar a 43 dias na cadeia.17 Depois de cumprir sua sentença, ele foi liberado e enviado de volta para seu comandante. Depois disso, Hauser tinha que se reportar ao comandante toda sexta-feira à noite antes de receber a permissão para receber o dia seguinte de folga. Posteriormente ele foi informado de que se ele recusasse o serviço no sábado mais uma vez ele seria enviado de novo para a corte militar. Enquanto isso, no entanto, ele foi enviado para o hospital Garrison, em Munique, para observação.

O médico não descobriu nada de errado com sua mente, mas relatou que os nervos do soldado foram gravemente enfraquecidos durante seu aprisionamento, e que ele estava inclinado a ter ataques histéricos, que provavelmente ocorreriam se ele fosse ordenado a exercer suas tarefas no sábado. Além disso, o médico certificou que Hauser tinha uma pré-disposição para tifo e pneumonia e, portanto o declarou inapto para o serviço. No entanto, a corte militar declarou Hauser mental e fisicamente normal e o sentenciou a dois meses de prisão por uma recusa anterior de trabalhar no sábado. Entretanto, por fim, ele foi dispensado por ser inapto. Ele protestou por ser dispensado por esse motivo, mas sem sucesso; as autoridades militares o aconselharam a aceitar e ficar satisfeito com o veredito.18

A maior parte dos soldados adventistas alemães servia voluntariamente como atendentes nos hospitais do exército, já que o serviço dessa natureza no sábado estava em harmonia com suas crenças. No entanto, alguns adventistas sentiam que a sua consciência não os permitia ir tão longe assim. Um deles era Friedrich Weinman. Depois de explicar suas crenças religiosas para o superintendente do hospital do exército em Karlsruhe, Baden, em 1906, Weinman pediu por liberação do serviço nos sábados. O superintendente recomendou ao comandante que esse pedido fosse aceito. Embora ele não tenha recebido a permissão direta desse oficial para ter os sábados livres do serviço, Weinman entendeu nas conversas com ele que a permissão estava implícita.

No sábado, no entanto, ele foi informado de que deveria lavar janelas naquela manhã, mas estaria livre para ir à igreja à tarde. O soldado implorou por permissão para executar o trabalho no domingo ao invés disso, e seu pedido foi aceito. No sábado seguinte, entretanto, ele recebeu ordens para pegar papéis dos gramados e trabalhar no hospital. O comandante, um católico, depois de várias conversas com Weinman, se convenceu de que suas crenças eram louváveis, e lhe deu o sábado livre do serviço.19

Outro jovem adventista, Conrad Mügge, de Altona-Hamburg, integrado no exército em 1906, foi preso por se recusar a trabalhar no sábado. O capelão da sua unidade se convenceu do cristianismo genuíno do jovem e foi para a Casa Publicadora de Hamburg para conseguir informações sobre as crenças adventistas. Em face do que ele considerava um exemplo notável de um homem defendendo suas convicções, o capelão escreveu um artigo no Neue Preussische Zeitung, um importante jornal conservador de Berlim, explicando as crenças de Mügge e dando apoio a ele nesse caso em particular. Entretanto, Mügge recebeu detenção por 14 dias em Spandau. Ele reintegrou ao serviço em 1907, mas já que ele permaneceu fiel às suas convicções religiosas, ele foi submetido à prisão investigativa por três semanas, e então foi enviado para Spandau pela segunda vez em maio de 1907, por um período de cinco meses.

Mais tarde no mesmo ano, ele foi alojado no hospício para seis semanas de observação. Após retornar ao serviço, ele foi preso novamente por se recusar a trabalhar no sábado. Depois de apenas dois anos no exército, ele havia recebido sentenças que totalizavam em cinco anos. Em 1908 ele foi colocado na prisão central em Kottbus, Brandenburg. Depois de servir três anos ele foi perdoado por bom comportamento e solto da prisão pela corte militar.20

17-  Zions-Wächter (Hamburg), 17 de setembro de 1906, págs. 309-310; Militar-Strafgesetzbuch (Military Penal Code for the German Empire), par. 48, cap.3, pág.16.

18-  Zions-Wächter. Loc. Cit.

19-  Ibid., 16 de abril de 1906, pág.146.

20-  Ibid. 01 de janeiro de 1912, pág. 12; Neue Preussische Zeitung, Berlin, 27 de junho de 1906, pág. 2.

 

Robert Ball, outro soldado adventista, teve que se apresentar a frente de uma corte militar em Magdeburg, em maio de 1907, para responder à acusação de desobediência intencional. O acusado já havia sido preso por dois meses pela mesma infração, e ele admitiu que, enquanto ele estava preso em Torgau, Sachsen-Anhalt, durante o mês de janeiro, ele se recusou a trabalhar nos sábados. Ele afirmou que, de acordo com as suas convicções religiosas, seria um pecado para ele ter que trabalhar do pôr-do-sol de sexta-feira até o pôr-do-sol de sábado, e que punição alguma o faria violar a sua consciência. O juiz não foi capaz de persuadi-lo a abandonar suas convicções e exercer seus deveres militares como um cidadão e então, a corte o sentenciou a seis meses de cadeia. Ao ditar a sentença, o juiz advertiu Rall de que ele seria sentenciado a árduos trabalhos se ele transgredisse pela terceira vez.21

