“Jesus se manifestou para “desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8) e implantar o Reino de Deus no coração do ser humano (Lucas 17:21).”
Jesus se manifestou para “desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8) e implantar o Reino de Deus no coração do ser humano (Lucas 17:21). Para isto, ele se despojou de tudo (Filipenses 2:5-8), assumiu a natureza humana sem pecado, mas sob as condições do pecado, e se tornou autor de nossa salvação (Hebreus 2:9; 4:15; 5:9; Romanos 8:3). Seu objetivo era a Glória de Deus.
Esta glória está relacionada ao caráter e à missão de Cristo. Quando Jesus esteve neste mundo, o diabo reclamava para si o poderio de toda a terra, pois Adão, devido ao pecado, perdera sua posição de domínio (Gênesis 1:20; Lucas 4:6, 7). Assim, Cristo veio à Terra para travar uma batalha espiritual que começou no Céu (Apocalipse 12:7-9). Cada cura, cada milagre realizado era uma demonstração do estabelecimento do reino de Deus e de Seu domínio. Este conflito entre Cristo e Satanás culmina com a derrota do maligno e a vitória de Cristo que com Seu próprio sangue comprou “para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação” (João 12:31, 16:11; Mateus 25:41; Apocalipse 12:12; Romanos 8:37; João 16:33; Apocalipse 5:9).
Jesus descreve a glória como a manifestação da divindade em resgatar o homem do pecado à perfeita harmonia que Cristo possuía com o Pai, antes que o mundo existisse (João 17:5). Pouco antes de sua prisão, julgamento e morte, Jesus afirmou: “Agora o Filho do homem é glorificado, e Deus é glorificado nele” (João 13:31). Mais adiante Ele diz que “neles (naqueles que creem) sou glorificado” (João 17:10). Dessa maneira constata-se que Deus é glorificado quando um pecador aceita o preço pago por Cristo na cruz, um pecador regenerado, salvo da perdição, comprado pelo sangue de Cristo.
Nessa luta espiritual o inimigo exerce todo seu poder para frustrar o plano de Deus, por isso criou uma série de contrafações. Deus disse que o homem morreria se comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O diabo disse que não morreria (Gênesis 2:16, 17; 3:4). Deus disse que o verdadeiro dia de guarda é o sábado do sétimo dia e o inimigo levanta uma falsa verdade dizendo que é o domingo (Gênesis 2:2, 3; Êxodo 20:8; Hebreus 4:4, 9). Quando Moisés esteve perante faraó, as forças demoníacas estiveram presentes para contrafazer as obras de Deus (Êxodo 7:9-12). Mesmo durante o ministério de Jesus, os demônios se manifestaram, mas tremeram diante do Divino Salvador (Mateus 8:28, 29). Quando Paulo anunciava o evangelho em Filipos, o inimigo tentou impedir o avanço da obra de Deus através de uma mulher com um espírito de adivinhação. Depois de vários dias, Paulo indignado, se dirigiu a ela e, pelo poder de Deus, repreendeu o espírito maligno (Atos 16:16).
A Bíblia afirma que “muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. […] A multidão dos que criam no Senhor […] crescia cada vez mais” (Atos 5:12 e 14). Os sinais e milagres eram realizados para conquistar o maior número de pessoas para o Reino de Deus. Houve até mesmo um caso de ressurreição, quando Êutico caiu da janela do terceiro andar e morreu. Paulo, acalmando as pessoas disse: “Não fiquem alarmados, ele está vivo!” (Atos 20:10). Esse não é o único caso, basta relembrarmos o da Sunamita que perdeu seu único filho, ressuscitado por Elizeu através do poder divino, da mesma maneira que seu antecessor Elias, quando ressuscitou o filho da viúva de Sarepta (2 Reis 4:32-35; 1 Reis 17:21-23).
