Daniel Oscar Plenc
Diretor do Centro White da Argentina
Tradução – Cristiane Perassol Sartorti

            As Escrituras Sagradas ressaltam que “as coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29:29). De igual modo, Ellen White recomendou ter cautela ao tratar de certos assuntos que não temos revelação. Os textos seguintes são bons exemplos da aplicação desse princípio:

A natureza de Deus. “Os homens podem apresentar suas próprias interpretações acima de Deus, mas nenhuma mente humana pode compreendê-Lo. Este problema não nos foi dado para solucionar. Que o homem finito não tente interpretar a Jeová. Ninguém se ponha a especular quanto a Sua natureza. Aqui o silêncio é eloqüência. O Onisciente está acima de discussão” (Olhando para o Alto, p. 147).

A palavra de Deus e Suas obras contêm o conhecimento de Si mesmo que Ele julgou próprio para nos ser revelado. Podemos assim compreender a revelação que Ele nos deu de Si mesmo. Mas é com temor e tremor e com um senso de nossa própria pecaminosidade que devemos empreender esse estudo, e não com o desejo de tentar explicar a Deus, mas visando obter esse conhecimento que nos capacitará a servi-Lo mais aceitavelmente.

Que ninguém se aventure a explicar a Deus. O ser humano não pode explicar-se a si mesmo, e como, então, ousa aventurar-se a explicar o Onisciente? Satanás está pronto a oferecer falsas concepções de Deus. …

Para os curiosos, apresento a mensagem de que Deus me instruiu a não formular respostas às perguntas daqueles que indagam sobre aquilo que não foi revelado. As verdades reveladas pertencem a nós e a nossos filhos. Os seres humanos não devem tentar avançar além. Não devemos procurar explicar aquilo que Deus não revelou. Devemos estudar a revelação que Cristo, o Grande Mestre, apresentou do caráter de Deus, para que em espírito, palavra e ação possamos representá-Lo àqueles que não O conhecem.

A personalidade e prerrogativas de Deus, onde Ele está e o que Ele é, são assuntos nos quais não devemos ousar tocar. Nesse sentido, o silêncio é eloqüente. Aqueles que não têm conhecimento prático de Deus são os que se aventuram a especular a Seu respeito. Se o conhecessem melhor, teriam menos a dizer sobre o que Ele é. Aquele que mantém uma comunhão mais próxima com Deus, em sua vida diária e que tem o mais profundo conhecimento dEle, reconhece perfeitamente a total incapacidade dos seres humanos explicarem o Criador (Olhando para o Alto, p. 320).

A natureza do Espírito Santo. “A natureza do Espírito Santo é um mistério. Os homens não a podem explicar, porque o Senhor não lho revelou. Com fantasiosos pontos de vista, podem-se reunir passagens da Escritura e dar-lhes um significado humano; mas a aceitação desses pontos de vista não fortalecerá a igreja. Com relação a tais mistérios – demasiado profundos para o entendimento humano – o silêncio é ouro” (Atos dos Apóstolos, p. 52).

Casamentos e nascimentos na nova terra. Homens há hoje que expressam a crença de que haverá casamentos e nascimentos na Nova Terra; os que creem nas Escrituras não podem admitir tais doutrinas. A doutrina de que nascerão filhos na Nova Terra não constitui parte da “firme palavra da profecia”. (II Ped. 1:19.) … É presunção condescender com suposições e teorias a respeito de assuntos que Deus não tornou claros para nós em Sua Palavra. Não precisamos entrar em especulação quanto ao nosso estado futuro (Medicina e Salvação, pp. 99 e 100).

Para mais informações a respeito deste assunto, recomenda-se verificar também algumas orientações similares na obra Mensagens Escolhidas, volume 2.