2.520 anos – Carta em Resposta

Por Dwayne Lemon

Louvado seja o Senhor, Irmãos. Sei que indivíduos têm esperado pacientemente pela minha resposta e sou grato, pois agora posso apresentá-la.

Vou começar manifestando o meu apreço em estudar com mais profundidade sobre o tema e as coisas maravilhosas e perfeitas que o Senhor criou. Minha esperança e minha oração é que esta dê uma visão honesta do tema referente à dita profecia dos 2.520 anos revelada em Levítico 26.

Deixe-me esclarecer minha posição à medida que avançamos ao longo desse tema. Acredito que o cálculo da profecia dos 2.520 anos, em Levítico 26, não é um verdadeiro cálculo profético na Bíblia.

No entanto, se alguns indivíduos têm essa convicção de que é uma profecia legítima e que era simplesmente algo que os irmãos acreditavam que teve um papel no estabelecimento de nossas fundações proféticas, que ainda não tem qualquer influência sobre a nossa presente mensagem da verdade hoje, eu poderia discordar. Mas, no entanto, nunca aceitar que estejamos em diferentes lugares em nossos estudos e seguir em frente, sem colocar adiante um esforço de refutá-la publicamente.

O desafio tem sido (o que é a razão para este artigo ser escrito) os indivíduos que acreditam que a profecia dos 2.520 anos condena e julga muitos adventistas como indivíduos e igrejas, bem como a Conferência Geral da IASD, de estar em apostasia, por não reconhecerem isso como um cálculo profético. Por isso, tornou-se uma “questão de vida ou morte”, da qual depende a salvação.

Por essa razão, eu escrevi este artigo, pois tenho sido questionado em várias ocasiões sobre o tema e sua posição referente à salvação (antes mesmo de falar publicamente sobre isso), e parece que o povo de Deus em todo o mundo foi influenciado pelos diversos defensores dos 2.520 anos, a ponto de ter ocorrido picos enormes de polêmica entre os irmãos, como resultado da diferença de pontos de vista.

Portanto, vamos começar o nosso estudo deste tópico.

Maranata!

 

 

 

 

Observações sobre a carta

Vamos começar examinando uma citação da irmã White em relação às cartas de 1843-1850, já que estas parecem ser um grande motivo pelo qual muitos hoje falam da tal profecia dos 2.520 anos. É como segue:

Eu vi que a antiga carta foi dirigida pelo Senhor, e que nenhuma ilustração deveria ser alterada, exceto por inspiração. Eu vi que as ilustrações da carta estavam como Deus deseja, e que Sua mão estava presente e ocultou qualquer erro nas ilustrações, para que ninguém devesse vê-las, até que Sua mão fosse removida. {SPM 1.3}

Aqui vemos claramente que a carta não era declarada como sendo infalível, pois a Palavra de Deus e a Palavra de Deus somente é infalível:

Quando a Palavra de Deus for estudada, compreendida e obedecida, uma luz brilhante se refletirá sobre o mundo; novas verdades, recebidas e postas em prática, ligar-nos-ão, em fortes laços, a Jesus. A Bíblia, e a Bíblia tão-só, deve ser nosso credo, o único laço de união; todos os que se submeterem a essa Santa Palavra estarão em harmonia entre si. Nossos próprios pontos de vista e ideias não devem controlar nossos esforços. O homem é falível, mas a Palavra de Deus é infalível. Em vez de lutar uns com os outros, exaltem os homens ao Senhor. Defrontemos toda oposição, como o fez o Mestre, dizendo: “Está escrito.” Ergamos o estandarte no qual está escrito: A Bíblia, nossa regra de fé e disciplina. Review and Herald, 15 de dezembro de 1885. {ME1, 416.2}

Em relação à carta, nos é dito que nada deve ser alterado, “exceto por inspiração”, o que mostra que, se a inspiração do Espírito Santo fosse revelada ao homem, que se houvesse algum erro no cálculo sobre a carta, que poderia ser alterado.

 

O que é inspiração e quem a tem?

 

Há muitos que acreditam que, a única interpretação a ser dada no que constitui “Inspiração”, é a Bíblia ou o Espírito de Profecia. Há uma grande verdade nesse ponto, mas há uma dinâmica para nossa compreensão de inspiração, que devemos considerar também.

A palavra inspiração significa “Deus soprou”. As palavras “inspiração” e “inspirado” não aparecem como tais nas línguas originais da Bíblia. Elas são derivadas do latim e aparecem na tradução da Vulgata de 2 Timóteo 3:16 e 2 Pedro 1:21. Seu significado básico é “respirar”.

Em 2 Timóteo 3:16 Paulo afirma que toda a Escritura é theopneustos, ou “soprada por Deus”.

Pedro aponta que “os homens… falaram da parte de Deus” [pheromenoi, transportados, soprados, ou impulsionados] “pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21).

Assim, “inspiração” é o Espírito Santo trazendo informações à mente das pessoas que são um meio de Deus para comunicar essa informação.

A Bíblia mostra homens e mulheres que foram “inspirados”, mas que seus escritos e ensinamentos não faziam parte da Bíblia? Sim!!!!!

1Cr 29:29:“Os atos, pois, do rei Davi, tanto os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas, registrados por Samuel, o vidente, nas crônicas do profeta Natã e nas crônicas de Gade, o vidente.”

Falando desses homens “inspirados”, J. N. Loughborough disse:

Outra coisa a se notar é que muitos profetas são mencionados no cânon sagrado cujos escritos não foram preservados totalmente. E, quanto ao “livro do profeta Natã”, ou “o livro de Gade, o vidente”? (1Cr 29:29). E quanto à “profecia de Aías”, ou “as visões de Ido”? (2Cr 9:29). E o “livro de Semaías, o profeta” (2Cr 12:15), ou “o livro de Jeú”? (2Cr 20:34). Estes eram certamente profetas do Senhor. Eles deram mensagens a Seu povo. Seus nomes foram registrados, mas suas mensagens nunca encontraram lugar nas Sagradas Escrituras. Por quê? Suas mensagens não eram de Deus? Suas profecias não eram do Céu? Não eram seus servos, mensageiros de Jeová ao seu povo, dando avisos e exortações? Todos nós reconhecemos, tenho certeza, que eles eram tão verdadeiramente profetas quanto foram os outros, tão divinamente chamados para o cargo profético como foram Daniel, Sofonias e Habacuque { JNL 1984, HEVI 119,9}.

Então, a Bíblia mostra exemplos de homens e mulheres que podiam ser porta-vozes de Deus e falar sob a inspiração do Espírito Santo, embora eles próprios não escrevessem nenhum livro da Bíblia. A questão-chave era que seus escritos e declarações não contradiziam os ensinamentos da Bíblia, apenas confirmava o que a Bíblia já estava dizendo. Esta é a grande diferença entre esses livros e proclamações, em comparação com os apócrifos que contradizem claramente as palavras claras da Inspiração.

Eclesiastes1: 9diz: “O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol.” Isso nos lembra que não há nada novo debaixo do sol ou o que foi feito no passado, ou que pode, em princípio, ser repetido.”

É bastante evidente para os fiéis adventistas do sétimo dia, que nós aceitamos e acreditamos que Ellen G. White é a profetiza de Deus para a igreja dos últimos dias. Seus escritos são autoritativos, assim como são os escritos de Isaías, Daniel ou João no Apocalipse.

Será que houve homens e mulheres que em seu tempo também que escreveram livros e artigos, bem como verdades proclamando que estavam sob a “inspiração” do Espírito Santo?

Deus tem me dado luz a respeito de nossos periódicos. O que é isso? – Ele disse que os mortos devem falar. Como? – Suas obras devem segui-los. Estamos repetindo as palavras dos pioneiros em nosso trabalho, que sabiam o valor de procurar a verdade como um tesouro escondido, e que trabalharam para estabelecer as bases de nossa obra. Moveram-se adiante, passo a passo, sob a influência do Espírito de Deus. Um por um, esses pioneiros estão morrendo. A palavra dada a mim é: deixe o que estes homens escreveram no passado ser reproduzido. E nas Sinais dos Tempos não deixe que os artigos sejam longos ou a impressão ruim. Não tente amontoar tudo em um número da revista. Torne a impressão boa e séria e coloque experiências vivências no papel {CW 28,1}.

Não faz muito tempo atrás eu peguei uma cópia do Bible Echo. Quando dei uma olhada, vi um artigo do pastor Haskell e um do pastor Corliss. Assim que eu coloquei o papel de lado, disse: Esses artigos devem ser reproduzidos. Há verdade e poder neles. Homens falavam movidos pelo Espírito Santo. [começa na p. 29] {CW 28,2}.

Quando o poder de Deus testifica a verdade, esta verdade deve permanecer para sempre como a verdade. Nenhuma suposição posterior, [começa na p. 32] contrária à luz que Deus tem dado, dever ser mantidas. Homens vão surgir com interpretações das Escrituras que para eles são verdadeiras, mas que não são. A verdade para este tempo tem sido dada a nós por Deus como um fundamento para nossa fé. Ele próprio nos ensinou o que é a verdade. Um irá surgir, e ainda outro, com nova luz, que contradiz a que Deus tem dado sob a demonstração de Seu Espírito Santo. {CW 31,2}.

Alguns que passaram pela experiência adquirida no estabelecimento dessa verdade, ainda estão vivos. Deus graciosamente poupou suas vidas para repetir várias vezes até o fim de suas vidas, a experiência pela qual passaram até mesmo como fez o apóstolo João até o fim de sua vida. E os arautos que caíram mortos, falam através da reedição de seus escritos. Sou instruída de que, assim, as suas vozes serão ouvidas. Eles devem testemunhar sobre o que constitui a verdade para este tempo. {CW 32,1}.

