O número exato é uma questão controversa entre os evangelistas. Notemos todas as referências à aparição de Jesus após sua ressurreição:
Mateus relata que primeiro Jesus apareceu às mulheres – Maria Madalena e a outra Maria, sua mãe (Mat. 28: 1 e 9) – e em seguida aos onze discípulos na Galiléia (Mat. 28: 16).
Segundo o registro de Marcos Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena (Mar. 16: 9), depois a dois discípulos no caminho (Mar. 16: 12) e finalmente apareceu aos onze (Mar. 16: 14).
Para Lucas dois anjos apareceram a Maria Madalena, Joana e Maria anunciando a ressurreição de Jesus (Luc. 24: 4 e 10) e elas falaram essas palavras aos onze discípulos e outros que estavam com eles (Luc. 24:9). Posteriormente, Jesus mesmo apareceu para dois discípulos no caminho de Emaús, um deles reconhecido por Cléopas (Luc. 24: 13 e 18). Note-se que Cléopas não fazia parte do grupo dos 12 discípulos chamados por Jesus e que não há outra referência bíblica a Cléopas. Temos somente o marido de Maria que estava junto à cruz e que se chamava Clopas, podendo se tratar da mesma pessoa (Jo. 19:25). Esses dois discípulos, depois do encontro com Jesus, voltaram para Jerusalém e encontraram os onze reunidos e outros com eles (Luc. 24: 33) e logo em seguida o próprio Jesus apareceu no local, para os treze e os outros que ali estavam (Luc. 19: 36).
Na versão de João, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena (Jo 20: 14) e mais tarde no mesmo dia aos discípulos, menos Tomé (Jo 20: 19). Passados oito dias apareceu novamente aos discípulos que estavam reunidos com Tomé junto (Jo 20: 26). Finalmente apareceu outra vez na praia a sete discípulos (Jo 21: 2).
Em I Coríntios, Paulo, que não foi testemunha das aparições de Jesus após sua ressurreição, relata que Jesus apareceu a Cefas (Pedro) e depois aos doze (I cor. 15:5). Depois teria sido visto por mais de quinhentos de uma só vez, alguns ainda vivos na época de Paulo (I Cor. 15:6). Em outra ocasião apenas por Tiago e em seguida por todos os apóstolos (I cor. 15:7).
Enfim, como podemos perceber há divergências nos relatos. O número de discípulos varia em cada um deles. O número onze é o mais recorrente, mas aparecem ainda nos registros Cléopas, seu companheiro e outros não identificados.