“Deus é amor, perfeito, justo e misericordioso. De Gênesis ao Apocalipse a Bíblia revela Deus em busca do ser humano e Seu desejo de salvá-lo. Deus não muda, Seu amor é constante e fiel.”
“Por que no Antigo Testamento Deus era vingativo e rancoroso e no Novo Testamento tornou-se benevolente com os homens, sendo que esses estão tão afundados no pecado quanto aqueles dos tempos antigos?”
Partimos do princípio de que Deus no Antigo Testamento se apresenta como o “Eu Sou”. Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês” (Êxodo 3:14).
No Novo Testamento, em um episódio acalorado com os fariseus, Jesus declarou ser “Eu Sou”:
“Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou (João 8:56-59).
“O que quis dizer? É evidente que não quis dizer que Ele, a figura humana chamada Jesus, existiu sempre. Sabemos que Jesus nasceu neste mundo em Belém. Aqui se busca algo mais que isso. Pensemo-lo deste modo. Há uma só pessoa no universo que está fora do tempo. Há uma só pessoa que está acima e mais à frente do tempo e que sempre pode dizer, Eu sou. E essa única pessoa é Deus. O que Jesus diz aqui não é nada menos que a vida que está nele é a vida de Deus; que nele a eternidade atemporal de Deus irrompeu no tempo do homem. Diz, como o expressou com toda simplicidade o autor de Hebreus, que é o mesmo ontem, hoje e sempre. Em Jesus não vemos só um homem que veio, viveu e morreu. Vemos o Deus atemporal, que foi o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, que era antes do tempo e que será depois do tempo, que sempre é. Em Jesus, o Deus eterno se manifestou aos homens.” (William Barclay, comentário de João).
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3).
De volta ao Antigo Testamento:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel” (Isaías 7:14).
Você consegue ver o amor do Deus conosco no Éden?
Desde que o homem escolheu a morte, e se afastou de Deus, tem havido uma busca incessante da parte de Deus por cada ser humano individualmente a cada dia. A Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, mostra um Deus de amor que incansavelmente vai atrás do homem para se relacionar com ele, e lhe oferecer a vida.
Logo após o pecado, Deus vai em busca de Adão e Eva. Eles tinham motivo para ter medo de Deus e para se esconder, pois o pecado os havia cegado para o Pai de amor que eles tinham. Mas isso não alterava o fato de Deus ser amor. O amor divino é constante e fiel.
Quando Caim, matou o irmão é Deus quem toma a iniciativa de diálogo novamente, e a reação de Caim é totalmente diferente da reação dos pais. Ele mente e mostra que não conhecia nada sobre o amor e o perdão de Deus.
Deus em sua misericórdia põe um sinal sobre ele, e o mais importante não é o sinal em si, mas a razão pela qual Deus o pôs em Caim: foi para que ele tivesse tempo de se arrepender. Percebe o grande amor de Deus pelo primeiro homicida? Pena que Caim não tenha aproveitado sua longa vida (talvez perto dos mil anos, como muitos dos seus parentes antediluvianos) para se arrepender, desprezando o oferecimento divino de salvação.
Na história dos patriarcas vemos a maneira bondosa com que Ele os conduziu a fim de abençoá-los e abençoar o mundo. Deus disse para Jacó:
“Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi” (Gênesis 28:15).
Quando Deus diz a Moisés para construir o tabernáculo, era por um desejo muito especial: habitar no meio deles (Êxodo 25:8).
Qual era o caráter do Eterno?
“‘Se me vês com agrado, revela-me os teus propósitos, para que eu te conheça e continue sendo aceito por ti. Lembra-te de que esta nação é o teu povo’. Respondeu o Senhor: ‘Eu mesmo o acompanharei, e lhe darei descanso’. O Senhor disse a Moisés: ‘Farei o que me pede, porque tenho me agradado de você e o conheço pelo nome’. Então disse Moisés: ‘Peço-te que me mostres a tua glória’. E Deus respondeu: ‘Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer’” (Êxodo 33:13,14;17-19).