Nós não devemos receber as palavras daqueles que vêm com uma mensagem que contradiga os pontos especiais de nossa fé. Eles reúnem uma grande quantidade de textos da Escritura, e amontoam como prova em torno de suas teorias. Isso tem sido feito repetidas vezes durante os últimos 50 anos. E embora as Escrituras sejam a Palavra de Deus e devam ser respeitadas, a aplicação que eles fazem, se essa aplicação move um pilar da fundação que Deus tem sustentado esses 50 anos, é um grande erro. Aquele que faz tal aplicação não conhece a maravilhosa demonstração do Espírito Santo que deu poder e força às mensagens passadas que vieram para o povo de Deus. — Preach the Word, p. 5. (1905) {CW 32,2}

Até agora nós vimos algumas declarações muito claras. Os servos do Senhor referem-se aos pilares que foram dados ao longo dos últimos 50 anos. Em outras palavras, verdades que foram sustentados pelo movimento desde 1855. Os pioneiros nos é dito pelo profeta, escreveram sob a inspiração do Espírito Santo, quando os seus ensinamentos não removeram qualquer um dos pontos de referência da nossa fé. Isso é fundamental e, portanto, temos agora de entender o que esses pontos de referência são:

Em Minneapolis Deus deu preciosas joias da verdade ao seu povo em novas definições. Esta luz do céu por alguns foi rejeitada com toda a teimosia dos judeus manifestada em rejeitar a Cristo, e muito se falou sobre estar com os velhos pontos de referência. Mas não havia provas que não havia evidência do que os antigos pontos de referência eram. Mas havia evidência e raciocinando a partir da palavra que o recomendava à consciência; mas a mente dos homens foi fixada e vedada contra a entrada de luz, porque haviam decidido que era um erro perigoso remover os “antigos pontos de referência” quando não se movia uma estaca dos antigos pontos de referência, mas eles tinham ideias pervertidas do que constituía os antigos pontos de referência. {CW 30,1}

A passagem do tempo em 1844 foi um período de grandes eventos, abrindo os nossos olhos atônitos quanto à purificação do santuário que aconteceria no céu, e tendo decidido a relação do povo de Deus com a terra, [também] mensagens do primeiro e segundo anjos e o terceiro, desfraldando a bandeira em que estava escrito: “Os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.” Um dos marcos sob esta mensagem era o templo de Deus, visto por seu povo amante da verdade no céu, e a arca contendo a lei de Deus. A luz do sábado do quarto mandamento brilhou seus raios fortes sobre caminho dos transgressores da lei de Deus. A não imortalidade dos ímpios é um velho marco. Eu não posso destacar [começa p.31] nada mais do que aquilo que esteja sobre os marcos antigos. Todo clamor para mudar os antigos marcos é imaginário. {CW 30,2}

Agora, neste momento Deus projeta um novo e revigorado impulso, que deve ser dado a Sua obra. Satanás vê isso, e está determinado a prejudica-Lo. Ele sabe que, se ele pode enganar as pessoas que afirmam crer na verdade presente, [e fazê-los acreditar que] o trabalho que o Senhor deseja fazer para o seu povo é a remoção dos antigos pontos de referência, algo que deveria, com mais determinado zelo persistir, então ele exulta com o engano, e assim os leva a acreditar nisso. A obra para este tempo tem sido certamente uma obra surpreendente sobre vários obstáculos, devido à falsa definição de questões diante da mente de muitos do nosso povo. Aquilo que é alimento para as igrejas é considerado perigoso, e não deve ser dado a eles. E essa pequena diferença de ideias pode perturbar a fé, e fazer com que a apostasia, afim de desfazer a unidade, semear a discórdia, tudo porque eles não sabem que eles estão se esforçando por si mesmos. Irmãos, não é melhor ser sensato? O céu está cuidando de todos nós, e o que eles podem pensar sobre desenvolvimentos recentes? Enquanto nestas condições, a criação de barreiras, não só irá privar-nos da grande luz e de preciosas vantagens, mas só agora, quando nós tanto precisamos, nós nos colocamos onde a luz não pode se comunicar com o céu o que devemos comunicar à outros. — Manuscrito 13, 1889. {CW 31,1}

Assim, vemos uma lista de tópicos, que eram os chamados “pontos de referência”, e estes não devem ser removidos. Se os nossos pioneiros estavam ensinando temas que nos afastam dos tópicos acima mencionados, podemos saber que eles não foram inspirados pelo Espírito Santo quando escreveram tais artigos ou tais declarações. Mas se os seus ensinamentos estão em harmonia com os pontos de referência estabelecidos e mencionados através da inspiração, então podemos aceitar a orientação do Espírito Santo em seus escritos, bem como suas proclamações.

O ponto de vista dos pioneiros

Qual era o ponto de vista de nossos pioneiros sobre a profecia dos 2.520 de Levítico 26?

Antes de responder esta pergunta, devemos entender que há várias coisas que os nossos pioneiros acreditavam pouco depois de 1844 que foram abandonadas, corrigidas ou se tornaram em uma questão secundária, em vez de essencial, tais como: a igualdade de Cristo ao Pai, a pessoa do Espírito Santo, o que constituía a marca da besta, Laodicéia, quando o sábado começa, etc.

Esclareço esse ponto porque nós não podemos dizer que tudo que os nossos pioneiros acreditavam em 1844 era verdade, ou composto por nossos pilares/pontos de referência. Observe:

Naquele tempo [depois do desapontamento de 1844], erro após erro procurava forçar entrada entre nós; pastores e doutores introduziam novas doutrinas. Nós estudávamos as Escrituras com muita oração, e o Espírito Santo nos trazia ao espírito a verdade. Por vezes noites inteiras eram consagradas à pesquisa das Escrituras, a pedir fervorosamente a Deus Sua guia.  Juntavam-se grupos de  [começa na p.32] homens e mulheres pios, para esse fim.O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era a verdade e o que era erro.  {ME3 31,4}

Ao serem assim estabelecidos os pontos de nossa fé, nossos pés se colocavam sobre um firme fundamento. Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era arrebatada em visão, e eram-me feitas explanações. Foram-me dadas ilustrações de coisas celestiais, e do santuário, de modo que fomos colocados em posição onde a luz resplandecia sobre nós em raios claros e distintos. Obreiros Evangélicos, pág. 302. {ME3 32,1} Não podemos manter a opinião de que uma posição uma vez assumida, uma vez advogada a ideia, não deve, sob qualquer circunstância ser abandonada.  Há apenas Um que é infalível: Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. {TM 105.2}

Assim que podemos ver claramente que todas as nossas verdades não foram plenamente estabelecidas em 1844, mas foi uma compreensão progressiva das verdades já abraçadas, bem como falsidades abandonadas pela orientação do Espírito Santo.

Então, aqui está a posição final de nossos pioneiros sobre o tema do 2.520:

As sete vezes de Levítico 26

O período profético de Lev. 26, ou o que deveria ter sido assim, não tem sido objeto de estudo entre os expositores das profecias. Tem sido suposto que a expressão “sete vezes”, nos v. 18, 21, 24 e 28 denotava um período profético de 2.520 anos, e que este período abrange o tempo durante o qual o trono de Israel deve ser e permanecer subvertido e abatido por poderes opressivos. Para corrigir de maneira justa o início e término deste período, tornou-se, portanto, uma questão de consequência. As questões onde ele deve começar? E onde termina? Têm sido questões de muito estudo e, talvez, de certa perplexidade. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,1}

Estas não são perguntas, no entanto, que nos propomos aqui a discutir; pois há uma questão que se encontra por trás desta, que exige ser respondida primeiramente; ou seja, há algum período profético revelado de alguma forma em Lev. 26? Afirmamos que não há, e mostraremos algumas razões que para nós são bem conclusivas para esta posição: {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,2}

1. Uma série de julgamentos está ameaçando Israel, caso eles não derem ouvidos a Deus e cumprirem os seus mandamentos, antes da expressão sete vezes, ser introduzida nos versículos 14-17. Nestes julgamentos está incluído ser assassinado diante de seus inimigos, ser reinado por aqueles que os odiavam, e fugir quando ninguém os perseguia. Agora, se as sete vezes foram feitas para cobrir o período de decisões especiais de Deus contra Israel, especialmente no seu cativeiro por poderes desconhecidos, estas sete vezes deveriam ter sido mencionadas ligadas ao primeiro anúncio de decisões deste tipo. Mas este, como vimos, não é o caso. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,3}

2. Após o anúncio desses juízos, Deus diz, no versículo 18: “E se por tudo isto não me ouvirdes, então eu vou castiga-los sete vezes mais pelos seus pecados”. Em seguida, segue uma enumeração dos julgamentos por vir sobre eles, em cumprimento deste, diferente dos itens da primeira ameaça, e aumentando em gravidade. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,4}

3. Se por isso eles não iriam escutar, mais sete pragas seriam anunciadas contra eles, “de acordo com os seus pecados” (versículo 21). Então, novamente segue uma enumeração de julgamentos para corresponder, mais grave ainda do que qualquer um dos anteriores. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,5}

4. Se eles não fossem reformados por essas coisas, Deus ameaçou puni-los sete vezes mais pelos seus pecados. (versículo 24). E do mesmo modo como o exposto, uma enumeração dos julgamentos a serem infligidos em cumprimento, imediatamente seguindo, com mais medo ainda. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,6}

5. E se eles não quiserem ouvir a Deus por todas estas coisas, ele faz uma ameaça final que iria caminhar contra a eles em fúria e castigá-los sete vezes por seus pecados (v. 28). E uma enumeração dos julgamentos a ser infligidos, mais uma vez segue imediatamente, superando tudo isso, em sua terrível severidade. Entre eles estavam, comer a carne de seus filhos e filhas, destruir as suas cidades, levar a terra a tal desolação que seus inimigos deveriam ficar impressionados, espalhá-los entre todas as nações e desembainhar uma espada atrás deles em toda as terras de sua dispersão. Em detalhes tudo isso tem sido cumprido, mesmo o comer a carne de seus próprios filhos, como nos terríveis cercos que precederam a queda de Jerusalém. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,7}

