Os escritos de Ellen White não constituem um substitutivo para a Bíblia. Não podem ser colocados no mesmo nível. As Escrituras Sagradas ocupam posição única, pois são o único padrão pelo qual os seus escritos – ou quaisquer outros – devem ser julgados e ao qual devem estar subordinados.
1. A Bíblia é o padrão supremo
Os adventistas do sétimo dia apoiam plenamente o princípio da Reforma, sola scriptura, a Bíblia como seu próprio intérprete e a Bíblia sozinha, como base de todas as doutrinas. Os fundamentos da igreja desenvolveram suas crenças fundamentais através do estudo da Bíblia: não receberam tais doutrinas através das visões de Ellen White. Seu principal papel durante o desenvolvimento das doutrinas da igreja foi orientar a compreensão da Bíblia e confirmar as conclusões ás quais se chegava através do estudo da Bíblia.
A própria Ellen White cria e ensinava que a Bíblia representa a norma final da igreja. Em seu primeiro livro, publicado em 1851,ela escreveu: ”Recomendo-vos, caro leitor, a palavra de Deus com regra de vossa fé e prática. Por essa palavra seremos julgados.” Ela jamais modificou esse ponto de vista. Anos mais tarde tornou a escrever: ”Em sua palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As santas escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa.” Em 1909, durante sua última palestra perante uma sessão as Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ela abriu sua Bíblia, ergueu-a diante da congregação e disse: “Irmãos e Irmãs, recomendo-vos este Livro.”
Em resposta aos crentes que consideravam seus escritos como uma adição à Bíblia, ela escreveu dizendo: ”Tomei a preciosa Bíblia e circundei-a com os vários Testemunhos para a Igreja, concedidos ao povo de Deus… Não estais familiarizados com as Escrituras. Se tivéssemos feito a palavra de Deus objeto de estudo regular, com o desejo de alcançar os padrões bíblicos e de atingir a perfeição cristã, não teria havido necessidade dos Testemunhos. É porque negligenciastes familiarizar-vos com o Livro inspirado de Deus, que Ele procurou alcançar-vos através de testemunho simples e direto, chamando a atenção para as palavras da inspiração que negligenciastes obedecer, insistindo em que a vossa vida se paute de acordo com esses puros e elevados ensinos.”
2. Um guia para a Bíblia
Ela encarou o seu trabalho como a condução das pessoas de volta à Bíblia. “Pouca importância é dada a Bíblia,”escreveu ela, e assim”o Senhor concedeu uma luz menor para conduzir homens e mulheres à luz maior.” A palavra de Deus prossegue a autora, “é suficiente para iluminar a mente mais obscurecida e pode ser compreendida por todos aqueles que sentirem o desejo de entendê-la. Apesar de tudo isto , alguns que pretendem estar fazendo a palavra de Deus o seu objeto de estudo, encontram-se vivendo em direta oposição aos seus mais claros ensinos. Consequentemente, para que homens e mulheres fiquem sem escusa, Deus concede testemunhos claros e diretos, fazendo com que essas pessoas retornem à palavra que haviam negligenciado seguir.”
3. Um guia na compreensão da Bíblia
Ellen White considerava seus escritos como um guia para a compreensão mais clara da Bíblia. “Não são mais apresentadas verdades novas; através dos Testemunhos, porém, Deus simplificou as grandes verdades já concedidas e segundo a forma por ele mesmo escolhida, trouxe-as perante o povo, visando despertá-los e impressionar suas mentes, a fim de que todos eles fiquem sem escusa. ”Os testemunhos escritos não são concedidos a fim de prover nova luz, mas para imprimir vividamente sobre o coração as verdades de inspiração já anteriormente reveladas.”
4. Um guia para aplicar princípios bíblicos
Muitos de seus escritos aplicam os conselhos bíblicos ao viver diário. Ellen White disse que ela foi “orientada a apresentar princípios gerais, e ao mesmo tempo especificar os perigos, erros e pecados de alguns indivíduos, a fim de que todos pudessem ser advertidos, reprovados e aconselhados. ”Cristo havia prometido semelhante orientação profética a Sua igreja. A própria Ellen White observou:”O fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de sua Palavra, não tornou desnecessária a contínua presença e direção do Espirito Santo. Ao contrário, o espirito foi prometido por nosso salvador para aclarar a palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos.”
5. O desafio ao crente
O livro de Apocalipse profetiza que o “testemunho de Jesus” haveria de manifestar-se através do “espirito de profecia” nos últimos dias da história terrestre.
Isso representa um desafio a todos, no sentido de não assumir uma atitude de indiferença ou descrença, mas a “provar todas as coisas ”e reter o que é bom”. Existe muito a ganhar – ou perder – face à atitude com a qual assumirmos essa investigação biblicamente ordenada. Jeosafá exortou no passado: “Crede no Senhor vosso Deus, e estarás seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis”(II Crôn. 20:20). Essas palavras soam como perfeitamente verdadeiras, ainda nos dias de hoje.
Referências:
Jemison, Prophet Among you, págs.208-210; Froom,Moviment of Desteny ( Washington, D.C.: Review and Herald,1971), págs.91-132; Foundations of the Seventh-Day Adventist Message and Mission, págs.103-293.
E.G. White, Primeiros Escritos, pág.78.
E.G. White, O Grande Conflito ,pág.vii (edição padronizada).
William A. Spicer, The Spirit of Prophecy in the Advent Movement (Washington, D.C.: Review and Herald,1937), pág.30.
E.G. White, Testemonies for the Church, vol.5, págs.664 e 665.
E.G.White “An Open Letter”, Review and Herald, 20 de janeiro de1903, pág.15; citado em E.G.White, O Colportor- Evangelista, pág.125.
E.G.White Testemonies, vol. 5, pág. 663.
Ibid.,pág.665.
Ibid.,pág660.
E.G.White, O Grande Conflito, pág. vii (edição padronizada)