Com o aumento dos casos de adesão às crenças religiosas na Alemanha, os oficiais do exército ficaram perplexos. Era evidente que os soldados adventistas não violariam sua consciência, não importa qual fosse a consequência. Por mais ou menos nove meses, entre 1904 e 1905, quando descobriram que mais um recruta era Adventista do Sétimo Dia, ele foi rejeitado como inapto para o serviço militar, mas o governo não deu continuidade a essa política. Ainda que com toda a disciplina militar alemã rigorosa, as autoridades lidavam relativamente bem com opositores pelo bem da consciência. Eles não impunham punições piores que o aprisionamento para os Adventistas do Sétimo Dia, ou trabalho nas fortificações ou em hospitais.22

21. Relatório manuscrito de L.R. Conradi, datado de 02 de setembro de 1907, Hamburg, Alemanha, enviado para a Conferência Geral, Washington D. C., Advent Source Collection; Volksstime, Magdeburg, Alemanha, 12 de maio de 1907, pág. 8.

22. Historical Sketches, págs. 19-20; Spicer, Our Story of Missions, págs. 132-133.

 

Parte IV

Adventistas do Sétimo Dia Alemães e a Guerra, 1914-1918

Capítulo IX

A crise no serviço militar

A Política Adventista do Sétimo Dia Alemã em relação ao Serviço Militar

Com a eclosão da guerra em 1914, os Adventistas do Sétimo Dia dos Estados Unidos ficaram muito preocupados com o sucesso continuo de seu movimento e com o bem-estar de seus irmãos na Europa. Confrontado com o problema do serviço militar obrigatório, o presidente Arthur Daniells e o Comitê Executivo da Conferência Geral tomaram um posicionamento decisivo, acreditando que eles não poderiam anunciar uma política uniforme para todos os membros da igreja ao redor do mundo, já que as situações e os regulamentos militares variavam em diferentes países. Então era esperado que os adventistas adequassem suas práticas de política da igreja de acordo com as regulamentações de seus respectivos países. Embora o Comitê Executivo da Conferência Geral tenha declarado oficialmente em 1914 que os princípios orientadores enunciados durante a Guerra Civil ainda eram válidos para os adventistas nos Estados Unidos, onde as condições eram favoráveis a eles, ele reconheceu a difícil posição dos adventistas na Alemanha, e concluiu que política alguma poderia ser ditada para orientação. Portanto, isso direcionou as conferências de cada país a chegarem às suas próprias conclusões conforme as circunstâncias permitiam, e se juntou a cada indivíduo para encontrar sua própria solução de acordo com o que a sua consciência dita, não se esquecendo de obedecer às leis de Deus, com uma ênfase especial no quarto mandamento (lembra-te do dia de sábado) e no sexto (não matarás). No geral, os adventistas europeus aceitaram esse conselho, mas quando encontraram dificuldades, seus escrúpulos religiosos se enfraqueceram, e eles escolheram a saída mais fácil.1

               Por muitos anos, antes da eclosão das hostilidades em 1914, L. R. Conradi, presidente da Divisão Europeia, Hans F. Schuberth, presidente da União Alemã Oriental, e Paul Drinhaus, presidente da Conferência Saxônica, haviam reiterado a política denominacional, que era oposta à execução das tarefas no sábado e ao porte de armas. Já que o governo alemão não reconheceu o posicionamento original da igreja, os líderes adventistas alemães, Conradi, Schuberth e Guy Dail, enviaram uma petição para o Ministério da Guerra em Berlim, em 1914, pedindo pela liberação de executar todas as tarefas militares dos homens adventistas nos sábados.²

O pedido foi recusado pelo Imperador William, que ele mesmo escreveu nas margens da petição: “sem desculpas para os adventistas”³

Consequentemente, esses líderes adventistas do sétimo dia na Alemanha, sem ver saída do serviço militar para os seus jovens, e afastados pelo crescente espírito de nacionalismo e propaganda política, assumiram a autoridade de notificar o governo de apoio da igreja do esforço militar nacional. O nacionalismo teve uma influencia tão forte sobre esses e outros líderes adventistas, assim como sobre a maior parte dos membros leigos, que eles se tornaram cegos aos princípios denominacionais básicos e às questões espirituais as quais jovens adventistas estavam enfrentando.4

Não havia pronunciamento organizacional formal para os membros alemães da igreja adventista no início da guerra sobre o seu comprometimento com o serviço militar. Nas diretrizes às várias igrejas, Conradi e Schuberth declararam a posição da igreja de forma não oficial. Em agosto de 1914, Conradi estipulou que em casos e emergência, os adventistas alemães poderiam executar os serviços militares, portas armas e trabalhar nos sábados.

 

  1. Zions-Wächter (Hamburg), 19 de outubro de 1914, pág. 467;

Wächter der Wahrheit (Hamburg) 01 de abril de 1919, págs. 5-6.

  1. Guy Dail foi o secretário da Divisão Europeia.
  2. Zions-Wächter (Hamburg), 19 de outubro de 1914, pág. 467; Cópia da carta manuscrita de H. F. Schuberth, Hamburg, Alemanha, ao Ministério da Guerra, Berlim, Alemanha, datada de 21 de julho de 1914, Avent Source Collection.
  3. Christian, The Aftermath of Fanaticism or a Counterfeit Reformation, pág.17.