Assim, temos, em primeiro lugar, uma série de julgamentos anunciados contra Israel, sem a expressão “sete vezes”, e, em seguida, a declaração feita quatro vezes, de que Deus os puniria sete vezes por seus pecados, cada um com a condição de que o antigo não os tenha levado ao arrependimento, e cada um contendo sua própria enumeração específica de julgamentos, distintos daqueles que os precederam e aumentando regularmente em severidade. Agora, o que se quer dizer com esta expressão repetida sete vezes? Nós respondemos, não denota a duração do castigo, mas a sua intensidade e gravidade. Isso é bem claro na linguagem do v. 21, assim: “Eu trarei sete vezes mais pragas sobre ti de acordo com seus pecados.” O número sete denotando perfeição, sem dúvida, entendemos por esta expressão a plenitude do castigo; que a medida de seus pecados públicos, que em cada caso, são inteiramente igualados pela medida de suas calamidades nacionais. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,8}

E esta posição é inteiramente sustentada pelo original, como uma breve crítica mostrará. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,9}

Em relação ao hebraico, aprendemos, a partir da concordância hebraica que a expressão sete vezes, em Levítico 26, vem de sheh-vag; e esta palavra é expressamente declarada por Genésio, nesses textos, como um advérbio, também em Salmos 119: 164; Provérbios 24: 16. Em Daniel 4: 16, 25, a expressão, sete vezes, ocorre duas vezes, onde além da pergunta significa duração. Nabucodonosor devia ser expulso dentre os homens, e fazer a sua habitação com os animais do campo, até sete vezes deveriam passar por ele. Não pode haver dúvida de que aqui a expressão significa um determinado espaço de tempo; mas aqui encontramos não o advérbio como em Levítico 26, mas um substantivo, gid-dahn, definido por Genésio, “Tempo, em linguagem profética, por um ano”. Em Daniel 7: 25, onde um período profético é visto na expressão, “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, a mesma palavra é usada. Em Daniel 12: 7, onde o mesmo período é novamente visto, e na mesma língua, temos uma outra palavra, moh-gehd, definida por Genésio como “Designação de tempo. Falado de um espaço de tempo, designado e definitivo. No modo profético durante um ano”. É visto através desta definição, que esta palavra é sinônima da utilizada em Daniel 7: 25, como acima referido. Agora, se um período de tempo é o significado da expressão, sete vezes, em Levítico 26, uma dessas palavras deveria e seria com certeza utilizada. E o fato de que nenhuma dessas palavras é usada lá, mas uma outra palavra, e que um advérbio o coloca acima de qualquer dúvida de que esse prazo não tenha pretendido lá. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68.10}

No grego é igualmente definido. A Septuaginta, em Levítico 26, heptaquis, que é um advérbio, significa sete vezes. Em Daniel 4: 16, 25, para as sete vezes de Nabucodonosor, temos outro significado; heptakairoi, um substantivo e seu adjetivo. E em todos os casos em que ocorre a palavra tempo, denotando um período profético, como em Daniel 7: 25; 12: 7; e Apocalipse 12, 14, que é a partir do substantivo kairos. Tal coisa, como um período profético baseado em um advérbio não deve ser encontrado. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,11}

Então, não há período profético em Levítico 26; e aqueles que imaginam que tal coisa exista estão confundindo-se sobre a adequação de suas diversas datas, estão simplesmente batendo no ar. Ignorar ou tratar com negligência um período profético onde está claramente determinado,é censurável ao extremo. É igualmente fútil, embora não tão hediondo, uma tentativa de tentar criar um onde não existe. {26 de janeiro de 1864 JWe, ARSH 68,12}

É verdade que Thiago White foi o editor deste artigo, mas o que deve ser entendido são as várias vezes em que ele disse que “nós” temos chegado à conclusão. Esta posição não era apenas mantida por Thiago White. Observe aqui um ponto muito importante:

Se a Bíblia realmente ensina sobre a profecia dos 2.520 anos, seria claramente o período profético mais longo da Bíblia usando matemática simples. Vamos observar primeiro o que a irmã White diz ser a profecia mais longa e última na Bíblia.

A experiência dos discípulos que pregaram “o evangelho do reino” no primeiro advento de Cristo, teve seu paralelo na experiência dos que proclamaram a mensagem de Seu segundo advento. Assim como saíram os discípulos a pregar: “O tempo está cumprido, o reino de Deus está próximo”, Miller e seus companheiros proclamaram que o período profético mais longo apresentado na Bíblia estava a ponto de terminar, que o juízo estava próximo, e que deveria ser inaugurado o reino eterno. … {GC 351,1}

Até agora, podemos ver alguns aspectos nesta citação:

1) A irmã White mostra a correlação entre a experiência dos discípulos e sua primeira mensagem do Advento, e o movimento milerita com sua segunda mensagem do advento. Guilherme Miller não via essa correlação, e nem os discípulos compreenderam inicialmente através da lente da visão profética o equivalente ao seu trabalho através do movimento milerita. (A irmã White está expressando o que Deus está mostrando a ela através destes dois movimentos).

Agora vejamos a conclusão da declaração em função do que Deus mostrou a irmã White que foi o período de tempo profético mais longo e último na Bíblia.

A pregação dos discípulos com relação ao tempo, baseava-se nas setenta semanas de Daniel 9. A mensagem apresentada por Miller e seus companheiros anunciava a terminação dos 2.300 dias de Daniel 8:14, dos quais as setenta semanas fazem parte. Cada uma dessas pregações se baseava no cumprimento de uma porção diversa do mesmo grande período profético. {GC88 351,1}

Está claro!!!!!

O profeta diz claramente qual foi o período de tempo profético mais longo e último que Guilherme Miller pregou e o que foram os 2.300 dias. Esta é a sua afirmação como Deus a mandou dizer.

Um dos defensores proeminentes no ensino sobre os 2520, em um diálogo com alguns irmãos da África, tentou explicar que a profecia que Guilherme Miller estudou em primeiro lugar, (2520) ajudou-o a entender a última (2.300). Este foi um esforço para explicar como os 2520 ajudou de alguma forma o irmão Miller a compreender os 2.300 dias, que de alguma forma constituiu o porque do irmão Miller acreditar que os 2.300 dias foi a profecia mais longa e última da Bíblia. Esta informação contribui, mas não resolve o fato de que o profeta diz claramente que os 2.300 dias é o período profético mais longo na Bíblia, e que na matemática simples nos mostra que os 2520 não poderia ser um cálculo profético verdadeiro. Este ponto não estava verdadeiramente dirigido a todos.

Eu acredito que não há maneira de contornar isso, exceto reconhecer o fato de que o profeta de Deus não reconheceu os 2520 como uma verdadeira profecia bíblica. Esta é uma contradição matemática evidente. Isto explica claramente porque seus escritos fazem omissão sobre este cálculo.

Um professor notável no assunto do 2520, hoje afirma ao explicar a declaração da Irmã White no Grande Conflito, p. 351, que Guilherme Miller ensinou que os 2.300 dias foi período profético o mais longo da Bíblia. Observe sua declaração:

Agora observe que Miller primeiro entendeu que as sete vezes terminaram em 1843. Onde a Bíblia primeiro menciona as sete vezes? Pode ser encontrada em Levítico 26: 18, 21, 24 e 28 em conexão com Levítico 25:8. As sete vezes são as 2.520 punição de dispersão e cativeiro por quebrar a aliança. Em seu cálculo, isso terminou em 1843, mas agora sabemos que termina em 1844. Em seguida, Miller vem para os 2.300 dias da purificação do santuário, e ambos os 2520 e 2.300 o levaram para a mesma conclusão. Ele tinha que entender os 2520 como o tempo profecia do pacto antes que pudesse compreender os 2.300 dias da profecia de tempo do santuário. Claro que sabemos que ele estava errado acerca de que santuário seria purificado em 1844. Mas nós não estamos abordando isso neste estudo. Quando as sete vezes terminaram, ele considerou isso como o fim da dispersão e do cativeiro. Os 2.300 dias tratam com a purificação do santuário, e, de acordo com suas descobertas, a terra seria então purificada pelo fogo, na segunda vinda de Jesus Cristo. Uma vez que a dispersão terminou, agora seria o tempo para o ajuntamento. Quando o ajuntamento seria realizado? Ele terá lugar no fim do mundo. É por isso que Miller e seus companheiros proclamaram que os 2.300 dias era o mais longo e último período profético, porque isso irá inaugurar no fim do mundo. Uma vez que os 2520 já terminaram e também os 2300 dias logo seriam, ambas as profecias de tempo o levaram para a mesma conclusão acerca do fim do mundo. As sete vezes seriam a dispersão, e os 2.300 dias seriam o reencontro para preparar um povo para servir ao seu Deus.

Agora existe um problema com o raciocínio deste professor.

1) Estamos prestes a ver que os nossos grandes pioneiros estabeleceram claramente o mais longo período profético da Bíblia, que são os 2.300 dias sem qualquer reconhecimento da profecia do 2520;

2) O escritor ignorou completamente a lógica do termo “o mais longo”. O mais longo significa o mais longo, a alegação que nossos pioneiros realmente não entendem, o que significa a palavra mais longa, é uma completa especulação;

3) O escritor afirmou claramente que os “Associados” de Guilherme Miller acreditavam e ensinavam que os 2.300 dias é o período profético mais longo da Bíblia. Observe o que Josué Himes, que era o braço direito de Guilherme Miller, disse ser o período profético mais longo da Bíblia:

Finalmente. Entramos em uma época que nos afeta mais profundamente, devemos admitir. O período profético mais longo que leva ao fim, as sete vezes, com o qual podemos supor que todos os outros seriam completos, em seu encerramento, termina com o presente outono; isso parece ser bem evidente…. {25 de setembro de 1844 JVHe, HST 62,7}

Por conseguinte, não é apenas em um período que dependemos, mas em todos os períodos proféticos terminando harmoniosamente por volta da mesma época, comprovado por evidências conclusivas independente do término do outro. Se o período mais longo é o mais importante, as sete vezes teriam prioridade sobre todos os outros. {10 de janeiro de 1844 JVHe, HST 170,8}

Isso é interessante. Josué Himes torna enfaticamente claro que o período profético mais longo da Bíblia é as “sete vezes”, que é o 2520, não os 2.300 dias. Ele afirma claramente que as outras profecias como o 1260, 1290,1335, e 2.300 dias são o que “completa” ou se encaixa dentro da profecia do ano 2520.

