Declarações de Ellen G. White e outros dentre os primeiros adventistas sobre a “porta fechada”, a porta da misericórdia, e a salvação de almas, classificadas em ordem cronológica de 1844 a 1851, compiladas, com comentários ocasionais, por Robert W. Olson.

Ellen G. White Estate
Washington D. C. 11 de abril de 1982

 1. Vinte e dois de outubro de 1844:

Após o grande desapontamento era corrente a crença de que o tempo de graça terminara em 22 de outubro de 1844. Em 1868 Tiago White escreveu: E permaneceu uma impressão geral na mente dos crentes, durante algum tempo após o desapontamento, de que o movimento do sétimo mês estava na providência direta de Deus, e que aqueles que haviam se empenhado nesta obra haviam feito Sua vontade. E de acordo com a melhor luz que possuíam então, havia concordância geral em que o movimento do sétimo mês era o último grande teste, que a seara da Terra estava madura para a foice do Filho do homem, e que a porta estava fechada. Não duvido que a salvação ou perdição da alma dependia da maneira em que esta solene mensagem era considerada por aqueles que a ouviam. E isto é especialmente claro no caso dos crentes desapontados após o tempo ter passado. Havia salvação em permanecer firme e crer; e no caso de alguém retroceder, o resultado seria perdição. O conceito, porém, de que a seara da Terra estava madura, e de que a porta estava fechada, foi logo abandonado. Mas embora todos, há muito tempo, tenham abandonado esta posição como incorreta, não posso ver por que devam ser censurados por tê-la adotado após a passagem do tempo. Na verdade, esta conclusão parece muito natural, e me é difícil ver como a conclusão podia ter sido outra. Mencionarei aqui algumas das razões pelas quais tal conclusão era razoável, se não inevitável.

1. Guilherme Miller e outros haviam ensinado que a porta se fecharia, e que o tempo de graça terminaria pouco antes do segundo advento. Numa carta para o pastor J. V. Himes, datada de 6 de outubro de 1844, ele disse: “Tenho a firme opinião de que o próximo dia do Senhor [domingo] será o último que os pecadores terão dentro do tempo de graça. E dentro de dez ou quinze dias a partir de então, verão Aquele que odiaram e desprezaram, para sua vergonha e horror eterno”.

2. E, certamente, o fato de que o tempo de graça terminará antes do segundo advento é claramente ensinado no seguinte testemunho enfático de Apoc. 22:11, 12: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora”. Somente acrescentarei que a ordem dos eventos aqui dada é: primeiro, a decisão final de todos os homens que estiverem vivendo no final do tempo de graça; depois, segue-se então o advento dAquele que diz: “E eis que venho sem demora”.

3. Todos os verdadeiros crentes esperavam que o tempo de graça se encerraria logo no décimo dia do sétimo mês. E à medida que o momento aguardado se aproximava, seu espírito opresso sentia cada vez mais o peso da responsabilidade de cumprir todo o seu dever para com os outros. Mas quando o momento esperado finalmente chegou, todo este peso imediatamente caiu de seus ombros. E isto ocorreu tanto com o irmão ou irmã isolada em alguma parte distante do país, quanto com aqueles que estavam na apinhada cidade junto com centenas de outros que tinham a mesma fé. Ocorreu com todos. Todos sentiram que sua obra de advertir os pecadores estava terminada. Ninguém pode ter uma ideia exata desta grande mudança a não ser aqueles que participaram do movimento e passaram pelo tempo de espera com o fardo da solene obra que estava sobre deles. Jesus não havia voltado como eles esperavam, e não se sabe ao certo por que esta grande mudança ocorreu com todos. Mas o mínimo que se pode dizer é: quão natural a conclusão de que o tempo de graça havia terminado!

4. A mudança que havia repentinamente ocorrido com os descrentes parecia fortalecer a convicção de que a porta for a fechada. Embora a passagem do tempo, removendo seus temores, pode agora ser considerada causa suficiente para a mudança que se operou neles, contudo naquela época, após o décimo dia ter passado, a conduta demoníaca de muitos que apenas algumas horas ou dias antes tinham parecido arrependidos, dava a idéia de que a influência refreadora do Espírito de Deus havia-os deixado para sempre. Em vista destas coisas não deve ser surpresa para ninguém que os Adventistas estivessem de acordo em que o clamor da meia-noite fora o último grande teste, que a obra em favor do mundo estava terminada, e que a porta estava fechada. (Itálicos acrescentados.) —Life Incidents (1868), p. 184-186. Ver também E. G. White, Spirit of Prophecy, vol. IV, p. 268; O Grande Conflito, p. 429.

2. Dezoito de novembro de 1844:

Guilherme Miller cria que sua obra estava terminada e a porta estava fechada. Fizemos nosso trabalho em advertir os pecadores, e em tentar despertar uma igreja formal. Deus, em sua providência, fechou a porta; podemos apenas nos estimularmos mutuamente a ser pacientes, e sermos diligentes em confirmar nossa vocação e eleição. Estamos agora vivendo no tempo especificado por Malaquias 3:18, e também Daniel 12:10 e Apoc. 22:10-12. Nesta passagem não podemos deixar de ver que um pouco antes de Cristo voltar, haverá uma separação entre os justos e os injustos, os retos e os ímpios, entre os que amam a sua vinda e os que a odeiam. – Guilherme Miller, Carta de 18 de novembro de 1844, citada em The Advent Herald, 11 de dezembro de 1844, p. 142.

3. De 22 de outubro a novembro de 1844:

Em comum com a maioria dos mileritas, Ellen Harmon também creu por um tempo que a porta da misericórdia se fechara em 22 de outubro de 1844. Por algum tempo depois da decepção de 1844, mantive, juntamente com o corpo do advento, que a porta da graça estava para sempre fechada para o mundo.–Ellen G. White Ms. 4, 1883; Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 63.

4. Novembro-Dezembro, 1844:

Ellen Harmon renuncia a seu conceito de que a porta estava fechada. Na ocasião em que tive a visão do clamor da meia-noite, eu tinha renunciado à ideia de que ele se encontrava no passado e achava que ele estava no futuro, como havia acontecido com a maioria do grupo.- Ellen G. White, Carta 3, 1847, escrita em 13 de julho de 1847 a José Bates. O “clamor da meia-noite” (Mat. 25:6) foi a poderosa proclamação do iminente retorno de Cristo feito pelos mileritas de 12 de agosto a 22 de outubro de 1844. Quando Cristo não voltou em 22 de outubro, como era esperado, os mileritas a princípio acharam que o tempo de graça havia se encerrado nessa data. A gloriosa segunda vinda de Cristo era esperada dentro de no máximo algumas semanas. Contudo, quando o tempo continuou no mês de dezembro, a maioria do grupo de crentes no advento de Portland, Maine, onde Ellen Harmon morava, abandonaram sua confiança na interpretação milerita de Daniel 8:14, Mateus 25:6, e textos correlatos. Aparentemente, durante várias semanas no fim de novembro e início de dezembro de 1844, Ellen [p. 4] Harmon considerou os cômputos mileritas como um grande erro. Ela concluiu que a porta da misericórdia, afinal, não havia se fechado em 22 de outubro.

5. Dezembro de 1844:

Na primeira visão de Ellen White, foi-lhe mostrado que a porta da misericórdia estava fechada para (a) os mileritas que negavam que Deus os havia guiado no movimento do “clamor da meia-noite” de 1844, e (b) “todo o mundo ímpio” que Deus havia rejeitado. Também lhe foram mostrados “os santos vivos, em número de 144.000”, esperando pela volta de Cristo. Enquanto orava no altar da família, o Espírito Santo desceu sobre mim, e me pareceu estar subindo cada vez mais alto, muito acima do mundo escuro. Voltei-me a fim de olhar para o povo do Advento no mundo, mas não pude achá-los – quando uma voz me disse: “Olha novamente, e olha um pouco mais alto”. Com isto elevei meus olhos e vi um caminho reto e estreito, elevado muito acima do mundo. Neste caminho o povo do advento estava viajando para a Cidade, que se encontrava no final do caminho. Havia uma brilhante luz fixada atrás deles no princípio do caminho, que um anjo me disse ser o Clamor da Meia-Noite. Esta luz brilhava ao longo de todo o caminho, e lhes iluminava os pés para que eles não tropeçassem. E se conservavam os olhos fixos em Jesus, que estava imediatamente adiante deles, guiando-os à Cidade, estavam seguros. Mas logo alguns ficaram cansados, e disseram que a Cidade estava muito longe, e esperavam ter entrado nela antes. Então Jesus os encorajava levantando Seu glorioso braço, e de Seu braço saía uma gloriosa luz que incidia sobre o povo do advento, e eles gritavam: Aleluia! Outros negavam ousadamente a luz que estava atrás deles, e diziam que não fora Deus quem os havia guiado até aquele ponto. A luz atrás deles desaparecia, deixando-lhes os pés em completa escuridão, e eles tropeçavam, desviavam seus olhos do alvo e perdiam Jesus de vista, caindo do caminho lá em baixo, no mundo escuro e ímpio. Era-lhes tão impossível voltar novamente ao caminho e prosseguir para a Cidade, como para o mundo ímpio que Deus havia rejeitado. Caíam em toda a extensão do caminho, um após o outro, até que ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, que nos deu o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios pensaram que fosse um trovão ou um terremoto. Quando Deus falou a hora, derramou sobre nós o Espírito Santo, e nossa face começou a se iluminar e a brilhar com a glória de Deus, como a de Moisés, quando desceu do Monte Sinai.– Ellen G. White, A Word to the Little Flock, p. 14. A primeira visão de Ellen Harmon foi publicada inicialmente por Enoch Jacobs no Day- Star de Cincinnati, de 24 de janeiro de 1846, depois republicada por Tiago White em 6 de abril de 1846, no panfleto “Ao Pequeno Rebanho Disperso”. Em 30 de maio de 1847, foi publicada ainda mais uma vez por Tiago White no panfleto Uma Palavra ao Pequeno Rebanho (A Word to the Little Flock).

6. Dezembro de 1844:

A primeira visão de Ellen Harmon mudou sua opinião sobre o significado da “experiência do sétimo mês”. Sob a data de 30 de maio de 1847, Tiago White escreveu: Quando ela recebeu sua primeira visão, em dezembro de 1844, ela e todo o grupo de crentes em Portland, Maine (onde os pais dela residiam), haviam abandonado o clamor da meia-noite e a porta fechada, como sendo coisa do passado. Foi então que o Senhor lhe mostrou em visão o erro em que ela e o grupo de crentes de Portland haviam caído. Ela então relatou a visão ao grupo, e cerca de sessenta deles confessaram seu erro, e reconheceram que a experiência do sétimo mês, pela qual haviam passado, era obra de Deus.—Tiago White, A Word to the Little Flock, p. 22. [p. 5] A “experiência do sétimo mês”, ou “clamor da meia-noite”, foi a proclamação de que Cristo voltaria no décimo dia do sétimo mês judaico, quem em 1844 caiu em 22 de outubro. Em sua primeira visão foi mostrado a Ellen White que o movimento do sétimo mês foi “obra de Deus”. Em outras palavras, os cálculos mileritas baseados em Daniel 8:14 não deviam ser descartados como um erro lamentável. Esta visão substanciou a validade da data de 22 de outubro. Contudo, uma vez que Cristo não havia voltado nessa data, a profecia de Daniel 8:14 devia ter sido cumprida por algum outro evento. Tiago White indica que, com base no que lhe havia sido mostrado em visão, Ellen Harmon reverteu ao seu conceito anterior de que a porta fora fechada em 22 de outubro. Ela aparentemente cria agora que a porta da misericórdia estava fechada.

7. Dezembro de 1844:

Ellen White declarou que sua primeira visão a havia demovido da posição de que a porta da misericórdia estava fechada para o mundo todo. Em sua declaração de 1883, daquilo que se lembrava, ela disse: Por algum tempo depois da decepção de 1844, mantive, juntamente com o corpo do advento, que a porta da graça estava para sempre fechada para o mundo. Este ponto de vista foi adotado antes de minha primeira visão. Foi a luz a mim concedida por Deus que corrigiu nosso erro, e habilitou-nos a ver a verdadeira posição.*—Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 63. Ellen White parece estar dizendo que adotou a “verdadeira posição” imediatamente após ter recebido sua primeira visão. Contudo, tal interpretação de suas palavras não parece estar em harmonia com outros documentos da época, especialmente a carta de Otis Nichols para Guilherme Miller. (Ver item no 24.) Parece mais provável que a primeira visão de Ellen tenha confirmado a validade da experiência de 1844 e, com as visões subseqüentes, levou-a gradualmente à compreensão de que, conquanto a porta da misericórdia houvesse de fato se fechado para alguns em 22 de outubro, não se havia fechado para todos. A princípio pareceu a ela que não havia mais esperança para o “mundo ímpio” ou para aqueles que negaram a direção de Deus no movimento milerita. À medida que os anos passavam ela evidentemente foi ficando cada vez mais impressionada por aquela parte da visão que mencionava os 144.000 que ainda deviam ser chamados do mundo e reunidos antes da volta do Senhor. Aquilo que se destinava a ressaltar a liderança divina no movimento milerita e ilustrar uma grande [p. 6] colheita de almas, foi a princípio mal interpretado como significando que a obra pelo mundo estava terminada. O fato de que a jovem Ellen, de 17 anos, interpretasse mal uma de suas visões não devia causar surpresa, quando lembramos que os profetas bíblicos acharam necessário estudar seus próprios escritos no esforço de descobrir o que as profecias significavam (I Pedro 1:10 e 11). Durante algum tempo o apóstolo Pedro equivocadamente acreditou numa porta fechada. Na verdade, ele achou que, no que dizia respeito aos gentios, a porta da misericórdia nunca tinha sido aberta. De alguma forma ele interpretou mal Isaías 56:6-8, bem como a ordem de Cristo registrada em Mateus 28:19 e Atos 1:8. Com a visão na casa de Cornélio (Atos 10) Pedro acabou descobrindo a “verdadeira posição”. Quanto a sua própria experiência, Ellen White escreveu: Com frequência me são dadas representações que a princípio eu não compreendo, mas depois de algum tempo elas se tornam claras pela reiterada apresentação dessas coisas que a princípio eu não entendi, e de certas maneiras que fazem com que o seu significado seja claro e inconfundível.—Mensagens Escolhidas, livro 3, p. 56. Por sessenta anos tenho estado em comunicação com mensageiros celestiais, e tenho aprendido constantemente algo a respeito das coisas divinas.–Carta 86, 1906; Este Dia com Deus [MM 1980], p. 74.

* Na tradução em português do livro Mensagens Escolhidas se encontram as palavras “verdadeira atitude”, porém a tradução correta do inglês “true position” seria “verdadeira posição”; a citação do livro aqui foi corrigida.

8. A visão de dezembro de 1844:

A explicação completa e a interpretação mais correta vieram mais tarde. Em 1891 Urias Smith escreveu: Em meio a esta evolução de novos conceitos, algumas semanas após a passagem do tempo, e enquanto muitos estavam naufragando na fé, a irmã White teve sua primeira visão. Nela, foi-lhe mostrado que “o clamor da meia-noite”, pelo qual eles haviam acabado de passar, era uma grande luz fixada atrás deles, e não devia ser rejeitada; que, se conservada em vista, iluminaria o caminho até o fim; mas se ousadamente negada, sobreviriam escuridão e ruína a essas almas. Ora, o objetor diz: “As visões ensinavam a porta fechada, porque o conceito da porta fechada estava ligado ao do clamor da meia-noite; e a visão ensinava que não se devia renunciar ao clamor da meia-noite”. A conclusão está errada. É uma falsa acusação. A visão não dizia nada sobre a porta fechada. Mas o clamor da meia-noite era um pilar vital da verdade, e não se devia renunciar a ele, embora alguns erros tivessem estado associados com ele. Renunciar ao clamor da meia-noite era renunciar a toda a obra, e naufragar completamente na fé. E qualquer leitor sincero pode julgar se seria melhor renunciar a essa verdade por causa de um erro que os homens haviam associado a ela, e então apostatar inteiramente, em vez de aderir à verdade, e esperar pacientemente até que o Senhor removesse o erro que os homens haviam associado a ela. Todo mundo dirá que é a última opção. E foi isso que eles fizeram; e a explicação e correção vieram no devido tempo.--Review and Herald, 6 de janeiro de 1891, p. 8.

9. A visão de dezembro de 1844:

Ellen White em 1883 explicou o significado de sua primeira visão. A explicação de Ellen White sobre o verdadeiro significado da primeira visão (a “verdadeira posição”) é a seguinte: Por algum tempo depois da decepção de 1844, mantive, juntamente com o corpo do advento, que a porta da graça estava para sempre fechada para o mundo. Este ponto de vista foi adotado antes de minha primeira visão. Foi a luz a mim concedida por Deus que corrigiu nosso erro, e habilitou-nos a ver a verdadeira posição.*  Creio ainda na teoria da porta fechada, mas não no sentido em que empregávamos a princípio o termo ou em que ele é empregado por meus oponentes. Houve uma porta fechada nos dias de Noé. Houve naquele tempo uma retirada do Espírito de Deus da raça pecadora que pereceu nas águas do dilúvio. O próprio Deus deu a Noé a mensagem da porta fechada: “Não contenderá o Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.” Gên. 6:3.

Houve uma porta fechada nos dias de Abraão. A misericórdia cessou de pleitear com os habitantes de Sodoma, e todos, com exceção de Ló, com sua esposa e duas filhas, foram consumidos pelo fogo enviado do Céu. Houve uma porta fechada nos dias de Cristo. O Filho de Deus declarou aos incrédulos judeus daquela geração: “Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta.” Mat. 23:38. Olhando através da corrente do tempo aos últimos dias, o mesmo poder infinito proclamou por meio de João: “Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre.” Apoc. 3:7. Foi-me mostrado em visão, e ainda o creio, que houve uma porta fechada em 1844. Todos quantos viram a luz das mensagens do primeiro e do segundo anjos e rejeitaram aquela luz, foram deixados em trevas. E os que a aceitaram e receberam o Espírito Santo que assistiu à proclamação da mensagem do Céu, e que posteriormente renunciaram a sua fé e declararam engano sua experiência, rejeitaram assim o Espírito de Deus, e Ele não mais pleiteou com eles. Os que não viram a luz, não tinham a culpa de sua rejeição. Era somente a classe que desprezara a luz do Céu que o Espírito de Deus não podia alcançar. E esta classe incluía, como declarei, tanto os que recusaram aceitar a mensagem quando ela lhes foi apresentada, como os que, havendo-a recebido, renunciaram posteriormente a sua fé. Esses podiam ter uma aparência de piedade, e professar ser seguidores de Cristo; não tendo, porém, viva ligação com Deus, seriam levados cativos pelos enganos de Satanás. Estas duas classes são apresentadas na visão – aqueles que declararam ser um engano a luz que haviam seguido, e os ímpios do mundo que, havendo rejeitado a luz, haviam sido rejeitados por Deus. Não é feita nenhuma referência aos que não haviam visto a luz, não sendo, portanto culpados de sua rejeição.–Ms. 4, 1883; Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 63-64.

* Na tradução em português do livro Mensagens Escolhidas se encontram as palavras “verdadeira atitude”, porém a melhor tradução do inglês “true position” seria “verdadeira posição”; portanto , a citação do livro aqui foi alterada.

10. Oito de janeiro de 1845:

Tiago White cria que a porta estava fechada. Numa carta para Enoch Jacobs, datada de 8 de janeiro de 1845 (possivelmente seja 1846), Tiago White declarou: “Amados, quando empregava toda diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez  por todas foi entregue aos santos. Pois, certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. Judas 3-4. Concluo que nenhuma pessoa inteligente que seja crente na porta fechada duvida da aplicação direta de Judas a nós desde que o clamor da meia-noite terminou. Portanto, a exortação para batalhar pela fé que foi entregue aos santos, se dirige apenas a nós.— The Day-Star, 24 de janeiro de 1846.

11. Vinte e quatro de janeiro de 1845:

A maioria dos adventistas sustentava o conceito da porta fechada. Em 24 de janeiro de 1845, Joseph Turner escreveu no Hope of Israel: Em todos os lugares que visitei encontrei um bom número, acho que a maioria, que criam e crêem agora que nossa obra em favor do mundo está completamente terminada.—Citado por L. E. Froom, The Prophetic Faith of Our Fathers, vol. IV, p. 839.

12. Janeiro de 1845:

Sylvester Bliss esperava a volta de Cristo a qualquer momento. Nossa posição é, portanto, a mesma que foi apresentada no último número do Shield, no artigo que trazia aquele título. Consideramos este como um período de tempo em que devemos enfaticamente olhar por nós mesmos para que em nenhuma ocasião nosso coração se sobrecarregue com a glutonaria, a embriaguez e as preocupações desta vida, de forma que aquele dia nos apanhe de improviso. Nossa posição é de contínua e confiante expectativa. Não havendo qualquer tempo que tenha de necessariamente vir entre o momento presente e o momento da volta do Senhor–havendo-se esgotado todos os períodos proféticos, segundo os cronólogos que temos seguido quanto à data dos eventos pelos quais fizemos os cômputos–e nos encontrando no final de todas as profecias históricas; e ocupando aquele ponto no tempo para o qual a igreja primitiva e os reformadores lançavam o olhar, e que é indicado pelos sinais dos tempos; podemos a cada dia e a cada hora aguardar a vinda de nosso Rei,–não sabendo o dia nem a hora, nem quando será o momento definido, mas sabendo que está às porta s, que não pode demorar muito, e que pode ocorrer a qualquer momento. Assim, continuaremos a esperar e vigiar, amando Sua vinda e orando por ela, fazendo tudo o que podemos para preparar nossos companheiros para esse evento, contudo dispostos a permanecer aqui no tempo de Deus até que as douradas torres de Salém irrompam diante de nossa vista, e entremos nas realidades eternas.– Sylvester Bliss, The Advent Shield and Review, janeiro de 1845, p. 285.

13. Fevereiro de 1845:

Guilherme Miller ainda cria que a porta estava fechada. Eu cria, e devo honestamente confessar que ainda creio, que fiz meu trabalho em advertir os pecadores, e isso no sétimo mês.—Carta de Guilherme Miller, publicada no Advent Herald de 12 de fevereiro de 1845, p. 3.

