Daniel Oscar Plenc
É possível descrever o quarto anjo de Apocalipse 18, embora a bíblia somente utilize essa expressão duas vezes, no contexto da quarta trombeta e da quarta carta. (Apocalipse 8:12, 16:8)
A identificação do outro anjo requer um estudo do que se descreve em Apocalipse 14, 17 e 18. A primeira coisa que podemos ver com clareza nisso tudo é que o anjo de Apocalipse 18 repete e amplia a mensagem do segundo anjo de Apocalipse 14. Ellen White vê isso como o símbolo profético da proclamação da mensagem final de Deus para o tempo nos tempos da chuva serôdia, denominando forte clamor (Primeiros Escritos, pp. 277 – 279). A obra do anjo de Apocalipse 18 tomou lugar durante o derramamento final do Espírito Santo (The Review and Herald, 13 de Outubro de 1904), embora não se possa anunciar uma data específica para o seu cumprimento. (The Review and Herald, 189 de março de 1892). Não se fala de um decaimento da mensagem do terceiro anjo por parte da igreja, mas de uma intensificação da Sua obra. Aqui se repete a mensagem da queda da Babilônia, tal como disse o segundo anjo, com a menção adicional das corrupções que se tem introduzido nas igrejas desde 1844. A obra desse anjo começa em tempo para unir-se com a última grande tarefa da mensagem do terceiro anjo, quando este se intensifica para tornar tudo aquilo em uma forte proclamação. Assim se separa o povo de Deus para enfrentar a hora das provações que prontamente hão de sobreviver. Vi que sobre eles repousava uma luz vivíssima, e que se uniam para proclamar sem temor a mensagem do terceiro anjo. (História da Redenção, p. 149).
Repetidas vezes na nossa história os dirigentes de movimentos falsos têm identificado a sua obra com a do anjo de Apocalipse 18. Mas em seu contexto, o outro anjo não envolve uma substituição do povo de Deus por algum outro movimento, mas a culminação gloriosa da obra evangelizadora da igreja. A relação entre os três anjos e o outro é explicita nos escritos de Ellen White.
Fala-se da validade continua da mensagem dos três anjos (Mensagens Escolhidas, p. 2:120). A identificação do anjo de Apocalipse 18:1 – 5 com a mensagem do segundo anjo de Apocalipse 14:8 é muito clara. A essência da mensagem do segundo anjo volta a dar-se ao mundo por meio do outro anjo que ilumina a Terra com a sua glória. Estas mensagens se misturam em uma só para serem apresentadas às pessoas nos dias finais da história da Terra. (Mensagens Escolhidas, p. 2:133). Como havia acontecido duas purificações do templo nos tempos de Jesus, havia dois convites em Apocalipse para saírem da Babilônia. Esta era a mesma mensagem que fora dada pelo segundo anjo. (Mensagens Escolhidas, 2:135)
Ellen G. White vincula o símbolo da Babilônia com as igrejas caídas que proclamam falsas doutrinas. Isto levanta perguntas e respostas. De que consiste este vinho? De suas falsas doutrinas. Ele deu ao mundo um dia de repouso falso no lugar do verdadeiro, do quarto mandamento, e assim a mentira que Satanás contou a Eva no Éden tem se repetido: a imortalidade natural da alma. Tem se espalhado muito ampliadamente muitos erros semelhantes e estes têm sido ensinados como doutrinas, mandamentos de homens. (Mateus 15:9) (Mensagens Escolhidas 2:135). Na sua proposta, Apocalipse 18:1 – 4 descreve a terrível em que se encontra o mundo religioso. (O Grande Conflito, p. 661).
Mas Ellen White nunca identificou Babilônia com a Igreja Adventista (Como vemos no capítulo: “La Iglesia Remanente No És Babilonia” em Joyas de los Testimonios, pp. 2:355 – 363). O povo de Deus não é Babilonia, mas tem uma missão para com quem vive nela. Mas Deus também tem Seu povo na Babilônia: e antes que o juízo dos céus a visitem, estes escolhidos devem ser chamados para que saiam da cidade e não façam parte dos seus pecados enm das suas pragas. Este movimento está simbolizado pelo anjo que baixa do céu, iluminando a Terra e denunciando com voz potente os pecados da Babilônia… Estas declarações, unidas a mensagem do terceiro anjo formam a admoestação final que deve ser dada aos habitantes da Terra. (O Grande Conflito, p. 662). Aos sinceros que permanecem nas diversas congregações e estenderá o chamado do anjo de Apocalipse 18. (A História da Redenção, pp. 420 – 421).