Agora minha pergunta é, se Josué Himes compreendeu claramente a diferença entre os 2520 e os 2.300 e qual delas era a mais longa, devemos acreditar que Guilherme Miller não sabia dessa diferença quando ele foi o único usado por Deus para ensinar o irmão Himes? Claro que não!!!! Guilherme Miller e Josué Himes acreditavam que o tempo profético mais longo da Bíblia era os 2520 não os 2.300 dias.

Portanto, na citação do Grande Conflito, onde a irmã White torna claro que o período profético mais longo da Bíblia são os 2.300 dias, é porque é de fato! O que elimina os 2520 de ser uma profecia real é que é claramente maior do que 2.300.

 

PIONEIROS ALÉM DE TIAGO WHITE QUE REFUTARAM os 2520 COMO A MAIOR PROFECIA DE TEMPO

Etevão Haskell (The Bible Handbook 1919): 2.300 dias, período de tempo profético mais longo na Bíblia.

J.N. Loughborough (Heavenly Visions 1899): 2.300 dias, o período profético de tempo mais longo na Bíblia.

Uriah Smith (Seventh-day Adventists & Their Work 1896): 2.300 dias, período profético de tempo mais longo na Bíblia.

E.J. Waggoner (The Present Truth Vol.13 1897): 2.300 dias, período profético de tempo mais longo na Bíblia.

Boletim da Conferência Geral, vol. 5 1903: 2300 dias, período profético de tempo mais longo na Bíblia.

Queridos amigos, deveria ser evidente suficiente aqui para nos ajudar a ver que não existe um período profético em Levítico 26, mas tenho certeza de que há necessidade de maior consideração.

 

Endosso do gráfico

Vamos considerar outra pergunta: E sobre o endosso de Deus da carta?

Tenho visto que o diagrama de 1843 foi dirigido pela mão do Senhor, e que ele não deve ser alterado; que as figurações eram o que Ele desejava que fossem, e que Sua mão estava presente e ocultou um engano em alguma figuração, de maneira que ninguém pudesse vê-lo, até que Sua mão fosse removida. {PE 74,1}

E aqui está a citação de reconciliação novamente em relação à carta.

Eu vi que a velha carta foi dirigida pelo Senhor, e que não é uma figura que deveria ser alterada, exceto por inspiração. Eu vi que os números do gráfico eram como Deus deseja que fossem, e que Sua mão estava presente e ocultou qualquer erro em algumas das figuras, de modo que ninguém pudesse vê-lo, até que Sua mão fosse removida. {SpM 1,3}

Vou agora demonstrar que, só porque a Irmã White apoia alguma coisa não significa que tudo nela ou sobre ela deve ser tomado como inspiração.

Há em O Desejado de Todas as Nações, Patriarcas e Profetas, O Grande Conflito e em Daniel e Apocalipse, preciosa instrução. Esses livros devem ser considerados como de especial importância, e todo esforço deve ser feito para pô-los perante o povo. Carta 229, 1903. {CE 123,2}

A luz dada foi que Daniel e Apocalipse, O Grande Conflito e Patriarcas e Profetas se venderiam. Eles contêm exatamente [começa p.124]a mensagem de que o povo necessita, a luz especial que Deus deu a Seu povo. Os anjos de Deus preparariam o caminho para estes livros no coração do povo. Special Instruction Regarding Royalties, pág. 7. (1899) {CE 123,3}

       Deixe que os nossos colportores exortem este livro mediante a atenção de todos. O Senhor mostrou-me que este livro vai fazer um bom trabalho esclarecendo aqueles que se interessarem pela verdade para este tempo. Aqueles que abraçam a verdade agora, que não têm compartilhado das experiências daqueles que entraram no trabalho no início da história da mensagem, devem estudar a instrução dada em Daniel e Apocalipse, familiarizando-se com a verdade que ela apresenta. {1MR 61,1}

Aqueles que estão se preparando para entrar no ministério, que desejam tornar-se alunos bem-sucedidos nas profecias, vão encontrar em Daniel e Apocalipse uma ajuda inestimável. Eles precisam entender estes livros. Eles falam do passado, do presente e futuro, que define o caminho tão claramente que ninguém precisará errar nele. Aqueles que vão estudar diligentemente este livro não terão gosto pelos sentimentos baratos apresentados por aqueles que têm um desejo ardente de sair algo novo e estranho para apresentar ao rebanho de Deus. A repreensão de Deus está sobre todos esses professores. Eles precisam que lhes ensinem o que se entende por piedade e verdade. As grandes questões, essenciais que Deus teria apresentado ao povo são encontradas em Daniel e Apocalipse. Não é encontrada verdade sólida e eterna para este tempo. Todo o mundo precisa de luz e informação que nele contém. {1MR 61,2}

Aqui temos claramente o profeta de Deus defendendo a necessidade de lermos o livro “Thoughts from Daniel and the Revelation”, escrito por Uriah Smith. As citações acima mencionadas foram declaradas em 1899 e 1901. Estas datas são muito significativas.

A razão é que, foi em 1871 que Uriah Smith deixou de ensinar que o Rei do Norte constituia o Papado e agora era a Turquia. Este foi um erro claro e alguns dos pioneiros queriam aborda-lo publicamente, inclusive Thiago White e a irmã White embora cientes do erro (não perca esse ponto), isso encorajou-os a não fazer uma emissão pública disso, e ela ainda defendia o livro com conselhos tremendamente fortes como você acabou de ler.

Por isso, é coerente que a irmã White possa defender algo muito fortemente como o 1843 e as 50 cartas, mesmo que possa ter tido qualquer erro em ou dentro de um simples detalhe que ela tenha defendido. Não está de acordo com a inspiração dizer que porque a irmã White defende algo como uma carta ou um livro, que tudo está nele por certo é padrão. Acabamos de ver um exemplo claro disso na questão do livro do irmão Smith, na sua interpretação posterior do O Rei do Norte estar na Turquia, em vez de no papado.

Pode-se fazer a pergunta:  por que a irmã White deixaria um erro num livro e não iria conserta-lo?  Talvez essa mesma pergunta fosse solicitada em relação aos 1843 & 50 cartas. Eu acredito que o Testemunho de Jesus tem uma razão para nós. Aqui está:

A obra que o Senhor nos deu neste tempo é apresentar ao povo o verdadeiro esclarecimento quanto aos pontos de prova de obediência e salvação—os mandamentos de Deus e do testemunho de Jesus Cristo. {ME1 165,1}

Em alguns de nossos livros importantes que tem estado no prelo por anos, e que tem trazido muitos ao conhecimento da verdade, podem-se encontras assuntos de menor importância que pedem cuidadoso estudo e correção. Sejam esses assuntos considerados por aqueles que são regularmente designados para superintenderem nossas publicações. Não magnifiquem os irmãos, nem colportores, nem ministros esses assuntos, de maneira que diminuam a influência desses bons livros salvadores de almas. Empreendêssemos nós a obra de desacreditar nossa literatura, e poríamos armas nas mãos dos que se apartam da fé, e confundiríamos a mente dos que abraçaram recentemente a mensagem.  Quanto menos se fizer para mudar desnecessariamente nossas publicações, tanto melhor. {ME1 165,2}

 

Assim, vemos que, se os livros (ou gráficos para esse fim) que destacam os pontos principais de nossa fé, ajudam aqueles recém-convertidos assim como aqueles que se afastaram da nossa fé, a compreenderem as “questões-chave acerca de obediência e salvação”, nós não temos de fazer questões sem necessidade a eles simplesmente por causa de um erro ou correção que precisa ser feito, desde que os testes sobre a verdade sejam fundamentais.

No entanto, houve um conselho que nos faria bem ver novamente. Ela declarou em relação aos livros que tinha um ponto que precisava ser corrigido:

Deixe esses assuntos serem considerados por aqueles regularmente designados a ter a supervisão de nossas publicações.

Em outras palavras, não era que o erro deve simplesmente continuar, mas as partes apropriadas envolvidas nessa linha específica de trabalho devem continuar e revisa-la. Quem foi que iniciou o trabalho com as nossas publicações? Thiago White. A Enciclopédia ASD afirma:

Thiago White publicou um panfleto de 24 páginas intitulado A Word to the “Little Flock” em 1847, e enviou pelo correio de Brunswick, Maine; e em 1849, a publicação de um boletim de oito páginas, Present Truth, começou o trabalho de publicações da igreja; e em 1850 o primeiro volume do Second Advent Review and Sabbath Herald foi emitido em Paris, Maine. Este trabalho tornou-se a publicação oficial da igreja semanalmente após os White se mudarem para Nova York em 1852. As primeiras lições da Escola Sabatina foram escritas por Thiago White, enquanto viajava de Rochester, Nova York, para Bangor, Maine, em 1852.

 

E se o irmão White foi o único a quem Deus usou para ajudar a iniciar o trabalho de publicação, ele certamente tinha o direito de estar entre aqueles a avaliar as cartas e ver se houve algum erro ou correções que precisavam ser feitas. Não é uma maravilha, pois o quadro de1863 sucedeu sem os 2520 acima dele, mas cada marco vital estava sobre ele como estava no 1843 e nas 50 cartas.

Tenha em mente que não havia repreensões registradas para isso nem do Profeta do Senhor ou dos pioneiros. Aqui, à esquerda está uma cópia do quadro de 1863. Observe os 3 Anjos, o Santuário e os 2.300 dias, bem como os mandamentos de Deus que estão todos lá e fomos claramente informados de que estes constituíam nossos pontos de referência.

