“Todos nós sabemos que o uso de drogas constitui uma agressão ao corpo humano e à mente. Através deste guia rápido, você poderá conhecer os verdadeiros riscos e efeitos causados pelo uso destas substâncias.”

Revista Decisão Especial Drogas

Todos nós sabemos que o uso de drogas constitui uma agressão ao corpo humano e à mente. Através deste guia rápido, você poderá conhecer os verdadeiros riscos e efeitos causados pelo uso destas substâncias.

RISCO ORGÂNICO

O álcool é a droga cujo uso crônico leva a maior risco. Dentre esses riscos figuram a gastrite (um dos distúrbios mais precoces), o aumento da pressão arterial, pancreatite, miocardite, hepatite e cirrose alcoólica, distúrbios neurológicos graves, alterações da memória e lesões do sistema nervoso central.

O uso contínuo da cocaína acarreta, após um período relativamente curto, da ordem de meses ou mesmo semanas, problemas como o emagrecimento profundo, debilitação geral do organismo, insônia, lesão grave da mucosa nasal (pelo efeito vasoconstritor da droga) e maior suscetibilidade a convulsões.

O tabaco também pode levar, mais rapidamente que o álcool, porém, mais lentamente que a cocaína, a problemas, tais como: distúrbios brônquicos (os mais precoces), aumento da probabilidade de câncer pulmonar e de infarto do miocárdio.

O uso da maconha causa sobretudo prejuízo da memória para acontecimentos recentes e alterações hormonais reversíveis (queda nos níveis de testosterona e diminuição da taxa de espermatozóides). Ao consumo crônico de heroína estão associados espasmos das vias biliares e constipação intestinal, complicações orgânicas que são, sem dúvida, bem menores se comparadas às causadas pelas quatro outras substâncias.

RISCO POR ABSTINÊNCIA

A heroína e o álcool são as que determinam maior risco, sendo a síndrome de abstinência entendida como conjunto de sinais e sintomas característicos, que aparecem com a parada súbita do consumo. A síndrome da abstinência do álcool varia de formas mais leves (tremores das mãos, inquietação, insônia, irritabilidade) até o delirium tremens, que pode levar a morte. A da heroína se reveste do mesmo caráter de gravidade, mas se manifesta em tempo muito menos. Após semanas de uso contínuo, a parada brusca da droga pode causar graves distúrbios gastrintestinais (cólicas intensas, diarréia, vômitos, desidratação), perda de peso, irritabilidade e mal-estar generalizado. A síndrome de abstinência do tabaco tem uma variação individual muito grande: há pessoas que fumaram, diariamente dois a três maços de cigarros por vários anos, e que pararam de fazê-lo sem problemas maiores que um forte desejo de fumar.

Outros que fumaram da mesma forma, ou eventualmente até em menor quantidade e/ou por um tempo menor, sentiram ao parar, irritabilidade, ansiedade, inquietação, dificuldade de concentração, dor de cabeça, insônia e aumento de apetite. Em relação a cocaína, a parada abrupta pode provocar muito sono, cansaço, aumento de apetite e depressão. A interrupção do uso da maconha pode provocar em algumas pessoas manifestações de ansiedade, irritabilidade, diminuição do apetite e insônia.

RISCO POR OVERDOSE

Uma dimensão muito importante quando se discute o uso de drogas é o problema da overdose, entendendo esta como situações onde o uso agudo produziu consequências graves, requerendo cuidados médicos e não raro levando à morte. Sob esse aspecto, o risco é grande tanto para a heroína como para a cocaína: ambas desencadeiam alterações profundas do sistema nervoso central que podem matar por queda respiratória (heroína), convulsões, crises de hipertensão, hemorragia cerebral, ataque cardíaco (cocaína). Tais casos são cada vez mais frequentes nas unidades de terapia intensiva.

A overdose de álcool seria o coma alcoólico, mas diante do número de pessoas que bebem, essa probabilidade é bem menor, exceto quando o álcool é associado a outras drogas. Foram relatados casos de overdose pela maconha onde o dependente apresentou vários dias de alucinações, por ingestão de uma grande quantidade de tetra-hidrocanabinol (THC), o princípio alucinógeno da maconha. Com o tabaco, o risco de overdose é praticamente nulo. Isso é claro, levando-se em conta a forma pela qual ele é utilizado. Sabe-se que a ingestão oral de um maço de cigarros poderia ser fatal.

RISCO SOCIAL

A  incapacitação social – considerada por muitos a consequência mais grave do uso de drogas – reflete as dificuldades no relacionamento interpessoal, afetando as relações afetivas e profissionais. A incapacitação social constitui em decorrência de alterações psicológicas causadas pela droga, bem como da própria dependência a qual a droga leva. Vale lembrar que o conceito de dependência “senso amplo” não se refere à síndrome de abstinência (característica da dependência física), mas ao quanto a droga “penetra” na vida da pessoa; passa – a droga – a ser o valor maior, a prioridade primeira. Outros interesses e atividades que antes eram considerados importantes pelo indivíduo perdem seu lugar para a droga. A inserção social de uma pessoa para quem o uso de uma droga assume tal importância fica obviamente prejudicada.

