“Estou vivendo um período difícil em minha vida. Meu casamento passa por uma crise que está perto de levar-nos a uma separação. Nossos sentimentos já estão praticamente esgotados. Não estamos sentindo mais nada um pelo outro. A minha pergunta é: como buscar mais a Deus neste momento para poder obter a ajuda necessária?”
Pr. Frederico Branco
“Estou vivendo um período difícil em minha vida. Meu casamento passa por uma crise que está perto de levar-nos a uma separação. Nossos sentimentos já estão praticamente esgotados. Não estamos sentindo mais nada um pelo outro. A minha pergunta é: como buscar mais a Deus neste momento para poder obter a ajuda necessária?”
Ao se falar em separação ou divórcio, pode ser uma oportunidade para se fazer uma reflexão sobre o casamento. Diante dessa pergunta e da possibilidade de você estar à procura de uma resposta objetiva, informamos que você a encontrará na última frase desse artigo, mas esteja certo de que a reflexão bíblica colocada antes da resposta, certamente poderá contribuir muito para lhe ajudar em sua caminhada e tomar as decisões certas.
Gênesis 1 e 2 descrevem a criação do mundo e do homem e revelam o plano divino para a família humana. Cada dia da criação foi sucedido pela aprovação divina: “E viu Deus que isso era bom” (1:10; 12; 18; 21; 25). Mas de uma forma surpreendente o relato bíblico apresenta o fato de que a criação ainda não estava completa. Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (2:18). Se não é bom, é ruim! Deus disse mais: “Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (2:18). Isto ressalta a importância vital do companheirismo entre os seres humanos.
Um pouco antes de Deus criar Eva, Deus trouxe a Adão todos os animais do campo e todas as aves dos céus, para que ele nomeasse cada um deles (2:19, 20). Através da observação ele percebeu que havia sido criado infinitamente mais elevado que os animais e que cada um deles possuía correspondência semelhante, mas ele próprio não possuía companhia correspondente ou semelhante. Para que a formação da mulher preenchesse totalmente o propósito do Criador, Adão precisava sentir sua própria incompletude e sua necessidade de companhia – em outras palavras, que “não era bom que ele permanecesse só.”
Deus planejou criar a companheira de Adão a partir de seu corpo. “Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe” (Gênesis 2:21, 22). Foi, de fato, uma cirurgia que Deus realizou em Adão, tirando uma de suas costelas e fechando o lugar com carne.
Para descrever a atividade criadora no capítulo 1, Moisés empregou os verbos “criar”(1:27), “fazer (1:26) e “formar” (2:7). Mas agora ele emprega outra palavra, “construir”, que é traduzida nesse verso como “transformar em”.
Há aqui uma revelação muito profunda do propósito divino para o casamento. A costela de Adão constituiu o material básico do qual sua companheira foi “construída”. A mulher foi formada para ter uma unidade inseparável e um companheirismo por toda a vida com o homem, e o modo de sua criação devia lançar o alicerce para a ordenança moral do matrimônio. Ela devia “estar a seu lado como igual e ser amada e protegida por ele” (Patriarcas e Profetas, p. 46).
Logo em seguida, Deus, como o Pai de Eva, conduziu-a até Adão para entregar Sua filha em casamento. Adão expressou sua alegria e contentamento ao ver na mulher a realização do desejo do seu coração e declamou a primeira poesia registrada na Bíblia: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gênesis 2:23).
Deus celebrou o primeiro casamento. “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gênesis 2:24). Gênesis 1:27 diz: “Criou Deus, pois o homem à Sua imagem, a imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. ” Deus criou o homem e a mulher à Sua própria imagem e semelhança, e os uniu em sagrado matrimônio! “Quando os princípios divinos são reconhecidos e obedecidos nessa relação, o casamento é uma bênção, preserva a pureza e felicidade do gênero humano, provê as necessidades sociais do homem, eleva a natureza física, intelectual e moral” (Patriarcas e Profetas, p. 46).