 

Não havia pronunciamento organizacional formal para os membros alemães da igreja adventista no início da guerra sobre o seu comprometimento com o serviço militar. Nas diretrizes às várias igrejas, Conradi e Schuberth declararam a posição da igreja de forma não oficial. Em agosto de 1914, Conradi estipulou que em casos e emergência, os adventistas alemães poderiam executar os serviços militares, portas armas e trabalhar nos sábados.

Schuberth enfatizou esse mesmo posicionamento em uma carta para o Ministério da Guerra em Berlim, em 04 de agosto de 1914. A carta também apontava vários motivos do por que os adventistas do sétimo dia se opunham às tarefas militares nos sábados e ao porte de armas. Essa promessa ao governo alemão era uma completa inversão da posição histórica da denominação e era contrária à posição da Conferência Geral.

Isso foi reiterado em uma carta escrita por Conradi, Schuberth e Drinhaus ao comandante geral do VII Corpo do Exército em Dresden, em 05 de março de 1915.5

Schuberth também emitiu um anúncio não oficial aos membros adventistas na Alemanha através de uma diretriz emitida a várias igrejas em setembro de 1914, dizendo que o não combate não existia na Alemanha. Então ele achava admissível que os adventistas alemães portassem armas. Era uma fraca tentativa de justificar a promessa que ela havia acabado de fazer ao governo alemão. Uma esmagadora maioria de membros da igreja aceitou e apoiou o posicionamento de Conradi e Schuberth. No entanto, cerca de 2% dos membros condenou o posicionamento de Conradi e se recusou a obedecer isso. Sua persistente recusa resultou na destituição dos membros da igreja e no desenvolvimento de um movimento opositor.  O movimento chamado de “reforma” será mais bem tratado no capítulo 6.6

 

  1. Cópia do manuscrito de F. F. Schuberth, Hamburg, Alemanha, para o Ministério da Guerra, Berlim, Alemanha, 04 de agosto de 1914, Advent Source Collection; Christian, op. cit., pág.38.
  2. Wächter der Wahrheit (Hamburg), 01 de abril de 1919, pág.8;

Dreadner Neusten Nachrichten, 12 de abril de 1918, pág. 3;

Zions-Wächter (Hamburg), 03 de maio de 1915, pág. 139.

 

O descontentamento entre um pequeno segmento de membros da igreja com o posicionamento de Conradi sobre a questão militar o incitou a dar uma nova explicação em abril de 1915. Ele colocou a questão em circulação para todos os membros do Departamento Missionário das Uniões Alemãs e para as organizações de conferências locais.

Conradi aconselhou os membros a exercerem seus deveres militares para a Pátria, mesmo nos sábados, mas ele deixou para cada consciência individual de cada um decidir seguir ou não esse conselho. Se as diretrizes da igreja parecessem contrárias às suas convicções, eles tinham liberdade para recusar. A sanção de Conradi do serviço militar e do trabalho no sábado foi eficaz em mudar as práticas dos soldados adventistas. O líder adventista alemão também aconselhou os membros da igreja a orarem pela vitória das forças alemãs. Conradi autorizou essas ações sem nenhuma sanção oficial de lugar algum, união, divisão ou Conferência Geral.7

Apesar das explicações aos membros a respeito da posição adventista sobre o serviço militar, o descontentamento continuava e a oposição os acusava de quebrar os mandamentos. Nessa acusação eles eram totalmente justificados, já que um dos Dez Mandamentos proíbe o trabalho no sábado. Perturbada pela crise que a chegada da guerra havia precipitado para os adventistas do sétimo dia na Alemanha e em qualquer outra parte da Europa, a secretaria da Divisão Europeia, em junho de 1915, pediu pela opinião da Sra. Ellen G. White na Califórnia.8 Ao mesmo tempo em que a Sra. White já era bem avançada de idade, ela estava há um mês de sua morte, o seu filho, William C. White, respondeu por ela.

  1. Wächter der Wahrheit (Hamburg), 01 de abril de 1919, págs. 5-7;

Review and Herald (Washington D. C.), 20 de janeiro de 1921, Christian,op.cit. pág. 47

  1. Zions-Wächter (Hamburg), 06 de dezembro de 1915, pág. 365; Guy Dail, Berne, Suíça, a Sra. Ellen G. White, St. Helena, Califórnia, 10 de junho de 1915, Publicações de Ellen G. White.

Ele contou uma recente conversa durante a qual ele apontou para ela que alguns membros da fé, tanto na América quanto na Europa, acreditavam ser melhor para os jovens adventistas recusar portar armas, mesmo quando eles sabiam que, como resultado de sua ação, eles seriam fuzilados. A Sra. White respondeu ao seu filho: “Eu não acho que eles devam fazer isso. Eles devem exercer os seus deveres enquanto o tempo durar”. O significado dessa declaração não ficou totalmente claro para os oficiais denominacionais e causaram certa confusão.9

Mais tarde, como suplemento a carta de seu filho, apesar de suas enfermidades, Ellen White enviou uma carta para a Divisão Europeia na qual ela encorajava todos os homens convocados a exercer o serviço militar a permaneceram enquanto fosse necessário. Como justificativa, ela recordou seus leitores quando Cristo ficou perante Pôncio Pilatus, o governador romano da Judéia, Ele reconheceu que as guerras não eram sempre injustas ou erradas. Sua declaração foi normalmente interpretada por adventistas alemães, no sentido de que os homens adventistas deveriam exercer fielmente seus deveres militares portando armas ou servindo no sábado, se necessário. Os líderes adventistas da Alemanha, à luz da mensagem da Sra. White, viram todos os pedidos de licença do serviço militar como um desejo de escapar de um serviço necessário.