14. Fevereiro de 1845:

Em visão Ellen Harmon viu o Pai e o Filho no Santuário Celestial. A “multidão descuidada” estava em “completa escuridão”. Em fevereiro de 1845 tive uma visão de eventos a começar com o Clamor da Meia-Noite. Vi um trono, e assentados nele estavam o Pai e o Filho. Contemplei o semblante de Jesus e admirei Sua adorável pessoa. Não pude contemplar a pessoa do Pai, pois uma nuvem de gloriosa luz O cobria. Perguntei a Jesus se Seu Pai tinha uma forma, como Ele. Jesus disse que sim, mas eu não poderia contemplá-Lo, pois disse: “Se uma vez contemplares a glória de Sua pessoa, deixarás de existir.” Perante o trono vi o povo do advento, a igreja, e o mundo. Vi um grupo curvado perante o trono, profundamente interessado, enquanto a maioria permanecia em pé, indiferente e descuidada. Os que estavam curvados diante do trono ofereciam suas orações e olhavam para Jesus; então Jesus olhava para Seu Pai, e parecia estar pleiteando com Ele. Uma luz ia do Pai para o Filho, e do Filho para o grupo em oração. Vi então uma luz excessivamente brilhante vir do Pai para o Filho, e do Filho se irradiou sobre as pessoas perante o trono. Mas poucos quiseram receber esta grande luz. Muitos saíram de sob ela e imediatamente resistiram a ela; outros eram descuidados e não acolheram a luz, e esta se afastou deles; alguns a acolheram, e foram e se curvaram junto com o pequeno grupo em oração. Todo este grupo recebeu a luz e se regozijou nela, e seu semblante brilhou com sua glória. E vi o Pai Se erguer do trono e, numa carruagem flamejante, entrar no santo dos santos, para dentro do véu, e assentar-Se. Ali vi tronos que nunca havia visto. Então Jesus Se levantou do trono, e a maior parte dos que estavam curvados ergueram-se com Ele; e não vi um só raio de luz passar de Jesus para a multidão descuidada depois que Ele Se levantou, e eles foram deixados em completa escuridão.–Ellen Harmon, “Para o Pequeno Remanescente Espalhado,” 6 de abril de 1846. Ver também Primeiros Escritos, p. 54-56.

15. A visão de fevereiro de 1845:

Esta visão persuadiu muitos a crerem na porta fechada. Em sua carta de 13 de julho de 1847, para José Bates, Ellen White conta as circunstâncias que cercaram não apenas sua primeira visão (dezembro de 1844), mas também a visão de fevereiro de 1845. Ela declarou: Irmão Bates, o irmão escreve numa carta para o Tiago algo sobre a vinda do Noivo, que é mencionada nas primeiras visões publicadas. A carta dá a entender que o irmão gostaria de saber se eu tinha luz sobre a vinda do Noivo antes de tê-la presenciado em visão. Posso responder prontamente que não. O Senhor me mostrou [p. 10] o esforço do povo do Advento e do Clamor da Meia-Noite em dezembro [de 1844], mas não me mostrou a vinda do Noivo senão no mês de fevereiro seguinte. Talvez o irmão deseje que eu faça um relato de ambas as visões. Na época em que tive a visão do clamor da meia-noite, eu, como a maior parte do grupo, tinha renunciado ao conceito de que ele estava no passado e pensava que estivesse no futuro. Não sei em que época J. Turner publicou seu periódico. Eu sabia que ele havia publicado um periódico e que um exemplar estava na casa, mas eu não sabia o que havia nele, pois não li uma só palavra. Eu tinha estado, e ainda estava, muito doente. Não tinha qualquer interesse na leitura, pois me prejudicava a mente e me deixava nervosa. Depois que eu tive a visão e Deus me deu luz, ordenou-me que a transmitisse ao grupo de crentes, mas relutei em fazê-lo. Eu era jovem, e achava que não receberiam a mensagem vinda de mim. Desobedeci ao Senhor, e em vez de permanecer em casa, onde se realizaria a reunião daquela noite, peguei um trenó de manhã e percorri cinco ou seis quilômetros, e lá encontrei Joseph Turner. Ele simplesmente perguntou como eu estava e se estava no cumprimento de meu dever. Não respondi nada, pois eu sabia que não estava. Fui para o quarto e não o vi por duas horas, quando então ele veio e perguntou se eu estaria na reunião naquela noite. Eu lhe disse que não. Ele disse que desejava ouvir minha visão e que achava que era meu dever ir para casa. Eu lhe disse que não iria. Ele não disse mais nada, mas foi embora. Eu pensava, e disse isso aos que me cercavam, que se eu fosse, teria de ir contra os pontos de vista dele, pois eu achava que ele cria o mesmo que o resto do grupo. Eu não havia contado a nenhum deles o que Deus me havia mostrado, e não lhes contei em que eu divergiria dele. O dia todo sofri muito, física e mentalmente. Parecia que Deus me havia abandonado inteiramente.

Orei ao Senhor que se Ele me desse forças para chegar até minha casa naquela noite, na primeira oportunidade eu comunicaria a mensagem que Ele me havia dado. Ele me deu forças, e eu fui para casa naquela noite. A reunião já havia terminado fazia algum tempo, e ninguém da família comentou uma só palavra sobre ela. Muito cedo, na manhã seguinte, Joseph Turner chegou, disse que estava com pressa porque ia sair da cidade dentro em pouco, e desejava que eu lhe contasse tudo o que Deus havia me mostrado em visão. Foi com medo, e tremendo, que eu lhe contei tudo. Depois que terminei, ele falou que havia dito a mesma coisa na noite anterior. Fiquei feliz, pois eu esperava que ele se colocasse contra mim, porque o tempo todo eu não havia ouvido ninguém dizer no que ele cria. Ele disse que o Senhor o havia mandado para me ouvir na noite anterior, mas como eu não quis falar, Ele designou que Seus filhos recebessem a luz de alguma forma, e portanto o usara. Poucos estavam ausentes quando ele falou, por isso na reunião seguinte contei minha visão, e o grupo de crentes, crendo que minhas visões eram de Deus, receberam o que Deus me ordenou que lhes transmitisse. Tive a visão sobre a vinda do Noivo em meados de fevereiro de 1845. Enquanto eu estava em Exeter, Maine, em reunião com Israel Dammon, Tiago e muitos outros, muitos dos quais não criam numa porta fechada. Sofri muito no início da reunião. A incredulidade parecia estar por todos os lados. Havia uma irmã que era considerada muito espiritual. Ela havia viajado e sido uma poderosa pregadora a maior parte do tempo durante vinte anos. Ela havia sido verdadeiramente uma mãe em Israel. Mas havia surgido uma divisão no grupo a respeito da porta fechada. Ela tinha grande compaixão, e não conseguia crer que a porta estava fechada. (Eu não sabia de nada sobre as diferenças deles.) A irmã Durben se levantou para falar. Eu me sentia muito, muito triste. [p. 11] Por fim minha alma parecia estar em agonia, e enquanto ela estava falando caí de minha cadeira ao chão. Foi então que vi Jesus Se levantando de Seu trono mediatório e indo para o santíssimo como Noivo para receber Seu reino. Eles ficaram todos profundamente interessados na visão. Todos disseram que aquilo era inteiramente novo para eles. O Senhor operou com grande poder, convencendo-lhes o coração da verdade.

A irmã Durben sabia o que era o poder do Senhor, pois o havia sentido muitas vezes; e pouco depois de eu haver caído ela foi atingida, e caiu ao solo, clamando a Deus por misericórdia. Quando voltei da visão, meus ouvidos foram saudados pela voz da irmã Durben, que estava cantando e fazendo exclamações em voz alta. A maioria deles recebeu a visão, e se decidiu sobre a porta fechada. Antes disso eu não havia tido nenhuma luz sobre a vinda do Noivo, mas havia esperado que Ele viesse a esta Terra para livrar Seu povo no décimo dia do sétimo mês. Não ouvi uma só palestra ou uma só palavra sobre a vinda do Noivo ao santíssimo. –Carta 3, 1847. (Para José Bates, 13 de julho de 1847)

16. Fevereiro de 1845:

Em sua visão de fevereiro de 1845, Ellen Harmon viu tanto uma porta aberta quanto uma porta fechada, quando Cristo entrou no santíssimo. Escrevendo a J. N. Loughborough em 24 de agosto de 1874, Ellen White declarou: Foi em minha primeira viagem ao leste para relatar minhas visões que me foi apresentada a preciosa luz relativa ao santuário celeste e foram-me mostradas as porta s aberta e fechada. Acreditávamos que o Senhor viria em breve nas nuvens do céu. Foi-me mostrado que havia uma grande obra a ser feita no mundo por aqueles que não haviam tido a luz e rejeitado. Nossos irmãos não podiam compreender isto em face da fé que tínhamos no imediato aparecimento de Cristo. Alguns me acusaram de dizer que meu Senhor retardava Sua vinda, especialmente os fanáticos. Vi que em 44 Deus abrira uma porta e ninguém a podia fechar, e fechara uma porta e ninguém a podia abrir. Os que rejeitaram a luz que fora trazida ao mundo pela mensagem do segundo anjo, entraram em trevas, e quão grande era a treva!–Carta 2, 1874; Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 74.

17. Fevereiro de 1845:

Ellen Harmon não compreendeu a princípio o significado da“porta aberta” em sua visão de fevereiro de 1845. Em 1866 J. N. Loughborough escreve sobre uma conversa que ouvira um ano antes quando Tiago White and H. E. Carver estavam discutindo a doutrina da porta fechada. Loughborough declara: IRMÃO SMITH: Muitos irmãos que ficaram sabendo que estive com o irmão White em Marion, Iowa, em julho de 1865, me perguntaram acerca de uma certa conversa na casa de H. E. Carver. Em reposta às perguntas deles, eu diria: Li a declaração de H. E. Carver quanto a uma conversa entre ele e o irmão White em julho de 1865, concernente à porta fechada e às visões da irmã White, na qual ele diz que o irmão White fez a seguinte declaração: “‘Irmão Carver, irei fazer uma admissão a você que eu não faria a um oponente astucioso. Considerando a juventude dela na época, e sua fé na doutrina da porta fechada, e sua associação com aqueles que tinham a mesma fé, não deveria ser considerado singular se estas coisas tivessem dado à visão um colorido não fundamentado no que ela realmente viu.’ Não digo que estas sejam as palavras exatas dele, mas são a substância do que ele disse”. Atesto que estava presente na mesma ocasião, e ouvi com intenso interesse a mesma conversa, e acho que recordo bem distintamente o que foi dito sobre este ponto. Foram ditas palavras semelhantes ao que foi citado, mas o que foi dito antes e depois dessas palavras lhes dá um significado completamente diferente do que ele lhes dá. Surgiu a pergunta, naquela noite, de se a irmã White creu na doutrina da porta fechada depois da passagem do tempo em 1844. O irmão White disse, em resposta a essa pergunta: “Irmão Carver, farei uma admissão a você que, é claro, eu não faria em público a um oponente astucioso. Ela creu, sim. E o mesmo ocorreu, como você sabe, com quase todo o povo do Advento. Em suas visões, ela viu tanto uma porta aberta quanto uma porta fechada; e ela não entendeu distintamente a princípio o que esta porta aberta significava. Muitos irmãos se opuseram aos conceitos dela, porque ela lhes dizia que havia uma porta aberta.”

Após falar da visão na qual é feita menção a uma porta fechada, dada em Exeter, Maine, visão esta que naquela altura era o assunto da conversa, o irmão White disse: “Considerando sua juventude, e sua crença na porta fechada, e os conceitos mantidos pelo povo do Advento, não teria sido considerado muito estranho se a visão dela houvesse recebido um colorido ao ser escrita”. Não entendi nem por um momento que o irmão White estivesse transmitindo a idéia de que os conceitos dela coloriram a visão, mas, sim, que não coloriram; e isso, por esta razão: tivemos, na mesma visão, o que ela viu sobre a porta aberta, apesar de sua visão da porta aberta ser contrária à fé do povo do Advento na época, e contrária à própria fé que ela possuía antes de ter esta visão. O irmão White ainda continuou mostrando que foram as visões que os tiraram do conceito extremista da porta fechada. Imediatamente após esta visão, eles trabalharam em favor de alguns que não haviam feito qualquer profissão de fé antes de 1844, o que era diretamente contrário à prática daqueles que defendiam o conceito extremista da porta fechada. Esta visão foi repetida novamente, como ele mostrou, em Oswego, N. Y., pouco antes de ser publicada em Saratoga; mas em vez de levá-los a deixar de trabalhar pelos inconversos, levou-os a trabalhar por aqueles que são agora o irmão e a irmã Patch de Minesota. E declararei aqui que, pelo que posso saber daqueles que estavam vivos quando esta visão foi dada, em vez de levá-los ao conceito extremista da porta fechada, ela teve o efeito contrário, de tirar deste conceito aqueles que a receberam. J. N. LOUGHBOROUGH.–Review and Herald, 25 de setembro de 1866, p. 133, 134.

18. 29 de abril a 1o de maio de 1845:

A maioria dos líderes mileritas mudaram da porta fechada para a porta aberta. Na conferência de Albany, que se reuniu em 29 de de abril de 1845, Miller, Litch, Bliss e outros líderes mileritas adoratam um relatório de dez pontos em que podiam estar de acordo. Um destes pontos era que a pregação devia continuar a todos os homens até o fim. O Advent Herald resumiu da seguinte forma uma porção do discurso de Miller para a conferência: Após o sétimo mês, ele achou durante algum tempo que seu trabalho estava terminado. Mas quando começou suas palestras em Albany, todas as trevas que o cercavam se foram. Portanto, irmãos, ele disse, onde vocês encontrarem uma porta aberta, entrem neste campo de trabalho, e trabalhem até que o Mestre lhes diga para parar. Até agora Ele não lhes deu nenhuma ordem deste tipo. Vão, trabalhem na vinha, e vocês ainda encontrarão almas dispostas a ouvir as alegres novas.–The Advent Herald, 4 de junho de 1845, p. 132. (Ver também L. E. Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, vol. IV, p. 834-836.)

19. Agosto de 1845:

Miller rejeita firmemente a data de 22 de outubro de 1844. Não tenho confiança em qualquer das novas teorias que surgiram a partir daquele movimento do sétimo mês, a saber, que Cristo veio naquela data como o Noivo, que a porta da misericórdia se fechou, que não há salvação para os pecadores, que a sétima trombeta soou naquela data, ou que aquela data tenha sido de qualquer forma um cumprimento de profecia.– William Miller, Apology and Defence (Agosto de 1845), p. 28. Em sua Apology and Defence (Apologia e Defesa), Miller fez distinção entre sua mensagem pregada de 1831 a 1844 e o “clamor da meia-noite” do verão de 1844. Este não tinha mais nenhum significado para ele. Agora estavam traçadas linhas bem distintas entre dois grupos de adventistas. A maioria dos líderes mileritas rejeitavam a data de 22 de outubro e advogavam uma porta aberta. Estes eram os adventistas “da porta aberta”. Um grupo menor sustentava que a profecia se cumprira em 22 de outubro de 1844, e advogavam uma porta fechada. Estes eram os adventistas “da porta fechada”.

20. Verão de 1845:

Marion Truesdail recorda a atitude de Ellen White em 1845 com respeito a conversões. George I. Butler escreveu em 1885: Apresentamos a seguir um trecho de uma declaração escrita por Marion C. Truesdail, e assinada por ela própria e por cinco outras pessoas: “Durante a visita da Srta. Harmon (agora Sra. White) a Paris, Maine, no verão de 1845, expus-lhe o caso de uma querida amiga minha cujo pai a havia proibido de frequentar nossas reuniões; consequentemente ela não havia rejeitado a luz. Ela respondeu sorridente: ‘Deus nunca me mostrou que não há salvação para tais pessoas. São só aqueles cuja luz da verdade lhes foi apresentada e eles voluntariamente a rejeitaram.’ A resposta da Srta. Harmon coincidiam com minhas idéias de uma porta fechada, e com justiça nenhuma outra idéia poderia ser derivada deste conceito.”—Review and Herald, 7 de abril de 1885, p. 217.

21. Vinte e sete de setembro de 1845:

Tiago White estava entre aqueles que criam que o “Clamor da Meia-Noite” era de Deus, e que a porta foi fechada em 22 de outubro de 1844. Numa carta datada de 27 de setembro de 1845, Tiago White escreveu: Bendito seja Deus, caro irmão, porque há muitos no Maine que estão firmes na verdade, fixos, inamovíveis, de que tivemos o “Verdadeiro Clamor da Meia-Noite”, e é claro, de que o Noivo veio, e a porta está fechada; caso não fosse assim, um verdadeiro Clamor da Meia-Noite disse uma mentira. Nossas provações aumentam, mas temos um bom número de Calebes e Josués, que estão continuamente clamando aos filhos: “Podemos subir”. Mas eu lhe digo que precisamos do escudo da fé neste momento. Enquanto de um lado estão chovendo espiritualizadores, que induzem alguns a negarem “a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”, de outro lado os irmãos J. e C. H. Pearson, e E. C. Clemons, renunciaram à porta fechada, e estão fazendo tudo o que podem para arrastar outros para as trevas exteriores. Recentemente [o periódico] “Esperança Dentro do Véu” mudou de lado, e eu estou feliz por isto; pois a editora e o publicador, algumas semanas antes da mudança de opinião, negaram sua fé, fazendo correr proclamas para o seu casamento. Todos nós olhamos para isto como uma cilada do diabo. Os irmãos do Maine que estão firmes e que estão esperando que Cristo venha, não estão de acordo com tal gesto. Estamos ansiando pela Manhã da redenção. Vigie. Amém.–The Day-Star, 11 de outubro de 1845.

22. Outubro de 1845:

Tiago White e outros esperavam a volta de Cristo. Em 1847 Tiago White declarou: É fato bem conhecido que muitos estavam esperando que o Senhor viesse no sétimo mês, em 1845. Críamos firmemente que Cristo viria naquela época. Alguns dias antes do tempo chegar, eu estava em Fairhaven e Dartmouth, Massachusetts, com uma mensagem sobre aquela data. Nesta ocasião, Ellen estava com o grupo de crentes em Carver, Massachusetts, onde teve uma visão de que seríamos desapontados, e que os santos precisavam passar pelo “tempo de angústia de Jacó”, que estava no futuro O conceito dela sobre a angústia de Jacó era inteiramente novo para nós, bem como para ela própria. –A Word to the Little Flock, p. 22.

23. Seis de dezembro de 1845:

A questão da porta fechada dividiu os adventistas em dois grupos. Frequentemente ouço, por parte dos adventistas populares, expressões de profunda tristeza por causa das divisões que separaram os grupos do Advento. E geralmente eles expressam um forte desejo de que voltemos e nos unamos novamente a eles, e reavivemos os antigos sentimentos que costumavam existir entre nós. Não duvido da sinceridade deles neste ponto, pois parece haver grande regozijo entre eles quando alguém volta para o seu grupo. Mas será que o grupo que avançou pode bater em retirada sem se tornarem traidores do Rei Jesus? (Eu sinto que não posso.) Desde que a questão da “porta fechada” dividiu os valentes 10.000, os 300 avançaram para cumprir até mesmo o menor dos mandamentos de nosso Senhor. Será que os nominais avançaram nem que seja um centímetro desde 23 de outubro de 44? Embora o irmão Himes pregue uma porta aberta, da mesma forma que antes do décimo dia do sétimo mês de 44, contudo suas obras parecem não se harmonizar com sua pregação. Logo após a passagem do décimo dia do sétimo mês de 44, vi o irmão Himes no escritório na rua Spruce. Ele estava verificando as velhas placas de impressão que haviam sido usadas para o propósito de gravar a visão sobre tábuas, a fim de que a pudesse ler até quem passasse correndo. (Hab. 2:2.) Eu disse para o irmão Himes: “O Sr. vai mudar estas placas para algum outro lugar?” “Oh não”, disse o irmão H., “vou vendê-las; cada meio quilo vale onze centavos para o ferro velho”. Eu disse: “Mas o Sr. não vai querê-las novamente?” “Oh não”, disse o irmão H., “elas não têm mais nenhuma utilidade para mim”.–Eli Curtis, The Day-Star, 6 de dezembro de 1845, p. 38.

24. Vinte de abril de 1846:

Durante pelo menos oito meses, Ellen Harmon vinha pregando que “nosso trabalho em favor da igreja nominal e do mundo estava feito, e o que restava ser feito era pela família da fé”. Em 20 de abril de 1846, Otis Nichols escreveu para Guilherme Miller e tentou persuadi-lo de que Ellen Harmon era uma profetiza. Ele resumiu brevemente as atividades de Ellen, inclusive a mensagem que ela dava ao visitar os grupos adventistas. Ele insistiu que sabia do que estava falando, porque Ellen havia feito da casa dele sua sede durante os últimos oito meses. As porções principais da carta não-editada* de Nichols são as seguintes: Em anexo se encontra uma parte da visão de E.G.W. de Portland. Creio plenamente que elas são de origem celeste. A maneira e circunstâncias que as acompanham são diferentes de qualquer coisa que eu tenha visto ou lido desde os dias dos apóstolos. Gostaria de lhe pedir que pusesse de lado o preconceito e se abstivesse de julgar até que as tenha lido e comparado com as Escrituras e com a verdade presente. … Seu chamado foi muito notável: com apenas 17 anos de idade, doente com um definhamento hidrópico, confinada à casa durante a maior parte do tempo por 5 anos, e abandonada pelos médicos para morrer. Neste estado Deus a chamou e lhe disse que saísse e dissesse ao rebanho o que Ele lhe havia revelado; que ela teria graça e forças de Deus segundo necessitasse; que devia acompanhá-la o tempo todo um anjo [p. 16], e às vezes dois, em tempo de necessidade; que nenhum poder ímpio na Terra teria domínio sobre ela, se ela obedecesse ao Senhor.

Quando saiu pela primeira vez para dar sua mensagem (janeiro de 1845), ela mal conseguia atravessar a sala, e não conseguia falar com voz audível, mas tinha perfeita fé em Deus e foi carregada nesta condição por alguns quilômetros para dar sua mensagem; quando ela foi falar quase não tinha voz, mas Deus cumpriu Sua palavra: deu forças ao seu corpo e uma voz clara e audível para falar quase duas horas com tremendo poder e efeito sobre as pessoas e sem cansaço corporal, e a partir deste momento, durante duas semanas, ela continuou a viajar dia e noite, falando quase todos os dias, até que visitou a maioria dos grupos de crentes em Maine e na parte leste de New Hampshire. Sua mensagem era sempre acompanhada pelo Espírito Santo, e onde quer que fosse recebida como tendo vindo do Senhor, quebrantava e derretia os corações deles como de criancinhas, alimentava, confortava, fortalecia os fracos e os encorajava a permanecer na fé e no movimento do sétimo mês; e que nosso trabalho pela igreja nominal e pelo mundo estava feito, e o que restava ser feito era pela família da fé. Os que rejeitavam sua mensagem logo caíam no mundo e numa fé nominal, e os que recebiam o testemunho dela como vindo do Senhor e depois o negavam, chamando-o de mesmerismo e de coisa profana, estão, muitos deles, entregues à operação do erro e de Satanás–um navio sem leme ou âncora e levado por todo vento, fazendo assim com que o caminho da verdade seja difamado. … Tenho conhecimento do que escrevi aqui e acho que posso julgar corretamente. A irmã E tem sido hóspede em minha família a maior parte do tempo durante cerca de oito meses. Nunca vi a mínima impropriedade de conduta nela desde que a conheci. Deus tem abençoado nossa família abundantemente com coisas tanto espirituais quanto temporais desde que a recebemos em nossa família. O Espírito de Deus está com ela e tem estado de maneira notável na cura dos doentes em resposta à oração dela; alguns casos são tão notáveis como qualquer dos que são registrados no Novo Testamento. Mas pessoas preconceituosas e incrédulas acham tão conveniente chamar isto de mesmerismo e atribuir o poder ao diabo, como os incrédulos fariseus fizeram. Mat. 10:25, 12:24. Não é isto um pecado contra o Espírito Santo? Ver Marcos 3:22, 29, 30. Este poder que é manifesto nela excede em tanto o poder do mesmerismo como o de Moisés excedia ao dos magos do Egito.–Documento do White Estate, arquivo 439b; Ministry, outubro de 1981, p. 9-11.