Tendo esse pano de fundo, podemos entender melhor outros textos bíblicos sobre a dinâmica do casamento e o ideal divino para essa linda instituição que Ele criou.
“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; Porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim, os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne, antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja. Eis que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão uma só carne. Cada um por si ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido” (Efésios 5:22-33).
Nesse texto de Paulo, ele tem mais coisas a dizer aos maridos cristãos do que às esposas. O padrão aqui determinado é extremamente elevado. “Ame sua esposa como também Cristo amou Sua igreja” (Efésios 5:25). A expressão apropriada para essa união, “uma só carne” (Gênesis 2:24; Efésios 5:31), sugere uma unidade de propósito e pensamento, que envolve submissão mútua e status igualitário. O sentido do homem ser “o cabeça”, deve ter a conotação de que ele foi criado primeiro, e, portanto, deveria cuidar, servir e proteger sua esposa, que foi construída por Deus a partir de sua costela.
À esposa Deus instrui: “respeite ao seu marido”, no sentido de amar e honrar o esposo, de reconhecer seu papel como sacerdote do lar.
Com base no texto de Efésios citado acima, podemos destacar alguns pontos importantes:
– O amor é sacrifical: Esse amor sacrifical fez com que Jacó trabalhasse por 14 anos a fim de se casar com Raquel. Se o homem tomar o amor de Cristo pela igreja como o padrão de seu amor por sua esposa, o seu amor por ela será sacrifical. Quando a Bíblia diz que o homem deve ser o cabeça, está falando que ele terá a nobre e sagrada responsabilidade de exercer a liderança espiritual em sua casa. O amor de Cristo a Sua igreja é o modelo de relacionamento entre esposo e esposa. Assim como Cristo cuida de Sua igreja, o esposo deverá cuidar, proteger e amar sua esposa.
– O casamento tem um propósito espiritual: à medida que um se entrega ao outro, e ambos ao Senhor, em submissão e amor, ambos experimentam o amor de Deus.
– O amor é santificador (Efésios 5:26, 27): Santificar significa separar. Marido e mulher são separados para uma união que deve permanecer até que a morte os separe. Um deve cuidar do outro por toda a vida!
– O amor deve ser purificador: O amor pela esposa deve ser purificador para ela e o amor da esposa deve ser purificador para ele, de modo que ambos possam se tornar cada vez mais semelhantes a Cristo. Até mesmo seu relacionamento físico deve estar sob o controle de Deus, a fim de ser um canal para o enriquecimento espiritual e para o prazer pessoal (1 Coríntios 7:3-5). Um não deve “usar” o outro para obter prazer. Ambos devem demonstrar amor bondoso, mutuamente gratificante e santificador. O casamento é uma experiência de crescimento constante quando Cristo é o Senhor do lar. O amor sempre cresce e enriquece, enquanto o egoísmo faz justamente o contrário.
– O amor e o matrimônio devem ser gratificantes: O amor do marido pela esposa deve ser sacrifical e santificador, mas também deve ser gratificante (Efésios 5:28-30). No relacionamento conjugal, o homem e a mulher se tornam uma só carne. Portanto, tudo o que um fizer ao outro, fará a si mesmo. Essa deve ser uma experiência mutuamente gratificante.
O grande segredo para construir um matrimônio feliz é dedicar a Cristo sua principal afeição. Faça com que Jesus seja o primeiro, o último e o melhor em todas as coisas!
Se você chegou até aqui na leitura desse artigo refletindo sobre o estado do seu casamento, e caso ele esteja em necessidade de restauração e cura, encorajamos a buscar diariamente o auxílio divino, através da oração e do estudo da Bíblia. Peça para que Deus lhe guie com sabedoria e mansidão. Tenha um coração humilde e esteja disposto a ser conduzido por onde Deus lhe guiar. Se necessário, não deixe de buscar ajuda profissional qualificada, que pode ser de um pastor bem preparado ou de um terapeuta familiar cristão. Em tudo, faça de Cristo, o primeiro, o último e o melhor! Que Deus lhe abençoe!
Fonte: Biblia.com.br