A Sra. White não emitiu sua declaração como uma declaração oficial da igreja; a autoridade dos pronunciamentos da igreja permaneceram somente para o Comitê Executivo da Conferência Geral.10

A secretária da Divisão Europeia enviou cópias e traduções alemãs das duas cartas de Ellen White para vários líderes e igrejas na Alemanha. De acordo com a interpretação da secretaria das declarações de Ellen White, a organização adventista de cada país tinha a autoridade de decidir qual posição tomar a respeito do serviço militar. Os membros do Comitê Executivo da Divisão Europeia esperavam que se os adventistas do sétimo dia exercessem seus deveres para com o governo, o desejo da denominação de respeitar a questão do sábado receberia uma atenção mais favorável.11

O órgão oficial adventista, Zions-Wächter, citou Martin Luther para justificar a posição tomada pela igreja na Alemanha. Luther de fato justificou o porte de armas em defesa do lar e da família; a espada e a guerra, ele afirmou, foram instituídas por Deus para punir a injustiça e proteger os justos. Os líderes adventistas alemães instruíram que sob as dadas circunstâncias, a participação na guerra não era uma violação do sexto mandamento e que os deveres de guerra no sábado não eram uma violação do quarto mandamento, já que a guerra um trabalho de necessidade, permitido no sábado.12

 

  1. William C. White, St. Helena, Califórnia, para Edson White, Washington D.C., 11 de Abril de 1915; W. C. White, st. Helena, para Guy Dail, Berne, Suíça, 30 de Junho de 1915, Ellen G. White Publications.

 

  1. Zions-Wächter (Hamburg), 06 de Dezembro de 1915, pág. 365; Arthur White, Washington D. C., para Jack M. Patt, Campbell, Califórnia, 05 de Julho de 1955, em posse de Jack Patt, Santa Clara, Califórnia.
  2. Ibid., 02 de Dezembro de 1918, pág. 209.
  3. Ibid., 05 de Julho de 1915, pág. 201; 01 de Fevereiro de 1915, pág. 34; 06 de Dezembro de 1915, pág. 365; Êxodo 20:8-11, versão King James autorizada.
  4. Ibid., 05 de Julho de 1915, pág. 201; Wächter der Wahrheit (Hamburg), 01 de abril de 1919, pág. 8.

               Durante os anos de guerra, entre 1914 e 1918, como em anos anteriores, a grande maioria dos adventistas na Alemanha, assim como em outros lugares, acreditava que matar era anticristão. Não obstante, a guerra ganhou um significado diferente quando os seus líderes, Conradi e Schuberth, os persuadiram que pelo seu significado, mulheres e crianças, casas e posses, virtude, honra e paz, seriam defendidas. Eles se tornaram convencidos de que não era errado portar armas naquele caso, e a maior parte dos adventistas alemães lutaram com a justa convicção de que o seu país seria justificado na guerra.13

Conradi descobriu a oposição à sua posição no serviço militar pelos membros do Comitê Executivo da Conferência Geral, em novembro de 1915, quando ele atendia a reunião em Loma Linda, Califórnia, e quando William Spicer visitou a Alemanha em 1917. Na reunião de Loma Linda os membros do comitê se recusaram a sancionar o documento enviado para o governo alemão por Schuberth em 1914, apoiando o posicionamento do governo. Mais tarde eles falaram a Conradi que ele teria que voltar e “encontrar seu caminho da melhor forma que pudesse em meio a uma multidão de dificuldades naqueles dias de guerra”.

É evidente que o comitê ficou conturbado com a atitude obstinada de Conradi e decidiu que, já que ele havia se colocado nessa situação, ele teria que se livrar disse o melhor que conseguisse. Conradi ficou perplexo e desapontado com a atitude aparentemente insensível do comitê e, de fato, ficou ressentido. Quando ele voltou para a Alemanha, ele disse aos membros que a Conferência Geral o direcionou da melhor forma possível sob as circunstâncias. A liderança alemã já havia sentido que eles estavam fazendo o melhor que eles podiam naquelas circunstâncias e não consideraram nenhuma mudança de posição. Subsequentemente, a Conferência Geral informou as igrejas na Grã-Bretanha, na Escandinávia, e outros lugares da Europa da decisão alemã e da atitude do Comitê Executivo em relação à ação de Conradi e Schuberth. Os líderes adventistas desses outros lugares apoiaram firmemente o posicionamento tradicional da denominação em relação ao serviço militar e aprovaram a ação do Comitê Executivo da Conferência Geral na sua condenação de Conradi e sua irmandade na Alemanha.14

 

  1. Christian, op. cit., págs. 26, 28, 34; Minutos da reunião do Comitê Executivo da Conferência Geral, 13 de Novembro de 1915, feita em Loma Linda, Califórnia, Advent Source Collection.
  2. Review and Herald (Washington D.C.), 14 de Junho de 1917, pág. 11; Christian, op. cit., pág. 30.