* Na tradução foram supridos alguns sinais de pontuação para melhor compreensão do texto.

25. 1846:

Numa declaração feita em 1886 com base em suas recordações, Ellen White declarou que por mais de quarenta anos vinha pregando a salvação aos pecadores. Num sermão pregado em Orebro, Suécia, no Domingo, 27 de junho de 1886, Ellen White declarou: Falo porque sei do que estou falando. Por mais de quarenta anos tenho estado na escrivaninha proclamando a salvação aos pecadores, e meu coração tem se compadecido deles. Deus tem aberto diante de mim a glória do Céu, e tenho contemplado a majestade e glória de meu Redentor. Tenho contemplado os anjos na glória. Eu era muito jovem quando os médicos disseram: “Com certeza você vai morrer; não conseguirá viver mais de três meses”. Foi [p. 17] então que Deus me deu uma visão de Sua glória, e disse: “Vá proclamar às pessoas a mensagem que Eu lhe der”. Comecei em minha fraqueza. Mal podia ficar de pé. Não falava em voz alta há semanas, mas quando me coloquei diante do povo, o poder de Deus veio sobre mim. Foi-me dada voz e falei com clareza durante duas ou três horas. Mas quando terminei, minha voz se foi novamente. Viajei por dois ou três meses daquele jeito, e então a dor nos pulmões cessou, e desde então venho fazendo a obra que o Mestre me deu para fazer. Tenho viajado e trabalhado, e Deus me tem dado forças para continuar até hoje.– Ms. 6a, 1886. Esta declaração de Ellen White não a coloca na companhia dos adventistas da porta aberta. Seu comentário sobre “proclamar a salvação aos pecadores” está em perfeita harmonia com a carta de Otis Nichols. Ele declara que a mensagem dela era para a “família da fé”, que era e é composta de homens e mulheres pecadores. Enquanto ela visitava os vários grupos adventistas na Nova Inglaterra, estava pregando “salvação aos pecadores”.

26. Sete de abril de 1847:

Ellen White predisse conversões à verdade do sábado. No outono de 1846, pouco após seu casamento, Tiago e Ellen White começaram a observar o sábado bíblico. (Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 75.) Em 7 de abril de 1847, Ellen teve uma visão das tábuas da lei no templo celestial, com um halo de glória em torno do quarto mandamento. Quanto ao sábado ela escreveu: Vi que Deus tinha filhos que não conhecem nem guardam o sábado. Eles não haviam rejeitado a luz a respeito deste. E no princípio do tempo de angústia fomos cheios do Espírito Santo e saímos proclamando o sábado mais plenamente. Isto enraiveceu a igreja e os adventistas nominais, pois eles não podiam refutar a verdade do sábado. E nesta ocasião todos os escolhidos de Deus viram claramente que tínhamos a verdade, e saíram e enfrentaram a perseguição conosco.—Uma visão, 7 de abril de 1847; Ellen G. White, Carta 1, 1847, p. 2; A Word to the Little Flock, p. 19; ver também Primeiros Escritos, p. 32-35.

27. Vinte e um de abril de 1847:

Ellen White declarou que os adventistas que caíram estavam perdidos para sempre e que Jesus tinha fechado a porta em 1844. Em 21 de abril de 1847, Ellen White escreveu para Eli Curtis: Você acha que aqueles que adoram prostrados aos pés dos santos (Apoc. 3:9) serão salvos no final. Neste ponto preciso discordar de você; pois Deus me mostrou que esta classe eram professos adventistas que haviam caído, e crucificado de novo “o Filho de Deus e O expõem ao vitupério”. E na “hora da tentação” que ainda está por vir a fim de revelar o verdadeiro caráter de todos, eles saberão que estão para sempre perdidos; e esmagados pela angústia de espírito, se curvarão aos pés dos santos. Você também acha que Miguel Se levantou e que o tempo de angústia começou na primavera de 1844. O Senhor me mostrou em visão que Jesus Se levantou e fechou a porta , e entrou no Santo dos Santos, no sétimo mês de 1844; mas o ato de Miguel Se levantar (Dan. 12:1) para livrar Seu povo está no futuro. Isto só ocorrerá quando Jesus tiver terminado Seu ofício sacerdotal no Santuário Celestial, e tirado Suas vestes sacerdotais, e colocado Suas vestes reais e a coroa, para sair na carruagem de nuvens a fim de “com indignação… [trilhar] as nações” e livrar Seu povo.–Ellen G. White, Carta 2, 1847, p. 2; A Word to the Little Flock, p. 12.

28. Trinta de maio de 1847:

Tiago White também afirmou que a porta foi fechada em 1844. Creio plenamente que no sétimo mês de 1844 Jesus Se levantou, fechou a porta e veio ao Ancião de dias para receber Seu reino. Ver Lucas 13:25; Mat. 25:10; Dan. 7:13, 14. Mas o ato de Miguel Se levantar, em Daniel 12:1, parece ser um outro evento, para outro propósito. Seu ato de levantar-Se em 1844 foi para fechar a porta e vir a Seu Pai para receber Seu reino e poder para reinar; mas o ato de Miguel Se levantar é para manifestar Seu poder real, que Ele já possui, na destruição dos ímpios e no livramento de Seu povo.–Tiago White, A Word to the Little Flock, p. 8.

29. Trinta de maio de 1847:

José Bates declarou que a obra deles pelo mundo estava terminada. Faz agora cerca de dois anos que vi pela primeira vez a autora, e ouvi-a relatar a substância de suas visões da forma como foram publicadas por ela em Portland (6 de abril de 1846). Embora eu não pudesse ver nada nelas que militasse contra a Palavra, sentia-me contudo alarmado e muito provado, e por longo tempo não estive disposto a crer que aquilo fosse qualquer coisa exceto algo produzido pela condição debilitada de seu corpo. Busquei portanto oportunidades na presença de outros, quando a mente dela parecia livre de excitação (fora das reuniões) para interrogar e re-interrogar tanto a ela quanto aos amigos que a acompanhavam, especialmente sua irmã mais velha, para, se possível, conseguir chegar à verdade. Durante as várias visitas que ela fez a New Bedford e Fairhaven desde então, durante nossas reuniões, tenho-a visto em visão várias vezes, e também em Topsham, Maine, e aqueles que estavam presentes durante algumas destas cenas emocionantes bem sabem com que interesse e intensidade eu ouvia cada palavra e observava todos os movimentos para detectar fraude ou influência mesmérica. E agradeço a Deus pela oportunidade que tenho tido, juntamente com outros, de testemunhar estas coisas. Posso agora confiantemente falar por mim mesmo. Creio que a obra é de Deus, e é dada para confortar e fortalecer Seu povo “disperso”, “dilacerado” e “ferido” desde o encerramento de nossa obra pelo mundo em outubro de 1844.– Joseph Bates, A Word to the Little Flock, p. 21.

30. 1847:

José Bates afirmou que a mensagem do evangelho terminou em 1844. Lucas mostra claramente que depois que a porta for fechada, aqueles que estão do lado de fora começarão a bater, e quando lhes for negada a entrada, falarão das maravilhas que operaram, e mesmo assim a resposta será: “Não vos conheço”. Mateus é igualmente claro. Ele diz: “E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço”. Depois de quando elas bateram? Ora, depois que a porta foi fechada. Agora eu pergunto se a porta não foi fechada antes da segunda vinda, a menos que se possa provar que esta batida na porta vá ocorrer  após a transformação para a imortalidade. E só se pode admitir isto sobre a base antibíblica de que os ímpios também serão imortais. Mas segundo a ordem da ressurreição apresentada por Paulo, haverá um abismo entre eles imediatamente, e os que estiverem do lado de fora não poderão bater pedindo entrada, mas nos é dito que o clamor deles será para que rochas e montanhas caiam sobre eles. Portanto esta batida à porta ocorrerá nesta presente condição, enquanto ela esteve e está clamando à porta em favor de apóstatas e pecadores que não têm fé quanto a sua própria posição– mutáveis como um navio que é levado pelo vento num mar agitado, perdendo terreno a cada vez que muda de rumo.

Alguns tentaram mostrar em Lucas 13 que os versos 28 e 29 eram prova de que esta batida à porta seria após o advento. Eu acho que eles mostram o contrário. “Choro e ranger de dentes” certamente não é bater numa porta aberta, mas mostra, como é declarado, que a porta já tinha estado aberta um dia. O que o apóstolo Paulo chama de porta aberta? Ele diz aos coríntios: “Porque uma porta grande e eficaz se me abriu” (16:9); “Como [Deus] abrira aos gentios a porta da fé” (Atos 14:27); “Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo” (Col. 4:3); “Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo e abrindo-se-me uma porta no Senhor” (II Cor. 2:12). A porta aberta de Paulo, então, era a pregação do evangelho com eficácia para os gentios. Ora, se esta porta for fechada, a pregação deste evangelho não terá efeito nenhum. E isto, de fato, é exatamente o que dizemos. A mensagem do evangelho terminou no tempo marcado com o encerramento dos 2300 dias; e quase todo crente honesto que está observando os sinais dos tempos admitirá isto. Sei que será dito: “Bem, vocês fecharam ou querem fechar a porta da misericórdia!” Não há tal linguagem na Bíblia. Não tenho nenhum desejo em minha alma de ver meu maior inimigo perdido. Acho que já tornei isto manifesto durante os últimos vinte anos, e ainda estou disposto a fazer o que puder para salvar aqueles que querem ajudar a si mesmos. Mas tenho plena consciência de que isto só pode ser feito da maneira apontada por Deus; e todos os que quiserem andar sob a sombra de Suas asas se regozijarão com o cumprimento de Sua palavra, embora o coração deles possa estar opresso e condoído de ver o oposto em seus amigos. Acho que já provei plenamente este oitavo marco e sinal da nossa estrada, isto é, que o Noivo já veio, o casamento já ocorreu, e a porta está fechada. “Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas porta s sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira” (Isa. 31:20 [sic]).– José Bates, Second Advent Way Marks and High Heaps (1847), p. 67-68.

31. Vinte e nove de maio de 1848:

A porta da salvação ainda estava aberta para os filhos dos Hastings. Ellen White tinha um vivo interesse na família Hastings. Em várias de suas cartas ela apelou aos filhos dos Hastings para que dessem seu coração ao Senhor. Numa carta endereçada ao irmão e irmã Hastings, Ellen White escreveu: Muitas vezes acordo gritando para que o povo de Deus se prepare, se prepare para que o manto do Deus Todo-Poderoso possa ser lançado ao redor deles e estejam escondidos no tempo de angústia. Não terei o privilégio de encontrar vocês na reunião. Sinto por isto, mas seja feita a vontade do Senhor. Meu coração e minha mente estarão lá e minhas orações estarão com vocês para que Deus opere entre vocês. Como estão as crianças? Elas sentem que são aceitas por Deus? Queridas Crianças, não descansem por um momento se não têm esta certeza. Deus ama ouvir as orações dos jovenzinhos. Clamem a Ele e façam paz com Ele para que vocês possam permanecer firmes no dia da matança. Amo vocês, crianças, e quero vê-las salvas no reino para desfrutar a beleza da Nova Terra. Preparem-se, preparem-se, não amem este mundo, não amem os ímpios, mas amem a Deus e os que têm a Sua imagem.–Ellen G. White, Carta 1, 1848, p. 2 (29 de maio de 1848).

32. Vinte e seis de agosto de 1848:

Segundo Tiago White, Cristo havia deixado Seu trono mediatório, e a porta fechada e o sábado constituíam verdade presente. Escrevendo para o irmão e a irmã Hastings de Port Gibson, New York, em 26 de agosto de 1848, Tiago White declara: Sexta-feira à tarde os irmãos vieram a nossa reunião em Volney. Houve 30 ou 40 que se reuniram conosco. O irmão Bates pregou sobre o sábado para eles com fortes argumentos, muita ousadia e poder. Minha principal mensagem foi sobre Mateus 25:1-11. Os irmãos estão firmes no sábado e na Porta fechada. A maioria disse que foram muito fortalecidos pela reunião. Ellen teve duas visões durante a mesma. Ela falou a eles com poder, para confortá-los. Achou-se melhor ter outra Conferência neste lugar [Port Gibson], a 100km de Volney, em 27 e 28 de agosto. Esperamos passar bons momentos ali. A caminho daqui paramos na casa do irmão Snow em Hanable. Naquele lugar há oito ou dez preciosas almas. O irmão Bates, o irmão e a irmã Edson e o irmão Simmons passaram a noite toda com eles. Pela manhã Ellen foi arrebatada em visão, e enquanto ela assim estava todos os irmãos chegaram. Foram momentos poderosos. Um do grupo não era do sábado, mas era humilde e bom. Ellen se levantou em visão, tomou a Bíblia grande, segurou-a no alto perante o Senhor, falou sobre ela, depois levou-a até este humilde irmão que não estava na verdade do sábado e colocou-a em seus braços. Ele a tomou enquanto lágrimas lhe corriam até o peito. Então Ellen veio e se sentou ao meu lado. Ela esteve em visão durante uma hora e [p. 21] meia, tempo durante o qual não respirou. Foram momentos comovedores. Todos choraram muito de alegria. Deixamos o irmão Bates com eles e viemos para este lugar com o irmão Edson. Esta é uma querida família. Deus nos abençoou aqui com eles. Louvado seja o Senhor. … Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. Amém. Meu irmão e minha irmã, aqui está o padrão em torno do qual devemos nos arregimentar. Jesus deixou Seu trono mediatório. Ele está agora reivindicando Seu novo reino. Vocês crêem nisto? Espero que sim. Bem, esta é a presente “fé em Jesus”. Portanto, a porta fechada e o sábado são a verdade presente. Estas verdades formarão e conservarão, entre nós e os descrentes, a mesma marca de distinção que Deus estabeleceu em 1844.–White Estate Record Book No. 1, p. 18-20.

33. Dois de outubro de 1848:

Tiago White igualou a porta fechada com “a obra de Deus em nossa experiência do Segundo Advento”. De Brunswick, Maine, Tiago White escreveu para o irmão e a irmã Hastings em 2 de outubro de 1848, convidando-os a estar presentes à conferência que se realizaria em Topsham. Ele declara: Meu principal objetivo em escrever a vocês agora é notificá-los que os “Proscritos” do Maine terão uma reunião geral na casa do irmão S. Howland em Topsham, Maine. Nossa conferência deve começar em 20 de outubro e se prolongar durante o sábado e o domingo. Estendo a vocês da parte dos irmãos daqui o convite para estarem conosco. Esperamos os irmãos Bates, Gurney e Nichols, de Massachusetts. Os principais pontos sobre os quais nos demoramos como sendo a verdade presente são o sábado do sétimo dia e a porta fechada. Nisto desejamos honrar a mais sagrada instituição de Deus e também reconhecer a obra de Deus em nossa experiência do Segundo Advento. Não desejamos excluir nenhuma verdade nova, ou aprovar qualquer dos erros desta época tenebrosa. Nosso objetivo é fazer o bem. Desejamos exaltar a verdade e expor o erro. Ficaríamos felizes em ver em nossa reunião qualquer pessoa que esteja buscando a verdade em sinceridade e humildade. A causa no Maine parece débil, mas não conheço nenhum caso de apostasia. Todos parecem firmes na fé.–White Estate Record Book No. 1, p. 24.

Tiago White parece estar apresentando os seguintes pontos:

1. A mensagem da “porta fechada” enfatiza a integridade do movimento milerita de 1840-44 com sua data de 22 de outubro.

2. Novos conversos, qualquer que fosse sua formação religiosa, seriam bem-vindos.

3. Uma vez que a apostasia é possível, o encerramento geral do tempo de graça para o mundo ainda não ocorreu.

4. A crença na porta fechada não exclui novas verdades.

34. 17-18 de novembro de 1848:

Ellen White viu uma grande obra de publicações à frente. José Bates registrou alguns dos pronunciamentos feitos por Ellen White durante sua visão na casa de Otis Nichols em Dorchester, Massachusetts, em novembro de 1848. Bates publicou estes comentários de Ellen White dois meses mais tarde. Ele cita as seguintes palavras de Ellen White: Quando Miguel Se levantar esta angústia estará sobre toda a Terra. Eles [os ventos] estão a ponto de soprar. Estão sendo contidos porque os santos não estão selados. Sim, publica as coisas que viste e ouviste, e a bênção de Deus se seguirá. Olhai! Este aumento é em força, e se torna cada vez mais brilhante. Essa verdade é o selo, é por isso que vem por último. Tivemos a porta fechada. Deus ensinou e ensinou, mas essa experiência não é o selo, e esse mandamento que tem sido pisado será exaltado. E quando conseguirdes isso passareis pelo tempo de angústia. Sim, tudo para o qual estás olhando, não verás exatamente agora. Tem cuidado, não seja colocada de lado a luz que vem de outra direção que não aquela que estás esperando. Bates então acrescenta: O conteúdo acima foi copiado palavra por palavra enquanto ela falava em visão, portanto não é adulterado; algumas sentenças nos escaparam, e algumas não copiamos aqui.–A Seal of the Living God, janeiro de 1849, p. 25-26. Veja Francis D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics, p. 248-249. Foi mostrado a Ellen White um ministério de publicações que ainda estava à frente para os adventistas guardadores do sábado. A crença na porta fechada obviamente não impedia um grande esforço missionário. O influxo de grandes números de novos conversos é abrangido nesta visão. Tal conceito dificilmente é compatível com a ideia de que o tempo de graça para o mundo já se encerrou. Qualquer noção de uma porta fechada da misericórdia que os adventistas guardadores do sábado ainda pudessem ter devia estar se desvanecendo rapidamente.

35. 17-18 de novembro de 1848:

Ellen White viu torrentes de luz que “circundavam o mundo”. Várias décadas mais tarde ela declarou, ao recordar a visão de publicações: Numa reunião efetuada em Dorchester, Massachusetts, em novembro de 1848, foi-me concedida uma visão da proclamação da mensagem do assinalamento, e do dever que incumbia aos irmãos de publicarem a luz que resplandecia em nosso caminho. Depois da visão eu disse ao meu esposo: “Tenho uma mensagem para ti. Deves começar a publicar um pequeno jornal e mandá-lo ao povo. Seja pequeno a princípio; mas, lendo-o o povo, mandar-te-ão meios com que imprimi-lo, e alcançará bom êxito desde o princípio. Desde este pequeno começo foi-me mostrado assemelhar-se a torrentes de luz que circundavam o mundo.” –Vida e Ensinos, p. 128.

36. Cinco de janeiro de 1849:

Ellen White viu que Cristo ainda estava intercedendo e que a porta da misericórdia ainda não estava fechada. Em 17 de janeiro de 1849, Ellen White escreveu: Ao principiar o santo sábado (5 de janeiro), fui levada em visão para o lugar santíssimo, onde vi Jesus ainda intercedendo por Israel. Na extremidade inferior de Suas vestes havia uma campainha e uma romã, uma campainha e uma romã. Vi então que Jesus não abandonaria o lugar santíssimo sem que cada caso fosse decidido, ou para a salvação ou para a destruição. Vi que a ira de Deus não poderia manifestar-se sem que Jesus concluísse Sua obra no lugar santíssimo, depusesse Seus trajes sacerdotais, e Se vestisse com vestes de vingança.–Ellen G. White, Ms. 2, 1894, p. 1. Ver também The Present Truth, vol. 1, no. 3 (August, 1849), p. 22; Primeiros Escritos, p. 36.

37. Vinte e três de março de 1849:

Ellen White esperava que Cristo voltasse a qualquer momento. Minha fé é forte em Deus. Estou pronta a ir a qualquer lugar que Ele me envie, sabendo que Ele me dará forças. Conservem a coragem, meu prezado irmão e irmã. Deus é o seu ajudador. Alguns dias mais de labuta aqui, e então estaremos livres. O tempo é curto. Permaneçamos firmes até o fim.–Ellen G. White, Carta 4, 1849 (para o irmão e irmã Hastings, de Topsham, Maine, 23 de março de 1849).

38. Vinte e quatro de março de 1849:

Ellen White viu tanto uma porta aberta quanto uma porta fechada. No dia 24 de março de 1849, sábado, tivemos uma reunião agradável e muito interessante com os irmãos de Topsham, Maine. O Espírito Santo foi derramado sobre nós e eu fui levada pelo Espírito à cidade do Deus vivo. Mostrou-se-me então que os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo com referência à porta fechada não podiam ser separados, e que o tempo para os mandamentos de Deus brilharem em toda a sua importância, e para o povo de Deus ser provado sobre a verdade do sábado, seria quando a porta fosse aberta no lugar santíssimo do santuário celestial, onde está a arca que contém os Dez Mandamentos. Esta porta não foi aberta até que a mediação de Jesus no lugar santo do santuário terminou em 1844. Então Jesus Se levantou e fechou a porta do lugar santo e abriu a porta que dá para o santíssimo, e passou para dentro do segundo véu, onde permanece agora junto da arca e onde agora chega a fé de Israel. Vi que Jesus havia fechado a porta do lugar santo, e que nenhum homem poderia abri-la; e que Ele havia aberto a porta para o santíssimo, e que homem algum podia fechá-la (Apoc. 3:7 e 8); e que uma vez que Jesus abrira a porta para o santíssimo, onde está a arca, os mandamentos têm estado a brilhar para o povo de Deus, e eles estão sendo testados sobre a questão do sábado. Vi que a presente prova do sábado não poderia vir até que a mediação de Jesus no lugar santo terminasse e Ele passasse para dentro do segundo véu; portanto os cristãos que dormiram antes que a porta fosse aberta no santíssimo, quando terminou o clamor da meia-noite no sétimo mês, em 1844, e que não haviam guardado o verdadeiro sábado, agora repousam em esperança, pois não tiveram a luz e o teste sobre o sábado que nós agora temos, uma vez que a porta foi aberta. Eu vi que Satanás estava tentando alguns do povo de Deus neste ponto. Sendo que grande número de bons cristãos adormeceram nos triunfos da fé e não guardaram o verdadeiro sábado, eles estavam em dúvida quanto a ser isto um teste para nós agora. Vi que os inimigos da verdade presente têm estado procurando abrir a porta do lugar santo, a qual Jesus fechou, e a fechar a porta do lugar santíssimo, que Ele abriu em 1844, no qual está a arca contendo as duas tábuas de pedra onde estão os Dez Mandamentos escritos pelo dedo de Jeová. Vi que Satanás estava operando por intermédio de agentes, de diferentes maneiras. Estava operando por meio de ministros que rejeitaram a verdade e estão se entregando à operação do erro, para crerem na mentira e serem condenados.