O uso de outros gráficos

Será que a irmã White defendeu o uso de quadros fora os 1843 & 50? Sim, observe:

Dedicastes muito estudo ao assunto de como tornar interessante a verdade, e os quadros que fizeste estão em perfeita conformidade com o trabalho que precisa ser feito. Estes quadros são, para as pessoas, lições objetivas. Pusestes vigor de pensamento na obra de produzir estas notáveis ilustrações. E elas exercem efeito notável ao serem apresentados ao público em reivindicação da verdade.  Usa-as o Senhor para impressionar as mentes. Fui instruída clara e nitidamente quanto a deverem usar-se quadros na apresentação da verdade. E essas ilustrações devem tornar-se ainda mais impressivas por meio das palavras que mostram a importância da obediência. −Carta 51, 1902. {Ev 203,2}

As profecias Ensinadas por meio de Quadros Simples, Econômicos. − O uso de quadros muitíssimo eficaz para explicar as profecias referentes ao passado, presente e futuro. Devemos, porém, tornar o nosso trabalho tão simples e econômico possível. Deve a verdade ser explicada com simplicidade. Em caso nenhum devemos seguir o exemplo [continua p.204] de exibicionismo demonstrado pelo mundo. −Manuscrito 42, 1905. {Ev 203,3}

 

Não há nenhum pecado ou erro no quadro do 1863 e você e eu podemos fazer quadros hoje mesmo que eles não sejam uma réplica exata dos quadros de 1843 e das 50 cartas. A chave é ter os “pontos Históricos”, representados, e temos estudado o que esses pontos históricos eram.

Compreendendo a nossa História / 2300 dias

Há alguns que pensam que a única maneira que nós podemos compreender verdadeiramente a nossa História e como o Senhor nos tem guiado, é através de uma compreensão do 2520. Isso é verdade?

Vi a necessidade dos mensageiros, especialmente, vigiar e conter todo o fanatismo onde quer que o vejam surgir. Satanás está fazendo pressão por todos os lados, e a menos que o vigiemos e tenhamos os olhos abertos para os seus enganos e laços, lançando nós mão de toda armadura de Deus, os dardos inflamados do maligno nos atingirão. Há muitas verdades preciosas contidas na Palavra de Deus, mas é a verdade presente que o rebanho necessita agora. Tenho visto o perigo de os mensageiros se afastarem dos importantes pontos da verdade presente, para se demorarem em assuntos que não são de molde a unir o rebanho e santificar a alma. Satanás tirará disto toda vantagem possível para prejudicar a causa. {PE 63,1}

Mas assuntos como o santuário, em conexão com os 2.300 dias, os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, são perfeitamente apropriados para esclarecer o passado movimento adventista e mostrar qual é a nossa presente posição, estabelecer a fé do vacilante, e dar a certeza do glorioso futuro. Estes, tenho frequentemente visto, são os principais assuntos sobre que os mensageiros se devem demorar. {PE 63,2}

Esta linguagem é tão clara, que não há nenhuma menção ou inferência sobre o 2520, no entanto, nos é dito que podemos obter uma “perfeita” compreesão do Movimento do Advento “passado” e entender a nossa posição no “presente” e num “futuro glorioso” através da compreensão dos 2.300 dias.

No entanto, alguns insistem em acreditar que a única maneira que podemos compreender os 2.300 dias é através dos 2520 como Miller fez. Isso é verdade? NÃO!!!!!!!

Primeiro, a citação dos Primeiros Escritos deve ser o suficiente, mas se você se lembrar daquele livro, o livro de Urias Smith, ele ensinava a profecia dos 2.300 dias, e foi fortemente defendida pelo profeta do Senhor. Observe novamente:

Aqueles que estão se preparando para entrar no ministério, que desejam tornar-se alunos bem-sucedidos das profecias, vão achar em Daniel e Apocalipse uma ajuda inestimável. Eles precisam entender este livro. Ela fala do passado, presente e futuro, que define o caminho tão claramente que ninguém precisa errar nele. Aqueles que vão estudar diligentemente este livro não terão gosto pelos sentimentos baratos apresentados por aqueles que têm um desejo ardente de sair algo novo e estranho para apresentar ao rebanho de Deus. A repreensão de Deus está sobre todos esses professores. Eles precisam que alguém lhes ensine o que se entende por piedade e verdade. As grandes questões, essenciais que Deus teria apresentado ao povo são encontradas em Daniel e Apocalipse. Lá encontra-se verdade sólida e eterna para este tempo. Assim, todo mundo precisa de luz e a informação que nela contém. {1MR 61,2}

Mas há mais, observe esta citação:

Sinto-me bastante impressionada com nossa presente situação. Agora temos que fazer um trabalho que deveria ter sido feito há muito tempo. Temos que fazer como o Senhor ordenou a Moisés que fizesse quando os filhos de Israel, depois de terem atravessado o deserto, estavam acampados na fronteira da Jordânia. Moisés foi ordenado a repetir a eles todos os atos do Senhor durante suas jornadas pelo deserto. O registro destarepetição é encontrado no livro de Deuteronômio. {17MR 344,3}

O registro da experiência pela qual o povo de Deus passou no início da história do nosso trabalho deve ser republicado. Muitos daqueles que, desde então, conheceram a verdade, são ignorantes sobre a maneira que o Senhor operou. A experiência de Guilherme Miller e seus associados, do capitão José Bates, e de outros pioneiros na mensagem do Advento, deve ser continuada diante do nosso povo. O livro do irmão Loughborough deve receber atenção especial. Nossos principais homens devem ver o que pode ser feito para a circulação do livro. 345 {17MR 344,4}

 

Isto foi escrito em 1905, e a irmã White estava se referindo ao livro “The Great Second Advent Movement, it’s Rise and Progress” por J. N. Loughborough. Este é um excelente livro!!!!!! Curiosamente, enquanto este livro faz um relato incrível sobre Guilherme Miller e seus associados e ensinamentos sobre a profecia dos 2.300 dias, em momento algum é mencionado em todo o livro a profecia do 2520. No entanto, este livro é recomendado como o de Urias Smith, que dá um relato preciso do nosso movimento passado e, mais especificamente, a profecia dos 2.300 dias. Eu também recomendaria o livro de J.N. Andrews “The judgement, it’s events and their order”, é uma explicação mais fenomenal da profecia dos 2.300 dias usando completamente a escritura.

E as datas exatas?

Uma das maiores razões para as pessoas defenderem a profecia dos 2520 é o que parece ser o seu alinhamento preciso dos eventos proféticos e as datas juntamente com ele. Qual é a precisão deles?

Eles reúnem uma grande quantidade de Escritura como prova em torno de suas teorias afirmadas. Isso tem sido feito repetidas vezes durante os últimos 50 anos. {CW 32}

Aqui houve indivíduos que tentaram perturbar a luz presente do movimento através da compilação de escritura sobre escritura, afim de provar seus pontos. Enquanto eu não atribuir essa citação direta ao movimento dos 2520, há um poderoso princípio que devemos prestar atenção. Só porque muitas passagens são usadas para levantar uma questão e parecem “fazer sentido” não significa automaticamente que elas estão certas.

Plausibilidade não significa automaticamente veracidade. Simplesmente porque as datas fazem sentido não significa que elas devem ser recebidas como inspiração profética. A Bíblia é clara de que existe um caminho que parece certo ao homem, mas o fim dele são os caminhos da morte. Provérbios 14: 12/ 16: 25. Existem escrituras que são difíceis de entender e podem ser deturpadas. 2 Pedro 3:16

Como afirmado no artigo Review and Herald sobre o tema do 2520:

Aqueles que imaginam que tal coisa existe, e estão confundindo-se sobre a adequação de suas diversas datas, estão simplesmente andando em círculos.

Eu acredito que um estudo muito fiel do contexto já foi colocado neste documento através do artigo Review and Herald.

 

 

 

E os períodos proféticos?

 

Outra pergunta que muitos que apoiam a crença de que a irmã White aprovou o 2520 é pela declaração que ela faz em referência a um termo que ela usa chamado “períodos proféticos” Note:

Esses fiéis, os desapontados, que não conseguiam compreender por que seu Senhor não veio, não foram deixados na escuridão. Mais uma vez eles foram conduzidos à Bíblia para pesquisar os períodos proféticos. A mão do Senhor foi removida das figuras, e o erro foi explicado. Eles viram que os períodos proféticos chegaram à 1844, e que a mesma evidência que haviam apresentado para mostrar que o período profético terminaria em 1843, provava que terminaria em 1844. A luz da palavra de Deus brilhou sobre sua posição, e eles descobriram um tempo de tardança. — Se a visão tardar espere por ela. — No seu amor pela vinda imediata de Jesus, eles haviam se esquecido da tardança da visão, que foi calculada para manifestar os verdadeiros à espera. Novamente eles tinham uma questão de [começa p.139] tempo. No entanto, eu vi que muitos deles não poderiam superar sua grave decepção, e possuir esse grau de zelo e energia que marcou sua fé em 1843. {1SG 138,1}

Como resultado da irmã White mencionar a palavra período (singular) em vez de períodos (plural), afirma-se que ela deve ser “favorável” a profecia dos 2520.

Em primeiro lugar, há várias coisas a se considerar.

1) Ela deixa claro que eles revisaram os períodos que levam ao 1844, que eram os 2520 que eles acreditavam firmemente na época, bem como os 2.300 dias. Ela está dando um relato do que eles fizeram, mas isso não significa que eles estavam certos.

