“A aritmética bíblica da criação do homem está descrita no verso acima. Pó da Terra + Fôlego de Vida = Alma ou ser vivente. Observe que o homem passou a “ser uma alma vivente” e não “ter” uma alma vivente.”
“Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” (Gênesis 2:7).
A aritmética bíblica da criação do homem está descrita no verso acima. Pó da Terra + Fôlego de Vida = Alma ou ser vivente. Observe que o homem passou a “ser uma alma vivente” e não “ter” uma alma vivente. Essa compreensão faz toda a diferença. Em outras palavras, o homem é uma alma vivente (ou ser vivente), e não possui uma alma, pois ele é “alma vivente” (Gênesis 2:7).
A ideia de que existe uma entidade independente do corpo, chamada de alma, que sobrevive à morte do corpo, provém do paganismo e do platonismo. Ao contrário disso a Bíblia apresenta o conceito de que o ser humano é um todo indivisível (corpo, alma, espírito). Portanto, na morte ocorre o processo inverso da vida. Após perder o fôlego de vida (espírito), o coração deixa de bater e ocorre a morte cerebral. Não há uma entidade independente do corpo que resiste à morte. O ser como um todo deixa de viver, pois morreu.
Note que a Bíblia diz que o homem foi feito do pó da terra (Gênesis 2:7) e para lá ele volta quanto morre (Gênesis 3:19). O corpo é matéria que é composto de vários elementos químicos que encontramos na terra. O espírito não é outra coisa senão o fôlego de vida que volta para Deus que o deu (Eclesiastes 12:7). Quando morremos o fôlego volta para Deus que é o doador da vida e na ressurreição ele nos dará de volta igual da primeira vez quando nos criou. Não se deve confundir esse fôlego como uma entidade espiritual e imaterial que volta para Deus. É tão somente o poder vital que Deus possui e usa para nos conceder vida.
Em nenhum lugar a Bíblia se refere à alma como uma entidade imortal, capaz de viver independentemente de nosso corpo. Nem fala do espírito como uma entidade que possa existir à parte de nossa natureza física. Não fomos criados com partes independentes temporariamente interligadas, mas com um corpo, alma e espírito em um todo indivisível.
No Antigo Testamento, a palavra hebraica ruach aparece 377 vezes e é traduzida como “vento”, fôlego” ou “espírito” (Gênesis 8:1), “princípio vital” (Gênesis 6:17; 7:22), “coragem” (Josué 2:11), “vitalidade’ ou ‘força’ (Juízes 15:19), ‘disposição” (Isaías 54:6) e ‘caráter moral’ (Ezequiel 11:19).
O ‘espírito’ ou ‘fôlego’ de uma pessoa é o mesmo que o ‘espírito’ ou fôlego’ dos animais (Eclesiastes 3:19 e 20). Esse fôlego volta para Deus por ocasião da morte, e o corpo retorna ao pó, de onde veio (Jó 34:14; Eclesiastes 12:7). No Novo Testamento a palavra grega pneuma é igualmente traduzida como ‘espírito’ ou ‘respiração’.
Nem no Antigo nem no Novo Testamento ruach ou pneuma referem-se a alguma entidade inteligente capaz de existir independentemente do corpo. Na Bíblia, a palavra alma significa literalmente o “ser” por inteiro, como quando Adão passou a viver, ou quando Jesus disse que Sua alma ou Ser por inteiro estava triste.
Portanto é importante ressaltar que no estado de morte não existe mais consciência de nada, nem recordação de Deus, conforme nos ensina a Bíblia (veja Eclesiastes 9:5, 6, 10; Salmos 6:5). Contrário à ideia de que ao morrer alma vai para Deus, Jesus ensina explicitamente que a alma é mortal e que a recompensa para os mortos só ocorrerá quando Ele voltar e ressuscitá-los: “…a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos.” (Lucas 14:14). Dessa forma, temos em Cristo e em Sua segunda vinda a nossa grande esperança de vida eterna.
Fonte: Biblia.com.br