Enquanto estavam pregando ou orando, alguns caíam prostrados e impotentes, não pelo poder do Espírito Santo; não, não; mas pelo poder de Satanás exalado sobre esses agentes, e por meio deles ao povo. Enquanto oravam, pregavam ou conversavam, alguns adventistas que haviam rejeitado a verdade presente usavam o mesmerismo para ganhar adeptos, e o povo se regozijava nesta influência, pois pensava que era o Espírito Santo. E até alguns dos que usavam o mesmerismo estavam tão envoltos nas trevas e engano do diabo que chegavam a pensar que aquilo era o poder de Deus, a eles concedido para o exercerem. Haviam tornado Deus alguém semelhante a eles, e avaliavam o Seu poder como algo insignificante. … Eu vi que Satanás estava operando dessa maneira a fim de desviar, enganar e afastar de Deus o Seu povo, precisamente agora, neste tempo de selamento. Vi alguns que não estavam firmes ao lado da verdade presente. Seus joelhos estavam trementes e seus pés escorregavam, porque não estavam firmemente plantados na verdade, e a proteção do Deus Todo-Poderoso não podia ser estendida sobre eles enquanto estavam assim trementes. Satanás estava procurando lançar mão de todas as suas artes a fim de mantê-los onde estavam, até que o selamento passasse, até que a cobertura fosse estendida sobre o povo de Deus e eles ficassem de fora, sem abrigo contra a ardente ira de Deus nas sete últimas pragas. Eu vi que os misteriosos sinais e maravilhas e as falsas reformas aumentariam e se espalhariam. As reformas que me foram mostradas não eram reformas do erro para a verdade, mas de mal para pior; pois aqueles que professavam uma mudança de coração haviam só colocado sobre si um manto religioso, que cobria a iniquidade de um coração ímpio. Alguns pareciam estar realmente convertidos, a fim de enganar o povo de Deus; mas se seu coração pudesse ser visto, apareceria como estando mais negro que nunca. Meu anjo assistente ordenou-me que olhasse as agonias de alma em favor dos pecadores como era costume haver. Olhei, mas nada vi, pois o tempo para a sua salvação havia passado.–Ellen G. White, The Present Truth, vol. 1, no. 3, (agosto de 1849), p. 21-22. Ver também Primeiros Escritos, p. 42-45.

39. Visão de 24 de março de 1849:

Ellen White explicou a última frase da visão de 24 de março. A última frase da descrição de Ellen White sobre sua visão de 24 de março aparentemente deixou perplexos alguns de seus leitores, portanto ela aproveitou a oportunidade cinco anos mais tarde, em 1854, para explicar o que queria dizer com os dois últimos parágrafos de seu artigo. Ela declarou: “As ‘falsas reformas’ aqui referidas devem ser ainda mais plenamente vistas. A visão se relaciona mais particularmente com os que têm ouvido e rejeitado a luz da doutrina do advento. Eles são deixados a capricho de poderosos enganos. Não terão ‘as agonias de alma pelos pecadores’, como anteriormente. Havendo rejeitado o advento e tendo sido abandonados aos enganos de Satanás, ‘o tempo para a sua salvação havia passado’. Isto não se refere, entretanto, aos que não ouviram e não rejeitaram a doutrina do segundo advento.”–Primeiros Escritos, p. 45. Esta explicação parece razoável, especialmente à luz do que ela havia escrito três meses antes (ver no 36) e do que ela escreveria seis meses depois (ver no 41).

40. Trinta de março de 1849:

Ellen White conservou o irmão Stowell na verdade e novamente apelou aos filhos dos Hastings para que assegurassem a salvação de sua alma. O primeiro sábado que passamos em Topsham [24 de março] foi uma ocasião agradável e interessante. Pareceu que o próprio Jesus passou em nosso meio e derramou Sua luz e glória sobre nós. Todos nós tomamos um rico gole do poço de Belém. O Espírito veio sobre mim e fui tomada em visão. Vi muitas coisas importantes, algumas das quais escreverei para vocês antes de encerrar esta carta. Vi que o irmão Stowell de Paris estava vacilando quanto à porta fechada. Senti que precisava visitá-los. Embora a distância fosse de 80km e o caminho muito ruim, cri que Deus me fortaleceria para realizar a viagem. Fomos e verificamos que eles precisavam de fortalecimento. Não havia uma reunião naquele local há mais de dois anos. Passamos uma semana com eles. Nossas reuniões foram muito interessantes. Eles tinham fome da verdade presente. Tivemos reuniões desimpedidas e poderosas com eles. Deus me deu duas visões enquanto estava lá, para grande conforto e fortalecimento dos irmãos e irmãs. O irmão Stowell ficou firmado na porta fechada e em toda a verdade presente sobre a qual tinha dúvidas. Foram-me dadas forças do alto para  que minha viagem não me cansasse e desde então minha saúde tem estado melhor. Graças a Deus que nos dá forças segundo precisamos. … Escreverei agora sobre a visão que Deus me deu no sábado, 24 de março. Tivemos uma reunião gloriosa. Fui tomada em visão. … Prezado irmão e irmã, acabei de escrever-lhes a visão que Deus me deu. Estou cansada de ficar sentada tanto tempo. Nossa posição parece muito clara. Sabemos que temos a verdade, o clamor da meia-noite está atrás de nós, a porta foi fechada em 1844 e Jesus logo deixará de mediar entre Deus e o homem. …Arabella, o Senhor está voltando; vocês todos estão prontos? Podem encontrá-Lo em paz e dizer: Este é o nosso Deus, a quem aguardávamos? Oh, apoderem-se da força de Deus e façam paz com Ele, para que vocês possam estar de pé quando a terra cambalear como um bêbado. E o resto das crianças–não conseguiria mencionar a todas por nome–amem a Deus de todo o seu coração e orem muito para que vocês possam ser seladas. É de grande importância que vocês assegurem a salvação de sua alma.– Ellen G. White, Carta 5, 1849, p. 1-3, 5, 6. (para o irmão e a irmã Hastings, 30 de março de 1849.)

41. Setembro de 1849:

Ellen White: “Logo todo caso será decidido.” Prezados irmãos e irmãs– Neste tempo de prova, precisamos ser encorajados e confortados mutuamente. As tentações de Satanás são agora maiores do que nunca; pois ele sabe que seu tempo é curto, e que muito em breve todo caso será decidido, ou para a Vida, ou para a Morte. Agora não é hora de esmorecermos pelo desânimo e pela provação; mas precisamos suportar todas as aflições, e confiar inteiramente no poderoso Deus de Jacó. … Só nos resta pouco tempo a fim de trabalharmos para Deus. Nada deve ser demasiado precioso para ser sacrificado pela salvação do rebanho disperso e dilacerado de Jesus. Os que fazem agora com Deus um concerto com sacrifício, logo estarão reunidos no lar para partilhar uma rica recompensa, e possuir o novo reino para todo o sempre. … Quando Jesus deixar o santuário, então quem é santo e justo, ainda será santo e justo; pois todos os seus pecados serão apagados, e eles serão selados com o selo do Deus vivo. Mas aqueles que são injustos e imundos, continuarão a ser injustos e imundos; pois então não haverá Sacerdote no santuário para oferecer seus sacrifícios, suas confissões e suas orações diante do trono do Pai. Portanto, o que deve ser feito para resgatar almas da vindoura tempestade de ira, deve ser feito antes de Jesus deixar o lugar santíssimo do santuário celestial. O Senhor me mostrou que preciosas almas estão morrendo à míngua e perecendo por falta da verdade presente e seladora, o sustento a seu tempo; e que os velozes mensageiros devem se apressar em seu caminho, e alimentar o rebanho com a verdade presente. Ouvi um anjo dizer: “Apressem os mensageiros velozes, apresem os mensageiros velozes; pois o caso de toda alma logo será decidido para a Vida ou para a Morte.”– Ellen G. White, The Present Truth, setembro de 1849, p. 31-32. Ellen White parece estar dizendo aos seus leitores que: 1. O tempo de graça para o mundo todo ainda não se encerrou. 2. O objetivo de seus esforços missionários era primariamente, mas não necessariamente com exclusividade, “o rebanho disperso e dilacerado”, uma referência àqueles que haviam sido parte do movimento milerita.

42. 17-18 de Novembro de 1849:

“Nosso número está constantemente aumentando; as almas honestas estão buscando a verdade.” Um escritor desconhecido descreve um encontro geral de três dias em Centreport, parte oeste de New York: Queridos irmãos dispersos– Deus está reavivando Seu povo, e edificando Sua causa na parte oeste de New York.—Durante o tempo de dispersão passamos por muitas provações dolorosas, enquanto vimos o precioso rebanho espalhado, dilacerado e jogado; mas, graças a Deus, chegou o tempo de o rebanho ser reunido na “unidade da fé”. As divisões estão sendo plenamente curadas, e aumentam entre nós uma forte união e um fervente amor cristão. Os “mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo” são para nós a verdade presente–o sustento a seu tempo. O pequeno rebanho aqui nesta região está firmado no sábado e em nossa experiência passada do advento. Nosso número está constantemente aumentando. Almas honestas estão buscando a verdade, e estão tomando posição conosco. Os irmãos têm visto a importância de abandonar seus hábitos inúteis;– portanto se livraram do rapé e do fumo, como inúteis, imundos e impuros. Nossas reuniões gerais vêm aumentado em interesse e poder já faz algum tempo, mas ultimamente têm sido extremamente interessantes e poderosas. Nossa reunião geral, realizada na casa do irmão Harris, em Centreport, em 17 e 18 de novembro, foi uma das melhores a que já assisti.—Ali encontramos alguns de nossos amados irmãos do leste–os irmãos Ralph e Belden de Connecticut, e o irmão e a irmã White do Maine. Eles vieram até nós “na plenitude da bênção do evangelho de Cristo”, fortes na verdade presente. Foi uma ocasião comovedora, de confissão e de refrigério.—A reunião foi encerrada no primeiro dia de manhã e quase todos os irmãos partiram. Cerca de dez dias antes da Conferência de Centreport, fiquei profundamente impressionado com um senso de dever de fazer um esforço adicional para resgatar nosso amado irmão Rhodes, cujo caso me tem vindo à mente com insistência faz algum tempo. … Na manhã seguinte tivemos uma reunião de oração, e o Espírito foi ricamente derramado, e o Senhor deu à irmã White a seguinte visão, que era contrária à opinião e sentimento que ela possuía anteriormente em relação a irmos em busca do irmão Rhodes, até o momento em que o Espírito a tomou em visão.

“Enquanto eu estava em visão o Anjo apontou para a Terra, onde vi o irmão Rhodes em densas trevas; mas ele ainda trazia a imagem de Jesus….

Vi que Jesus estava pleiteando Seu sangue em favor do irmão Rhodes, eque o Anjo estava pronto a anotar seu nome, logo que ele saísse daquele lugar escuro, e se colocasse ao lado de toda a verdade presente. O Anjo me apontou a armadilha de Satanás que o prendia; e vi que ele achava que não havia esperança, não havia misericórdia para ele; e que lhe era inútil tentar. Vi que os irmãos Edson e Ralph deviam fazê-lo crer que havia esperança e misericórdia para ele, e deviam tirá-lo dali, e então ele viria para o rebanho; e que os Anjos os acompanhariam em sua viagem. Ouvi um Anjo dizer: “Não podeis ver o valor da alma? Arrebatai-o do fogo!” Vi que não havia dolo na boca do irmão Rhodes ao falar contra a verdade presente, relativamente ao sábado e à porta fechada. Também vi que o Senhor tinha feito com que o caso do irmão Rhodes pesasse sobre o irmão Edson.” E. G. WHITE. —The Present Truth, vol. 1, no. 5, (Dezembro de 1849), p. 34-35.

43. Dezesseis de dezembro de 1849: O artigo de David Arnold sobre a porta fechada: em 1844 Cristo fechou a porta do primeiro compartimento e abriu a porta do segundo. Em 3 de janeiro de 1850, Tiago White, em Oswego, New York, escreveu para o irmão e a irmã Hastings: Ellen viu que o irmão Arnold e eu precisamos colocar nossas luzes juntas sobre o testemunho de Jesus, ou a porta fechada. Isto fizemos e talvez tudo esteja feito. Portanto acho que vou esperar até obter nova luz. Oh Deus, tem misericórdia de mim, e ensina-me. Amém. Orem por mim, por favor.–White Estate Record Book, No. 1, p. 49-50. O longo artigo de David Arnold, escrito sob a data de 16 de dezembro de 1849, foi publicado por Tiago White em The Present Truth. Uma vez que Ellen White aparentemente endossava os conceitos do irmão Arnold, damos aqui o artigo todo (itálicos acrescentados):

A Explicação da Porta Fechada

“E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta .”–Mat. 25:10. Este texto é a parte final de uma das mais importantes parábolas já dadas pelo Messias enquanto atuava na capacidade de profeta. Sua importância será evidente quando considerarmos as circunstâncias sob as quais ela foi dada, e o tempo do cumprimento dos eventos que ela se destina a representar. O tempo de seu cumprimento pode ser claramente conhecido pelos eventos precedentes e subsequentes. Esta parábola é uma parte daquela memorável e última conversa que Cristo teve com Seus discípulos, antes da noite de Sua traição, na qual delineou para eles a destruição de Jerusalém e os sinais e eventos que deviam preceder a Sua vinda e o fim do mundo. Portanto, deixemos de lado todas as outras considerações de importância secundária e investiguemos sincera e completamente este assunto todo-importante. O texto, segundo sua divisão natural, contém cinco partes:

1. A compra do óleo

2. A vinda do noivo.

3. A ida com Ele.

4. O casamento.

5. A porta fechada.

.

1. A compra do óleo

se destina a representar um esforço inútil, por parte das virgens néscias, de obter aquilo que produziria luz sobre o assunto da vinda do noivo. Também parece que elas previamente possuíam uma quantidade limitada de óleo, que durante um curto tempo produziu um pouco de luz, a qual foi suficiente apenas para levá-las a sair no primeiro clamor para encontrar o noivo. Mas enquanto elas estavam no tempo de espera, sua luz se tornou trevas; e quando foi soado o segundo clamor à meia-noite, “AÍ VEM O ESPOSO! SAÍ-LHE AO ENCONTRO!” elas (levadas mais pelo medo que pelo amor) fizeram um esforço para obter luz; mas, não estando prontas, não puderam entrar, e “FECHOU-SE A PORTA ”.

2. A vinda do noivo

A definição de noivo é alguém recém-casado, ou prestes a unir-se em casamento a uma noiva. Ora, se o termo noivo, nesta parábola, se aplica a Cristo (o que todos admitirão), então todas as cenas representadas por esta parábola devem ter seu cumprimento em íntima conexão com o casamento, ou a entrega da noiva a Cristo. Aqui surgem duas perguntas; primeira, o que é representado pela noiva; e segunda, onde ela deve ser entregue a Cristo, ou onde o casamento deve ser realizado? Primeiro, o que a noiva representa? O anjo disse a S. João, enquanto em visão: “Vem, MOSTRAR-TE-EI A ESPOSA, A MULHER DO CORDEIRO.” Aqui foi mostrada a João “a grande cidade, a santa JERUSALÉM”. Ver Apoc. 21:9, 10. S. Paulo, em sua carta aos Gálatas, diz: “Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós.” Gál. 4:26. Destas citações concluímos que a Santa Cidade, a Nova Jerusalém, que João viu “que de Deus descia do céu, adereçada COMO UMA ESPOSA ATAVIADA PARA O SEU MARIDO”, é o que é representado como a noiva; e o ser dada a Cristo é comparado a um casamento. Segundo, onde o casamento deve ocorrer? Disse Jesus: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, QUANDO HOUVER DE VOLTAR DAS BODAS”.—Luc. 12:35, 36. “Disse, pois: Certo homem nobre partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois” (Luc. 19:12). Daniel também, nas visões da noite, viu um como o Filho do homem vir ao Ancião de Dias, e “O FIZERAM CHEGAR ATÉ ELE. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino”. Ver Dan. 7:13, 14. Fica claro por estas passagens que o recebimento do reino (que inclui capital, território e súditos) é o que é comparado a um casamento, ou recebimento de uma noiva; e que isto ocorre na presença dEle (o Ancião de Dias), um pouco antes de Seu RETORNO DAS BODAS na “terra remota”. Se o que está acima é a posição correta sobre o noivo, a noiva e o casamento, então segue-se necessariamente que a vinda do noivo não é à Terra, mas à presença do Ancião de Dias, para receber a noiva, a Nova Jerusalém, a capital do reino, em conexão com o território e os súditos, antes de Seu segundo advento; e também que a vinda do noivo e o segundo advento de Cristo são dois eventos distintos e separados.

3. A ida com Ele.

Há, evidentemente, neste ponto da parábola, uma mudança na posição do noivo, e também na relação que Ele mantém com a igreja e o mundo. Ora, a fim de podermos chegar a uma compreensão correta desta importante MUDANÇA, examinemos o que a inspiração nos ensinou do sacerdócio de Cristo no santuário celestial, que mostra claramente esta mudança. S. Paulo, em sua carta aos Hebreus, escrita em 64 A.D., diz: “Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade, ministro do SANTUÁRIO e do VERDADEIRO TABERNÁCULO, O QUAL O SENHOR FUNDOU, e não o homem”.–Heb. 8:1, 2. Lendo o oitavo e nono capítulo de Hebreus, você certamente descobrirá que Paulo, a fim de levar-nos a uma compreensão correta de todas as coisas que dizem respeito a Cristo enquanto Ele ocupa a posição e relação de sacerdote, nos aponta ao sacerdócio araônico, ao santuário terrestre, com seus compartimentos, mobília e serviços como figuras, ou representações verdadeiras, do sacerdócio, do santuário, da mobília e dos serviços celestiais. Oh! Quão pouco se conhece de Cristo e Seu trabalho no santuário celestial, pela negligência de comparar o tipo com o antítipo, e a sombra com a substância; e quão prontos estão os negligentes para rotular como fanático qualquer um que se atreva a seguir a inspiração neste assunto.

Quero declarar aqui que temos a melhor autoridade para nos referir a Moisés e aos profetas. Cristo, após Sua ressurreição, disse a Seus discípulos: “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha QUE SE CUMPRISSE TUDO O QUE DE MIM ESTAVA ESCRITO NA LEI DE MOISÉS, e nos Profetas, [p. 30] e nos Salmos”.–Luc. 24:44. Também Paulo, enquanto era prisioneiro em Roma, havendo-lhe eles marcado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, e expôs e testificou a eles sobre “o Reino de Deus e procurava persuadi-los à fé de JESUS, tanto pela LEI DE MOISÉS como pelos profetas, desde pela manhã até à tarde”.–Ver Atos 28:23. “Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço, dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer”.–Atos 26:22.

O profeta Malaquias, ao descrever o dia ardente, e dirigindo-se àqueles a quem o profeta Elias devia ser enviando, antes da vinda do grande e terrível dia do Senhor, diz: “Lembrai-vos da LEI DE MOISÉS, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel”, etc.–Ver Mal. 4:1-4. Por estes textos vemos que não só somos dirigidos à lei de Moisés, mas é dada uma injunção positiva para que nos lembremos dela. Não para guardá-la; pois suas ordenanças foram cravadas na cruz; mas seus tipos e sombras, como ensinou S. Paulo, eram figuras do verdadeiro. Eram uma representação verdadeira dos “bens futuros” ligados à ministração de Cristo no santuário celestial. Portanto, elas são nosso único guia seguro e positivo, contido nos oráculos da verdade, para levar-nos a uma compreensão correta da obra de Cristo no “VERDADEIRO TABERNÁCULO, O QUAL O SENHOR FUNDOU, e não o homem”. O apóstolo Paulo mostra claramente que Cristo, ao cumprir Seu sacerdócio, ocupa um santuário contendo dois compartimentos; o Santo, ou primeiro tabernáculo, e o Santíssimo, ou segundo tabernáculo, dentro do segundo véu. No Santo fica o candelabro, a mesa dos pães da proposição e o altar de ouro.–Ver Heb. 9:2; Êx. 40:24-26. No santíssimo fica a arca do concerto, o propiciatório e os dois querubins cobrindo o propiciatório, acima dos quais é vista a mais excelente glória, ou o Ancião de Dias.–Ver Heb. 9:3-5; Êx. 26:33, 34. Estou agora preparado para explicar a terceira divisão do texto, a saber, “as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas”. A fim de tornar o assunto perfeitamente claro a nossa compreensão, vamos voltar e ver, nos serviços típicos, em que lugar se entrava. Sob a economia mosaica, um ciclo de um ano envolvia todas as ordenanças e serviços do tabernáculo, e tipificava todos os serviços de Cristo em sua capacidade como sacerdote. No tipo havia uma ministração diária pelos pecados do povo, durante trezentos e sessenta e quatro dias, depois essa ministração cessava. Então no último dia deste ciclo de trezentos e sessenta e cinco dias, ou no décimo dia do sétimo mês, o sumo sacerdote, havendo-se lavado em água pura, coloca as vestes santas, feitas especialmente para os serviços deste dia. Assim preparado, ele passa do Santo para o Santíssimo, levando no peitoral do juízo os nomes de todas as tribos de Israel. Desta forma, todo o verdadeiro Israel ia com ele. Assim Cristo, no antítipo, no verdadeiro tabernáculo do Céu, encerra a ministração diária antitípica no Lugar Santo, coloca as vestes santas, tendo sobre si o peitoral do juízo, no qual Ele escreve os nomes do verdadeiro Israel de Deus, que são descritos pelas seguintes palavras do texto: “as que estavam preparadas”. Assim vestido, Ele está preparado para realizar todos os serviços do décimo dia antitípico, e passa ao Santíssimo diante do propiciatório, e é trazido perante o Ancião de Dias. Assim, os que estavam preparados entraram com Ele para as bodas quando Ele entrou para receber Sua noiva, “e FECHOU-SE A PORTA ”. A purificação do santuário, apagando os pecados de todo o Israel e mandando-os embora na cabeça do bode emissário, etc. no tipo, era realizada pelo sumo sacerdote no memorável décimo dia do sétimo mês, e tudo isto era sombra dos serviços de Cristo no tabernáculo celestial, após encerrar-se Sua ministração no Lugar Santo; a respeito de alguns dos quais talvez eu fale um pouco mais adiante.

4. O casamento.

Acho que há apenas três porções da Escritura no Novo Testamento que falam de casamento, referindo-se a Cristo. A parábola do filho do rei, Mat. 22:2-14; a parábola das dez virgens, Mat. 25:1-12; e Apoc. 19:7-9; em todas elas o casamento é usado como figura para representar algo que não é um casamento de verdade, mas que tem muita semelhança com este. Portanto, a única conclusão razoável a que posso chegar é que o casamento, quando usado em referência a Cristo, representa o recebimento, em íntima conexão e perpétua união, do Reino, ou de algum componente do Reino. Quando o profeta diz, “com a tua terra o SENHOR se casará”–ver Isa. 62:4–ele quer dizer que o território ou local do Reino deve ser colocado em conexão íntima com o REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES. Quando a Nova Jerusalém é adornada como noiva para o seu marido, e é dada a Cristo, e os santos ou as virgens entram com Ele como convidados para o casamento, é então que Ele recebe a capital de Seu reino prometido e longamente aguardado. E quando, como é descrito por João em visão–ver Apoc. 19:1-9–Deus tiver julgado aquela que corrompeu a Terra com a sua prostituição, e tiver vingado “das mãos dela … o sangue dos Seus servos”; e quando a voz “de numerosa multidão”, e como de “fortes trovões” proclamar: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou”; e quando lhe for concedida que se vista “de linho fino, puro e resplandecente”, que são “as justiças dos santos”, então os súditos do Reino se tornam a noiva; e como co-herdeiros do noivo possuem “o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu”.