RISCO DE AIDS

A transmissão da AIDS por via sangüínea torna os usuários de heroína e cocaína um grupo de alto risco para essa doença. A prática de compartilhar seringas faz parte, para muitos, do próprio ritual associado a essas duas drogas. Além desse aspecto, no momento da infecção, a preocupação com o contágio desaparece. O medo de ser flagrado pela polícia com uma seringa no bolso é ainda, um dos fatores alegados pelos dependentes para não usar o material descartável. Mas ao lado do risco da AIDS e hepatite existe também, na administração de drogas injetáveis, a possibilidade de transmissão de inúmeros outros processos infecciosos (endocardite, septicemia, abscessos pulmonares, cerebrais e subcutâneos) embolias por corpos estranhos, bem como lesões neurológicas e musculoesqueléticas devidas às impurezas que o preparado pode conter.

TRANQUILIZANTES: O TERROR DO SISTEMA NERVOSO

A dependência pode ser psíquica ou física e a abstinência induz a sérios e perigosos sintomas quando a droga é suspensa. As drogas foram classificadas, quanto aos seus efeitos sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), de acordo com a manifestação obtida, podendo por essa razão estar enquadradas em uma das três seguintes modalidades:

1. Drogas Deprimentes – são as que induzem menor atividade do SNC. Estas podem ser subdivididas em grupos, tais como:

a) Sedativos e Hipnóticos que englobam os barbitúricos, tranqüilizantes menores e outras substâncias como álcool, hidrato de cloral e paraldeído. O indivíduo que faz uso de barbitúricos pode apresentar graus diferentes de depressão do SNC, que vão desde a mais leve – discreto relaxamento em virtude da diminuição da ansiedade – passando por fases de dificuldade de precisar o tempo e o espaço, pela amnésia, sono profundo, queda de respiração, coma, acentuada queda de pressão arterial e finalmente morte. Todas essas etapas dependem da dose utilizada.

b) Hipno-Analgésicos – opiáceas (ópio, morfina, heroína, codeína), e outras substâncias como Demeral e Metadona. Os que apresentam importância do ponto de vista toxicológico são os fenantrênicos por induzirem à dependência. Deste grupo, as mais importantes substâncias são a morfina e a codeína, que devem ser usados por indicação médica e controlada. Essas substâncias induzem à sonolência, analgesia às dores crônicas e de alta ansiedade. Como efeito por abstinência do opiáceo, temos: rinorréia, midíase, bocejo, prespiração cutânea aumentada, tremores musculares, intranqüilidade, insônia, aumento de freqüência respiratória, aumento da pressão arterial, cãimbras (muito dolorosa), lacrimejamento, náuseas, vômito e diarréia, que se tornam a parte final e quando ocorrem, dada a violenta desidratação induzida no dependente, vão levá-lo à morte.

c) Substâncias Várias – thinner, gasolina, clorofórmio, tricloroetileno (lança-prefume), éter e outros. O clorofórmio, o tricloroetileno e mesmo o thinner, permitem o aparecimento de problemas cardíacos, via de regra mortal. Não havendo esse tipo de desenlace, pelo usuário, lesões hepáticas são comuns, fazendo com que o uso delas traga, mesmo após não serem mais usados, comprometimentos que podem ser até mortais.

O CRACK: A COCAÍNA COM OUTRA ROUPA

O “crack” é obtido a partir de cloridrato de cocaína, usando-se uma substância básica, a amônia ou o carbonato de sódio e água. Há um aquecimento, e o resultado é um produto cristalino de cocaína básica, parecendo areia fina.

Um estudo feito recentemente pelo Dr. James Inciardi, da Universidade de Delawerw (EUA), mostrou alguns dados interessantes. Entre 308 delinqüentes juvenis usuários de drogas, na cidade de Miami, 95% confessaram ter usado “crack” pelo menos uma vez e 87% em bases regulares. É interessante observar que 100% deles se declararam também usuários de maconha regularmente. O crack leva os usuários a uma sensação de compulsão e desespero. Em minutos o “high” (estímulo) é seguido por uma queda (depressão) que pode levar o usuário a uma compulsão por nova dose.

Apesar do sensacionalismo que alguns setores da mídia fazem sobre os efeitos da droga, a gravidade do problema existe. Basta dizer que as reações agudas e tóxicas ao produto, em determinado período num hospital da área de Miami, foi superior à própria cocaína (196 emergências para o crack contra 144 da cocaína).

EFEITOS DURANTE A GRAVIDEZ

Sobre isto, há a possibilidade do efeito da própria droga sobre o feto, quando ela é usada pela mãe no período de gestação, sendo que, algumas delas, têm efeito potencial no crescimento do feto, no seu comportamento pós-natal e mesmo seu desempenho mental quando a exposição ocorre nos últimos estágios do crescimento. Mesmo após o parto, drogas ingeridas pela mãe podem ganhar o organismo do recém nascido através do leite materno.

PREVENIR É VIVER

A recuperação de um toxicomano é sempre difícil. O ex-viciado volta às drogas para fugir dos mesmos problemas familiares e sociais que se repetem depois da sua recuperação. Sem dúvida a informação é o melhor método para prevenção. A sociedade em geral deve tomar consciência do problema e induzir os jovens à abstenção total das drogas. Uma sugestão é a Clínica São Roque e as informações podem ser encontradas no site www.vidanatural.org.br

Fonte: Biblia.com.br