Qual é a posição da igreja sobre os “ministérios independentes”?
Dr. Alberto Timm
Praticamente todos os ministérios autossustentáveis alegam apoiar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, sua liderança, mensagem e missão. Mas nem sempre essa é a realidade. Ao mesmo tempo em que existem ministérios que apoiam a igreja, também há aqueles que competem com a igreja, acusando-a de apostasia do assim chamado “adventismo histórico” como eles o entendem.
Em resposta aos desafios representados por esses ministérios acusadores da igreja, a Divisão Norte-Americana publicou em 1992 o livro Issues: The Seventh-day Adventist Church and Certain Private Ministries ([Silver Spring, MD]: North American Division, [1992]) e o documento “NAD Action on Private Organizations” (Adventist Review, 3 de dezembro de 1992, p. 4-7). Posteriormente, a própria Associação Geral produziu e publicou os documentos “Report on Hope International and Associated Groups” (Adventist Review, agosto de 2000, p. 34-37) e “Decision on Hope International and associated groups by a General Conference-appointed committee” (Ministry, agosto de 2000, p. 28- 31).
A exemplo da Divisão Norte-Americana e da própria Associação Geral, também a Divisão Sul-Americana se pronunciou sobre o assunto através do voto 2010-117 intitulado “Unidade de Doutrina e Missão”, que diz o seguinte:
“Considerando que a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) foi suscitada por Deus como movimento profético em preparação para a segunda vinda de Cristo (Daniel 8:14; Apocalipse 10:10, 11; 14:6-12), e que ‘no mundo só existe uma igreja que presentemente se acha na brecha, tapando o muro e restaurando os lugares assolados’ (Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros, p. 50);
“Convictos de que aos adventistas do sétimo dia foi confiada por Deus a missão de proclamar as três mensagens angélicas ‘a cada nação, e tribo, e língua, e povo’ (Apocalipse 14:6-12), e sendo que ‘nenhuma obra há de tão grande importância’ como esta, eles não devem permitir que projetos particulares ou qualquer outra coisa os desviem dessa sagrada missão (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 19); “Sendo que a unidade orgânica da igreja como corpo de Cristo é essencial para o cumprimento da missão (João 17:21; 1 Coríntios 1:10; 12:12-27), e que Deus ‘está guiando, não ramificações transviadas, não um aqui e outro ali, mas um povo’ (Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros, p. 61); “Não recomendarmos as atividades de qualquer ministério, grupo ou pessoa que se sente na liberdade de (1) difamar a igreja de forma pública ou privada; ou (2) promover teorias doutrinárias em desacordo com as 28 Crenças Fundamentais da IASD, tais como o antitrinitarianismo e a negação da personalidade do Espírito Santo, o perfeccionismo e a teoria de que Cristo veio com uma natureza humana moral e espiritualmente caída, questionamentos ao dom profético de Ellen G. White, especulações escatológicas, desequilíbrio na área da saúde, etc.; ou (3) aceitar dízimos; ou (4) exercer suas atividades sem o apoio da liderança da respectiva organização responsável por aquele território (União de igrejas/Associação/Missão local). “Diante dos prejuízos que podem ocasionar à unidade da igreja e ao cumprimento de sua missão, nenhuma pessoa ou ministério com alguma dessas características deve ser convidado a participar em atividades da igreja. “Reconhecemos, porém, a importante contribuição de pessoas e grupos que investem seu tempo e recursos pessoais no desenvolvimento de planos e estratégias de apoio à igreja no cumprimento de sua missão. O espírito de colaboração e apoio dessas pessoas e grupos têm sido fundamental à proclamação do ‘evangelho eterno’ a todo mundo (Apocalipse 14:6).” Portanto, esse documento representa a posição oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia no território da Divisão Sul-Americana. Cada membro da igreja deve avaliar cuidadosamente os postulados dos ministérios independentes à luz dos princípios acima expostos.
Fonte: Revista do Ancião (julho – setembro de 2011)