5. A porta fechada.

Uma porta pressupõe uma mudança de cenário, ou uma mudança de um compartimento para outro. Há várias coisas às quais o termo porta é aplicado, como “a porta da palavra” e “a porta da fé”. “Eu sou a porta”, disse Jesus. Mas a porta mencionada no texto representa não apenas uma mudança na posição do noivo (Cristo), mas também mostra uma mudança em Sua relação para com o mundo, diferente da que Ele possuía anteriormente. Aqui, novamente, vamos examinar os serviços do sacerdócio típico, para que possamos compreender os serviços de Cristo no antítipo. Depois de os sacerdotes haverem realizado os serviços diários, designados especialmente para o Lugar Santo, ou primeiro compartimento, e chegar então o memorável décimo dia do sétimo mês, ocorria então toda uma mudança nos serviços do santuário a serem realizados naquele dia. Lendo o capítulo 16 de Levítico, você vai verificar que o sumo sacerdote ali lava-se em água, coloca as vestes santas e entra num trabalho [p. 31] inteiramente novo. O oferecimento da oferta diária pelo pecado cessou, e o sumo sacerdote, neste dia, faz expiação pelos pecados de Israel, ou os apaga, e os remove do altar onde foram imputados ou depositados durante o ano através do sangue das vítimas que eram diariamente oferecidas. Neste dia de expiação, ou de purificação do santuário, o sumo sacerdote (como dito acima) passa para o Lugar Santíssimo, levando no peitoral do juízo os nomes de todos aqueles que, através da obediência às ordenanças típicas, solicitaram a remissão dos pecados através do sangue de suas vítimas ali oferecido; e A PORTA do primeiro compartimento É FECHADA. “E NENHUM HOMEM estará na tenda da congregação, quando ele entrar a fazer propiciação no santuário, até que ele saia; assim, fará expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”.–Lev. 16:17. Neste dia da expiação ele é um sumo sacerdote apenas por aqueles cujos nomes estão inscritos no peitoral do juízo. Ora, tão certamente como o sacerdócio araônico era um tipo do sacerdócio de Cristo, assim o santuário, com seus compartimentos e acessórios, eram figuras do verdadeiro santuário no Céu; e os serviços e ordenanças do tabernáculo terrestre eram sombra da ministração de Cristo, que é a substância. Vendo assim o assunto, fica claro que é preciso vir um tempo na ministração de Cristo (antes que Ele coloque as vestes reais e ponha a espada na cintura, e venha executar juízo) em que Ele deixe de ser, no primeiro compartimento do verdadeiro tabernáculo, um sacerdote pelos pecados do mundo todo, e coloque as vestes santas e, com o verdadeiro Israel de Deus inscrito em SEU peitoral de juízo, entre com eles diante do propiciatório, onde João viu alguém com um incensário de ouro oferecendo as orações de todos os santos (as virgens prudentes) diante do trono; e seja um misericordioso sumo sacerdote sobre a família da fé, purifique o santuário e coloque todos os pecados do verdadeiro Israel sobre o bode emissário, que é o diabo. Então Ele deporá as vestes sacerdotais e Se vestirá das vestes de ira, e virá para juntar Seus escolhidos dos quatro ventos do céu e destruir os ímpios, e queimar sua cidade. Havendo explicado o texto, examinarei agora algumas ideias sugeridas na exposição anterior. E primeiro, o tempo de cumprimento dos eventos contidos no texto pode ser conhecido por meio dos eventos que os precedem e os seguem. Cristo, após ter dado os sinais de Sua vinda, e a descrição do que deve ocorrer nesta vinda, passa a dar uma história de algumas das cenas que devem transcorrer antes desse evento. Parece que pouco antes de Sua vinda, Seus servos prudentes e fiéis, vendo os sinais se cumprirem, e vendo ocorrer alguns dos eventos que deviam preceder Sua vinda, levantariam o emocionante clamor: “O SENHOR ESTÁ VINDO”, e assim despertariam outros para um exame deste assunto todo importante através deste “sustento a seu tempo”. Então este clamor excitaria os professos servos que são infiéis na causa do Mestre e que amam as coisas do presente mundo, a levantar um clamor oposto—“O meu Senhor tarde virá”. Enquanto estes clamores opostos estão sendo levantados, ENTÃO começa o cumprimento da parábola das dez virgens. Aqui alguns, examinando os argumentos dos servos fiéis, foram levados a sair para encontrar o noivo. Vemos claramente que o clamor dos servos fiéis é a causa de eles saírem, e que sua saída é o efeito produzido por esta causa; portanto, o cumprimento da parábola nunca poderia começar sem que o clamor de que “O Senhor está vindo” fosse primeiro levantado pelos servos fiéis. Havendo mostrado como esta importante parábola precisa começar, examinemos os diferentes passos em sua progressão. Primeiro, as virgens saem para encontrar o noivo; segundo, sofrem um desapontamento; terceiro, esperam, ainda crendo que sua vinda está próxima, mas, por causa da espera, sentem sono, cochilam e dormem; quarto, ouve-se um clamor: “AÍ VEM O ESPOSO! SAÍ-LHE AO ENCONTRO!”; quinto, um preparo das lâmpadas e um esforço, por parte das virgens néscias, para procurar óleo; e sexto, ocorrem as cenas descritas no texto. Ora, houve alguma sucessão de eventos dentro de nossa experiência do segundo advento que tenha qualquer semelhança com os eventos da parábola acima mencionados? Se houve, então temos pelo menos boas razões para crer que a porta está fechada. Quando o irmão Miller, e os que se familiarizaram com ele e aderiram a suas exposições das profecias, saíram fielmente para mostrar ao mundo que [p. 32], segundo a melhor luz que podiam obter das profecias, dos períodos proféticos e dos sinais, Cristo iria vir no final do ano judaico de 1843, então os servos fiéis deram o “sustento a seu tempo”. E enquanto levantavam este clamor, o sacerdote mercenário, o infiel e o ébrio se uniram no clamor “O meu Senhor tarde virá”–“Os que dizem que Ele está vindo são fanáticos”; e assim espancaram seus conservos. Aqui estão dois eventos que se cumprem perfeitamente, em todos os aspectos, nos atos dos servos fiéis e prudentes, que deram “o sustento a seu tempo”, e nos atos dos servos maus, que se uniram aos ébrios em opor-se à verdade, e que colherão sua recompensa com os hipócritas, em amargo choro e ranger de dentes.

Enquanto estes dois clamores estavam indo por toda a largura e comprimento da terra, chegou o tempo especificado, e as virgens, com a Palavra de Deus (suas lâmpadas) saíram esperando plenamente que encontrariam o noivo naquele ponto de tempo. Agora, quanto ao desapontamento e à tardança. Foram estes os eventos seguintes que realmente transcorreram em nossa experiência depois que saímos na primavera de 1844 para encontrar o noivo? Milhares, milhares podem responder a esta pergunta afirmativamente; e os servos maus ainda não esqueceram de reprovar-nos e insultar-nos por este desapontamento. A seguir, nesta série de eventos, vem um clamor à meia-noite, ou mais ou menos na metade do tempo de sono: “Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!” Isto também foi cumprido na ordem exata quanto ao tempo e quanto ao evento. Foi calculado que o ano judaico de 1843 terminaria em 21 de março de 1844. O tempo de tardança, ou o tempo de sono, foi o espaço entre estes dois pontos; e no momento central, ou meia-noite, o segundo clamor começou a ser ouvido, aumentando em poder e efeito à medida que percorria a terra, ficando cada vez mais alto, até que as virgens despertaram plenamente.

Assim, tivemos em nossa experiência anterior ao décimo dia do sétimo mês de 1844, um perfeito cumprimento de todos os eventos da parábola, como passos que conduziam à PORTA FECHADA; e desde esse tempo, o evento (o bater à porta) que devia ocorrer após o fechamento da porta, não deixou de cumprir a cena final do drama. Somos assim trazidos a um claro e perfeito cumprimento de todos os aspectos desta importante parábola, e também a um claro cumprimento das passagens ligadas e relacionadas à porta fechada, como a parábola da grande ceia, Luc. 14:16-24; a proclamação do “anjo forte” de que “não haveria mais DEMORA”, Apoc. 10:1-8; o anjo voando pelo meio do céu proclamando que é chegada a hora do juízo, Apoc. 14:6 e 7; e a purificação do santuário, etc. Portanto somos levados, pela força das circunstâncias e o cumprimento dos eventos, à irresistível conclusão de que, no décimo dia do sétimo mês (tempo judaico), no outono de 1844, Cristo encerrou Sua ministração ou mediação diária e contínua no primeiro compartimento do santuário celestial, e FECHOU A PORTA , que nenhum homem pode abrir; e abriu uma porta no segundo compartimento, ou Santíssimo, que nenhum homem pode fechar (ver Apoc. 3:7, 8), e passou para dentro do segundo véu, trazendo diante do Pai, no peitoral do juízo, todos aqueles por quem está agora atuando como intercessor. Se esta é a posição que Cristo agora ocupa, então não há intercessor no primeiro compartimento; e em vão almas mal-orientadas batem a essa porta , dizendo: “Senhor, senhor, abre-nos a porta!” As palavras do profeta se aplicam ao cumprimento deste ponto da parábola. “Eles irão com as suas ovelhas e com as suas vacas, para buscarem o Senhor, mas NÃO O ACHARÃO: ELE SE RETIROU DELES. “Aleivosamente se houveram contra o Senhor, porque geraram FILHOS ESTRANHOS; agora, a lua nova os consumirá com as suas porções”.– Oséias 5:6, 7. Mas, diz o objetor, isto não deixa os da presente geração que transpuseram a idade da razão, desde esse tempo sem um intercessor ou mediador, e não os deixa destituídos dos meios de salvação? Em resposta a esta objeção, eu diria que os que naquela época estavam num estado de INOCÊNCIA têm direito a um registro no peitoral do juízo, tanto quanto aqueles que haviam pecado e receberam perdão: e são, portanto, objetos da presente intercessão de nosso grande sumo sacerdote. As professas conversões, através da instrumentalidade de diferentes seitas, são apresentadas também como alegação de que a porta não está fechada. Não posso renunciar ao claro cumprimento da profecia em nossa experiência, o qual mostra a porta fechada como estando no passado, em favor de opiniões, fantasias e sentimentos humanos, baseados na simpatia humana e numa reverência supersticiosa para com conceitos aprendidos no passado. A Palavra de Deus é verdadeira, ainda que prove que todos os homens são mentirosos. Como a corrente de águas é do mesmo caráter que a fonte que a origina (ver Tiago 3:11) e não pode atingir posição mais alta que a fonte, assim estes professos conversos não se elevarão a um  estado melhor do que os baixos padrões das seitas caídas; portanto, eles se convertem à religião das várias seitas, mas não a Deus e ao alto e santo padrão da Bíblia. O profeta Oséias viu este tempo; e para “nosso ensino” e Orientação escreveu: “Aleivosamente se houveram contra o Senhor, porque geraram filhos estranhos”. DAVID ARNOLD. Fulton, N. Y., 16 de dezembro de 1849. —The Present Truth, vol. 1, no. 6, dezembro de 1849, p. 41-46.

44. Dezembro de 1849:

Tiago White: “Ainda cremos . . . que a porta está fechada.”

QUEM ABANDONOU A SEGURA PALAVRA? Frequentemente somos acusados de seguir nossa experiência, em vez da infalível Palavra de Deus; mas tal acusação é injusta e inverídica. É verdade que nos conservamos firmes na santa experiência do advento que tivemos no passado, que cumpriu tão perfeitamente a profecia; mas ao fazê-lo, não negligenciamos a segura palavra nem nos desviamos dela. A Bíblia é nosso mapa–nosso guia. É nossa única regra de fé e prática, à qual aderimos firmemente. A fim de mostrar o cumprimento da profecia, temos de nos referir à História. Para mostrar o cumprimento da profecia relativa aos quatro reinos universais do segundo e sétimo capítulos de Daniel, temos de nos referir à história destes reinos. Negue-se a História, e a profecia se torna inútil. O mesmo ocorre com as profecias relativas ao movimento do segundo advento. Se negarmos nossa santa experiência nos grandes movimentos orientadores do passado, como a proclamação do tempo em 1843 e 1844, então não podemos mostrar o cumprimento dessas profecias em relação a esses movimentos. Portanto, aqueles que negam sua experiência passada, ao passo que seguem a Deus e a Sua santa Palavra, negam ou aplicam mal uma porção da segura Palavra. É cruel e injusto representar-nos como tendo abandonado o PRECIOSO LIVRO DOS LIVROS–a Bíblia–para seguir impressões, fantasias, etc., quando não fizemos nada disso, e quando os próprios homens que nos acusam abandonam ou aplicam mal uma porção da segura Palavra. Outrora, todo o povo do advento cria que a parábola das dez virgens se aplicava exclusivamente ao movimento do advento; e que a primeira saída das pessoas, na parábola, se cumpriu em nós ao chegarmos ao primeiro tempo especificado; e que o clamor na parábola: “Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!” e o preparo das lâmpadas, etc. também foi cumprido por nós, ao erguermos o clamor do sétimo mês. Ainda cremos no que todo o povo do advento outrora creu, e com santa confiança e energia publicou e pregou ao mundo. E é estranho dizer, mas muitos daqueles que abandonaram o cumprimento da profecia em nossa experiência passada estão prontos a rotular-nos de fanáticos, e a classificar-nos com os shakers, etc., por crermos no que eles um dia creram, e por demonstrarmos e mostrarmos um cumprimento consistente da parábola em todas as suas partes, o que mostra que a porta está fechada. Estes homens deviam ser os últimos a se oporem a nossos conceitos, e a reclamarem de falta de amor de nossa parte, já que eles, de maneira tão aberta, nos classificam com os apóstatas por retermos e levarmos avante o que eles um dia creram e ousadamente proclamaram. Quando em 1843 cantávamos: “Minha Bíblia leva à glória”, cantávamos o que sentíamos verdadeiramente. Ela não parou em 1844, e nos “levou” por outro caminho;

não, não! Levou-nos adiante, passando pela porta fechada, pelo TEMPO DE ESPERA e pela guarda dos “mandamentos de Deus”, até ao reino. Glória a Deus, “Minha Bíblia leva à glória”. Amém. A verdade, em resposta à pergunta: “Quem abandonou a segura Palavra?” é que aderimos firmemente à segura Palavra de Deus, que delineia plenamente nossa santa experiência e reconhece a poderosa obra de Deus em chamar o povo do advento a sair do mundo e da igreja caída; enquanto os que negam esta obra de Deus e sua própria experiência “abandonaram” as porções da “segura Palavra” relacionadas ao movimento do advento. Enquanto permanecermos na segura Palavra, e reconhecermos nossa santa experiência, operada em nós pela Palavra viva de Deus, reconhecida em nosso coração pela poderosa obra do Espírito Santo, e enquanto guardarmos os mandamentos de Deus, estamos seguros–sim, estamos seguros.–Tiago White, The Present Truth, vol. 1, no. 6 (Dezembro de 1849), p. 46.

45. Nove de janeiro de 1850:

Ellen White: Sem o periódico denominacional alguns poderiam perder sua alma. Vi o periódico e que ele era necessário. Que almas estavam famintas da verdade que devia ser escrita no periódico. Vi que se o periódico parasse por falta de recursos, e aquelas ovelhas famintas morressem por falta do periódico, não seria culpa de Tiago, mas daqueles a quem Deus havia emprestado Seu dinheiro para que o administrassem fielmente, e que haviam deixado esse dinheiro parado; e o sangue das almas estava sobre suas vestes. Vi que o periódico devia continuar, e que se eles o deixassem morrer, logo iriam chorar de angústia. Vi que Deus não desejava que Tiago parasse ainda, mas que ele devia escrever, escrever, escrever, escrever, e despachar a mensagem e deixá-la ir. Vi que ela iria onde os servos de Deus não podem ir.–Ellen G. White, Ms. 2, 1850 (escrito em Oswego, New York).

46. Janeiro de 1850:

Ellen White: A verdade deve ser publicada. Vi que era necessário um periódico, e que todos deviam estar interessados nele. Vi que a responsabilidade quanto ao periódico foi colocada sobre Tiago, e que era tão importante publicar a verdade quanto pregá-la. Vi que Tiago não devia desanimar se nem todos sentissem o mesmo interesse que ele no periódico. Vi que o irmão Bates não tinha o interesse que devia ter no periódico, e que sua falta de interesse desanimou Tiago. Vi que Tiago devia seguir em frente resolutamente. Vi o rebanho esperando pelo periódico, e estavam prontos, como crianças famintas, a comer as verdades publicadas nele.–Ellen G. White, Ms. 12, 1850.

47. Onze de janeiro de 1850:

Ellen White: Nossa mensagem é para os honestos que têm estado enganados. Oh, meu irmão e minha irmã, eu desejaria que todo o povo de Deus pudesse ver isto da forma como Deus me mostrou. A obra do Senhor está indo em frente. Almas estão vindo para a verdade e logo o trabalho estará totalmente concluído. Tenham bom ânimo, esperem em Deus, não deixem nada abatê-los. Temos a verdade. Sabemos disso. Louvado seja o Senhor. Vi ontem que nossa obra não era para os pastores que rejeitaram as mensagens anteriores, mas para os honestos que foram enganados e estão desviados. Vi que os falsos pastores logo receberiam o juízo. Que a todo lugar que formos apareça a verdade de que o sétimo dia é o sábado do Senhor nosso Deus. Animem-se! Dias melhores virão.–Ellen G. White, Carta 18, 1850 (idêntica à carta 24, 1850).

48. Vinte e seis de janeiro de 1850:

Ellen White: Ainda não é tarde demais para ser salvo. No último sábado à noite o Senhor me mostrou muitas coisas, que agora tentarei relatar. Vi o povo de Deus–alguns estavam dormentes e em torpor, estavam só meio acordados, e não percebiam o tempo em que estávamos vivendo. Vi que o homem com a “vassoura de varrer sujeira” havia entrado, e alguns estavam em perigo de ser varridos. Implorei a Jesus para salvá-los para poupá-los um pouco mais, e para levantá-los a fim de que eles pudessem enxergar sua situação antes que fosse tarde demais. O anjo disse que a destruição está vindo como um poderoso turbilhão. Roguei ao anjo que se compadecesse, e salvasse os que estavam apegados a suas posses e não estavam dispostos a abrir mão delas e a distribuí-las para enviar os mensageiros encarregados de alimentar as ovelhas famintas, as quais estavam morrendo por falta de alimento espiritual. Não suportei ver as ovelhas morrendo por falta da salvadora verdade presente, enquanto alguns que professavam crer na verdade presente estavam se apegando a suas propriedades e deixando as ovelhas  morrerem porque retinham os meios necessários para levar avante a obra de Deus. Esta cena, ao me ser mostrada, foi demasiado dolorosa, e roguei ao anjo que a tirasse, e a removesse de minha vista. … Então foram novamente apresentados diante de mim os que não estavam dispostos a vender suas posses para salvar uma alma que estava morrendo à míngua, enquanto Jesus Se encontra diante do Pai pleiteando Seu sangue, Seus sofrimentos e Sua morte por aquelas almas, e enquanto os servos de Deus estavam esperando, prontos a levarem a elas a verdade salvadora para que elas pudessem ser seladas com o selo do Deus vivo; e contudo era difícil para alguns que professam crer na verdade presente fazer até algo tão pequeno como passar para a mão dos mensageiros o dinheiro que é do próprio Deus e que Ele lhes havia emprestado para que o administrassem. … Ao ver estas coisas, o fardo pareceu pesado demais para ser suportado. Vi que eu poderia ter dado minha vida, se este fosse o meio de ajudar qualquer pessoa a ver sua terrível situação. … Vi que não haveria chance de alguém se preparar após Jesus deixar o lugar santíssimo, portanto precisamos nos acertar agora, enquanto ainda há chance. Logo será tarde demais.—Ellen G. White, Ms. 4, 1850, p. 1-3 (escrito em Oswego, NY). Veja The Present Truth, vol. 1, no. 9 (Abril de 1850), p. 71, 72.

49. Dez de fevereiro de 1850:

Novos conversos incluem aqueles que não fizeram parte do movimento milerita. Numa carta escrita para o irmão e a irmã Collins de Oswego, New York, em 10 de fevereiro de 1850, Ellen White declara: Ficamos muito felizes ao saber que vocês estavam se esforçando para ser vencedores pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho. Sejam corajosos na causa de Deus. Não vacilem. Deus ama soldados corajosos e eles obterão a vitória. Oh, quão bom o Senhor é para nós! Podemos duvidar de Sua bondade por um só momento? Não, não. Seu vigilante cuidado tem estado sobre nós, do contrário já teríamos tombado no caminho. … Não deixem as sugestões de Satanás oprimirem vocês. Tenham bom ânimo. O Senhor está vindo para recompensar Seus filhos fiéis. Sejam diligentes em confirmar sua vocação e eleição. Não descansemos a menos que tenhamos o permanente testemunho de que nossos caminhos agradam a Deus. Almas estão vindo para a verdade por toda parte aqui. São aqueles que não ouviram a doutrina do Advento e alguns deles são dos que saíram [p. 36] a encontrar o Esposo em 1844, mas depois foram enganados pelos falsos pastores a ponto de não saberem quem eram ou em que criam.–Ellen G. White, Carta 4, 1850, p. 1, 2.

50. Dezoito de março de 1850:

Ellen White: “Crianças, … preparem-se para encontrar a Jesus.” Advirto Arabella e o resto das crianças a se prepararem para encontrar a Jesus, e então elas encontrarão sua mãe novamente para nunca mais se separarem. Oh, crianças, será que vocês darão ouvidos à fiel advertência que ela lhes deu enquanto estava com vocês? Não deixem que todas as orações que ela ofereceu a Deus por vocês sejam como água derramada sobre o solo. Preparem-se para encontrar a Jesus, e tudo estará bem. Entreguem seu coração a Deus e não descansem um só dia sem saber que vocês amam a Jesus.–Ellen G. White, Carta 10, 1850, p. 3 (À família Hastings, 18 de março de 1850, de Oswego, NY). Este apelo foi escrito por Ellen White aos filhos da família Hastings poucos dias após a morte da mãe deles em 28 de fevereiro de 1850. Quanto ao efeito que a morte da irmã Hastings teve sobre a família, Ellen White escreveu mais tarde: Deus opera de maneiras misteriosas para efetuar Suas maravilhas. A morte dela foi na verdade para salvar seus filhos. Suas fervorosas orações haviam subido a Deus para que Ele os salvasse de qualquer maneira que escolhesse. A mãe foi tirada, e então suas fiéis admoestações, suas fervorosas orações e muitas lágrimas foram consideradas, e tiveram influência sobre o rebanho atingido. Visitamos o local após a morte da mãe, em junho de 1850, e encontramos o pai triste e solitário, mas vivendo para Deus, e suportando bem seu duplo fardo. Ele foi confortado em sua grande dor ao ver seus filhos se voltando para o Senhor, e buscando fervorosamente um preparo para encontrar sua querida mãe quando o Doador da vida quebrar as correntes da tumba, libertar os cativos, e fazê-la sair imortal. Meu esposo batizou os quatro filhos mais velhos.—Life Sketches of James White and Ellen G. White (1888), p. 257, 258.

