Os sete temas seguintes não são os únicos que poderiam ter sido escolhidos, mas certamente estão entre os que mais se destacam dentro de suas obras.
O amor de Deus
Talvez o tema central e mais abarcante nos escritos de Ellen White seja o amor de Deus. A frase inicial e a final da série de cinco volumes sobre O Conflito dos Séculos são constituídas pelas palavras “Deus é amor”, com mais de 3.500 páginas no intervalo. É o tema que serve de base e provê o contexto para todos os outros temas em seus escritos. “Esse amor é incomparável”, ela escreveu no primeiro capítulo do seu clássico livro Caminho a Cristo . “O inigualável amor de Deus por um mundo que não O amou! Esse pensamento exerce um poder que domina a alma e torna o entendimento ligado à vontade de Deus. Quanto mais estudamos o caráter divino à luz que vem da cruz, tanto mais veremos a misericórdia, a ternura e o perdão, unidos à justiça e eqüidade, e de modo mais claro veremos as incontáveis provas de um amor que não tem limites; conheceremos a terna compaixão que é muito maior do que o amor de mãe por um filho rebelde” – (Caminho a Cristo , p. 15).
O grande conflito entre Cristo e Satanás
Outro tema integrante dos escritos de Ellen White é o do grande conflito entre Cristo e Satanás. Ellen White enfatiza repetidamente que o ponto focal do grande conflito é o objetivo que Satanás tem de distorcer o caráter amoroso de Deus – retratar a divina lei de amor como uma arbitrária lei de egoísmo. A demonstração que Deus faz de Seu amor no decorrer do conflito com Satanás constitui o enfoque da série Conflito dos Séculos, em cinco volumes. A principal demonstração do amor de Deus foi o envio de Seu Filho Jesus Cristo, que veio não só para morrer pela raça humana, mas para retratar o caráter do amor de Deus face às acusações de Satanás.
Jesus Cristo, Seu sacrifício, Sua intercessão divina e a salvação através dEle
A vida de Jesus, Sua morte na cruz, Seu ministério de aplicação dos méritos de Sua morte no santuário celestial, e a aceitação pela fé, por parte do crente, da obra de Cristo, constituem o grande núcleo temático que forma o centro do conceito de Ellen White sobre o cristianismo. Para Ellen White, Jesus não foi meramente um bom amigo em tempo de necessidade; Ele foi o Salvador que morreu na cruz em favor de cada pessoa. A fé na salvação por Cristo (ou justificação pela fé) é um ensino que permeia os escritos de Ellen White. Ela enalteceu a “fé na capacidade de Cristo para nos salvar ampla, total e completamente” (The Ellen G. White 1888 Materials , p. 217). “O sacrifício de Cristo como expiação pelo pecado é a grande verdade em torno da qual se agrupam as outras. A fim de ser devidamente compreendida e apreciada, toda verdade da Palavra de Deus, de Gênesis a Apocalipse, precisa ser estudada à luz que dimana da cruz do Calvário. Apresento perante vós o grande, magno documento de misericórdia e regeneração, salvação e redenção – o Filho de Deus erguido na cruz” – (Obreiros Evangélicos p. 315).
A responsabilidade do crente – o amor a Deus e o amor ao próximo
Ellen White via o cristianismo como algo que afeta cada parte do cotidiano de uma pessoa. A essência do cristianismo prático é exibir o caráter de Jesus (amor altruísta) em vez de viver pelos princípios do reino de Satanás (egoísmo). Significa não só renunciar a hábitos prejudiciais e a modos de vida destrutivos, mas incorporar as características positivas do caráter de Cristo no serviço a Deus e aos outros. “Ninguém pode amar a Cristo sem amar a Seus filhos”, ela escreveu. “Cristo, habitando na alma, exerce um poder transformador, e o aspecto exterior testifica da paz e alegria que reinam no interior” – (Mensagens Escolhidas vol. 1, p. 337).
A centralidade da Palavra de Deus
Paralela à ênfase de Ellen White em Cristo, a Palavra viva de Deus, estava sua preocupação com a Palavra escrita de Deus – as Escrituras. Em seu primeiro livro (1851), ela escreveu: “Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de vossa fé e prática” – (Primeiros Escritos, p. 78). Ellen White exaltou a Bíblia durante todo o seu ministério, como a vontade revelada de Deus a qual provê o conhecimento que conduz a uma relação salvífica com Jesus. “Em Sua Palavra”, declarou ela, “Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa” (O Grande Conflito, p. 9). Ellen White via sua função como sendo a de conduzir as pessoas à Bíblia, “uma luz menor para guiar homens e mulheres à luz maior” (O Colportor-Evangelista, p. 125). Ela acreditava que o estudo pessoal da Bíblia era da maior importância para cada cristão, e especialmente nos dias finais da história da Terra.
A terceira mensagem angélica e a missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia
Ellen White via Apocalipse 14:6-12, com sua descrição das três mensagens angélicas, como estando no próprio âmago da identidade denominacional dos adventistas do sétimo dia. A terceira mensagem angélica (juntamente com as outras duas) não devia apenas se tornar global, mas separar e testar os seres humanos – criando “um povo diferente e separado do mundo, que se recusa a adorar a besta ou a sua imagem, que tem sobre si o sinal de Deus, que santifica o Seu sábado – o sétimo dia” – (Evangelismo, p. 233). Para Ellen White, a terceira mensagem angélica combina a lei e o evangelho – os mandamentos de Deus e a fé de Jesus – (Apoc. 14:12). Não só os extensos escritos de Ellen White sobre a lei, o sábado, a justificação pela fé, o grande conflito e outros tópicos, mas também seus numerosos conselhos sobre educação, saúde, publicação, e o ministério evangélico, estavam todos diretamente relacionados à terceira mensagem angélica.
O segundo advento
A realidade da iminência do segundo advento de Cristo dominou a vida de Ellen White e moldou sua carreira como escritora. O retorno de Cristo é visto como o clímax da salvação, ao assinalar o princípio do fim do grande conflito entre o bem e o mal; é visto como uma expressão suprema do amor de Deus, como o objetivo das três mensagens angélicas, como um incentivo para se viver uma vida cristã, e exige urgência em pregar a mensagem do evangelho a todo o mundo o mais rápido possível.
Fonte: Condensado e adaptado do livro de George R. Knight, Meeting Ellen White, pp. 109-127.
PDF: Do que em geral tratam os escritos de Ellen G. White?