Os adventistas alemães receberam um novo lembrete do histórico de posicionamento da denominação a respeito do serviço militar quando, em maio de 1917, o Comitê Executivo da Divisão Norte-Americana reafirmou a sua posição. Nas discussões do comitê ficou claro que os membros olhassem para as novas resoluções visto que o comentário da denominação sobre o que eles achavam errado foi tomado pelos seus colegas alemães. Alguns membros do comitê sentiram que eles deveriam ter feito uma declaração inequívoca em 1914; se o posicionamento da denominação tivesse sido bem claro na época, eles argumentaram, a crise na Alemanha poderia ter sido evitada. Mas 1914 estava além das recordações e agora, em 1917, logo após a entrada dos Estados Unidos na guerra, era eminente que a igreja na América revisasse e renovasse as velhas atitudes adventistas em relação à guerra e à guarda do sábado. A Review and Herald e outros jornais denominacionais publicaram repetidamente as decisões do comitê durante o restante da guerra e cópias foram para os irmãos na Grã-Bretanha, na França e na Escandinávia.15

Desenvolvimento de um movimento opositor do advento

Antes da eclosão da primeira Guerra Mundial havia pouca discórdia entre os adventistas do sétimo dia na Europa. Então um sectarismo quase que simultâneo se desenvolveu nos estados bálticos, os Balcãs, os Países Baixos e Alemanha. Na Alemanha, o “falso movimento de reforma”, como ele veio a ser chamado pela denominação, originado por Karl Hossfeld, um ex-ministro adventista do sétimo dia que morava em Berlim, que disse ter recebido uma visão de Deus em janeiro de 1915, a qual revelava que o fim do mundo viria na primavera daquele ano. Ele foi logo acompanhado por Samuel Elsner, um ex-ministro itinerante adventista do sétimo dia que havia sido excomungado por suas ideias excêntricas. Ambos haviam desertado o exército e foram para Bremen, onde eles receberam a proteção e o apoio financeiro de alguns membros da igreja. Naquela cidade e em outros lugares eles distribuíram um folheto, em 1915, intitulado “Sinais dos Tempos”, que afirmava que o fim do mundo já havia começado em 1914, quando a guerra eclodiu, uma previsão que contradizia a suposta visão de Hossfeld. Em 1916, Hossfeld afirmou que o segundo advento ocorreria em 1918, e apresentou um gráfico de datas proféticas como evidência para a sua conclusão.16

Tanto Hossfeld quanto Elaner tiraram rapidamente vantagem da discórdia que surgiu na igreja quando ao serviço militar. Em 1914, alguns dos líderes adventistas alemães declararam seu apoio publicamente ao porte de armas por soldados adventistas e à execução do serviço nos sábados durante as emergências da guerra.17  Hossfeld e Elaner, ansiosos por circular suas próprias ideias entre toda a denominação adventista e ganhar controle sobre ela, afirmaram que seu movimento se originou como um protesto contra o erro cometido pelos líderes adventistas alemães na questão dos deveres militares.18

  1. Christian, op. cit., págs. 18-19, 21.
  2. Esses líderes adventistas alemães eram Hans F. Schuberth, Louis R. Conradi, Guy Dail, e Emil Frauchiger.

Ibid,. págs.19, 20.

  1. Zions-Wächter (Hamburg), 17 de Abril de 1916, pág. 132.
  2. Christian, op. cit., págs. 17, 19-20.

 

Na verdade, entretanto, este não foi o caso, porque essas ideias sobre o fim do mundo cresceram não só na Alemanha mas também em outras partes da Europa, onde os adventistas não eram influenciados por qualquer erro dos líderes adventistas alemães; e esse grupo de oposição também não começou seus ataques até algum tempo depois da carta de Schuberth enviada ao governo alemão dando apoio ao porte de armas e à execução dos deveres nos sábados pelos adventistas. A facção poderia citar a condenação da Conferência Geral sobre o porte de armas e trabalho no sábado pelos adventistas alemães, mas na verdade, isso estava fora de harmonia com a Conferência Geral por causa de sua oposição a qualquer tipo de serviço militar. Hossfeld e seus seguidores distribuíram cem mil cópias de um folheto afirmando que os líderes adventistas do sétimo dia haviam deixado os princípios de sua fé ao defender o porte de armas e a execução do serviço militar no sábado.19

                Hossfeld, Elaner e seus seguidores se tornaram opostos às politicas da igreja em outros pontos e provocaram confusão e completa rebelião entre aproximadamente 400 membros da igreja adventista, uns 2% dos membros na Alemanha. Como resultado dessas atividades, uma crise se desenvolveu em 1915 na organização adventista do sétimo dia na Alemanha. Foi essa atividade e não a questão do serviço militar, que fez com que Conradi e seu grupo expulsassem a facção da organização regular da igreja. Logo então os dissidentes começaram um novo movimento, chamando a sua organização de Igreja Adventista do Sétimo Dia da Reforma.20 Esse grupo incluía homens de talento, antigos oficiais da organização da igreja regular, que se tornaram grandes inimigos da igreja. Alguns deles, no entanto, nunca foram adventistas.21

  1. Pelo bem da brevidade e para distingui-los da organização adventista do sétimo dia ortodoxa, eles serão, de agora em diante, chamados de “reformistas”.
  2. Christian, op. cit., págs. 19-22; Wächter der Wahrheit (Hamburg), 01 de abril de 1919, pág. 3; Zions-Wächter (Hamburg), 03 de Abril de 1916, págs. 107-108.
  3. Christian, op. cit., págs. 21, 22, 26.