51. Março de 1850:

Ellen White: Almas honestas ainda podem aceitar a verdade. Meus queridos irmãos e irmãs: Esta é uma hora muito importante para nós. Satanás desceu com grade poder, e precisamos nos esforçar muito, e seguir em frente a todo custo para o reino. Temos um poderoso inimigo contra quem lutar; mas um Amigo Todo-Poderoso para proteger-nos e fortalecer-nos no conflito. Se estivermos firmados na verdade presente, e tivermos nossa esperança como âncora da alma, lançada além do segundo véu, os vários ventos de falsas doutrinas e erros não podem mover-nos. As excitações e falsas reformas desta época não nos agitam, pois sabemos que o Senhor da casa Se levantou em 1844, e fechou a porta do primeiro compartimento do tabernáculo celestial; e agora certamente esperamos que eles “irão com as suas ovelhas” “para buscarem o SENHOR, mas não o acharão: Ele Se retirou (para dentro do segundo véu) deles”. O Senhor me mostrou que o poder que está com eles é uma mera influência humana, e não o poder de Deus. Os que publicam o “Watchman” [“Sentinela”] removeram os marcos. Vi, dois meses atrás, que o tempo que eles marcaram passaria; e então algumas almas honestas, que foram enganadas por este tempo, terão uma chance de receber a verdade. Vi que a maioria daqueles que pregam este novo tempo não crêem, eles próprios, nele. Vi que nossa mensagem não era para os pastores que desviaram o rebanho, mas para as pobres ovelhas famintas e dispersas.–The Present Truth, vol. 1, no. 8 (Março de 1850), p. 64).

52. Abril de 1850:

A porta da salvação ainda estavam abertas para os filhos do “remanescente”. Tiago White relata os esforços feitos em favor dos filhos dos crentes em Oswego, New York: Um trabalho muito interessante está sendo feito agora entre os filhos do “remanescente” nesta cidade. A salvação deles tem sido o principal assunto em nossas reuniões nos últimos dois sábados, e Deus tem nos abençoado maravilhosamente. A verdade tem tido um bom efeito sobre nós, bem como sobre as crianças. Na noite seguinte ao último domingo, tivemos uma reunião em benefício especial deles, e o Espírito do Senhor foi derramado em nosso meio. Todas as crianças se curvaram diante do Senhor, e pareciam sentir a importância de guardar os mandamentos, especialmente o quinto, e de buscar a salvação através de Jesus Cristo. Esta foi uma das mais interessantes reuniões que já testemunhei.—The Present Truth, vol. 1, no. 9 (Abril de 1850), p. 72.

53. Maio de 1850:

Tiago White: A porta fechada não é a mesma coisa que a porta da misericórdia. Jesus fez com que cessasse “o sacrifício e a oferta de manjares” na “metade” da septuagésima semana, “cravando-a na cruz” na primavera de 31 A.D. A isto se acrescentem três anos e meio, a última metade da septuagésima semana, e isto nos traz ao término das setenta semanas [490 anos] no outono de 34 A.D. Acrescentem-se então 1810 anos, a última parte dos 2300, que chegam até a purificação do santuário, e isto nos traz ao outono de 1844. Amém. Neste ponto do tempo o Clamor da Meia-Noite foi dado, a obra pelo mundo foi encerrada, e Jesus passou para o Lugar Santíssimo a fim de receber o reino e purificar o santuário. … Muitos admitirão que deve haver uma porta fechada antes do segundo advento; mas poucos parecem dispostos a colocá-la onde ela realmente ocorreu. Demos uma breve olhada em nossa história passada, delineada pela parábola das dez virgens (Mat. 25:1-11) e acho que veremos claramente que não pode haver nenhum outro lugar para a porta fechada exceto o outono de 1844.… Agora podemos ver que o único lugar para a porta fechada foi em 1844. Amém. Mas o objetor diz: “A porta da misericórdia não se fechará até que Jesus volte”. Não lemos na Bíblia de nenhuma porta chamada “porta da misericórdia”, nem ensinamos que tal porta foi fechada em 1844. A misericórdia de Deus “dura para sempre”. Ver Sal. 136; 106:1; 118:1. Ele ainda é misericordioso para com Seus santos, e sempre o será; e Jesus ainda é o advogado e sacerdote deles. Mas o pecador, a quem Jesus estendeu as mãos todo o dia, e que tinha rejeitado a oferta de salvação, foi deixado sem um advogado quando Jesus saiu do Lugar Santo e fechou a porta em 1844. A igreja professa, que rejeitou a verdade, também foi rejeitada e ferida de cegueira, e agora, “com as suas ovelhas e com as suas vacas”, vão buscar o Senhor, mas, diz o profeta, “não o acharão: Ele SE RETIROU deles. Aleivosamente se houveram contra o Senhor, porque geraram filhos estranhos”. A razão por que não encontram o Senhor é simplesmente esta: eles O procuram onde Ele não está; “Ele Se retirou” para o Lugar Santíssimo.

O profeta chama os conversos deles, feitos pelo homem, de “FILHOS ESTRANHOS”; “agora, a lua nova os consumirá com as suas porções”. Diz o objetor: “Creio que Jesus ainda está no propiciatório”. Em resposta a esta asserção frequentemente repetida, deixe-me dizer: Jesus nunca esteve no propiciatório, e nunca estará. O propiciatório está no Lugar Santíssimo, onde Jesus entrou no final dos 2300 dias. Sua posição é sobre a arca dos dez mandamentos; e sobre ele estão os querubins da glória. Diante do propiciatório Se encontra nosso Grande Sumo Sacerdote pleiteando Seu sangue em favor de Israel. Se a porta (representada pela porta na parábola) não deve ser fechada até Jesus descer do Céu em chama de fogo, então quando será a batida à porta e as palavras: “Senhor, Senhor, abre-nos a porta ”? É evidente que a porta é fechada antes do segundo advento, e que os descrentes ignoram o fato de que ela foi fechada; portanto eles batem à porta fechada, e dizem: “Senhor, Senhor, abre-nos a porta”. Quando vier o grande dia da ira de Deus, e os descrentes se derem conta de sua situação perdida, não baterão com a esperança de entrar; não, não! Mas fugirão para as rochas e montanhas em busca de abrigo. Ver Isa. 2:19-21; Apoc. 6:15-17. Agora, a oração deles é: “Senhor, Senhor, ABRE-NOS a porta”; mas naquele momento a oração deles será para as “montanhas e rochedos”: “CAÍ SOBRE NÓS e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro”. É impossível harmonizar porções da Palavra como Isa. 2:19-21; Apoc. 6:15-17, com a ideia de que a porta fechada e a batida à porta ocorrerão na vinda de Cristo ou após a vinda de Cristo. Os 2300 dias e a purificação do santuário de Daniel 8:13, 14, a parábola das dez virgens e outras porções paralelas das Escrituras fixam claramente a porta fechada em 1844. Este conceito estabelece nossa santa experiência do advento no passado, dá certeza à “bem-aventurada esperança” de ver Jesus muito em breve, e faz com que nosso caminho brilhe “mais e mais até ser dia perfeito”. Amém.–The Present Truth, Maio de 1850, p. 78-79.

54. Maio de 1850:

A preocupação de Tiago White era com as “almas sinceras”. Visitamos recentemente em Camden o precioso grupo de crentes que nestes últimos tempos aceitaram o sábado, etc. Eles estavam dispersos e dilacerados pelo espiritualismo e outros erros; mas Deus os está reunindo e curando, e tornando-os valentes em defesa de Sua verdade. Quando vejo o que Deus fez por eles dentro de poucas semanas, através de Sua verdade, minha mente é atraída para outras almas sinceras que estão mergulhadas no erro.–Tiago White, The Present Truth, vol. 1, no. 10 (Maio de 1850), p. 80.

55. Quinze de maio a 20 de julho de 1850:

A “viagem pelo leste” dos White incluiu the Accession de um irmão que não havia estado no movimento milerita.

Nossa Viagem pelo Leste

Saímos de Oswego em 15 de maio, em companhia do irmão Rhodes, para visitar algumas pessoas do pequeno rebanho no leste. Em Topsham, Maine, encontramos a maioria de nossos irmãos, como sempre esperamos encontrá-los, fortes na fé. Esse pequeno grupo tem sido severamente provado. Os adventistas apostatados têm feito tudo o que está em seu poder, quer pela lisonja quer pelo ridículo, para subvertê-los, mas eles ainda permanecem firmes na convicção de que os grandes movimentos que lideraram nossa experiência do advento, tão claramente delineados na parábola [Mat. 25:1-11], foram cumprimento de profecia e foram obra de Deus. Eles estão guardando os mandamentos de Deus, e têm a fé de Jesus. Nossa visita a eles foi curta, mas agradável e proveitosa. Em North Paris os irmãos e irmãs precisavam de ajuda. Eles haviam outrora crido em alguns erros, aos quais renunciaram completamente na Conferência em setembro passado. E agora Satanás estava tentando alguns deles a duvidar de sua experiência passada em 1843 e 1844. Tristeza e abatimento parecia repousar sobre eles, e eles sentiam e expressavam uma grande falta de vida espiritual. Mas graças ao Senhor, uma recapitulação da maneira em que Deus tem dirigido Seu povo os reavivou, e o Senhor esteve conosco em poder. Seu Espírito reavivador e comovedor foi derramado sobre nós, e a atmosfera pareceu tão doce como o Céu. Deixamo-los todos firmes no sábado e na porta fechada, regozijando-se na esperança de logo serem reunidos, com todo o pequeno rebanho, da tristeza e da labuta para o repouso final dos santos.

Em Dorchester, Massachusetts, na casa do irmão Nichols, nos encontramos com alguns amigos da verdade presente. Ao ser marcada uma conferência à qual devíamos comparecer em Sutton, Vermont, em 8 de junho, o irmão Rhodes nos deixou em Dorchester para assistir a ela. Foi uma reunião muito proveitosa e interessante. Alguns que não estavam totalmente firmes, se renderam nessa reunião ao claro testemunho bíblico, e agora estão se regozijando em toda a verdade. Em Fairhaven encontramos os irmãos em situação difícil, mas o Senhor esteve conosco; louvado seja o Seu santo nome. Confissões foram feitas, a ordem foi mais ou menos restaurada, e no sábado, 15 de junho, tivemos uma ocasião comovedora e restauradora. Alguns, que ofenderam a preciosa causa em Fairhaven, foram expurgados dentre eles como rebeldes; mas Deus suscitou outros para glorificarem o Seu nome e honrarem Sua causa naquele lugar. Depois visitamos a casa de nosso enlutado irmão Hastings de New-Ipswich, New Hampshire. A irmã Hastings, que foi uma ousada e consistente crente e advogada da verdade presente nos últimos anos, agora dorme em Jesus. Ela morreu em 28 de fevereiro de 1850 de apendicite aos 42 anos de idade. Ela aceitou o sábado em 1846 e sempre creu que a obra de advertir o mundo se encerrou em 1844. Sua carta não terminada, publicada nesta revista, foi escrita alguns dias antes de ela dormir. Sua morte foi o meio de levar seus queridos filhos a Jesus: e no sábado, 22 de junho, quatro deles foram sepultados com Cristo no batismo. O irmão Hastings sofreu uma grande perda ao ter sua querida companheira arrebatada pela morte, mas a perda parece ser compensada por agora ele ter seus filhos consigo na fé, e pela esperança de logo vê-los com sua querida mãe no reino. Sua taça é de tristeza misturada com alegria. Nossa oração é que a bênção do Senhor ainda repouse sobre essa querida família. Há outras almas fiéis na vizinhança, algumas das quais se reuniram conosco no sábado.

Em 29 e 30 de junho tivemos reuniões na casa do irmão Harvey Childs em Sutton, Vermont. O irmão Rhodes, que tinha estado trabalhando com sucesso em Melbourne e Johnson, estava novamente conosco. Os irmãos daquela vizinhança vieram junto com ele; entre eles estava o pastor N. A. Hollis, sua esposa e quatro filhos, todos na verdade. A Palavra do Senhor teve livre curso, e foi uma ocasião muito preciosa. Travamos agradável conhecimento com o irmão Morse e sua família, que vieram para a verdade no outono passado. Eles nos declararam que o Sr. Burnham, que os tem visitado desde que eles aceitaram o sábado, depois de se esforçar sem sucesso para provar que o sábado foi abolido, finalmente lhes disse que se eles renunciassem ao sábado, ele concordaria em se colocar entre eles e o Todo-Poderoso no dia do juízo. [p. 40] Mas o irmão e a irmã Morse concluíram em “guarder os mandamentos” por si mesmos, e em assegurarem o “direito à árvore da vida” e a entrarem “na cidade pelas portas”. Eles acham que isto é muito mais seguro para eles do que violarem o quarto mandamento e confiarem no Sr. Burnham para conseguir entrada na Santa Cidade e direito a ela. Em Melbourne (Canadá Leste) tivemos uma ocasião alegre. Há cerca de vinte pessoas no raio de alguns quilômetros que estão firmes na verdade. O irmão e a irmã Lothrop de Eaton se encontraram conosco. Eles também estão firmes na verdade. Tivemos uma reunião em Hatley e uma preciosa entrevista com o pastor Warren. Esperamos que ele logo esteja fazendo soar a terceira mensagem angélica. Há um despertamento para a verdade presente no Canadá Leste, e confiamos que os irmãos lá serão fiéis e, com paciência e perseverança, apresentarão a luz àqueles que tiverem ouvidos para ouvir. Em Irasburg, Vermont, tivemos uma reunião proveitosa, e três dos devotos filhos de nossos queridos irmão e irmã Barrows foram batizados. Em 6 e 7 de julho realizamos uma conferência em Johnson, Vermont. Havia um bom número presente de irmãos e irmãs dispersos. Os irmãos em Johnson e em outros lugares de Vermont sofreram muito com os conceitos e ensinos corruptos de J. G. Bennett, John Libby, Noah Bailey e outros do mesmo tipo. Muitos em Vermont não puderam receber o “Advent Herald”, e ficaram como ovelhas sem pastor. Nesta situação desolada, foram expostos a lobos em pele de ovelha, e foram em maior ou menor grau enganados por eles. Agora é visto com muita clareza que estas pessoas mencionadas acima têm feito um papel ímpio e enganoso sob a veste do que eles chamam de santidade, e o que é falsamente chamada “pureza moral”, que alguns acharam que era ensinada em Zac. 12:12, 14; Êxo. 19:15; I Cor. 7:29 e Apoc. 14:4. Ficamos um pouco contrariados no sábado com a presença e espírito ofensivo das pessoas mencionadas acima, que tentaram dar um testemunho para nós; mas, ao serem repreendidas em nome do Senhor, foram embora, e realizaram uma reunião no primeiro dia da semana no prédio da escola. Isto foi um grande alívio para nós, e desfrutamos de uma ocasião agradável.

Os irmãos Rhodes e Hollis estavam presentes conosco. O irmão Hollis andou 45 km para chegar à reunião na sexta-feira, mas os irmãos que estavam na conferência lhe arranjaram um cavalo e uma carroça, e na segunda-feira ele começou a procurar e “apascentar as ovelhas da matança”.  Deixamos os irmãos daquela localidade firmes nos “mandamentos de Deus” e na “fé de Jesus”. Um irmão, que não havia estado no advento, e não tinha professado publicamente qualquer religião até 1845, aceitou de maneira clara e firme toda a verdade. Ele nunca havia se oposto ao advento, e era evidente que o Senhor o havia estado dirigindo, embora sua experiência não tivesse sido exatamente como a nossa. Tais pessoas, que vêm para a verdade na hora undécima, podem esperar grandes provações. Em Waitsfield tivemos uma reunião muito proveitosa. A situação lá e em Granville melhorou muito, embora receemos que alguns ainda estejam sob uma triste influência. Esperamos que todos eles vejam que Deus está agora unindo Seu povo na TERCEIRA MENSAGEM ANGÉLICA, Apoc. 14:9-12, e que todos, de maneira unida, se encarreguem de levar avante a obra do Senhor. Um ano atrás havia só alguns em Vermont que guardavam o sábado, mas Deus abençoou os fiéis labores dos irmãos, os quais deram muito mais valor à salvação do remanescente do que a seu tempo, suas forças e sua propriedade, e agora vêem os frutos de seus esforços para propagar a verdade diante de seus irmãos. Deus está pronto a abençoar os labores daqueles que, em sua posição adequada na igreja, querem trabalhar para Ele. Isto deve estimular a todos os que professam a verdade presente a assumir alguma parte neste trabalho. No sábado, 20 de julho, nos reunimos com os queridos irmãos em Hamilton, New York, e no dia 22 onze pessoas foram batizadas. O Senhor esteve conosco.– Tiago White, The Advent Review, vol. 1, no. 1 (Agosto de 1850), p. 14-15.

56. Seis a sete de julho de 1850:

George I. Butler (1834-1918) recorda a reunião de 1850 em que o irmão “que não havia estado no advento” se converteu. Lembramo-nos pessoalmente desta ocasião como se fosse ontem, embora tenha sido em 1850. Fazia cerca de um ano que mamãe vinha guardando o sábado. Papai fazia grande oposição a isto, embora fosse um firme crente no grande movimento do advento do passado. A luz sobre o assunto do santuário o levou a aceitar o sábado do sétimo dia. Notamos esta reunião porque o nome do irmão Churchill é mencionado. Ele foi um dos primeiros casos de conversão do mundo para a verdade presente que ocorreram após 1844. Como dissemos, o trabalho deles até então tinha sido quase inteiramente pelas “ovelhas perdidas da casa de Israel”—os velhos crentes do Advento. Eles viram que os descrentes não mostravam qualquer interesse nas verdades que lhes eram tão preciosas, e portanto sua atenção foi dirigida àqueles que amavam a fé do Advento, e trabalharam ardentemente por eles. Isto, evidentemente, estava no plano de Deus. Heman Churchill, de Stowe, Vermont, a pessoa aqui mencionada, não havia se unido ao movimento adventista de 1844. Ele havia se casado, depois disto, com uma filha da irmã Benson, uma adventista de 1844. Lembro-me muito bem dele quando veio de Waterbury, Vermont, e passou a frequentar as reuniões na casa de meu pai, onde alguns se reuniam de tempos em tempos. Eles ficaram completamente surpresos a princípio de que alguém que tinha sido um descrente manifestasse interesse na doutrina do Advento. Ele não foi repelido, mas bem recebido. Era fervoroso e zeloso; e como viram sinceridade nele, aceitaram-no como um verdadeiro converso. Não consigo me lembrar da data exata em que ele começou a buscar a Deus, embora me recorde claramente de sua frequência às reuniões de Waterbury, Vermont. Mas sabemos por esta carta do pastor Bates, que foi antes desta reunião realizada no outono de 1850, pois ele foi então neste encontro mencionado como um crente. O irmão Bates o chama de “irmão”. Sua conversão foi bastante propalada. Agora, se nossos oponentes estivessem corretos em suas declarações de que os crentes acreditavam numa porta fechada que excluía inteiramente a todos exceto os antigos adventistas, como é que Heman Churchill poderia ter sido recebido como um verdadeiro converso? Esta é positiva evidência de que as afirmações deles são inverídicas. Não há um único caso que possa ser achado na história primitiva desta causa onde alguém que manifestasse sinceridade ao buscar a Deus tenha jamais sido repelido.– George I. Butler, Review and Herald, 7 de abril de 1885, p. 217.

57. Quinze de maio a 20 de julho de 1850:

Era quase impossível obter acesso aos incrédulos em 1850. Várias décadas mais tarde Ellen White recordou alguns dos problemas que ela e o marido encontraram em sua “viagem ao leste”. Ela declarou: Em 1850 meu marido e eu visitamos Vermont, o Canadá, New Hampshire e Maine. As reuniões eram realizadas em casas particulares. Era quase impossível obter acesso aos incrédulos. O desapontamento de 1844 havia confundido a mente de muitos, e eles não queriam ouvir qualquer explicação do [p. 42] assunto. Estavam impacientes e incrédulos, e muitos pareciam rebeldes, indo de maneira muito decidida contra sua experiência adventista do passado. Outros não ousavam chegar a tal ponto de negar a maneira em que o Senhor os havia guiado. Estes ficavam felizes em ouvir argumentos da Palavra de Deus que harmonizavam nossa posição com a história profética. Ao ouvirem uma explicação para o desapontamento que lhes havia sido tão amargo, viam que Deus de fato os guiara, e se regozijavam na verdade.–Review and Herald, 20 de novembro de 1883, p. 721.

58. Vinte e um de julho de 1850:

Tiago White: Conversos estão vindo para a verdade e a Causa avança. Prezado irmão: Escreverei só umas poucas linhas. Espero fazer um relato completo de nossa viagem ao leste dentro de mais ou menos uma semana. Direi que vi dez vezes mais coisas realizadas aqui do que esperava em Vermont e Canadá do Leste. O pastor Hollis está agora no campo com toda a armadura. O mesmo ocorre com o pastor Lothrop de Eaton, Canadá do Leste. Deus está tornando Sua verdade poderosa. O Senhor mostrou a Ellen que devo publicar os testemunhos daqueles que reconheceram a obra feita e o divino movimento do Advento após 1844. Agora este é meu primeiro trabalho. Espero publicar um periódico chamado Advent Review, de 16 páginas, do tamanho do Present Truth. Se tiver recursos, colocarei um trecho do Cook’s Testimony [Testemunho de Cook] e do Way Marks [Marcos do Caminho], etc. A Causa requer isto. Espero publicar seis números; 3000 cópias de cada custarão 250 dólares. Prosseguirei à medida que entrarem os recursos. Ao olhar para os testemunhos de Miller, Brown, Fasset, Shipman, Porter, Hale’, Cook, etc., fico impressionado ao ver como eles pregavam uma porta fechada. Meu caminho é em frente. Homens de Israel, me ajudem. Agora é o tempo de trabalhar para Deus. Para o encorajamento de vocês, direi um caso em que os periódicos fizeram muito bem. Alguém me solicitou que enviasse o periódico a Betsey Benson. Enviei dois exemplares. Ela leu um e enviou o outro para a irmã Thomas. Ambas vieram para a verdade. Na Conferência de Johnson, Vermont, a irmã Thomas me deu 25 dólares para usar em publicações. Portanto, você vê que a Causa seguirá em frente.—Tiago White, Carta de 21 de julho de 1850 (escrita em East Hampton, N.Y.), Arquivo de Correspondências do White Estate.

59. Vinte e nove de julho de 1850:

Ellen White: Conversões à verdade não serão limitadas aos ex-mileritas. O anjo disse que alguns faziam demasiado esforço para tentar crer; a fé é tão simples que vossos olhos a passam por alto. Satanás enganou alguns e fez com que olhassem para sua própria indignidade. Vi que eles precisam desviar o olhar do eu para os méritos de Jesus e, como estão, necessitados, dependentes e indignos, se lançarem sobre Sua misericórdia e extraírem dEle, pela fé, força e nutrição. Disse o anjo: Acabaram-se as desolações de Sião. Vi que Ele removeu o primeiro e estabeleceu o segundo; isto é, os que estavam na fé se tornariam rebeldes e seriam expurgados, e outros que não haviam ouvido nem rejeitado a doutrina do Advento abraçariam a verdade e tomariam o lugar deles.–Ellen G. White, Ms. 5, 1850 (29 de julho de 1850), p. 3, 4. Passagens idênticas se encontram no Ms. 16, 1850, p. 2, 3.

