(Manuscrito 82, 1904; Fonte básica da declaração de Ellen G. White em Testimonies, vol. 9, págs. 248-251.)
“Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente.” Isso devia ser uma oferta contínua, para que a casa de Deus fosse devidamente provida do que era necessário para Seu serviço. Seu povo de hoje precisa lembrar que a casa de culto é propriedade do Senhor, e que deve ser escrupulosamente cuidada. Mas o fundo para essa obra não deve provir do dízimo.
O dízimo deve ser usado para uma só finalidade — sustentar os ministros a quem o Senhor designou para fazerem Sua obra. Ele deve ser usado para sustentar os que proferem as palavras de vida para as pessoas e têm sobre si o encargo do rebanho de Deus.
Mas há ministros que têm sido privados de seus salários. A provisão de Deus para eles não tem sido respeitada. Aqueles cujo encargo é cuidar dos edifícios de nossa Igreja devem ser providos dos meios necessários para manter esses edifícios em bom estado de conservação. Mas esse dinheiro não deve provir do dízimo.
Uma mensagem muito clara, definida, me foi dada para nosso povo. É-me ordenado dizer-lhes que estão cometendo um erro em aplicar os dízimos a vários fins, os quais, embora bons em si mesmos, não são aquilo em que o Senhor disse que o dízimo deve ser aplicado. Os que assim o empregam, estão-se afastando do plano de Deus. Ele os julgará por essas coisas.
Um raciocina que o dízimo pode ser aplicado para fins escolares. Outros argumentam ainda que os colportores devem ser sustentados com o dízimo. Comete-se grande erro quando se retira o dízimo do fim em que deve ser empregado – o sustento dos ministros. Deveria haver hoje no campo uma centena de obreiros bem habilitados, onde agora existe unicamente um.
Deus não pode encarar com aprovação o atual estado em que se encontram as coisas, mas com condenação. Seu tesouro é privado dos meios que deviam ser usados para o sustento do ministério evangélico em campos próximos e distantes. Os que proclamam a mensagem da verdade perante grandes congregações e também trabalham de casa em casa, estão efetuando dupla obra missionária, e os seus salários não devem ser reduzidos de forma alguma.
O uso do dízimo precisa ser considerado como algo sagrado por nosso povo. Temos de precaver-nos rigorosamente contra tudo que se opõe à mensagem que agora está sendo transmitida.
Há falta de ministros porque estes não têm sido encorajados. Alguns ministros enviados para países estrangeiros, a fim de penetrar em campos nunca dantes trabalhados, têm recebido a instrução: “Vocês devem sustentar-se por si mesmos. Não dispomos de recursos para mantê-los.” Não deveria ser assim, e não o seria, se o dízimo, com dádivas e ofertas, fosse trazido ao tesouro. Quando um homem ingressa no ministério, ele deve ser pago com o dízimo e receber o suficiente para sustentar sua família. Não deve sentir-se como se fosse um mendigo.
A impressão de que a sagrada natureza do dízimo não existe mais está se tornando bastante comum. Muitos perderam o senso dos requisitos do Senhor.
O dízimo é sagrado, reservado por Deus para Si mesmo. Tem de ser trazido ao Seu tesouro, para ser empregado em manter os obreiros evangélicos em seu labor. Durante longo tempo, o Senhor tem sido roubado, porque há pessoas que não compreendem ser o dízimo a porção que Deus Se reserva.
Muitos ministros jazem na sepultura, devido a aflições e desapontamentos e por causa das privações pelas quais tiveram de passar por não terem recebido o suficiente pelos seus labores.
Lembremo-nos de que Deus é um Deus de justiça e eqüidade. Hoje haveria muito mais ministros no campo se eles fossem encorajados a trabalhar. Muitos obreiros foram para a sepultura com o coração quebrantado, por terem envelhecido e perceberem que eram considerados um fardo. Mas se houvessem sido retidos na obra, e obtido uma colocação tranqüila, com todo o seu salário, ou parte dele, poderiam ter realizado grande bem. Durante o seu tempo de serviço, esses homens efetuaram trabalho dobrado. Sentiam tanta responsabilidade pelas almas que não desejavam ver-se livres do excesso de trabalho. Os pesados encargos suportados abreviaram-lhes a vida. As viúvas desses ministros não podem ser olvidadas; mas, se for necessário, devem ser pagas com o dízimo.
Lede atentamente o terceiro capítulo de Malaquias, e vede o que diz o Senhor a respeito do dízimo. Se nossas igrejas tomarem sua posição baseadas na Palavra do Senhor, e forem fiéis na devolução do dízimo ao Seu tesouro, mais obreiros serão animados a entrar para a obra ministerial. Mais homens se dedicariam ao ministério, não estivessem eles informados da escassez do tesouro. Devia haver abundante provisão no tesouro do Senhor, e haveria, se corações e mãos egoístas não houvessem retido os dízimos, ou empregado os mesmos para sustentar outros ramos de trabalho.
Os reservados recursos de Deus não devem ser usados a esmo. O dízimo pertence ao Senhor, e todos aqueles que tocam nele serão punidos com a perda de seu tesouro celestial, a menos que se arrependam. Que a obra não continue mais a ser impedida porque o dízimo foi desviado para vários fins diversos daquele para que o Senhor disse que ele devia ir. Devem-se estabelecer provisões para esses outros ramos da obra. Eles devem ser mantidos, mas não do dízimo. Deus não mudou; o dízimo tem de ser ainda empregado para a manutenção do ministério. A abertura de novos campos requer mais eficiência ministerial do que possuímos agora, e é preciso haver meios no tesouro. – Ms 82, 1904.