2) Mas qual é a profecia de tempo que o Espírito de Profecia reconhece claramente que leva ao 1844?Nosso cálculo de tempo profético era tão simples e claro que mesmo as crianças o poderiam compreender. A conta da data do decreto do rei da Pérsia, como se encontra no capítulo 7 de Esdras, o qual foi baixado no ano 457 antes de Cristo, supunha-se que os 2.300 anos de Daniel 8: 14 terminariam em 1843. De acordo com isto aguardávamos a vinda do senhor no fim deste ano. Ficamos tristemente desapontados quando o ano passou completamente, e o Salvador não veio. {VE 49,2}

Não se percebeu a princípio que, se o decreto não tivesse sido baixado no princípio do ano 457 A.C., os 2300 anos não se completariam no fim de 1843. Verificou-se, porém, que o decreto fora emitido próximo do final do ano 457 A.C., e, portanto, o período profético deveria atingir o outono do ano 1844. Por conseguinte, a visão do tempo não tardara, posto que houvesse parecido assim ser. Aprendemos a confiar na linguagem do profeta: “A visão é ainda para o tempo determinado, e até o fim falará, e não mentirá: se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.” Habacuque 2: 3. {VE 50,1}

Deus experimentou e provou o Seu povo com a passagem do tempo em 1843. O erro cometido na contagem dos períodos proféticos não foi logo descoberto, mesmo por homens instruídos que se opunham as opiniões dos que esperavam a vinda de Cristo. Os doutos declaravam que o Sr. Miller estava certo em seu cálculo relativo ao tempo, conquanto discordassem dele no tocante ao acontecimento que viria coroar aquele período. Todavia eles, bem como o povo expectante de Deus, estavam em erro comum relativamente ao tempo. {VE 50,2}

Aqueles que ficaram desapontados não foram por muito tempo deixados em trevas; pois pesquisando os períodos proféticos com oração fervorosa, foi descoberto o erro, assim como delinear do lápis profético através do tempo de espera. Na alegre expectativa da vinda de Cristo, a demora aparente da visão não fora tomada em consideração, donde uma triste e inesperada surpresa. Contudo, essa mesma prova foi necessária para alentar e fortalecer na verdade os crentes sinceros. {VE 50,3}

 

Aqui vemos que a profecia do tempo que levou ao 1844, mas estava equivocada em relação ao 1843, foram os 2.300 dias. Isto é claramente apontado em todos os escritos no Espírito de Profecia. Observe a permutabilidade entre os termos “período profético” e “períodos proféticos”. No entanto, ela está claramente referindo-se à profecia dos 2.300 dias.

Então alguns dirão, mas ela fala de períodos proféticos como se houvesse mais de uma profecia sendo revisada.(Por falar nisso, havia outras profecias revisadas que levaram a 1844 as quais os pioneiros estudaram. Tiago White republicou várias vezes um artigo escrito por José Bates, que mostrava que os 2.300, 2.520, 2.450 e os 6000 anos todos terminaram em 1844). Houve muitas profeciasrevisadas que hoje sabemos não eram profecias legítimas. Mas observe:

William Miller afirma em um estudo,

Além disso, desde o cumprimento das 70 semanas, que é uma parte da visão, e que as 70 semanas começaram 457 anos antes do nascimento de Cristo, a partir da entrega da ordem para Esdras, o escriba de Artaxerxes, rei da Pérsia, para subir e edificar os muros de Jerusalém (o templo foi construído muito antes, no reinado de Ciro), até os sofrimentos e morte de Cristo, foi de 490 anos, que são as 70 semanas. Eu tenho o testemunho, também de todo o escritor sobre as profecias neste ponto. A próxima coisa que vou tentar provar é, o momento em que esses 2.300 anos começaram. Porque, sem isso, será em vão buscar pelo fim {Evidences from Scripture and History of the Second Coming of Christ About the Year A. D. 1843, and of His Personal Reign of 1000 Years,Guilherme Miller}

Para estabelecer a profecia dos 2.300 dias, foi necessário um estudo para saber onde tudo começou, e a única maneira de fazer isso biblicamente era revisando a profecia dos 490 dias e todas as profecias ligadas a ela, ou seja: 1260, 1290, 1335.

As únicas profecias que realmente fizeram com que o povo de Deus chegasse em 1843 e que o Espírito de Profecia reconhece é a de 1335, que na verdade terminou em 1843; e os 2.300 dias que teria encerrado em 1843, mas na verdade acabou em 1844. Qualquer coisa fora disso, seria mera especulação do ponto de vista dos escritos da Irmã White. Como vimos nos pontos anteriores deste estudo, a irmã White não reconhece de forma alguma os 2520 e faz declarações que o refutam como as 351 citações no Grande Conflito. Observe novamente:

A experiência dos discípulos que pregaram o “evangelho do reino” no primeiro advento de Cristo, teve seu paralelo na experiência dos que proclamaram a mensagem de Seu segundo advento. Assim como saíram os discípulos a pregar: “O tempo está cumprido, o reino de Deus está próximo”, Miller e seus companheiros proclamaram que o período profético mais longo e último apresentado na Bíblia estava a ponto de terminar, que o juízo estava próximo, e que deveria ser inaugurado o reino eterno. A pregação dos discípulos com relação ao tempo, baseava-se nas setenta semanas de Daniel 9. A mensagem apresentada por Miller e seus companheiros anunciava a terminação dos 2.300 dias de Daniel 8: 14, dos quais as setenta semanas fazem parte. Cada uma dessas pregações se baseava no cumprimento de uma porção diversa do mesmo grande período profético. {GC88 351,1}

 

A Mensagem de 1840 a 1844

Outra pergunta que muitos que defendem os 2520 fazem é sobre as declarações da irmã White em relação a “todas” as mensagens que foram dadas de 1840-1844 devem serem repetidas. Observe:

Todas as mensagens proferidas a partir de 1840-1844 agora devem se tornar obrigatórias, pois há muitas pessoas que perderam suas orientações. As mensagens devem chegar a todas as igrejas. {21MR 437,1}

Esta declaração é muito simples de lidar quando consideramos algumas das afirmações acima deste mesmo artigo. Observe:

A verdade, a verdade presente para este tempo, será dada no tempo devido. Deixe claro, verdade autoritativa a ser apresentada com decidida garantia e no espírito de amor e bondade, e que o poder do Espírito Santo possa dar força às palavras ditas. Você certamente está onde muitas almas ficaram confusas. Mas Cristo prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim.” Devemos reivindicar esta promessa. O Senhor não está dormindo nem está indiferente à nossa fé, e Ele vos dará conhecimento e graça a todos aqueles que humilharem seus corações diante dEle. {21MR 436,4}

O contexto do artigo inteiro é sobre problemas que estavam acontecendo entre os irmãos em Battle Creek, em que a autoconfiança e a alma estavam levantando à vaidade. Esta experiência foi cegando-os para a realidade dos sinais do tempo que estava quase terminando.

Como você vê no parágrafo acima os irmãos foram incentivados a receber a “verdade presente”, como alimento no tempo devido. O que a inspiração deixa claro ser a verdade presente? Observe:

Mas assuntos como o santuário, em conexão com os 2.300 dias, os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, são perfeitamente apropriados para esclarecer o passado movimento adventista e mostrar qual é a nossa presente posição, estabelecer a fé do vacilante, e dar a certeza do glorioso futuro. Esses, tenho frequentemente visto, são os principais assuntos sobre que os mensageiros se devem demorar. {PE 63,2}

Assim, vemos claramente o que é a Verdade Presente para este tempo e o efeito que terá sobre o coração do receptor. De maneira nenhuma o 2520 é mencionado. Assumir isso seria incluir inspiração.

Além disso, note estes pontos também.

1) A Terra era considerada o santuário em 1840-1844 (que hoje sabemos que não é verdade)

2) Foi originalmente ensinado que o cumprimento de Daniel 8:14 aconteceria em 1843. (que hoje sabemos que é falso)

3) Ninguém foi convidado a guardar os mandamentos, incluindo o do sábado entre 1840 e 22 de outubro de 1844. (que hoje sabemos que é a questão de teste com a Marca da Besta)

Meu argumento é bem simples, você tem que ler a declaração no contexto. Quando é dito que todas as mensagens de 1840-1844 significam simplesmente as mensagens que na verdade eram a “verdade presente”, que eram o Santuário em conexão com os 2.300 dias e a Primeira mensagem do anjo, bem como a Segunda mensagem do anjo de chamar as pessoas para fora da Babilônia. E em última análise, levando a mensagem do Terceiro Anjo que apresenta a Mensagem do Evangelho completa. A mensagem do Alto Clamor do Apocalipse 18 nada mais é do que uma declaração e uma demonstração dessas mesmas mensagens com grande “aumento” de poder como resultado da chuva serôdia. (Eventos Finais pg. 201, 202).

 

O Silêncio de Ellen White sobre os 2520

Se o 2520 era uma verdade presente ou um teste da verdade, por que a irmã White não faz nenhum comentário sobre um assunto que hoje cria tanta controvérsia? Considere esses pontos da Irmã White:

Todo erro é pecado, e todo pecado tem sua origem com Satanás. Maus costumes têm cegado os olhos e arruinado as faculdades de perceptivas de homens e mulheres. Precisamos agora ser cautelosos em todo o sentido. . . . {DCD 161,3}

Os que estão de qualquer forma ligados com a obra de Deus em qualquer de nossas instituições, devem estar ligados com Deus, e é preciso confiar-se em que façam o que é direito sob todas as circunstâncias, para que saibam onde se encontrarão no dia da prova. Nenhum dos que estão ligados com a sagrada obra de Deus deve permanecer em terreno neutro. Se um homem está dividido, indeciso, inserto, até que saiba que nada perderá, demostra que é um homem a quem Deus não pode usar. Mas muitos estão seguindo esta linha de conduta. Não foram escolhidos por Deus ou decididamente deixaram de ser dirigidos pela poderosa instrumentalidade do Espírito Santo. {TM 403.2}

O Senhor usará homens educados se seu suposto conhecimento não os levar a desejar dirigir o Espírito Santo, e procurar ensinar ao Senhor que a política humana é melhor que os planos divinos, por estar mais em harmonia com a opinião popular. Todo aquele que está no serviço de Deus tem a obrigação moral de avançar ousadamente e enfrentar o preconceito, a posição e as paixões humanas. Devem sempre lembrar-se de que são servos de Deus, e estão a Seu serviço.