60. Vinte e nove de julho de 1850:

Ellen White: Novos conversos devem ser “batizados na fé da porta fechada”. Disse o anjo: Podeis estar na peleja no dia do Senhor? Precisais ser lavados e viver em novidade de vida. Então vi que aqueles cujas mãos estão agora empenhadas em tapar a brecha e que estão nas fendas, que Formalmente desde 1844 têm quebrado os mandamentos de Deus e até agora têm seguido o papa ao guardar o primeiro dia em vez do sétimo, teriam de descer às águas e ser batizados na fé da porta fechada e da guarda dos mandamentos de Deus e da fé de Jesus. … Também vi que aqueles cujo batismo serviu como porta de entrada para as igrejas professas, terão de sair daquela porta, sendo novamente batizados, desta vez na fé mencionada acima, e que todos os que não foram batizados desde 1844 terão de ser batizados antes da volta de Jesus. Alguns não obterão progresso agora até que este dever seja cumprido, e então deverão viver em novidade de vida para Deus e servi-Lo fielmente.—Ellen G. White, Ms. 16, 1850, p. 2. (20 de julho de 1850.)

61. Vinte e quatro de agosto de 1850:

Ellen White: Publicação da verdade fará com que muitos a aceitem. Vi que estes esforços de Satanás eram para impedir que o periódico fosse publicado, pois as linhas que estavam sendo publicadas foram escritas no Espírito de Deus, e traria alegria ao coração daqueles que confiassem, e Satanás sabia que isto traria dano a sua causa porque seria visto através destes testemunhos que a maioria do povo do Advento outrora cria, como nós, que houve uma porta fechada em 1844, e se a verdade plena e clara saísse no periódico, isto faria com que muitos se decidissem para a verdade e tomassem posição firme e inabalável ao lado de Deus e de Sua verdade. Vi que o periódico fortaleceria as coisas que permanecem e ajudaria a edificar o povo de Deus na fé santíssima. … Vi que Satanás operaria mais poderosamente agora do que nunca dantes. Ele sabe que seu tempo é curto e que o selamento dos santos os colocará além de seu poder, e vai operar agora de todas as maneiras que puder, tentando todas as insinuações para pegar os santos desprevenidos e fazer com que durmam em relação à verdade presente ou que duvidem dela, de forma a impedir que sejam selados com o selo do Deus vivo.–Ellen G. White, Ms. 7, 1850, p. 2-3 (August 24, 1850). Idêntico, em parte, ao Ms. 13, 1850.

62. Primeiro de setembro de 1850:

Ellen White: O periódico ajudará almas indecisas a se decidirem por Deus e Sua verdade. O Senhor me mostrou, algumas semanas antes de virmos a este lugar, que precisávamos nos revestir de toda a armadura, pois iríamos ter um grande conflito com o inimigo enquanto estivéssemos publicando o periódico, uma vez que ele sabia que o periódico prejudicaria sua causa, seria o meio de fortalecer as coisas que permanecem, e faria com que as almas que estivessem indecisas tomassem decidida posição ao lado de Deus e Sua verdade.–Ellen G. White, Carta 14, 1850, p. 1.

63. Vinte e três de setembro de 1850:

Ellen White: Esforços para propagar a verdade surtirão efeito. Em 23 de setembro o Senhor me mostrou que havia estendido a mão pela Segunda vez para resgatar os remanescentes de Seu povo, e que os esforços precisavam ser redobrados neste tempo de ajuntamento. No tempo de dispersão Israel foi ferido e dilacerado; mas agora, no tempo de ajuntamento, Deus curará e ligará Seu povo. Na dispersão, os esforços feitos para propagar a verdade tiveram pouco efeito, e realizaram pouco ou nada; mas no ajuntamento, quando Deus dispôs Sua mão para reunir Seu povo, os esforços para propagar a verdade terão o efeito planejado. Todos devem estar unidos e ser zelosos no trabalho.–Ellen G. White, The Present Truth, Novembro de 1850, p. 86.

64. Primeiro de novembro de 1850:

Ellen White: “Muitas almas têm sido trazidas à verdade.” Desde a última vez que lhe escrevemos, estivemos em Fairhaven para assistir a uma conferência lá. O irmão Bates estava presente. Tivemos uma reunião bastante interessante. Tiago batizou duas pessoas. Ambas estavam cheias do Espírito Santo. Na segunda-feira voltamos a Dorchester, onde moram nosso querido irmão Nichols e família. Ali, durante a noite, Deus me deu uma visão muito interessante, a maior parte da qual você verá no periódico. Deus me mostrou a necessidade de publicar um gráfico. Vi que ele era necessário e que a verdade tornada bem legível sobre tábuas efetuaria muito e faria com que almas viessem ao conhecimento da verdade. … Recebemos uma carta excelente do irmão Rhodes. Ele defende valentemente a verdade e Deus o tem tornado poderoso nela. Muitas almas têm sido trazidas para a verdade através de seus labores.–Ellen G. White, Carta 26, 1850, p. 3. (Para o irmão e a irmã Loveland em Johnston, Vermont; escrita em Paris, Maine.)

65. Sete de novembro de 1850:

Ellen White: Muitos decidirão em favor da verdade. Nossa conferência em Topsham foi profundamente interessante. Vinte e oito pessoas estiveram presentes e todas tomaram parte na reunião. No domingo o poder de Deus veio sobre nós como um vento impetuoso. Todos ficaram de pé e louvaram a Deus em voz alta; foi algo semelhante ao que ocorreu quando foram lançados os alicerces da casa do Senhor. Não se podia distinguir as vozes de choro das vozes de alegria. Foi uma ocasião triunfante; todos foram fortalecidos e revigorados. Nunca testemunhei um momento de tanto poder antes. Nossa conferência seguinte foi em Fairhaven. O irmão Bates e a esposa estavam presentes. Foi uma ótima reunião. Na volta para a casa do irmão Nichols, o Senhor me deu uma visão e me mostrou que a verdade deveria ser tornada bem legível sobre tábuas e que isto faria com que muitos se decidissem pela verdade por meio da tríplice mensagem angélica, com as duas primeiras mensagens sendo tornadas legíveis sobre tábuas.  Também vi que era tão necessário que o periódico fosse publicado, como que os mensageiros saíssem, pois os mensageiros precisavam, para levarem consigo, de um periódico que contivesse a verdade presente, a fim de colocá-lo nas mãos daqueles que ouvem. Então a verdade não se desvaneceria da mente, e o periódico irá onde os mensageiros não podem ir.–Ellen G. White, Carta 28, 1850, p. 1, 2. (Para a igreja na casa do irmão Hastings, em New Ipswich, N.H.; escrita em Paris, Maine.)

66. Doze de dezembro 1850:

José Bates insta com os adventistas do primeiro dia a que aceitem o sábado. Sabemos que estas pessoas estão dizendo, e ainda insistirão, que recuperaram centenas de apostatados, e que dezenas têm se convertido a Deus sob o ensino deles desde a Conferência de Albany, em abril de 1845. Dizemos que, enquanto eles continuarem rebeldes contra seu Príncipe legal, é-lhes moralmente impossível gerar para Ele sequer um súdito pacífico. Deus tem um teste verdadeiro para testar todas as pessoas desde o Clamor da Meia-Noite. São “os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”, Apoc. 14:9-12. Ainda não ouvimos falar que um só de seus professos conversos, ou dos apóstatas recuperados, satisfez a este padrão. Mas cremos plenamente que eles têm algumas almas sinceras que arrastaram consigo em suas armadilhas enganosas, por meio de sua falsa associação com Deus e seus falsos ensinos. Nosso coração se compadece destas almas. Desejamos usar todos os meios corretos para tirá-las desta condição laodiceana. Esta, portanto, é uma forte razão pela qual enviamos este artigo, a fim de abrir os olhos daqueles que eram e ainda são sinceros e que ainda podem ser salvos se fugirem imediatamente desta rebelde casa de Israel.–Review and Herald, vol. 1, no. 3 (Dezembro de 1850), p. 24.

67. Treze de dezembro de 1850:

Ellen White: Deus ainda está trazendo almas para a verdade. Nossa última conferência foi de profundo interesse. Duas pessoas foram cavadas de debaixo do lixo. A verdade presente foi apresentada em sua clara luz e alcançou o coração dos errantes. … Quão clara é nossa posição! Sabemos que temos a verdade. O irmão Rhodes foi agora em companhia do irmão John Andrews para a parte leste do estado a fim de procurar as ovelhas dispersas. Recebemos duas cartas deles. Deus está em ação e está trazendo almas do lixo para a clara luz da verdade. Temos recebido cartas animadoras de diferentes lugares. Deus está com Israel.–Ellen G. White, Carta 30, 1850, p. 1, 2. (Para o irmão e a irmã Loveland; escrita em Paris, Maine.)

68. Vinte e cinco de dezembro de 1850:

Ellen White: Tanto a apostasia quanto a restauração são possíveis. Vi uma débil esperança para S. Vi que o procedimento tomado em relação a ela, de excluí-la, havia sido correto, pois sua inveja, suas más suspeitas e suas frequentes manifestações repentinas eram suficientes para atrapalhar e oprimir [p.46] toda uma reunião. Contudo, vi que ela amava a verdade e a Causa mais do que tudo, embora frequentemente prejudicasse a Causa e trouxesse opróbrio sobre esta. Vi que ela precisava fazer uma obra cabal rapidamente, e confessar humildemente seus erros e faltas aos filhos de Deus, e então ela poderia ser curada. Vi que a igreja em Fairhaven não devia readmiti-la como membro a menos que ela faça uma reforma completa. … Então vi almas necessitadas. Eram sinceras e precisavam remover de si o preconceito que herdaram de seus líderes, e então poderiam receber a verdade. Vi que o tema principal da mensagem devia ser a primeira, segunda e terceira mensagens angélicas, e aqueles que tinham alguma esperança em Deus se renderiam à força dessa verdade. … Então vi os laodiceanos. Eles farão um poderoso esforço. Será que obterão a vitória? Um só que tem a verdade perseguirá a mil, e dois porão em fuga a dez mil. Eles estão chegando a conclusões que os deixam em situação difícil, e eles próprios não podem dizer qual é sua posição, pois estão perdidos no nevoento e terrível medo que se apodera deles. A angústia de espírito os apanhará. Ousarão admitir que a porta está fechada? O pecado contra o Espírito Santo foi atribuir a Satanás o que pertence a Deus, ou o que o Espírito Santo fez. Eles disseram que a porta fechada era do diabo e agora admitem que isto é contra sua própria vida. Eles morrerão. Olhai para o Modelo. Segui-O, pois Ele é manso e humilde de coração. Fechai vossos olhos a tudo, exceto à salvadora verdade presente.–Ellen G. White, Ms. 11, 1850, pp. 2-4. (Visão em Paris, Maine.)

69. 1846-1850:

Os esforços de Ellen White de 1846 a 1850 foram em favor dos inconversos, dos apostatados e daqueles que não haviam rejeitado a verdade. Em sua série de artigos sobre a “porta fechada”, escritos em 1885, George I. Butler declara: De uma carta recentemente recebida do irmão Ira Abbey, de North Brookfield, N.Y., cujo nome é assinado na declaração que se encontra no final deste artigo, tomo a liberdade de citar o seguinte trecho: “Depois da passagem do tempo acreditei firmemente na porta fechada. Mas quando a terceira mensagem angélica foi pregada, eu e minha esposa a abraçamos. Entre 1846 e 1850 o irmão e a Sra. White vieram a nossa casa, e eram muito zelosos em favor das crianças e daqueles que não haviam rejeitado a verdade. Trabalhavam pelas almas inconversas, e nunca me lembro de ouvir a Sra. White dizer que não havia esperança para os inconversos; mas havia esperança para os apostatados e para os que não haviam rejeitado a verdade.” Este é um trecho de uma carta particular e não foi escrito para publicação.- -George I. Butler, Review and Herald, 7 de abril de 1885, p. 217.

70. 1850:

Em 1885 vinte e um adventistas do sétimo dia descreveram sua crença na porta fechada em 1850. Agora apresentamos uma declaração muito explícita e abarcante, cobrindo toda esta experiência da porta fechada, feita por crentes na terceira mensagem angélica antes de 1851. Há um bom número de testemunhas vivas que abraçaram a verdade ainda naquele tempo, que sabem se estas declarações são verdadeiras ou não. Por que o testemunho deles não deveria ser considerado com respeito ao caso? Obtivemos as assinaturas de vários, todos os quais abraçaram a verdade ainda em 1850, e todos estavam no movimento de 1844: “Nós, os abaixo assinados, havendo estado bem familiarizados com o movimento do Advento em 1844 na passagem do tempo, e havendo também abraçado as verdades da terceira mensagem angélica já em 1850, aqui assinamos com prazer confirmando a seguinte declaração sobre a doutrina da porta fechada defendida pelos crentes na terceira mensagem angélica desde o tempo de seu surgimento até a última data mencionada, e daí em diante. “Eles criam, em harmonia com Apoc. 3:7, 8 e outras passagens bíblicas, que no final dos 2300 dias de Dan. 8:14 Cristo encerrou Seu trabalho no primeiro compartimento do santuário celestial, e mudou sua ministração para o santíssimo, e entrou na obra de Julgamento, mudando Sua relação neste aspecto para com o plano da salvação. Aqui estava uma porta aberta e uma porta fechada. “Eles criam que aqueles que tiveram a luz clara sobre a primeira mensagem angélica e se voltaram contra ela, opondo-se ferrenhamente a ela, foram rejeitados por Deus. Mas eles não criam que aqueles que não tinham tido a luz, ou que aqueles que ainda não haviam chegado à idade da razão antes de 1844 seriam rejeitados se buscassem a Deus com coração sincero. “Conquanto cressem, juntamente com Guilherme Miller e com a grande massa de adventistas após a passagem do tempo, que sua obra pelo mundo estava concluída e que o Senhor viria muito em breve, após a luz sobre o santuário e a terceira mensagem angélica ter explicado seu desapontamento, eles não criam que a misericórdia havia se encerrado, exceto para aqueles que haviam rejeitado a luz.”

J. B. Sweet, South Saginaw, Mich.

Samuel Martin, West Ringe, N. H.

Ira Abbey, North Brookfield, N. Y.

Mrs. R. B. Abbey, North Brookfield, N. Y.

Mrs. Diana Abbey, North Brookfield, N. Y.

Mrs. L. B. Abbey, North Brookfield, N. Y.

Herman S. Gurney, Memphis, Mich.

Ann E. Gurney, Memphis, Mich.

Wm. Gifford, Memphis, Mich.

Mrs. Mary S. Chase, Battle Creek, Mich.

Mrs. S. M. Howland, Battle Creek, Mich.

Mrs. F. H. Lunt, Battle Creek, Mich.

Mrs. Melora A. Ashley, Battle Creek, Mich.

Mrs. Caroline A. Dodge, Battle Creek, Mich.

Mrs. Sarah B. Whipple, Battle Creek, Mich.

Mrs. Uriah Smith, Battle Creek, Mich.

Mrs. Paulina R. Heligass, Moline, Kan.

R. G. Lockwood, St. Helena, Cal.

Mrs. R. G. Lockwood, St. Helena, Cal.

Reuben Loveland, North Hyde Park, Vt.

Mrs. Belinda Loveland, North Hyde Park, Vt.

George I. Butler, Review and Herald, 7 de abril de 1885, p. 217.

71. Janeiro de 1851:

José Bates: A porta da salvação está fechada para os pecadores e apóstatas, mas não para as crianças e adultos sinceros. Quando o Senhor da casa (o Senhor Jesus) Se levantou e fechou a porta, todos os crentes sinceros, que haviam se submetido a Sua vontade, e as crianças que não haviam chegado à idade da razão, foram sem dúvida levados em Seu peitoral de juízo que está sobre o Seu coração. O nome de todos que guardam plenamente os mandamentos são conservados. Os que não o fazem, terão seus nomes apagados antes de Jesus deixar o santíssimo. As crianças que são ensinadas, e que guardam os mandamentos de Deus ao chegarem aos anos da razão, são tão plenamente crentes quanto os adultos que estão agora aceitando todos os mandamentos em adição ao que já criam antes. É verdade que algumas pessoas que ignoram esta mensagem podem ser, e sem dúvida serão, salvas se morrerem antes de Jesus deixar o santíssimo.  Refiro-me àqueles que eram crentes antes de 1844. Os pecadores e apóstatas não podem ter seu nome colocado no peitoral do juízo agora. Deus em infinita misericórdia tolerou nossa ignorância neste assunto até agora; e nossas crianças têm sido negligenciadas como não deviam ter sido. Então, façamos tudo o que pudermos fazer em favor da salvação delas.--Review and Herald, January, 1851, p. 39.

72. Fevereiro de 1851:

Alguém que se converteu ao sábado e à porta fechada escreve sobre sua experiência. De “uma carta escrita por um irmão do Segundo Advento a seu filho”, citamos: Pela apresentação da verdade, abracei o sábado do sétimo dia e a porta fechada, como sendo meu último refúgio nesta época escura e sombria. Estou ciente de que esta notícia pode ser surpreendente para você, pois você estava bem familiarizado com meus pontos de vista anteriores e com as objeções bíblicas que eu tinha contra esta fé. Mas não jogue para um lado a carta, recusando-se a lê-la, nem chame seu pai de fanático. Leia atenciosamente e com oração algumas das muitas razões que me levaram a esta mudança de pontos de vista. A aceitação destas verdades abriu uma luz que nunca vi antes sobre o livro do Apocalipse e sobre os tipos (tão livremente usados em proclamar o Clamor da Meia-Noite). Sinto agora que estou na pista das profecias, e que a vinda do Senhor está próxima. Isto para mim é uma grande fonte de conforto: o ter evidências sobre as quais posso me apoiar, de que esta vida de provações logo vai ter fim. Se eu tentasse lhe apresentar todo o assunto relacionado à porta fechada, meu tempo e sua paciência poderiam se esgotar. Basta dizer que, em minha opinião, ela não exclui toda e qualquer conversão. Mas ela de fato exclui aqueles que obstinadamente rejeitaram todas estas Mensagens. Creio que os nomes registrados no Livro da Vida do Cordeiro foram levados no décimo dia do sétimo mês. Que Ele então levou o nome deles diante do Pai, como o antítipo do “peitoral do juízo”. Êxodo 28:15 e 38:8. Leia as passagens em seu contexto, e se você ler [p. 49] de Êxodo 24 até o capítulo 40, verá com que exatidão Deus mandou fazer Seu santuário e tudo o que pertence a ele. Será que estas coisas foram registradas com tal precisão apenas para os judeus? Desde que comecei isto, adquiri o pequeno tratado sobre o santuário e a porta fechada, que lhe mandarei. Leia-o com atenção, e ele lhe dará muita luz sobre a purificação do Santuário.–Review and Herald, vol. 1, no. 6 (Fevereiro de 1851), p. 46-47.

73. Sete de abril de 1851:

Tiago White: A porta fechada não exclui todas as conversões, mas aqueles que rejeitaram a mensagem milerita não se converterão. Irmão White: Algumas semanas atrás minha atenção foi dirigida para o sábado ao ler um panfleto intitulado “O sábado do sétimo dia não foi abolido”, um comentário sobre o artigo do irmão Marsh, e fiquei surpreso ao verificar que a posição do irmão Marsh tem tão pouco apoio bíblico. Logo depois disto vi o panfleto de vocês, chamado “A Verdade Presente”, o qual li cuidadosamente, e após uma investigação do assunto com oração,

estou convencido de que é a verdade. Sim, uma grande e importante verdade. Minha oração é: Senhor, mostra a todos os Teus filhos esta importante verdade. Creio que o Santuário deve ser purificado no final dos 2300 dias no Céu. Não estou preparado para endossar o conceito de vocês sobre a porta fechada, mas se ele for verdadeiro, espero discernir isto. Gostaria que vocês respondessem a uma pergunta através de seu periódico. A porta fechada exclui todas as conversões? Recebi alguns números do periódico de vocês, e desejo que vocês continuem a enviá-lo. Os irmãos Holt e Edson têm pregado nesta parte do país, e vários têm crido na verdade. Atenciosamente, esperando por Jesus, MARSHALL M. TRUESDELL. Conversão, no sentido mais estrito, significa uma mudança do pecado para a santidade. Neste sentido respondemos prontamente que não “exclui TODAS as conversões”, mas cremos que aqueles que ouviram a mensagem do “evangelho eterno” e a rejeitaram, ou recusaram ouvi-la, são por ela excluídos. Não temos mensagem nenhuma para estes. Eles não têm ouvidos para ouvir-nos, a menos que rebaixemos o padrão da verdade a tal ponto que não haja salvação nele. Mas há aqueles que podem se converter.

1. Irmãos que estão no erro. Cremos que há muitos na igreja Laodiceana que ainda se converterão, como o apóstolo se dirige em sua epístola aos irmãos que aguardam: “Irmãos, se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e alguém o CONVERTER, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um PECADOR salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados” (Tiago 5:19, 20).

2. Crianças que não tinham idade suficiente para receber ou rejeitar com entendimento a verdade, quando nosso Grande Sumo Sacerdote encerrou Sua mediação no Lugar Santo ao final dos 2300 dias, são suscetíveis de conversão do pecado para a santidade. Seus nomes foram trazidos no peitoral do juízo, e elas são objeto da mediação de Jesus. Os caminhos de Deus são equitativos. Ele dará a todo ser inteligente a oportunidade de ser salvo.

3. Quando Elias achou que estava sozinho, Deus lhe disse: “Também eu fiz ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal”. Cremos que Deus reservou para Si uma multidão de almas preciosas, algumas ainda nas igrejas. Estas, Ele as manifestará em Seu próprio tempo. Elas estavam vivendo à altura de toda a luz que tinham quando Jesus encerrou Sua mediação [p. 50] pelo mundo, e quando elas ouvirem a voz do Pastor na mensagem do terceiro anjo, receberão alegremente a verdade completa. Tais pessoas se converterão de seus erros à verdade. Mas achamos que não temos nenhuma mensagem para elas agora, contudo “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Nossa mensagem é para os Laodiceanos, contudo algumas destas almas ocultas estão sendo manifestas.–Review and Herald, 7 de abril de 1851, p. 64.

74. Dezoito de maio de 1851:

Ellen White: Todos precisamos trabalhar pela salvação das almas. Supliquei a Deus que deixasse Seus mensageiros irem e trabalharem rápido pela salvação de almas. Vi que Deus estava disposto a dar-nos grandes bênçãos, se tão-somente tivéssemos fé, e quando saíssemos entre o povo, devíamos ir em nome do Senhor, pois sem Ele nada podemos fazer. … Vi que cada um de nós precisa trabalhar pela salvação de almas, que todos nós podemos fazer alguma coisa.–Ellen G.White, Ms. 5, 1851, p. 4.