Tudo isso era um preanuncio do Reino de Deus, de uma era vindoura quando o Messias realizaria todos esses sinais e milagres, conquistando de volta Seu senhorio sobre este mundo rebelde. Deus utilizou esse método de sinais, curas e milagres para confirmar a fé de seus seguidores e conquistar pessoas para Seu reino (João 4:48). No caso de Lázaro, Jesus disse: “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá para que vocês CREIAM” (João 11:14). Contudo, o arqui-inimigo de Cristo, Satanás, também age propugnando a obra do engano com “falsos cristos e falsos profetas” que realizam “grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos” (Mateus 24:24). Costumo perguntar se o inimigo pode fazer o bem. Aparentemente sim, mas para seduzir e enganar, visando um mal muito maior! Referindo-se justamente ao engano, Paulo disse: “E isso não é de admirar, pois até Satanás pode se disfarçar e ficar parecendo um anjo de luz. Portanto, não é nada demais que os servidores dele se disfarcem, apresentando-se como pessoas que fazem o bem” (2 Coríntios 11:14-15). Pessoas que fazem o bem? Sim, mas para enganar.
Os instrumentos do enganador realizam sinais e prodígios, mas não transformam vidas. Quando Jesus realizava curas, primeiramente ele curava a alma, transformava o caráter para que a pessoa não continuasse num estilo de vida pecaminoso (João 5:14). Quantos buscam a cura para o câncer, mas não estão dispostos, pelo poder de Deus, a abandonar o cigarro ou a bebida? Quantos buscam milagres para seus relacionamentos familiares destruídos, mas não buscam conhecer a vontade de Deus em Sua Palavra que proporciona informações vitais para a reconciliação, perdão, e instruções para uma família feliz? As pessoas querem milagres, coisas fáceis, mas não querem um comprometimento com o verdadeiro Cristo, pois isso implica abrir mão de seus vícios e prazeres pecaminosos!
Jesus deixou muito claro sobre a obra do engano e por isso disse: “Não é toda pessoa que me chama de ‘Senhor, Senhor’ que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu. Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão me dizer: ‘Senhor, Senhor, pelo poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres!’ Então eu direi claramente a essas pessoas: ‘Eu nunca conheci vocês! Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal!’”(Mateus 7:21-23). “A Palavra de Deus declara que Satanás operará milagres. Fará com que as pessoas fiquem doentes, e depois, de repente removerá delas seu poder satânico. Serão consideradas então como curadas” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p 53).
Creio nos dons espirituais, entre os quais está o dom da cura (1 Coríntios 12:9, 28), creio na oração da fé que “curará o doente” (Tiago 5:15), mas não posso negar o princípio bíblico de que a cura tem um propósito, que há conseqüências naturais para a violação das leis da natureza, que deve haver mudança no estilo de vida, e que Deus opera milagres constantemente. Mas tenho o dever de advertir que o diabo tem poder para fazer descer fogo do céu (Apocalipse 13:13) e que esse espírito de engano opera com todo o vigor.
Falando do Dia do Senhor, uma alusão aos eventos que antecederão a volta de Jesus, o profeta Joel declara que o Santo Espírito será derramado sobre o povo de Deus com grande poder e haverá sinais e maravilhas, mas o cristão humilde e atento, estará em estado de alerta, apegado a Deus, pronto para provar os espíritos para ver se procedem de Deus pelo conhecimento da Palavra, e desta maneira não sucumbirá (Joel 2:28-32; 1 João 4:1). Contudo, o crente relapso, sem comprometimento, que não tem uma comunhão com Cristo e não conhece Sua Palavra, dificilmente discernirá entre o verdadeiro e o falso.
Lembre-se que você, redimido pelo sangue de Jesus, é a glória de Deus (João 17:10) e não permita que a glória divina seja dissipada pelos encantos sedutores do diabo que anda ao derredor como um leão procurando tragar a sua presa (1 Pedro 5:8). Que o Deus da paz lhe proteja e guarde sua mente em Cristo Jesus.
Fonte: Biblia.com.br