               Amargurados pela sua expulsão da organização da igreja regular, os “reformistas” emitiram um documento contra o militarismo e a guerra, em nome da organização Adventista do Sétimo Dia, e o enviaram para o governo. As autoridades militares emitiram imediatamente uma ordem para cessar todas as atividades missionárias adventistas, mas a ordem foi anulada depois dos oficiais adventistas do sétimo dia exporem sua decepção.22

Hossfeld e Elaner fizeram de Conradi o principal objeto de seus ataques verbais e escritos. Eles tentaram desacreditá-lo através de falsas acusações, emitindo em 1916, o que eles chamaram de suas “crenças reconhecidas”. Eles reclamaram que ele sancionou comer carne de porco e tomar bebidas alcoólicas, as quais ambas eram contrárias aos princípios da igreja. Conradi negou firmemente as acusações e afirmou que ele escreveu e falou contra essas coisas por trinta e oito anos. Ele se referiu os membros da nova seita como falsas testemunhas tentando estigmatizar injustamente os líderes adventistas do sétimo dia.23

Os “reformistas” fizeram acusações contra a igreja organizada, entre eles o seguinte: as doutrinas adventistas eram disseminadas sem nenhum entusiasmo pela organização da igreja na Alemanha; Deus exigia obediência completa da Sua Lei, mas os adventistas do sétimo dia, através de reconhecimento público de obediência ao estado, mostraram a sua descrença e o seu descaso para com a Lei de Deus; os adventistas do sétimo dia violaram o quarto e o sexto mandamento24, enquanto os “reformistas” observavam fielmente o sábado e se opunham ao “porte de armas sob qualquer circunstância”25; os ministros e líderes da igreja adventista do sétimo dia foram alheios aos sinais dos tempos assim como foram os cegos e endurecidos israelitas, a quem eles vieram a se parecer; não se fazia um trabalho missionário genuíno pela Conferência Geral desde 1909. Algumas dessas acusações eram sem dúvidas verdade, mas outras eram exageradas.26

  1. Zions-Wächter (Hamburg), 03 de abril de 1916, págs. 107-108.
  2. Quarto mandamento: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou. Êxodo 20:8-11 (Versão Almeida Revista e Atualizada).
  3. Wächter der Wahrheit (Hamburg), 01 de abril de 1919, págs. 36-37.
  4. Zions-Wächter (Hamburg), 03 de abril de 1916, págs. 107-108.

Os “reformistas” ensinavam abertamente, tanto em palestras quanto em panfletos, que a igreja adventista do sétimo dia era a “Babilônia”, a igreja falsa ou apóstata, e pressionaram todos os membros a enviarem seus dízimos e ofertas para a verdadeira Igreja da Reforma. A nova seita não apenas insultou a Divisão Europeia dos Adventistas do Sétimo dia e seus líderes, acusando-os de “apostasia vergonhosa”, mas também incluiu todos os adventistas no termo “apóstatas”. A sua expressão “apostasia vergonhosa” se referia primariamente à carta enviada pelos líderes adventistas para as autoridades militares alemãs a respeito dos deveres dos adventistas na guerra e a atitude a qual os soldados adventistas deveriam tomar em relação ao porte de armas. Aqueles jovens adventistas que serviram no serviço médico foram condenados e o corpus médico foi denunciado como o “serviço do diabo”.27

Em contraste ao serviço que os adventistas do sétimo dia prestaram às forças armadas, os “reformistas” entraram no exército com má vontade e alguns ainda desertaram, enquanto outros faziam tudo o que podiam para evitar o serviço militar. Já que o governo foi condescendente com os ministros do evangelho, eles não foram chamados imediatamente. Dos outros vinte, a fortuna de seus líderes, Friedrich Wieck e Adolph Czukta, era típica. Ambos os homens foram convocados ao exército logo nos primeiros dias de guerra, mas eles se recusaram a portar armas com o fundamento de que eles não poderiam violar o sexto mandamento.

Ambos ganharam permissão para servir sem armas por várias semanas, até chegar a hora de serem enviados para combate. Então, pela primeira vez, eles foram presos por 14 dias por se recusarem a serem vacinados. Eles foram avisados de que se continuasse a resistir, eles seriam executados por um pelotão de fuzilamento. Logo antes da partida de sua unidade para o front, eles desertaram e se esconderam em Berlim, de onde eles enviaram de volta seus uniformes para a unidade. Eles então se passaram por pregadores itinerantes e conseguiram se descolar durante várias semanas sem serem molestados, Wieck em Kiel e Czukta em Berlim. Eles eram eventualmente presos e provados no seu posicionamento religioso. Eles não defenderam suas ações ante a corte militar, e a igreja também não fez esforço algum para defendê-los. Como resultado eles foram sentenciados a cinco anos de prisão, uma pena que os outros adventistas “reformistas” também receberam quando recusaram o serviço militar. A saúde de todos ficou prejudicada por causa da falta de calor e alimentação apropriada na prisão, e cinco deles morreram logo após serem soltos.28

  1. Christian, op. cit., págs. 21, 22, 26.

 

  1. Johannes Ohrtamann, Die Kriegsdienst-Gegnerbewegung (Heide, 1932), pág. 9.

 

Os Adventistas na Guerra

Mais de dois mil adventistas do sétimo dia, incluindo muitos missionários, estavam entre os milhões de soldados no exército alemão de 1914 a 1918. Esse número representava mais ou menos 10% do número total de membros adventistas na Alemanha.