“Então o Senhor desceu na nuvem, permaneceu ali com ele e proclamou o seu nome: o Senhor. E passou diante de Moisés, proclamando: ‘Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado; castiga os filhos e os netos pelo pecado de seus pais, até a terceira e a quarta gerações’” (Êxodo 34:5-7).
No deserto Deus acompanhou o povo:
“Numa terra deserta ele o encontrou, numa região árida e de ventos uivantes. Ele o protegeu e dele cuidou; guardou-o como a menina dos seus olhos” (Deuteronômio 32:10).
“Foi por tua grande compaixão que não os abandonaste no deserto. De dia a nuvem não deixava de guiá-los em seu caminho, nem de noite a coluna de fogo deixava de brilhar sobre o caminho que deviam percorrer. Deste o teu bom Espírito para instruí-los. Não retiveste o teu maná que os alimentava, e deste-lhes água para matar a sede. Durante quarenta anos tu os sustentaste no deserto; nada lhes faltou, as roupas deles não se gastaram nem os seus pés ficaram inchados” (Neemias 9:19-21).
Desde o Éden quando o pecado entrou no planeta, Deus apresentou a prova do Seu imensurável amor pela humanidade simbolizado pela morte do cordeirinho que transmitia a seguinte mensagem: “Eu me tornarei um de vocês, e os redimirei” através do Messias, Jesus, Deus conosco.
Jesus foi ao Céu e enviou o Consolador, o Espírito Santo, Deus conosco!
O Eterno é um Deus pessoal, desejoso de se relacionar, de ser hoje o nosso Deus. A salvação se resume nisso: relacionamento com Ele.
No último livro da Bíblia, o Apocalipse, encontramos mais revelação sobre Deus e o Seu desejo de estar conosco e de nos dar a vida eterna.
“Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. Dou-lhe este aconselho: Compre de mim ouro refinado no fogo e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar. Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3:17-22).
De Gênesis ao Apocalipse a Bíblia revela um Deus de amor querendo se relacionar intimamente com o homem para salvá-lo.
“Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas as famílias de Israel, e elas serão o meu povo. Assim diz o Senhor: O povo que escapou da espada achou graça no deserto. Eu irei e darei descanso a Israel. De longe o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí” (Jeremias 31:1-3).
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo; sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas, feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles” (Hebreus 1:1-4).
Deus nunca efetuou um juízo, ou ordenou algo do tipo, sem antes avisar e oferecer salvação, um acordo de paz. Nunca foi vingativo, nem rancoroso. Deus é sempre é o mesmo: imutável, amoroso.
Exemplo disso está no livro de Jonas quando a corrupta e pecadora geração de Nínive alcançou o grau máximo de iniquidade perante o Senhor. No entanto, o desejo divino é salvar e não condenar.
A sequência das ações de Deus é sempre a mesma:
a) Anúncio do juízo por causa do pecado;
b) Arrependimento;
c) Perdão divino;
d) Promessas de restauração.
Não havendo arrependimento da nação, resume-se nos seguintes pontos:
a) Anúncio do juízo;
b) Juízo.
No entanto, os ninivitas se arrependeram e a restauração foi imediata. O desejo divino quando anuncia o juízo não é matar, mas conceder vida.
De modo semelhante é o anúncio das Boas Novas (Evangelho) em Cristo Jesus. Para aqueles que creem é o poder de Deus para a salvação, e para os que não creem é condenação (ver Romanos 1:16 e seguintes).
No trato de Deus para com Seu povo Ele diz: “Eu corrijo e castigo todos os que amo. Portanto, levem as coisas a sério e se arrependam” (Apocalipse 3:19 – NTLH).
O que ocorre no Novo Testamento é uma exemplificação mais detalhada da paciência de Deus.
“O Senhor não demora a fazer o que prometeu, como alguns pensam. Pelo contrário, ele tem paciência com vocês porque não quer que ninguém seja destruído, mas deseja que todos se arrependam dos seus pecados” (2 Pedro 3:9 – NTLH).
Fonte: Biblia.com.br