75. Nove de junho de 1851:

Tiago White: A igreja nominal, como corporação, não pode ser beneficiada pela mediação de Cristo, mas indivíduos ainda podem encontrar salvação. “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que ABRE, e ninguém FECHA, e FECHA, e ninguém ABRE: Eu sei as tuas obras; EIS QUE DIANTE DE TI PUS UMA PORTA ABERTA, E NINGUÉM A PODE FECHAR; tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.” Esta linguagem é endereçada a somente uma igreja das sete. Os Adventistas estão de acordo em aplicá-las a sete períodos, ou condições da igreja. Esta linguagem não se aplica a Sardes [a igreja nominal], nem à igreja Laodiceana; mas a Filadélfia, a igreja do amor fraternal, que saiu das diferentes corporações sectárias e que estava unida na fé do Advento em 1844. Todos os princípios denominacionais foram postos de lado, e embora os irmãos adventistas tenham vindo de diferentes seitas, contudo todos estavam perfeitamente unidos no grande assunto da vinda de Cristo. Para esta igreja, uma porta é aberta enquanto outra é fechada. “Eis que diante de ti pus uma porta aberta.” Cristo abre esta porta, enquanto fecha outra. Como a igreja de Filadélfia não se aplica a nenhum outro período a não ser o tempo do término dos 2300 dias, quando Cristo encerrou Seu trabalho pelo mundo no Lugar Santo e abriu a porta do “Santíssimo”, parece irresistível a conclusão de que a porta aberta e a porta fechada de Apoc. 3:7, 8 se referem à mudança na posição e obra de nosso Grande Sumo Sacerdote no Santuário celestial. Ele naquela ocasião fechou a obra ou “porta” da ministração diária no Santo, e abriu a porta do Santíssimo. “O tabernáculo do testemunho” foi então aberto; mas antes que isto pudesse ser feito, a “porta” ou obra da contínua mediação de Cristo no Santo tinha de ser fechada. Isto pode muito bem ser “assemelhado” à porta fechada da parábola. A ideia de que a porta da misericórdia de Deus está fechada, ou alguma vez estará fechada, para aqueles que não rejeitam as ofertas da misericórdia, não se encontra na Bíblia. Não existe tal porta mencionada nas Escrituras. Mas é evidente que haja um ponto além do qual os homens possam ir, onde, de acordo com o plano da salvação, [p. 51] a intercessão de Cristo não pode mais beneficiá-los. A igreja judaica, havendo rejeitado e condenado a Cristo, não pôde ser beneficiada por Sua mediação no Santo.

A igreja gentia nominal, como corporação, havendo rejeitado o Segundo Advento, não pode ser beneficiada por Suas intercessões no Santíssimo. Diz o objetor: “Creio que Jesus ainda está no propiciatório.” A isto respondemos que Jesus nunca esteve no propiciatório e nunca o estará. O lugar onde o propiciatório se encontra é em cima da arca que contém os dez mandamentos, no Lugar Santíssimo. Jesus não entrou nesse compartimento antes do final dos 2300 dias, e muito menos tomou posição no propiciatório. Isto está um passo além do que podemos ir. Cremos, contudo, que Jesus entrou no “tabernáculo do testemunho” no final dos 2300 dias, e agora Se encontra diante do propiciatório, pleiteando Seu sangue diante do Pai em nosso favor. Encontra-Se ali como intercessor entre o Pai e os membros dispersos de Seu corpo, pronto a derramar salvação e misericórdia sobre aqueles que zelosamente se arrependerem de suas apostasias, se voltarem para Deus de todo o coração e receberem a verdade presente. Oh, que Deus possa despertar os Laodiceanos, e guiá-los, pelo poder de Seu Espírito e verdade, à porta aberta que nos deixa ver Jesus no Santíssimo junto à arca dos dez mandamentos. Amém.- –Review and Herald, 9 de junho de 1851, p. 102.

76. Vinte e um de junho de 1851:

Ellen White: A mensagem precisa avançar; o tempo nunca mais será um teste. O Senhor me mostrou que a mensagem precisa avançar, e que nunca deve depender de data, pois o tempo nunca mais será um teste. Vi que alguns estavam obtendo uma falsa excitação decorrente de se pregar datas; que a terceira mensagem angélica pode se manter sobre seu próprio alicerce, e que não precisa de datas para fortalecê-la, e que ela avançará com poder e fará sua obra, e será abreviada em justiça. Vi que alguns estavam fazendo tudo se submeter a este próximo outono, isto é, fazendo seus cálculos e desfazendo-se de suas propriedades, tendo como referência esse tempo. Vi que isto era errado, pela seguinte razão: em vez de irem a Deus diariamente, e desejarem fervorosamente saber seu dever atual, olhavam para o futuro e faziam seus cálculos como se soubessem que o trabalho iria terminar neste outono, sem indagar diariamente de Deus qual era seu dever.–Ellen G. White, Ms. 1, 1851, p. 1. (Visão em Camden, NY.)

77. Vinte e três de junho de 1851:

Ellen White: Embora a irmã Preston estivesse em completas trevas, a salvação era possível para ela. O Senhor me mostrou o grupo de crentes em Camden. Vi que a irmã Almira Preston era uma filha de Deus e que os crentes tinham estado muito equivocados e não tinham permanecido na luz do semblante de Deus. Vi que o destino de uma alma nunca devia depender de sonhos ou impressões, e que estas duas coisas têm governado muito o grupo de crentes. Vi que a irmã A. Preston estava em meio a completas trevas, e não havia ninguém para ajudá-la ou animá-la. O fato de ela estar em meio a influências ímpias a havia enfraquecido e desanimado. Então era tempo de os irmãos… fortalecê-la e orar por ela, invocar as bênçãos de Deus sobre ela e tentar de todas as [maneiras] que pudessem [p. 52] encorajá-la, mas em vez disso eles a haviam empurrado para as mandíbulas do leão porque ela não parecia ser tão forte quanto outros. Vi que Deus a amava e que havia desaprovado a conduta do grupo de crentes; que se Deus não os tolerasse mais do que eles haviam tolerado alguns de seu número, Ele já teria há muito tempo retirado Sua misericórdia deles e deixado-os entregues inteiramente a si mesmos. Vi que se a irmã A. Preston fosse humilde e sustentasse essa fé diante de Deus, Ele a guardaria e, em meio a todas as suas provações, a faria vitoriosa.–Ellen G. White Ms. 2, 1851.

78. 1851:

Ellen White: Decisões ainda estão sendo feitas. Vi que Deus separaria o que era precioso do que era desprezível. Haveria a verdade ou alguma outra coisa da parte de Deus para chamar as pessoas a uma decisão, e os corruptos não têm disposição para receber esse chamado à decisão, mas são separados dos preciosos pelo ato destes de receber esta verdade que é negligenciada pelos outros. É aqui que a separação é feita. Deus operará de maneiras misteriosas para salvar aqueles que são verdadeiros e sinceros.–Ellen G. White, Carta 2, 1851, p. 3. (Para o irmão Pierce.)

79. Vinte e um de julho de 1851:

Ellen White expressa sua preocupação com a salvação dos filhos dos Thompson. Depois que nos despedimos de vocês e fomos para a casa do irmão Thompson, sentimos um grande interesse por esta família, especialmente as crianças; e na terça-feira de manhã sentimos agonia de alma por elas. Sentimos que Deus precisava atuar em favor delas, e nossas orações unidas e fervorosas ascenderam para dentro do segundo véu; reivindicamos as promessas para elas, e pela primeira vez a voz delas foi ouvida em oração. … Há um grupo e tanto nesta vizinhança que estão em toda a verdade; e também há outros que não estão completamente firmes. T. M. Preble esteve por aqui e prejudicou a alguns, mas nossa oração a Deus é que Ele paralise a influência de Preble, e que Ele faça com que resplandeça a clara luz sobre Sua verdade, a fim de firmar os vacilantes.–Ellen G. White, Carta 4, 1851, p. 1-2. (Para o irmão e a irmã Dodge, de Ballston, Spa, N.Y.)

80. Agosto de 1851:

Ellen White publicou as visões do princípio em seu primeiro livro, omitindo a frase de que Deus havia rejeitado “o mundo ímpio”. Publicação de 1847 Enquanto orava no altar da família, o Espírito Santo desceu sobre mim, e me pareceu estar subindo cada vez mais alto, muito acima do mundo escuro. Voltei-me a fim de olhar para o povo do Advento no mundo, mas não pude achá-los–quando uma voz me disse: “Olha novamente, e olha um pouco mais alto”. Com isto elevei meus olhos e vi um caminho reto e estreito, elevado muito acima do mundo. Neste caminho o povo do advento estava viajando para a Cidade, que se encontrava no final do caminho. Havia uma brilhante luz fixada atrás deles no princípio do caminho, que um anjo me disse ser o Clamor da Meia-Noite. Esta luz brilhava ao longo de todo o caminho, e lhes iluminava os pés para que eles não tropeçassem. E se conservavam os olhos fixos em Jesus, que estava imediatamente adiante deles, guiando-os à Cidade, estavam seguros. Mas logo alguns ficaram cansados, e disseram que a Cidade estava muito longe, e esperavam ter entrado nela antes. Então Jesus os encorajava levantando Seu glorioso braço, e de Seu braço saía uma gloriosa luz que incidia sobre o povo do advento, e eles gritavam: Aleluia! Outros negavam ousadamente a luz que estava atrás deles, e diziam que não fora Deus quem os havia guiado até aquele ponto. A luz atrás deles desaparecia, deixando-lhes os pés em completa escuridão, e eles tropeçavam, desviavam seus olhos do alvo e perdiam Jesus de vista, caindo do caminho lá em baixo, no mundo escuro e ímpio. Era-lhes tão impossível voltar novamente ao caminho e prosseguir para a Cidade, como para o mundo ímpio que Deus havia rejeitado. Caíam em toda a extensão do caminho, um após o outro, até que ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, que nos deu o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios pensaram que fosse um trovão ou um terremoto. Quando Deus falou a hora, derramou sobre nós o Espírito Santo, e nossa face começou a se iluminar e a brilhar com a glória de Deus, como a de Moisés, quando desceu do Monte Sinai.– Ellen G. White, A Word to the Little Flock, p. 14 (itálicos acrescentados).

Publicação de 1851

Enquanto orava no altar da família, o Espírito Santo desceu sobre mim, e me pareceu estar subindo cada vez mais alto, muito acima do mundo escuro. Voltei-me a fim de olhar para o povo do Advento no mundo, mas não pude achá-los—quando uma voz me disse: “Olha novamente, e olha um pouco mais alto”. Com isto elevei meus olhos e vi um caminho reto e estreito, elevado muito acima do mundo. Neste caminho o povo do advento estava viajando para a Cidade, que se encontrava no final do caminho. Havia uma brilhante luz fixada atrás deles no princípio do caminho, que um anjo me disse ser o Clamor da Meia-Noite. Esta luz brilhava ao longo de todo o caminho, e lhes iluminava os pés para que eles não tropeçassem se conservavam os olhos fixos em Jesus, que estava imediatamente adiante deles, guiando-os à Cidade, estavam seguros. Mas logo alguns ficaram cansados, e disseram que a Cidade estava muito longe, e esperavam ter entrado nela antes. Então Jesus os encorajava levantando Seu glorioso braço, e de Seu braço saía uma gloriosa luz que incidia sobre o povo do advento, e eles gritavam: Aleluia! Outros negavam ousadamente a luz que estava atrás deles, e diziam que não fora Deus quem os havia guiado até aquele ponto. A luz atrás deles desaparecia, deixando-lhes os pés em completa escuridão, e eles tropeçavam, desviavam seus olhos do alvo e perdiam Jesus de vista, caindo do caminho lá em baixo, no mundo escuro e ímpio. Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, que nos deu o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios pensaram que fosse um trovão ou um terremoto. Quando Deus falou a hora, derramou sobre nós o Espírito Santo, e nossa face começou a se iluminar e a brilhar com a glória de Deus, como a de Moisés, quando desceu do Monte Sinai.–A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G. White, p. 10, 11. As impressões de 1846 e 1847 da primeira visão de Ellen White incluíam o trecho em itálicos acima. A edição de 1851 da mesma visão omitiu o trecho. Por que foi omitido? Ellen White sem dúvida percebeu que a passagem havia sido mal compreendida por alguns de seus leitores, bem como por ela mesma. A princípio ela e seus amigos aparentemente haviam limitado seus esforços missionários à “família da fé”. Contudo, à medida que os anos passaram, ela testemunhou o poder de Deus em atuação não apenas no “Pequeno Rebanho”, mas também em outros. Isto a levou a uma compreensão mais completa do que ela havia escrito em sua primeira visão. Aparentemente, a fim de evitar mais algum mal-entendido, ela eliminou a passagem em sua edição de 1851 de suas primeiras visões. (Veja item no 9, acima, que mostra a compreensão que Ellen White tinha de sua primeira visão, da forma como a descreveu em 1883. Ver também Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 61-62, sobre os motivos que ela apresenta para esta omissão.) Ellen White não omitiu todas as passagens que tinham provocado mal entendidos. Em seu livro de 1851 ela incluiu, por exemplo, o seguinte parágrafo: Eu vi que os misteriosos sinais e maravilhas e as falsas reformas aumentariam e se espalhariam. As reformas que me foram mostradas não eram reformas do erro para a verdade. Meu anjo assistente ordenou-me que olhasse as agonias de alma em favor dos pecadores como era costume haver. Olhei, mas nada vi, pois o tempo para a sua salvação havia passado.–Primeiros Escritos, p. 45. Ver itens 38 e 39 acima.

81. Dezenove de agosto de 1851:

Tiago White: Agora a porta está aberta em quase toda parte. Por muito tempo muitos só têm olhado em silêncio, enquanto vêem as importantes verdades relacionadas à mensagem presente serem impiamente pisadas, sem fazerem nenhum esforço para ajudar a vindicar e promover a causa da verdade. Agora a porta está aberta em quase toda parte para se apresentar a verdade, e muitos estão preparados para ler as publicações que outrora não tinham qualquer interesse em examinar. Agora todos nós podemos fazer algo pelo Senhor, que fez tanto por nós.— Review and Herald, 19 de agosto de 1851, p. 13.

82. Dois de setembro de 1851:

Tiago White: Alguns que nunca estiveram no movimento milerita agora estão se unindo a nós. Não dizemos que o “evangelho eterno” deixou de ter efeito sobre todos, pois estão aceitando agora a doutrina da breve volta do Senhor alguns que não se identificaram com o povo do Advento nos movimentos passados. Mas os fatos do caso testificam que a mensagem do primeiro anjo se encontra no passado. Temos apenas de comparar a presente condição da causa adventista com o passado, digamos, de 1840 a 1844, para ver que o especial vôo e proclamação do primeiro anjo está no passado. Também não dizemos que a mensagem do segundo anjo, apresentando o estado caído das várias seitas e o chamado para sair delas, não possa ser agora atendido pelos honestos filhos do Senhor que se encontram presos por credos sectários.–Review and Herald, 2 de setembro de 1851, p. 20.

83. Final de 1851:

Tiago White: Muitos conversos não tiveram qualquer experiência no movimento milerita. Em 31 de janeiro e 1o de fevereiro estivemos com os irmãos nas vizinhanças de Pitcher, e irmão Baker foi para Rochester. Tivemos uma feliz surpresa ao encontrar um grupo tão grande de guardadores do sábado naquela localidade. Deus fez muito por Seu querido povo ali no prazo de poucos meses. Esperamos que eles busquem fervorosamente ser inteiramente consagrados a Deus e Sua causa, e ter uma fé viva e ativa. Na segunda-feira à noite, 2 de fevereiro, pousamos na casa do irmão E. D. Cook, de Manlius. Encontramos o irmão e a irmã Cook sinceros na verdade presente, e a visita a eles foi muito interessante. Eles desejam que os irmãos os visitem com mais freqüência. Na terça de manhã, após termos uma doce e comovedora reunião de oração com eles e seus filhos, partimos para Oswego. Ali os irmãos estão aumentando, e o Senhor está multiplicando o número deles. Esperamos que eles no futuro se demorem mais nas glórias do reino e menos em pequenas provações. Os que recentemente aceitaram o sábado naquela cidade estão muito decididos. Ficamos muito ligados a eles. Nos dias 7 e 8 de fevereiro estivemos com os irmãos nas vizinhanças de Lorain. Aqui o Senhor levantou um grande grupo de guardadores do sábado dentro de poucos meses, muitos dos quais tinham pouca ou nenhuma experiência no movimento do advento. Pareciam decididos, e ficaram muito confortados quando apresentamos as razões de nossa fé e esperança. Esperamos poder visitá-los de novo dentro de alguns meses, e ficar mais tempo com eles.–Review and Herald, 17 de fevereiro de 1852, p. 94.

84. Vinte e quatro de agosto de 1874:

Ellen White insistiu na integridade de suas visões, como na integridade de suas declarações públicas concernentes a elas. Com meus irmãos e irmãs, após a passagem do tempo em quarenta e quatro, acreditei que não mais se converteriam pecadores. Nunca, porém tive uma visão de que não se converteriam mais pecadores. E acho-me limpa e livre para declarar que ninguém me ouviu nunca dizer ou leu de minha pena declarações que os justifiquem nas acusações que eles me têm feito quanto a esse ponto.… Nunca declarei nem escrevi que o mundo estava condenado ou perdido. Nunca, sob quaisquer circunstâncias, empreguei esta linguagem com ninguém, embora pecador. Tenho tido sempre mensagens de reprovação para aqueles que usavam essas ásperas expressões.–Carta 2, 1874; Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 74. Esta declaração está em perfeita harmonia com todos os escritos de Ellen White, tanto publicados quanto não-publicados.

Resumo e Conclusões

1. Durante algumas semanas após o Grande Desapontamento, Ellen Harmon e muitos outros creram que a porta da misericórdia havia para sempre se fechado para o mundo todo. A volta de Cristo era esperada a qualquer momento. (Ver itens 1-3).

2. Cerca de um mês após o desapontamento, Ellen mudou de idéia. Ela decidiu que os cálculos mileritas eram um erro e que as interpretações da Bíblia feitas por eles estavam erradas, e que nenhuma porta que afetasse a salvação do homem havia sido fechada. (Ver item 4).

3. Em dezembro de 1844, a primeira visão de Ellen a levou à conclusão de que o Movimento Milerita com sua interpretação de Daniel 8:14 era de Deus, afinal de contas. Isto a levou a reafirmar uma vez mais seu conceito de uma porta fechada. Ela concluiu corretamente que houve uma porta fechada em 22 de outubro de 1844. Ela concluiu incorretamente que a porta da misericórdia foi fechada naquele dia para todas as pessoas do mundo. Ela viu que dois grupos de pecadores–os mileritas apostatados e o mundo ímpio–haviam pecado além de seu tempo de graça. Deixou de reconhecer, contudo, que havia uma terceira categoria–os sinceros de coração que nunca haviam ouvido ou apreciado plenamente a mensagem milerita. (Itens 5-9).

4. Em fevereiro de 1845, o Senhor mostrou a Ellen que embora uma porta tenha sido de fato fechada no Céu em 22 de outubro de 1844, outra porta foi aberta. Ellen não entendeu o significado desta “porta aberta”. (Itens 14-16.)

5. Na Conferência de Albany, de 29 de abril a 1º de maio de 1845, a maioria dos líderes mileritas abandonaram todas as suas idéias prévias sobre uma porta fechada e rejeitaram suas próprias interpretações anteriores da Escritura que os haviam levado à data de 22 de outubro de 1844. Disseram que nenhuma porta havia se fechado naquela ocasião. Tornaram-se conhecidos [p. 57] como os adventistas da “porta aberta”. Vinte e dois de outubro de 1844 perdeu para eles todo o significado. (Itens 18-19.)

6. Em contraste, Ellen Harmon, Tiago White, José Bates e seus amigos ficaram agora conhecidos como os adventistas da “porta fechada”–aqueles que defendiam que a profecia havia se cumprido em 22 de outubro de 1844. Esta data logo se tornou uma importante pedra de esquina na teologia emergente deles. A frase “porta fechada” passou a representar a integridade da data de 22 de outubro. (Item 23.)

7. O Senhor nunca em qualquer tempo mostrou a Ellen White que não se converteriam mais pecadores. Ela estava sempre preparada para acolher almas sinceras que buscavam se unir ao pequeno rebanho. Aparentemente, porém, seus esforços missionários durante vários anos foram dirigidos exclusivamente–ou quase exclusivamente–a ex-mileritas e aos filhos daqueles que pertenciam aos vários grupos adventistas. (Itens 24, 25 e 84).

8. Depois que Ellen White aceitou o sábado no outono de 1846 ela sentiu a preocupação, juntamente com o esposo, de levar esta nova e importante verdade aos grupos adventistas. As duas principais doutrinas em que José Bates, Tiago White e Ellen White insistiam eram a porta fechada (a integridade do movimento de 1844) e o sábado. (Itens 26 e 32).

9. Em novembro de 1848, Ellen White viu em visão que os adventistas guardadores do sábado deviam começar um ministério de publicações. (Itens 34 e 35).

10. Em 5 de janeiro de 1849, Ellen White viu que nem todo caso estava decidido para a salvação ou destruição. A porta da misericórdia obviamente ainda estava aberta. (Item 36).

11. Em novembro de 1849, almas sinceras já estavam “buscando a verdade” e se unindo aos guardadores do sábado. Seu número estava “constantemente aumentando”. Nesta época Ellen White e outros já deviam estar convencidos de que seu conceito anterior sobre a porta fechada era muito limitado. (Item 42).

12. Uma razão pela qual os adventistas “do sábado e da porta fechada” não estenderam seu ministério ao mundo em geral foi devido ao forte preconceito contra eles. Contudo, em 1851 este preconceito já havia gradualmente começado a se dissipar. (Item 57).

13. A conversão de Heman Churchill, em 6 de julho de 1850 ou antes, deve ter causado uma profunda impressão em Tiago White. Ele aproveitou a oportunidade para mencionar na Advent Review que havia se convertido alguém que “não havia estado no [movimento do] Advento”. (Itens 55 e 56).

14. Em 29 de julho de 1850, Ellen White declarou claramente que os conversos à verdade incluiriam “outros que não haviam ouvido e rejeitado a doutrina do Advento”. O exemplo de Heman Churchill iria ser seguido por outros. (Item 59).

15. Em 19 de agosto de 1851, a porta estava “aberta em quase toda parte”. No final de 1851 já havia muitos entre o povo do sábado e da porta fechada que “tiveram pouca ou nenhuma experiência no movimento do Advento” (Item 81).

16. Levou cerca de sete anos, de 1844 a 1851, para que a maioria dos adventistas guardadores do sábado compreendessem que ainda estava à sua frente uma importante missão em favor do mundo na proclamação da terceira mensagem angélica.

17. Conquanto o termo “porta fechada” a princípio tenha sido usado para indicar o fim do tempo de graça em 1844, logo veio a significar o final do ministério de Cristo no primeiro compartimento do santuário celestial. Passou a representar uma mudança no ministério de Cristo ocorrida no Céu em 22 de outubro de 1844.

18. Conquanto as crenças pessoais de Ellen White tenham passado por uma modificação gradual durante este período, não encontro evidências de que ela em qualquer momento tenha ensinado erros teológicos em seus escritos sobre a porta fechada.