Em algumas organizações da conferência mais da metade dos homens viu a atividade do serviço militar. Desses dois mil adventistas alemães engajados na guerra, 257 foram mortos em ação.29

Os soldados adventistas alemães exerciam diferentes tipos de tarefas no serviço militar. Por causa de suas crenças religiosas, a maior parte dos recrutados durante o primeiro ano de guerra pedia por serviços no corpus médico. Relativamente poucos desses pedidos foram aceitos, sob a indução de se o soldado era fisicamente apto para o serviço de combate. O exército se esforçava para tratar todos os alistados de forma igual e não mostrar favoritismo. Logo mais, o imperador, o governador e o exército não aceitaram objeções conscienciosas. Comandantes individuais da companhia, ainda que fora da sua compreensão de simpatia pessoal, recomendaram transferências para o corpus médico; mas após as autoridades da igreja darem o seu apoio abertamente ao governo, os homens adventistas alistados não conseguiam mais defender facilmente sua oposição ao trabalho no sábado e aos deveres militares regulares, e também não poderiam mais esperar pela clemência antes concedida a eles. Muitos, inclusive ministros, exerceram seus deveres no combate sem remorso aparente. A ação de seus líderes religiosos facilitou para que eles violassem assuas antigas convicções. No entanto, alguns poucos soldados adventistas mantinham seus escrúpulos religiosos e tinham que pagar duras consequências.30

Os ministros adventistas não estavam isentos do serviço militar, e assim que os superiores de sua igreja deram o sinal, seu espírito de patriotismo os fez feliz em cumprir. Algumas vezes o comandante da companhia permitia que um ministro adventista atuasse como pastor e realizasse serviços religiosos para os soldados, e assim ele seria dispensado de usar armas.31

 

  1. Zions-Wächter (Hamburg), 17 de Agosto de 1914, pág.401;

04 de Janeiro de 1915, pág. 2; 06 de Março de 1916, pág. 73; Review and Herald (Washington D. C.), 23 de Dezembro de 1920, pág. 14.

  1. Zions-Wächter (Hamburg), 03 de Maio de 1915, pág. 139; 19 de Julho de 1915, pág. 256; Review and Herald (Washington D. C.), 23 de Dezembro de 1920, págs. 11-14; Schreiber, Kriegsdlenstverweigerung – eine historische und rechtscergleichende Untersuchung, pág. 81.
  2. Zions-Wächter (Hamburg), 03 de Julho de 1916, pág. 188; 06 de Maio de 1918, pág. 67; 05 de Agosto de 1918, pág. 130.

De vez em quando os soldados adventistas se reuniam normalmente em grupos de 5 a 10 pessoas. Era muito raro que tivesse mais na mesma unidade. Eles acreditavam fortemente no poder da oração para ajuda-los nas dificuldades. Alguns se reuniam todas as noites para orar e realizar serviços religiosos. Sempre que possível, eles faziam seus próprios cultos no sábado, ou tentavam visitar a igreja da denominação caso houvesse uma na vizinhança. Ocasionalmente eles podiam guardar o sábado com famílias adventistas localizadas próximas ao seu destino. Era frequente não haver ouvintes adventistas nas reuniões conduzidas pelos soldados, de forma específica entre os dentes. Esses jovens adventistas como grupo não tinham vergonha de praticar aquilo que eles acreditavam.

Como cristãos alemães eles oravam no campo de batalha, assim como em qualquer outro lugar, pedindo que suas vidas fossem poupadas e fossem vitoriosos sobre o inimigo, e eles oravam para que a paz viesse logo. Como membros de sua denominação especial, eles oravam pedindo dispensa dos seus deveres aos sábados, e sempre expressavam seu anelo pela volta de Cristo e pelo fim de tudo na terra.32

Durante a guerra, não havia nenhuma política regular no exército alemão a respeito de conceder aos soldados adventistas do sétimo dia liberdade aos sábados. O comandante da companhia era quem determinava a alocação das tarefas, e geralmente não havia inclinação entre os oficiais de garantir privilégios, que poderiam ser entendidos como favoritismo, para uma pessoa ou grupo. No entanto, alguns oficiais simpatizavam com os escrúpulos dos adventistas e permitiam que seus homens adventistas ficassem livres aos sábados, se a ocasião fosse apropriada. As reais condições de batalha e a pressão dos deveres frequentemente faziam um dia sem impossibilidades, e eram as necessidades práticas e não o preconceito que pesavam mais na balança quando os adventistas pediam por considerações incomuns. Se um soldado adventista fosse transferido para uma nova unidade, ele teria que renovar seu pedido por privilégios no sábado, já que a decisão no exército alemão sempre ficava com o comandante da companhia. Algumas vezes esse pedido tinha que ser feito a cada semana. Alguns adventistas não receberam o sábado livre no primeiro pedido, mas com persistência e explicações eles recebiam o dia de folga. Como regra geral, eles trabalhavam nos domingos em compensação pelo privilégio.33