Aqueles que recebem e crêem em Jesus não estão apresentando o jugo de qualquer homem, também não estão descomprometidos em relação a onde estão. Um conflito violento está sendo travado entre dois poderes—o poder da luz e do poder das trevas. Este conflito tem interesse vital para o povo de Deus. A questão que nos é perguntada é: Quem vai ficar do lado do Senhor? Você não pode manter-se neutro, e ainda assim ser um seguidor de Cristo, Seus servos fiéis. {SpTB02 44,2}

Nos primeiros dias da mensagem, quando nosso número era pequeno, estudávamos diligentemente para compreender o significado de muitas passagens das Escrituras. Às vezes parecia não ser possível dar uma explicação. Meu espírito parecia estar fechado à compreensão da Palavra; mas, quando nossos irmãos que se haviam reunido para estudar chegavam a um ponto em que não podiam ir além, e recorriam a fervorosa oração, o Espírito de Deus repousava sobre mim e eu era arrebatada em visão, sendo instruída a respeito da relação de uma passagem para com outras passagens da Escritura. Estas experiências se repetiram reiteradas vezes. Assim muitas verdades da mensagem do terceiro anjo foram estabelecidas ponto a ponto. {ME3 38,2}

Pensais que minha fé nesta mensagem irá vacilar? Pensais que posso ficar calada quando vejo ser feito algum esforço para remover as colunas fundamentais de nossa fé? {ME3 38,3}

Com todas essas referências, é lamentável que, enquanto a irmã White não disse absolutamente nada sobre os 2520, as pessoas digam que ela defendia essa profecia. Se isso fosse verdade, ela teria claramente dito, não esconderia, nem faria inferência ou cálculos indiretos sobre o assunto como os defensores do 2520 estão fazendo. Mais importante, ela não teria uma posição neutra.

Uma declaração ousada

Deus mandou Seu anjo mover o coração de um lavrador, que não havia crido na Bíblia, a fim de o levar a examinar as profecias. Anjos de Deus repetidamente visitavam aquele escolhido, para guiar seu espírito e abrir à sua compreensão profecias que sempre tinham sido obscuras para o povo de Deus. Foi-lhe dado o início da cadeia de verdade, e ele foi levado a examinar elo após elo, até que olhou maravilhado e admirado para a Palavra de Deus. Viu ali uma perfeita cadeia de verdades. {Primeiros Escritos pg. 229}

Aqui está uma declaração de um orador de destaque do 2520, comentando sobre o livro PE pg. 229:

Mas quem era o “Seu anjo” que Deus mandou para Guilherme Miller?

As palavras do anjo: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus”, mostram que ocupa posição de elevada honra, nas cortes celestiais. Quando viera com uma mensagem para Daniel, dissera: “Ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, a não ser Miguel [Cristo] vosso príncipe.” Daniel 10: 21. De Gabriel, diz o Salvador em Apocalipse: “Pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João Seu servo.” {Desejado de Todas as Nações pg. 99}

“De acordo com o Espírito de Profecia, Deus enviou o anjo Gabriel para dar luz e compreensão a Guilherme Miller, assim como ele o enviou a Daniel e João nas visões que receberam.” Qual foi o início da corrente da verdade que Gabriel deu a ele?

Esta afirmação não poderia ser verdade. Se fosse Gabriel, que viera a Guilherme Miller, como o escritor propõe aqui, e dado revelações a ele da mesma forma como para Daniel e João, então devemos concluir que Guilherme Miller tinha o Espírito ou o dom de profecia (segundo Apocalipse 1:1, 2). Diretamente ligado às “revelações” que o anjo Gabriel trouxe, a Bíblia as chama de testemunhos de Jesus, que é o Espírito de Profecia, que é dado aos profetas. (Apocalipse 12: 17, 19: 10, 22: 9)

É fato que o Espírito de Profecia não estava ativo durante o tempo em que Guilherme Miller pregava. Para ter o Espírito de Profecia você também deve TER A LEI!!!!! Observe:

Provérbios 29:18: Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz.

Lamentações 2: 9: As suas portas caíram por terra; ele quebrou e despedaçou os seus ferrolhos; o seu rei e os seus príncipes estão entre as nações onde já não vigora a lei, nem recebem visão alguma do Senhor os seus profetas.

Podemos ver claramente no Espírito de Profecia que Apocalipse 1: 1 e 2 é onde se encontra o trabalho de Gabriel para levar as “visões” aos profetas de Deus que não poderiam se cumprir, até que as pessoas honrassem a Santa Lei de Deus novamente. Como todos sabemos, Guilherme Miller (embora que de forma ignorante) não honrou a Lei de Deus.

Temos a promessa de que os anjos vão nos visitar, orientar e ensinar-nos também. Observe:

“Membros da igreja, tanto velhos quanto jovens, devem ser educados para sair a proclamar esta derradeira mensagem ao mundo. Se eles vão com humildade, anjos de Deus os acompanharão, ensinando-os a erguer a voz em oração, em hinos, e a proclamar a mensagem evangélica para este tempo.” (Mensagens aos Jovens, 217.) {PR 258,3}

“… Anjos guiarão os passos dos obreiros que permitam ao Espírito Santo santificar-lhes a sua língua, refinar e enobrecer-lhes o coração.” {AA 109,2}

“Pais, estais vós trabalhando com incansável energia em favor de vossos filhos? O Deus do Céu anota vossa solicitude, vosso fervente trabalho, vossa constante vigilância. Ele ouve vossas orações. Com paciência e bondade educai vossos filhos para o Senhor. Todo o Céu está interessado em vosso trabalho. . . Deus Se unirá convosco, coroando de sucesso vossos esforços.” {LA 205,3}

Ao procurardes tornar claras as verdades concernentes à salvação, e encaminhar as crianças a Cristo como Salvador pessoal, os anjos estarão ao vosso lado. O Senhor dará aos pais e às mães graça para interessar os pequeninos na preciosa história do Infante de Belém, que é na verdade a esperança do mundo. {LA 205,4}

Por amor à vossa alma, por amor a Cristo, e por amor aos outros, trabalhai em casa. Orai como não estais acostumado a orar. Quebrante-se o coração diante de Deus. Ponde vossa casa em ordem. Preparai vossos filhos para essa ocasião. Ensinai-os que não é de tanta importância que aparecem com finas vestes, como que se apresentem diante de Deus com as mãos limpas e coração puro. Removei cada obstáculo que lhes esteja no caminho—todas as diferenças que possam ter existido entre eles mesmos ou entre vós e eles. Assim fazendo, convidareis a presença de Deus em vosso lar e os santos anjos vos acompanharão ao irdes à reunião e sua luz e sua presença afugentarão as trevas dos anjos maus. {OC 501,2}

Agora descobrimos que as ameias podem ser alcançadas, que Deus está acima da escada e espera, de braços estendidos, para ajudar toda pessoa que entrar no reino eterno de nosso Deus. Louvem-Lhe o santo nome! Habitantes da Terra, louvem-nO! Por quê? Porque por intermédio de Jesus Cristo – cujo longo braço humano envolve a raça, enquanto com Seu divino braço alcança o trono do Todo-Poderoso – é o abismo transposto com seu próprio corpo; e este átomo de mundo, que se separou do continente do Céu pelo pecado e se tornou uma ilha, é novamente reintegrado porque Cristo transpôs o abismo – Cristo é a ponte!

Aqui está uma pessoa em perigo; bem, Deus Se coloca a postos para ajudar essa pessoa. Todos os anjos celestes serão enviados para auxiliá-la. – Manuscrito 5, 1891 (CTr 86,6}

Faça o obreiro de Cristo lembrar que ele não trabalha em sua própria força. Que ele se apodere do trono de Deus com fé em Seu poder para salvar. Deixe-o lutar com Deus em oração, e em seguida, trabalhar com todas as facilidades que Deus lhe deu. O Espírito Santo é provido conforme sua eficiência. Anjos ministradores estarão ao seu lado para impressionar corações. {PJ 232,3}

Tenha em mente que havia vários outros homens que foram alertados por Deus, seja através do Espírito Santo ou dos anjos, sobre a mensagem da Hora do Juízo. Observe o que o livro de J. N. Loughborough fala sobre um “fazendeiro” que veio para compreender a verdade sobre a Mensagem do primeiro anjo. (Lembre-se que o Espírito de Profecia subscreve este livro como mostrando nossas fundações. Nós já o citamos neste artigo.)

A Mensagem na Alemanha e na Rússia

Um escritor inglês, Mourant Brock, nos informa que “em Wrtemberg havia uma colônia cristã que incluíam centenas de pessoas, que esperavam o breve retorno de Cristo.” A doutrina foi proclamada em outras partes da Alemanha por Hengstenberg, que naquele momento, era tido como sendo o mais talentoso teólogo na Alemanha. {1905 JNL, GSAM 102,3}

Na Review and Herald, de 13 dezembro de 1892, o Pastor L.R. Conradi da Alemanha diz: – {1905 JNL, GSAM 102,4}

“Bengel, na Alemanha, acendeu o amor pela a vinda de nosso Senhor em muitos corações, o que levou milhares de pessoas a estudar a palavra profética, como nunca antes. . . . A luz brilhou na Alemanha, e publicações que mostram a aplicação dos 2.300 dias foram divulgadas lá. Um despertar religioso se seguiu, especialmente em Witemberg, e como surgiu a perseguição, centenas de famílias foram para o sul da Rússia, e lá difundiram a luz entre seus próprios compatriotas que haviam se mudado havia muitos anos antes. Como os pastores fecharam as igrejas, com poucas exceções eles deveriam realizar o seu ‘stunden’ ou’ momentos de reuniões’, em casas particulares, e centenas foram convertidos. Mesmo naquela época, o sábado era discutido entre eles, mas já ninguém deu o primeiro passo, e a discussão foi sufocada. Um fazendeiro russo foi convertido no ‘stunden’, e então começou o mesmo trabalho entre os russos. Isso finalmente levou ao grande movimento ‘Stundist’ dos dias de hoje, cuja influência se estende até o ponto mais remoto da Sibéria e da transcaucásia.” {1905 JNL, GSAM 102,5}

Na Review and Herald de 31 de Julho de 1891, há uma declaração do Pastor Conradi a respeito do irmão Sch”che da Austrália, que no momento, era um residente da Silesia, e trabalhou parte do tempo no interesse da missão na casa do Pai Gosner, uma divina evangelista alemã observou. Sobre o Irmão Sch”cheele diz o seguinte, com relação ao livro de Kelber: – {1905 JNL, GSAM 103,1} “Depois de 1836, ou quando o cálculo de Bengel havia expirado, apareceu no papel do condado Schweidnitz um aviso lá da livraria do Sr. Sommerfeldt, relativo a um livro de L. Henry Kelber, sobre os grandes e alegres acontecimentos que deveriam acontecer em 1843 e 1844. O título exato do livro eu não me lembro. Nós adquirimos o referido livro e lemos juntamente com um número de pessoas interessadas, com as portas fechadas, no ano de 1839-1840. O livro de Daniel, Apocalipse, e Mateus 24 mostrou que, o fim estava próximo, e havia também uma tabela de cálculo que mostrava como o referido acima foi alcançado.” {1905 JNL, GSAM 103,2}

Este fazendeiro foi iluminado sozinho? Claro que não. Ele foi levado por anjos ministradores assim como muitos outros, incluindo o irmão Miller. Não devemos tornar o irmão Miller superior ao que ele era. Ele foi um estudante sincero da escritura, que brilhava com o amor a Deus e Sua verdade, e incansavelmente compartilhava a escritura com todos a quem podia. Queira Deus que nós queimássemos com o mesmo fogo, ainda que de uma forma equilibrada.

