“Com o passar dos séculos houve uma degeneração geral da humanidade e Deus proibiu terminantemente a prática do incesto. Mas e o namoro e casamento entre primos, há algum problema?”
Prof. Leandro Quadros
“Com o passar dos séculos houve uma degeneração geral da humanidade. Casamentos entre primos, e até tios ou sobrinhos, começaram a ser perigosos devido a problemas de má formação do feto e deficiências mentais na descendência. Portanto, a proibição bíblica está mais ligada às leis da saúde”1. Há também o fator biológico: uma gravidez incestuosa põe em risco a saúde da mãe e do bebê por causa da consanguinidade. A humanidade multiplicou-se pela união sexual entre parentes (Gênesis 4:13-16 juntamente com Gênesis 5:4). Naquela época, tal atitude não era considerada incesto por dois principais motivos: 1) Porque a lei referente às uniões matrimoniais (Levíticos 18) não havia sido dada; 2) Porque naquela época o ser humano não era tão corrompido geneticamente; sendo assim, não havia riscos de comprometer a estrutura física ou mental da criança.
Não encontramos na Bíblia, em especial no capítulo 18 de Levíticos, a proibição da união conjugal entre parentes mais distantes ou a afirmação de que isto seja incesto (a lei de nosso país também não é contra). O sentido dos termos originais da língua bíblica que são traduzidos como parentes, nesse caso, se referem a parentes de até terceiro grau, ou seja, de consanguinidade próxima. As leis dos países cristãos também proíbem os casamentos entre parentes de até terceiro grau. Primos primeiros já são ligações de quarto grau, o que não é considerado um parentesco próximo, para o qual haja uma proibição de casamento (para entender melhor sobre os graus de parentesco, veja a ilustração anexa ao final desta carta). Porém, é extremamente importante que o casal realize exames médicos para descobrirem se são consanguíneos ou não. Em caso positivo, devem evitar o casamento para que não corram um grande risco de ter filhos deformados, o que seria uma carga emocional difícil de suportar.
Segundo o Dr. Thomaz Gollop, especialista em Medicina Fetal e Genética na Universidade de São Paulo, “Primos em primeiro grau têm, de fato, um risco aumentado de virem a ter um filho comprometido por afecção genética. Enquanto este risco é de 3% na população geral (de não consanguíneos), ele passa a ser de 9% em primos de primeiro grau” 2. Apesar de problemas genéticos não se apresentarem em diversas pessoas que contraíram núpcias com primo(a), conheço alguns que se casaram e tiveram filhos totalmente defeituosos e aleijados. Em vista de que a degeneração do pecado na estrutura física da raça humana está acentuando-se cada vez mais e proporcionando uma incompatibilidade sanguínea maior, deve-se avaliar bem se é recomendável este tipo de união matrimonial.
A oração a Deus, pedindo-Lhe conselho, a realização de exames médicos (fale com um especialista sobre isto) e um bom diálogo, tanto entre o casal quanto com os pais e outras pessoas aptas a aconselhar, são os meios mais seguros para que uma decisão correta seja tomada. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará” (Salmos 37:5).
Fonte: Biblia.com.br