 

  1. Ibid., 05 de Janeiro de 1915, págs. 3-5; 15 de Março de 1915, pág. 85;03 de Maio de 1915, pág. 139.
  2. Schreiber, op. cit., págs. 10-11; Zions-Wächter (Hamburg), 19 de Julho de 1915, págs. 219, 221; 18 de Fevereiro de 1918, pág.28;

19 de Abril de 1915, pág. 185; 15 de Janeiro de 1917, pág. 11.

 

               Alguns poucos soldados adventistas eram presos e levados à corte-marcial por se recusarem a exercer seus deveres no sábado. Outros ainda ficavam em seus quartéis sem permissão e sofriam prontamente as consequências. Os oficias da companhia e seus colegas soldados ficaram espantados que alguém pudesse resistir às ordens militares pelo bem de sua consciência. O interesse que assim aumentou garantia aos soldados adventistas a oportunidade de testificar sobre sua fé, explicar suas crenças e distribuir publicações religiosas. Entretanto, a maior parte dos recrutas que não recebiam os sábados livres executavam seus deveres naquele dia para evitar dificuldades com as autoridades. Não havia membro da igreja adventista do sétimo dia que recusava a iniciação no exército por causa de sua consciência. Havia muitos, porém, do grupo da reforma adventista que recusava a iniciação, e em alguns casos eles se escondiam para escapar do serviço militar. A maior parte deles era presa e levada para a corte-marcial.34

Apesar de sua rendição às necessidades da lei militar alemã, a maior parte dos soldados adventistas no serviço era de missionários ativos.

Isso não era incomum, já que o treinamento adventista, que era minucioso, sempre enfatizava a importância e necessidade de missionários ativos. Essa iniciação sem dúvidas foi melhorada pelos ministros adventistas descrevendo os não-adventistas como estando escondidos na escuridão espiritual. Era o desejo de “salvar” e levar luz àqueles que estavam na “escuridão”. Consequentemente, os soldados adventistas eram inspirados com fervor religioso a dar estudos bíblicos aos seus camaradas, mesmo durante os tempos de batalhas.

Os soldados adventistas fizeram grandes pedidos para os membros adventistas em casa por livros religiosos, Bíblias e papeis para distribuição. Algumas vezes eles pediam publicações em francês, russo e outras línguas, para serem distribuídas entre os prisioneiros e cidadãos. Quanto mais a guerra durava, maior era a demanda por publicações religiosas. Os soldados adventistas distribuíram centenas de publicações, tais como Herold der Wahrheit, tratos, e outros papeis. Quando eles ensinavam e discutiam doutrinas adventistas, eles enfatizavam nos sinais e condições do mundo nos últimos dias de sua história, assim como está escrito no livro de Mateus. Eles acreditavam, assim como a denominação em um todo, que a Guerra Mundial era um sinal do advento iminente de Cristo. Alguns soldados não-adventistas eram convidados aos lares adventistas onde esses artigos de fé eram livremente discutidos. Em algumas poucas ocasiões os soldados adventistas eram convidados às casas dos oficiais e aproveitavam a oportunidade para dar a eles livros adventistas, Bíblias, Bíblias de estudo, mas tal convite era muito raro, já que a confraternização entre oficiais e recrutas não era comum.

Como resultado da atividade missionária dos soldados adventistas e exemplo do seu caráter cristão, 286 pessoas conhecidas no exército alemão foram convertidas ao adventismo. Alguns soldados adventistas eram, certas vezes, ridicularizados pelos seus camaradas por causa de suas crenças; algumas vezes eles eram proibidos de falar sobre a Bíblia e suas crenças religiosas pelos seus comandantes. Apesar dessas dificuldades, a maior parte dos soldados adventistas nunca perdeu a coragem, mas continuou a discutir sobre suas crenças religiosas sempre que podia.35

  1. Schreiber, op. cit., págs. 8-11; Zions-Wächter (Hamburg), 21 de Outubro de 1918, pág. 188; 19 de Fevereiro de 1917, pág. 43; 03 de Julho de 1916, pág. 188; 06 de Maio de 1918, pág. 67; 01 de Abril de 1918, pág. 54.
  2. Zions-Wächter (Hamburg),06 de Junho de 1904, pág. 115; 21 de Outubro de 1918, pág. 188;19 de Fevereiro de 1917, pág. 43; 03 de Julho de 1916, pág. 188; 06 de Maio de 1918, pág. 67; 15 de Janeiro de 1917, pág. 11; 01 de Abril de 1918, pág. 54; 05 de Agosto de 1918, pág. 130; 07 de Outubro de 1918, pág. 165

Autor: Jacob M. Patt

Fonte: “The History of the Advent Movement in Germany”, capítulos 8 e 9, 1958

Tradução: Giovanna Finco


PDF: Serviço Militar na Alemanha