É possível Gabriel ter falado com Guilherme Miller, assim como o fazendeiro Elder Loughborough menciona. Gabriel veio a Maria, mas não foi da mesma forma como Ele veio a João ou a Daniel.

A ideia de que foi Gabriel quem trouxe a compreensão de Guilherme Miller como ele trouxe o entendimento para Daniel e João, é completamente falsa. Guilherme Miller teve o privilégio de ser ensinado pelos Anjos, e não apenas um anjo da verdade para o seu tempo, assim como nós também temos o privilégio hoje de ser ensinados hoje por anjos para proclamar a verdade para o nosso tempo. Oro para que possamos perceber isso.

No entanto, o defensor do 2520 continua com uma citação dos escritos de nossos pioneiros e segue com o seu comentário. Observe:

“A partir de um estudo mais aprofundado das Escrituras, cheguei à conclusão de que os sete tempos da supremacia dos gentios deve começar quando os judeus deixarem de ser uma nação independente do cativeiro de Manassés, que os melhores cronologistas atribuíram ao ano 677 a.C. ; que os 2.300 dias, iniciados com as 70 semanas, que os melhores cronologistas dataram 457 a.C.; e que os 1.335 dias que começam com a retirada do “sacrifício diário”, bem como a criação da abominação desoladora, [Daniel 12: 11,] deviam ser datados a partir da criação da supremacia papal, após o afastamento das abominações pagãs, e que, de acordo com os melhores historiadores que eu poderia consultar, devem ser datados de cerca de 508 d.C.. Contando todos esses períodos proféticos das várias datas atribuídas pelos melhores cronologistas para os eventos a partir do qual eles devem evidentemente ser contados, todos eles terminariam em conjunto, cerca de 1843 d.C.. Portanto, eu fui levado à 1818, no fim dos meus dois anos de estudo das Escrituras, para a conclusão solene, de que em cerca de 25 anos, a partir desse momento, todos os assuntos do nosso estado presente serão encerrados” {Advent Review and Sabbath Herald, 18 de abril de 1854 pg. 98}

Havia três começos que ele especifica. O ponto de partida do 2520, as 2.300 tardes, 1335 e as profecias sobre tempo. Ellen White endossa o 2520, mostrando que ele foi um dos pontos de partida para a cadeia da verdade que foi dada por Gabriel a Miller. Dizer que ela não endossa o 2520 é se opor ao seu dom profético, mas também deve-se rejeitar a luz que Gabriel revelou a Miller. Onde Gabriel obteve sua compreensão da profecia?  De Jesus Cristo e Deus o Pai! Então, agora temos de pôr em questão o Pai e o conhecimento do Filho sobre a profecia. Se Miller estava errado sobre o 2520, então a irmã White é uma profetisa falsa, Gabriel é um anjo do abismo, e Deus Pai e Deus Filho são falsos deuses!

Este é um simples, mas desequilibrado excesso de zelo, uma declaração não santificada e muito ousada, por várias razões:

1) Quando o assunto do contínuo surgiu, nós sabemos que a irmã White fez várias declarações sobre o assunto. Observe:

Tenho visto que o diagrama de 1843 foi dirigido pela mão do Senhor, e que ele não deve ser alterado; que as figurações eram o que Ele desejava que fossem; que Sua mão estava presente e ocultou um engano em alguma figuração, de maneira que ninguém pudesse vê-lo, até que Sua mão fosse removida.

Vi em relação ao “contínuo” (Dn 8:12) que a palavra “sacrifício” foi suprida pela sabedoria humana, e não pertence ao texto, e que o Senhor deu a visão correta àqueles a quem deu o clamor da hora do juízo. Primeiros Escritos, 74,75.

Aqui somos informados de que o Senhor deu a visão correta do contínuo para aqueles que deram a mensagem do clamor do juízo julgamento, que definitivamente, não se limitava ainda a Guilherme Miller. O contínuo foi reconhecido como representando o paganismo.

No entanto, em outro comunicado, o Profeta do Senhor diz:

Tenho alguma coisa a dizer a meus irmãos de Leste, Oeste, Norte e Sul. Peço que meus escritos não sejam usados como argumento principal para solucionar questões sobre que há agora tanto debate. Suplico de pastores H, I, J, e outros de nossos principais irmãos, que não façam referência a meus escritos para apoiar seus pontos de vista quanto ao “contínuo”. {ME1 164,1}

Foi-me mostrado que isso não é um assunto de importância vital. Fui instruída de que nossos irmãos estão cometendo um erro em aumentar a importância da diferença entre pontos de vista mantidos. Não posso consentir que qualquer de meus escritos seja tomado como solucionando esse assunto. O verdadeiro sentido de “o contínuo” não deve se tornar uma pergunta de prova. {ME1 164,2}

Peço agora que meus irmãos do ministério não façam uso de meus escritos em seus argumentos quanto a essa questão [“o contínuo”]; pois não tive nenhuma instrução a respeito do ponto em discussão, e não vejo necessidade alguma para polêmica. No que concerne a esse assunto sob as condições atuais, o silêncio é eloquência. {ME1 164,3}

O inimigo de nossa obra se agrada quando um assunto de menor importância pode ser usado para desviar a mente de nossos irmãos, das grandes questões que devem constituir a preocupação de nossa mensagem. Como isto não é ponto de prova, rogo a meus irmãos não permitirem que o inimigo triunfe, fazendo que seja tratado como tal. {ME1 164,4}

Este é mais interessante, pois diz muitas coisas.

1) Ele mostra que esta questão não era uma questão resolvida, tanto quanto seus escritos diziam respeito.

2) Não era um tema vital, na verdade, era de menor importância.

3) Não é uma questão de teste.

4) Ele causou desunião entre os irmãos.

O que é lamentável, é que se trata de um tema em que há declarações claras sobre o Espírito de Profecia, e ainda porque os irmãos estavam em desacordo sobre a sua interpretação, descobrimos que não havia repreensão severa para as posições detidas em ambos os lados.

Além disso, aqui nós temos um tema como o 2520 no qual a inspiração é completamente silenciosa, e nós temos a mais forte evidência de que nem o profeta e nem nossos pioneiros ensinaram ou endossaram isso logo após a década de 1850 e ainda nos é dito: Dizer que ela não endossa o 2520 é se opor ao seu dom profético.

Sua inspiração nos diz:

“Uma coisa é certa: Os adventistas do sétimo dia que se colocam sob o estandarte de Satanás abandonarão primeiro sua fé nas advertências e repreensões contidas nos Testemunhos do Espírito de Deus.” {ME3 84,3}

Assim, a declaração indireta ou talvez direta do escritor está tentando dizer que, se nós acreditamos que o 2520 é falso, nós temos ou vamos nos juntar ao estandarte de Satanás e, obviamente, nos perder. Em outras palavras, o 2520 tornou-se uma questão de teste para o povo remanescente de Deus. Não há absolutamente nada na inspiração que diz isso! Sou grato por não precisarmos temer ninguém ou nenhuma declaração que não possa ser suportada pela palavra de Deus. Nas palavras de Jesus, em Deuteronômio 18: 22 diz: “não tenhas temor dele”.

Em resumo, com base nas várias referências, tanto da Bíblia quanto do Espírito de Profecia, estou convencido de que não há comprovação para profecia dos 2.520 anos em Levítico 26.

Este fato não tira a validade do 1.843, nem do quadro de 1850, de Guilherme Miller, sendo um homem guiado por Deus, ou a fidelidade do Movimento do Advento ter uma forte base histórica. O 2520, é simplesmente contado entre várias outras coisas que Deus precisava corrigir assim que Seu povo avançava na verdade.

É apenas nos últimos anos que este tema tem realmente se tornado um ponto de discórdia entre os crentes remanescentes. Nossa fundação é forte, o nosso futuro bem compreendido, e as mensagens parecem não precisar da profecia dos 2.520 anos, e tem sido assim por décadas.

Acredito firmemente em deixar que cada homem e mulher estejam inteiramente seguros em sua mente sobre o que é verdade, pois esta é a maneira cristã. No entanto, eu oro para que este artigo simplesmente forneça o alimento para a reflexão daqueles que têm tanto defendido e acreditado haver uma profecia de 2.520 anos a partir de Levítico 26, bem como aqueles que têm lutado com esta questão, não acreditando, ainda que não tendo muita prova inspirada do por quê.

Concluo lembrando que somos chamados a pedir ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia (Zacarias 10: 1), e a chuva é claramente representada pelo Espírito Santo (Isaías 44: 3), e nos é prometido que podemos recebê-la, se pedirmos (Lucas 11: 13).

À medida que continuamos a buscar o Senhor e pedir a efusão do Espírito Santo através da chuva temporã e serôdia, e o recebemos em nossos corações, estamos certos de que Ele nos guiará à toda a verdade (João 16: 13), e finalmente, nos tornaremos um só.

 

Maranata!